webnovel

Capitulo 22

Dylan

A fazenda se tornou um palco de caos quando Charlotte surgiu como um furacão, eliminando todos os homens sem sequer lançar um olhar em minha direção. Ela se comporta como uma criança mimada, alheia ao turbilhão ao seu redor.

Mas eu não sou de me deixar abater. Se ela quer continuar a alimentar esses ciúmes infantis devido a uma garota que poderia ser minha filha, o problema é dela, não meu.

E para complicar ainda mais, meu irmão decidiu que a melhor solução seria se afastar, como se fosse um obstáculo em meu caminho. Que maldição!

Era para ser um momento de pura felicidade—encontrar Charlotte, a mulher que me fez perder o fôlego desde o primeiro olhar, mãe do nosso filho. Mas a confusão dos sentimentos de Dion e minha ideia maluca de convencê-la a aceitá-lo estragaram tudo.

Estou à beira do desespero.

Ao voltarmos para casa, meu irmão questionou a decisão de Charlotte de transformar todos em super-humanos, mas para ela, a intenção é apenas curá-los. Tentei ignorar a conversa, mas com minha super audição, era impossível não ouvir.

Ela prefere que Dion se afaste a fazer as pazes comigo. Que droga!

Charlotte convoca todos os zumbis racionais para o celeiro, mandando-os sentar no chão antes de trancar a porta. A tensão no ar é palpável. A humana grávida entra em pânico, e Dion a segura, enquanto Charlotte afirma que um gás fará o trabalho. Então, com um gesto decidido, abre uma caixa ao lado da porta do celeiro, puxa uma alavanca com um ar de determinação e se retira para casa.

Dion me lança um olhar que diz para eu ir atrás dela. Não hesito. Em poucos segundos, entro em casa e a encontro no quarto.

"Podemos conversar?"

"Estou cansada, Dylan."

"Estamos todos cansados, Lotte," - digo, entrando no quarto e encarando-a. - "Não acha que já está bom?" - Ela me olha, e a sinceridade em minha voz ecoa. - "Passei por um inferno para te encontrar."

"Não pedi para você me procurar," - ela responde, virando-se, e suas palavras cortam como uma faca. - "Deveria ter mandado os dois embora quando apareceram aqui."

"Como assim?"

"Mas agora tudo pode ser diferente. A garota gosta de você, e vi como a irmã dela olhou para o Dion. Tenho certeza de que elas podem fazer vocês muito felizes."

"Você não está falando sério," - "insisto, puxando-a para me olhar. - "Eu te amo, mas você quer que eu fique com uma garota que poderia ser minha filha? Você enlouqueceu?"

"Ela estava o tempo todo agarrada em você. E se me amasse de verdade, teria dito que sou sua mulher. Mas para ela, sou apenas a mulher do Dion, e nada aconteceu entre nós no mercado."

"Escuta aqui," - digo, segurando seu braço. - "Você realmente acha que vou fazer isso? Eu já te disse que nunca vai se livrar de mim, e mesmo assim você quis estar comigo quando eu ainda era um zumbi. Então pare com essa palhaçada que está me tirando do sério."

"Melhor você não me tirar do sério," - ela responde, puxando o braço. - "Saia, quero ficar sozinha." - Deita na cama e vira de costas, e eu respiro fundo antes de sair do quarto.

"A situação piorou," - digo ao encontrar meu irmão na varanda, acompanhado da mulher grávida.

"O que aconteceu?"

"Ela quer que eu fique com a garota e que você fique com a irmã dela."

"Charlotte enlouqueceu."

"Desculpa me intrometer, mas vocês três são um trisal?"

"Não. Meu irmãozinho veio com essa ideia maluca," - Dion responde por mim. - "E Charlotte disse que vai pensar nesse absurdo."

"Entendi. Vocês são irmãos e amam a mesma mulher, mas ela só ama o gigante."

"Basicamente isso," - Dion confirma.

"Charlotte acha que eu deveria ficar com sua irmã, já que ela tem uma queda por mim," - a mulher ri.

"Qual é a sua idade para minha irmã estar interessada em você, gigante?"

"Eu tinha 25 anos quando fui infectado. Com o tempo que passei como zumbi e o tempo que passou desde a infestação, agora tenho 45."

"E você?"

"Eu tenho 52 anos."

"Anna só tem 17. Acha que eu vou permitir que um armário velho fique com a minha irmã? Nem fodendo," - Dion ri. - "E, sem querer ofender, você é velho demais para o meu gosto, mesmo com esses músculos magníficos."

"Magoou."

"Vocês estão de acordo com esse trisal?" - A mulher questiona, mas ninguém responde. - "Então, por que sugeriu o trisal?"

"Dion é a única família que me restou. Não consigo imaginar minha vida sem ele. E se é para mantê-lo perto de mim, achei que a ideia do trisal seria a melhor."

"E qual é a opinião dela sobre isso?"

"Pediu um tempo para pensar," - Dion responde por mim.

"Ela está confusa e relutante?"

"É um pouco complicado," - Dion admite.

"E por que ela quer que vocês sigam em frente?"

"Por ciúmes bobos," - respondo, e a mulher olha para mim. - "Passei vinte anos sendo um zumbi racional. Quando era vivo, não tinha tempo para o amor. Charlotte apareceu e mudou tudo, então não passei por todo esse inferno para encontrá-la e escolher outra mulher."

"Já disse isso a ela?"

"Fiz questão de lembrá-la que será impossível se livrar de mim, desde o momento em que ela me aceitou, mesmo quando eu ainda era um zumbi."

"Correção: Dylan só mostrou sua verdadeira personalidade para Charlotte."

"Verdadeira personalidade?"

"Quando ele era um zumbi racional, era gentil e protetor. Mas Dylan é um filho da puta, autoritário e sociopata."

"Obrigado, irmão," - digo, irritado. - "Esse sou eu, e se Charlotte quer ficar comigo, terá que me aceitar assim."

"Ou te matar," - Dion comenta, e eu olho para ele. - "Estou errado?"

"Você não está ajudando."

"Eu achava que minha vida era uma merda, mas a de vocês ganha," - diz a mulher. - "Anna não é uma ameaça. Ela deve estar encantada por causa da sua aparência e do seu corpo. A maioria dos garotos são jovens e inexperientes, e ver um homem forte se importando com ela a deixou confusa."

(…)

Charlotte

Agora, com certeza, vejo a verdadeira personalidade de Dylan. E sabendo disso, não tenho certeza se nós dois daremos certo. Afinal, não sou de levar desaforos para casa.

Como se tudo isso não fosse complicado o bastante.

Depois que ele me deixou sozinha no quarto, decido tomar um banho para esfriar a cabeça. Depois de um tempo, saio do banheiro, ainda enrolada na toalha, e ao sair, encontro Dylan sentado na cama. Ignoro sua presença e vou até o guarda-roupa, mas ao passar perto da cama, meu braço é agarrado, e ele me puxa.

"Onde está o Aaron?"

"Com o Dion," - respondi enquanto ele me abraça forte, sentindo o meu cheiro no meu pescoço. - "Vai continuar com sua birra de adolescente?" - Sua mão desliza pela toalha, e eu mordo os lábios ao sentir seus dedos no meu corpo.

"Se fosse ao contrário?" - Pergunto, gemendo. - "Se um garoto estivesse interessado em mim, como você reagiria?" - Ele segura meu rosto, me faz olhar em seus olhos e me beija de forma selvagem. Viro meu corpo e abraço seu pescoço, retribuindo o beijo com a mesma intensidade.

"Seu corpo sabe quem é seu dono. Então, sua pergunta foi desnecessária."

"Mas você não respondeu."

"Tem certeza que não respondi?" - Ele puxa meu cabelo com firmeza, obrigando-me a encará-lo. - "Você é minha desde o momento em que coloquei os olhos em você." - Minhas reações são intensificadas por suas carícias, e eu me contorço em seu colo.

"Quem é você? O que fez com o meu Dylan?"

"Desculpa decepcionar, mas esse sempre fui eu." - Meu corpo explode em sensações enquanto me entrego ao prazer, e Dylan silencia meus gemidos com um beijo ardente. - "Diz para mim, quem é seu dono?"

"Você," - murmuro, ofegante, enquanto ele leva os dedos à boca e mantém seus olhos fixos nos meus, intensificando minha excitação.

"Vejo que você gosta do que está vendo." - Ele puxa minha toalha e se abaixa, enquanto eu agarro seus cabelos e o puxo para o meu seio.

"Você está apelando para o meu corpo. Vejo que também é esperto." - Ele ri. - "Então esse é o meu verdadeiro Dylan?" - Em poucos segundos, estou deitada na cama, e a intensidade do momento me envolve.

"Tem muita coisa que você não sabe sobre mim," - ele diz, posicionando-se sobre mim. - "Mas me pergunto: qual será a sua reação quando souber?"

"Também há muitas coisas que você não sabe sobre mim. Coisas que podem te fazer me odiar," - desvio o olhar, lembrando do meu passado.

"Contanto que você nunca me deixe, aceito qualquer coisa do seu passado." - Ele toca meu rosto com delicadeza. - "Eu te amo, Charlotte."

"Também te amo, Dylan," - respondo, envolvendo-o em um abraço apertado.

Bab berikutnya