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Depois que Paulina e Madama Grace encontraram Alícia nas montanhas e a levaram de volta à cabana que consideravam sua casa. Madama Grace estava especialmente furiosa. Ela tinha ficado preocupada a princípio, quando viu todas as manchas de sangue e assumiu o pior, mas Alícia explicou fracamente que as manchas de sangue eram do animal selvagem que ela havia salvado. Ela recebeu uma severa repreensão por ter fugido e também por tentar algo tão arriscado quanto salvar um animal selvagem.
Alícia não estava com ânimo para discutir com ela, porque seu corpo doía muito como resultado da queda, e ela sentia como se tivesse sido espancada com um tronco de madeira. Ela tinha hematomas por todo o corpo, mas o mais dolorido era o que se destacava em seu braço. O grande cão ou lobo tinha deixado uma marca considerável. Ela tinha certeza de que ficaria cicatriz. Pobre princesa.
Madama Grace deu-lhe um pouco de sopa de galinha que ela devorou rapidamente como resultado de sua fome. Ela não conseguia imaginar que não só não tinha comido nada por mais de 24 horas, mas também tinha enfrentado todo esse estresse enquanto tentava fugir só para voltar ao ponto de partida.
Ela não conseguia se lembrar de mais nada que aconteceu depois que comeu, mas tudo o que sabia era que adormeceu e, quando acordou, encontrou-se dentro de um espaço fechado e podia sentir que estava se movendo. Ela olhou ao redor confusa, antes de deslizar algo que parecia uma janela para o lado. Ela suspirou aliviada quando viu o rosto de Paulina.
Ela percebeu que estava dentro de uma carruagem que estava se movendo muito lentamente para o seu gosto e a fazia querer vomitar. Paulina e Madama Grace seguiam a carruagem a pé e também havia algumas pessoas que pareciam soldados com arcos, flechas e espadas.
"Para onde estamos indo?" Ela decidiu perguntar primeiro antes de qualquer outra questão. O dia já estava escurecendo. Não era possível que ela tivesse dormido o dia todo, certo? Não tinha como ela ter dormido por tudo isso simplesmente porque estava exausta, ela refletiu enquanto olhava para a tipoia enfaixada em seu braço e observava que estava usando roupas novas.
"Você acordou!" exclamou Paulina.
"Para onde estamos indo e quanto tempo estive dormindo?"
"Estamos indo para o Palácio, minha senhora," disse Paulina alegremente. Ela parecia exausta, mas estava sorrindo como se ir para o palácio fosse um sonho de toda a vida dela.
"Palácio? Por quê?" Alícia perguntou, balançando a cabeça.
"O Rei. Ele mandou chamá-la. Acho que não vamos mais voltar para o lugar do exílio." Paulina explicou baixinho. Alícia podia ver o brilho de excitação em seus olhos, mesmo que ela parecesse cansada.
A última coisa que Alícia queria era ir para qualquer palácio. Tudo o que ela queria era ir para a vila e encontrar o rio onde a Princesa havia caído!
"O Palácio fica na vila onde o prínc– onde eu caí?"
O sorriso no rosto de Paulina desapareceu quando ela olhou para a princesa. "Você... ainda não se lembra, minha senhora?"
Ao ver o olhar no rosto dela, Alícia percebeu que definitivamente algo estava errado.
"A vila fica do outro lado. É uma caminhada de 5 minutos do lugar de onde a resgatamos nas montanhas."
"O quê?" Alícia perguntou com os olhos arregalados, fazendo com que alguns dos guardas que marchavam ao lado da carruagem olhassem para ela. Apenas cinco minutos de caminhada? Como ela tinha perdido isso?
"Podemos voltar? Vamos voltar. Eu preciso retornar lá."
"Mas... minha senhora." Paulina parecia incerta antes de dizer, "Você ainda precisa descansar, minha senhora. Você precisa estar completamente bem antes de encontrarmos o Rei, senão ele vai nos repreender." Paulina disse, parecendo assustada.
"Você não entende! Eu preciso sair!" Alícia exigiu antes de começar a bater na frente da carruagem com ambas as mãos.
"Parem de se mover!" Ela exigiu, mas ninguém prestou atenção nela. Como eles diziam que ela era uma princesa e ainda assim ninguém prestava atenção nela? Madama Grace até a tinha batido. Ela se sentia mais como uma escrava do que uma princesa.
"Paulina, quanto tempo vai levar para chegar à vila nas montanhas a partir do Palácio?"
"Minha senh—"
"Apenas responda-me!" Alícia disse impacientemente.
Paulina mordeu o lábio antes de gaguejar, "Você... tem viajado por... Uhm... desde a manhã de ontem."
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