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Capítulo 48

Apesar de Bai Qein também estar no Reino do Alvorecer do Espírito de Pico, uma aura estranha podia ser sentida ao olhar para ela. 

Parecia que ela e toda a região circundante por centenas de metros eram um só. A pressão exalando dela fazia alguém sentir que duas montanhas imponentes os estavam pressionando para baixo. No entanto, isso seria algo impossível, pois tal pressão só seria encontrada naqueles que haviam alcançado o Reino da Ascensão da Terra. 

E ela alcançar esse Reino, seria impossível, certo? 

Esse pensamento passou pela mente de Poskhim quando ele acenou com a mão e levou seus homens até a ravina entre as montanhas. 

Parecia que uma espada de milhares de metros cortou sobre as duas montanhas, criando assim aquele gigante espaço entre ambas. 

Slaich observou Poskhim tomar a liderança e não apresentou nenhuma discordância. Com um aceno de mão, ele se virou e levou seus homens também. 

"Humph. Bando de imprestáveis." Bai Qein olhou as centenas de homens se afastando e sem demorar mais, também seguiu todos. 

As pessoas que ela trouxe também a seguiu. O estranho, era que mesmo tantas pessoas andando juntas, nenhum som podia ser ouvido. Até seus passos estavam sincronizados. Eles eram todos guerreiros de elite, com certeza. 

A entrada entre as montanhas ficou cheia em pouco tempo. 

Na distância, Athar observou todas as pessoas entrando na ravina e um sorriso brotou em seu rosto. 

"Hehe, então vai começar, hein? Pela pressão emanando daquela montanha, a existência lá está longe de ser simples. Portanto, vou apenas observar por enquanto." Athar se levantou e com um pensamento, a técnica do Manto da Noite começou a girar. Um imponente manto negro se materializou em suas costas. A noite estava chegando e com ela, a escuridão. 

A técnica do Manto da Noite usava o Qi escuro para se manter, portanto, era uma técnica que exigia muito pouco de Athar, já que o que mais existia no período da noite é o Qi escuro. Portanto, o tempo que ele poderia mantê-la ativa era realmente bem grande. 

E nesse momento, a noite caiu sobre todos. 

Athar ativou o Manto da Noite em conjunto com o Passos Fantasma do Extremo Yin. Em poucos segundos, ele passou pela ravina entre as montanhas sem que ninguém o sentisse. 

Ele encontrou uma saliência entre a montada do lado direito e se escondeu. Quando ele olhou para o espaço em frente, seu corpo congelou enquanto seu coração pulou uma batida. Ele não pôde evitar e sugou uma enorme quantidade de ar. Talvez, fosse a primeira vez que ele visse algo tão imponente em sua existência. 

No espaço distante, um portão de tamanho impossível de medir estava ligando a terra e o céu. Uma aura maligna e estranha emanava dele nesse momento. Athar focou seu olhar no portão e um sentimento borbulhante brotou em seu âmago nesse momento. 

Uma ira indescritível o fez trancar os dentes enquanto seus olhos ficavam vermelhos. 

"Ufaaaa." 

Athar soltou um suspiro e começou a girar o Tomo Amaldiçoado da Sombra e Escuridão imediatamente. O Qi da Arte Única colidiu com aquele sentimento maligno e por um instante, um "Bang" foi ouvido dentro do corpo de Athar. 

A aura autoritária e tirânica do Tomo Amaldiçoado da Sombra e Escuridão destruiu a influência que a energia do Quinto Portão causou em Athar. 

Se somente a aura exalando do portão do Quinto Círculo já era tão tirânico, imagina como seria o Círculo em si? Afinal, este era o Quinto Círculo, o Círculo da Ira. 

Lá, àqueles que viviam em ira, agora se lamentam e sofrem em suas próprias mãos. Uma ira sem fim causava uma amargura e um arrependimento impossível de medir. 

Pedir pela morte, era a única coisa que eles podiam fazer. Agora, se a morte viria é um assunto completamente diferente. 

Afinal, esta é a Punição que eles são destinados a sofrer, até que suas entradas ao Samsara sejam aceitas, ou... Negadas. 

Athar continuou a olhar para o portão. Agora que o Qi da Arte Única havia destruído a influência causada pela ira do portão, ele não tinha mais nada a temer. 

"Onde está o Guardião do Portão?" Athar vasculhou com seu olhar, e tirando os três grupos de pessoas em frente ao portão, ele não conseguiu ver mais nada. Apenas um amontoado de rochas e pequenas colinas à distância. 

"Preciso chegar mais perto." Athar observou os símbolos estranhos que brilhavam no portão e as pessoas à sua frente. Rapidamente, ele chegou a conclusão de que não estava perto o suficiente. Ele precisava de uma visão ampla do espaço e de tudo acontecendo, para caso tenha que tomar uma ação rápida, ele tenha espaço para se mover. 

Com o Manto da Noite ativado, uma aura contendo um Qi escuro emanou sobre o corpo de Athar. Era possível ver que a escuridão passava por sua pele e o cobria enquanto ele deslizava pelo espaço. 

"Hmmm?" Sentindo algo estranho, Bai Qein virou seu pescoço quando seu olhar focou num espaço distante. Ela arqueou as sobrancelhas quando percebeu que não podia ver nada, a não ser rochas nuas e uma escuridão profunda. 

"Estranho." Ela murmurou para si mesma. 

Nesse momento, Athar tinha gotas de suor do tamanho de amendoim caindo sobre seu peito. Ele conseguiu ver que aquela mulher, mesmo que por um breve momento, olhou diretamente para onde ele estava. Se ele não estivesse com o Manto da Noite nesse momento, ele tinha certeza de que teria sido descoberto. 

"Puta que pariu, maldita mulher nanica. Mais um pouco e ela teria fodido com o passeio deste papai." Athar enxugou o suor na testa quando finalmente conseguiu encontrar um bom lugar. 

Daqui, ele podia ver todos os três grupos de pessoas que estavam observando o espaço à frente com olhos dignos, um portão de tamanho descomunal e uma estátua de pedra de aproximadamente três metros. 

"Estátua?" Athar focou sua atenção na estátua e ficou pasmo por um momento. Ela estava parada no lado direito do portão, suas duas mãos seguravam uma lança que estava fincada verticalmente no chão. 

A lança tinha aproximadamente quatro metros, uma vez que mesmo fincada no chão, ainda era maior do que a estátua em si. 

A estátua usava uma armadura completa que cobria o corpo todo, sem capacete. Um cabelo ralo e espetado estava apontando para cima. O estranho é que a criatura tinha apenas um olho enorme no meio da face. 

Observando a estátua, Athar balançou sua mente em um estalo. Ele reconheceu esta estátua. 

Um Ciclope. 

Athar tinha ouvido falar desta raça antiga. Eles eram guerreiros terríveis, mestres no uso da maça e principalmente, lanças.

Porém, Athar não conseguia entender uma coisa, ele não sentia um pingo de vitalidade sequer daquela estátua. Algo com certeza estava muito errado. 

"Ei, apesar de não ser a primeira vez aqui, ainda fico sempre pasmo com o tamanho dessa coisa." Disse Poskhim enquanto olhava para o portão. Ele parecia realmente deslumbrante nesse momento. 

"Você queria o que? O Soberano da Punição criou os Portões com suas próprias mãos, então, não poderia ser algo fútil." Disse Slaich enquanto lançava um olhar zombeteiro para Poskhim.

"Vocês realmente estão preocupados com tais detalhes nesse momento? O tempo está se aproximando, portanto, prestem mais atenção, ou então, vão morrer sozinhos por contra própria." Bai Qein olhou para os dois homens que conversavam sobre algo menos importante nesse momento, quando disse de forma arrogante. 

"Para que a pressa, senhorita Bai? Assim que o derrotar, teremos o tempo de uma hora para passar pelo portão, portanto, não precisa ser assim. Continue agindo dessa forma e não encontrará um homem para se casar." Zombou Poskhim enquanto olhava para Bai Qein com um olhar torto. 

"Inferno, diga isso de novo?" Bai Qein rugiu para Poskhim. Ela colocou ambas as mãos sobre o manto cinza e uma luz branca e pálida começou a ondular nesse momento. 

Parecia uma espada. 

"Hahaha, a senhorita Bai realmente tem o pavio curto. Não fique ansiosa agora. Viu? Está na hora." Poskhim disse ao apontar para o portão.

Os símbolos gigantes começaram a brilhar com uma luz vermelha e negra. Uma pressão indescritível começou a emanar do mesmo nesse momento. 

"Snap!"

O som de algo rachando ecoou pela região, causando o olhar dos três líderes a ondular em concentração. 

"Tomem suas posições." Slaich viu que o momento chegou e gritou para seus homens.

"Woshhh." 

O som de vento sendo cortado ecoou quando os membros do Salão dos Mechas correram em uma formação de batalha. 

"Vocês também. Não percam para esses homens latas." Disse Poskhim numa voz baixa, porém, todos os seus subordinados ouviram. 

"Ahhh!"

Ao contrário dos Mechas, os Guerreiros do Segundo Círculo urraram quando uma energia frenética e indomável girou em seus corpos. Ao contrário dos Mechas que vieram preparados, elas pareciam usar o método mais arcaico e bruto, o corpo a corpo. 

"Heee, é hora do pau." Poskhim olhou para o portal que continuou a jorrar um fluxo interminável de Qi frenético. Depois, sua atenção se mudou para a estátua do Ciclope a alguns metros quando ele viu que as rachaduras cresceram ainda mais. 

"Crack!" 

Pequenos pedaços de pedras caíram no chão, poucos segundos depois, se transformaram num pó cinza que se misturou com a terra. 

"Vocês, comecem." Bai Qein olhou para trás e sussurrou para seus homens. Eles acenaram com a cabeça quando retiraram de deus mantos lâminas brancas como gelo. Uma aura afiada e fria emanou de todos nesse momento. 

Todos eles estavam no Reino do Alvorecer do Espírito, alguns no Nível Inicial e outros Intermediário. Era uma escala sem precedentes. 

"Puta que pariu, a porra vai ficar séria agora." Pensou Athar. 

"Crack!" 

Os últimos pedaços de pedras caíram da estátua e um Ciclope de cor cinza apareceu na visão de todos. 

Ele deu um passo à frente e com um giro de lança, uma torrente de fortes ventos se abateu sobre todos, uma pressão desceu e fez com que todos ficassem com seus corpos presos ao chão. Seus rostos instantaneamente demonstravam uma solenidade sem limites. 

"Xiuuu!" 

A lança fez um círculo completo no ar quando bateu sua ponta redonda no chão. 

"Bang!"

Toda a terra tremeu e foi possível ver que as duas montanhas colossais tremeram um pouco. 

"Aqueles que quiserem passar pelo Quinto Portão, se tiverem coragem, venham." Uma voz rouca soou no ouvido de todos. Um tom de ancestralidade e experiência fez com que todos percebessem que a luta a seguir, seria qualquer coisa, menos fácil. 

O olho do Ciclope brilhou com uma luz vermelha quando ele tomou o centro do Portão. Ele passou o olho sobre todas as pessoas, principalmente as três mais à frente. 

Depois, por um segundo sequer, ele ergueu seu único olho e focou num ponto distante sobre as rochas. Sua boca se ergueu num sorriso estranho.

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