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21. Aranhas altruístas

"O que nós fazemos, capitão?"

Mason voltou à realidade e observou seu redor.

As aranhas pareciam satisfeitas com suas colheitas e lentamente recuaram, carregando cerca de quarenta corpos em suas costas.

Os olhos de Mason tornaram-se resolutos quando ele ordenou.

"Nós paramos o máximo que pudermos. Não sei porque eles estão acumulando comida, mas não podemos permitir que tantos deles fujam assim. Luke, você seguirá aqueles que escaparem e descobrirá onde fica o ninho deles. Boa sorte!"

Ele não esperou mais e foi em perseguição às bestas, os outros o seguiram.

O grupo focou nas aranhas ocupadas com o transporte, já que elas não podiam contra-atacar, e com sua baixa inteligência, elas não montaram nenhuma formação defensiva ao redor delas.

Noah usou sua velocidade para aparecer na frente delas e dar uma estocada limpa em suas cabeças, que era seu melhor método para poupar "Respiração" contra o duro exoesqueleto delas e ainda assim matá-las com um único golpe. Enquanto isso, ele usava sua energia mental para prestar atenção no método de luta dos guardiões.

Mason usaria seu grande machado para desferir golpes devastadores, não se importando em atingir os corpos nas costas das aranhas.

Ele manejou sua arma com grande destreza e ímpeto criando sua área pessoal de destruição enquanto avançava no meio do grupo de bestas em retirada.

Noah não pôde deixar de pensar que, se fosse atingido por um daqueles golpes, morreria na hora.

Eddy e Rob tinham mais dificuldades.

Sua arte marcial era o estilo de espada Balvan, que era de rank 1, então seus efeitos eram limitados contra uma besta de rank 2 especializada em defesa.

Depois de perceberem que estavam apenas desperdiçando energia, eles começaram a usar suas espadas para retardar o máximo possível de aranhas, esperando que alguns de seus companheiros as exterminassem.

De tempos em tempos, um som agudo correria entre eles, e uma aranha cairia morta no chão com uma flecha de ferro cravada profundamente em sua cabeça. Luke os estava ajudando de certa distância enquanto seguia os espécimes mais rápidos retornando para o ninho.

Balor estava se saindo bem. Seus ataques não eram precisos mas tinham grande ímpeto, com o peso de seu corpo adicionado ao de seus martelos, cada golpe para baixo matava ou feria gravemente uma aranha.

O massacre continuou por vinte minutos, com apenas uma pequena parte do grupo de bestas conseguindo escapar.

Mais de trinta cadáveres de aranhas estavam espalhados pelo chão, manchando o terreno com sangue verde.

Os corpos dos aldeões estavam reduzidos a polpa ou severamente mutilados pela batalha.

"Haha! Os corpos das aranhas blindadas são realmente úteis para a criação de armas mágicas, quando o círculo interno vier limpar, seremos grandemente recompensados!"

Balor exclamou alegremente, e Eddy e Rob seguiram o exemplo, sorrindo radiantes.

Apenas Mason e Noah estavam franzindo a testa, perdidos em pensamentos.

"Essas bestas nunca reagiram à nossa presença, elas estavam apenas preocupadas em recuar com os aldeões mortos, algo não parece certo."

Ele olhou na direção de Mason e viu que ele provavelmente estava pensando na mesma coisa.

Ele levantou os olhos do chão e olhou para Noah balançando a cabeça, nem mesmo ele, com sua experiência, encontrou uma resposta para o comportamento estranho das aranhas.

"Sabremos mais quando Luke voltar, vamos descansar na aldeia por enquanto, talvez as histórias dos aldeões possam nos esclarecer."

Noah acenou com a cabeça enquanto os outros três homens pareciam confusos com as palavras do capitão, mas escolheram seguir suas ordens de qualquer maneira.

Eles precisavam de comida e descanso após essa batalha, e a missão estava longe de terminar.

Voltando à aldeia, Mason fez perguntas, mas no final, ele não encontrou nada útil.

Ele expos o que havia aprendido para os outros quatro enquanto eles comiam alguma sopa feita do que sobrou dentro da aldeia.

"Os ataques começaram há cerca de uma semana. No início, as aranhas matariam o gado da aldeia e o carregariam de volta para o ninho. Quando o gado acabou, elas miraram os humanos com o mesmo padrão: matar e trazer de volta. A situação se agravou até a invasão de hoje. De acordo com as descrições dos anciãos da aldeia, esses foram os maiores números que já atacaram, então podemos assumir que eles estão aumentando o número de seu grupo."

Noah franziu a testa.

"Isso não faz sentido, havia altruísmo em suas ações, eles nem mesmo se protegeram!"

"Nós matamos muitos deles, porém, creio que podemos supor que o número deles no ninho não deve passar de sessenta."

Rob argumentou, tentando levantar o moral do grupo.

A porta da casa em que estavam se abriu e a figura de Luke apareceu. Ele calmamente se sentou no lado oposto de Mason e tomou um gole da sopa de Eddy.

"A entrada do ninho fica a algumas horas de viagem para o Leste. É uma caverna naturalmente formada. Segui as aranhas por um tempo lá dentro, mas depois optei por recuar por medo de ser cercado."

Mason assentiu e perguntou.

"O que você acha da situação?"

Luke deu mais um gole na tigela de Eddy.

"Era estranho, eu podia claramente dizer que eles estavam acumulando comida, mas havia muitos cadáveres de aranhas dentro da caverna. É como se estivessem passando por uma reprodução forçada apenas para comer sua prole."

Rob estava com nojo de pensar nisso e praguejou alto.

"Uma besta, mesmo sendo mágica, ainda é uma besta no final."

Noah estava ainda mais confuso agora, o comportamento deles não fazia sentido.

Se eles precisavam de comida para se reproduzir, por que comeriam suas crias?

O que valia a pena morrer, para uma besta mágica?

Mason revisou todas as informações que tinha e fez o plano de ataque.

"Nós reunimos alguns recursos esta noite e depois montamos um acampamento na frente da entrada do ninho. Amanhã de manhã, entraremos para explorar e limpar a caverna. Se cortarmos o reabastecimento de comida deles e diminuirmos seus números aos poucos, estaremos completamente seguros enquanto ainda completamos a missão. Preparem-se, partimos em uma hora."

Ninguém objetou, então eles se prepararam, e, à meia-noite, montaram uma lareira a cinquenta metros da entrada do ninho.

Eles se revezavam para vigiar durante a noite.

Quando chegou a vez de Noah, ele não pôde reprimir a sensação de perigo que a caverna o fazia sentir.

Não importa o quanto ele revisava as informações que tinha, ele sempre sentia que estava faltando algo.

'Bestas mágicas altruísta, acúmulo contínuo de comida, canibalismo. O que realmente está acontecendo?'

Nada que pudesse ligar todas essas peças de informação veio à sua mente.

Ele se acalmou e organizou sua mente, ele estava pronto para a batalha que viria pela manhã.

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