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Arco 1 Capítulo 10 "Yuki e o Dom da Magia"

Yuki agora se encontrava de volta à cidade de Kandori no Uta após ter tido sua consulta com Nikola Tesla, seu médico, cientista e colaborador pessoal.

— Ai, ai... Meus movimentos parecem mesmo letárgicos.

Movendo o seu ombro como se estivesse rígido, ela comentou sobre a eficácia da "vacina" que diminuía seus poderes e suas capacidades totais.

— Pelo visto foi um sucesso.

O efeito dentro do corpo dela, de acordo com Nikola Tesla, seria prolongado conforme o tempo passasse.

Não fazem nem meia-hora dês da vacinação e ela já havia percebido o quanto funcionou.

— Que redundante... Gosto muito dos meus poderes sobrenaturais, mas tenho que cada vez mais me parecer com uma menina normal só pra não causar comoção geral na sociedade e no mundo.

Ela soltou uma risada de ar pela boca pensando nisso.

— Não é tão ruim... Ser normal.

Os olhos dela fraquejaram um pouco quando essa sentença de palavras saíram pela boca, refletindo o interior dos desejos do coração de Yuki.

Mas antes que se tornasse algo melancólico ela se livrou disso balançando a cabeça e se moveu pra frente.

Pois de certo...

— De certo que aquela organização está a espreita, não é? Eles finalmente me acharam...

Foram palavras levianas no entanto.

☆☆☆☆

De volta aos subúrbios, Yuki não fez nada mais do que caçar e destruir maldições. Ela passou a tarde toda assim, suspeitando do misticismo que ocorria nesta cidade.

Não era uma cidade onde cultuavam deuses ou que tinha algum passado sobrenatural. Na verdade, pode-se dizer que a maior parte da população vive isenta de algum tipo de crença ou religiosidade.

O que não significava nada em relação ao mundo oculto, se ele agiria ou não.

— Na verdade, por conta do pensamento quase unificado dos cidadãos daqui, é mais fácil do paranormal se infiltrar e propagar suas distorções na Realidade sem que eles possam sequer duvidar de que algo ocorreu. E todos seguem suas vidas normalmente como veem.

Concluiu isso enquanto mexia no chão com o dedo.

Ela sentada, com as pernas cruzadas em uma área não muito movimentada, de forma paciente como que esperando por algo.

Acima de sua cabeça, o céu dando seus sinais do fim da tarde. E ao redor dela, um local abandonado pela prefeitura.

Porque estar neste lugar? Era o que alguém sensato se perguntaria quando visse uma menina pequena e de aparência chamativa como a dela.

Bem, uma menina que anda por cemitérios, casas abandonadas e lugares obscuros, com poderes como os dela, não poderia estar aqui para fazer outra coisa se não...

— Ah, aí está. Estava esperando você, amiguinho.

Uma presença logo apareceu naquela rua.

Era um homem de aparência precária digno de pena. Um morador de rua e parecia cambalear em direção a ela. Vagava sem rumo como se fosse um morto-vivo.

Yuki se levantou do chão com um salto, demonstrando toda sua flexibilidade, e estando de pé limpou-se dando uns tapinhas na roupa.

Assim que se limpou vagamente, ela olhou para o homem com um olhar de pesar.

— Pobre coisa. Fizeram algo ruim com você, não foi? Quem fez isso com você? Foi você quem buscou esse tipo de poder? Consegue entender o que digo?

A princípio, nada estava tão anormal com esse indivíduo a ponto de fazer Yuki insistir tanto. Todavia, o que ela via não era o que olhos comuns poderiam ver.

Parando à uma distância segura, aquele "homem" sentiu algo.

Algo que vinha do interior. Algo que oscilava em seu ser. Algo que queimava dês de sua alma até a carne. Que queria sair e cumprir seu papel.

Esse "algo" tão anormal estava emanando tamanha energia obscura que o ar chegava a ficar pesado.

Uma pessoa normal poderia sentir tontura e dores de cabeça na presença dessa opressão maligna.

De sorte que Yuki não era nada normal e conseguia suportar a entrada do paranormal visível e físico para o mundo comum.

Sim...

Quando a força sobrenatural se torna tão densa, ela se manifesta no mundo físico de forma física.

Não como ela é realmente, mas como cabe à percepção humana os ver. Assim, o oculto tomava forma de fato. Pois se apoderava do imaginário das mentes das pessoas.

O que as pessoas temem acabam por existir.

Porque o mundo não-físico é composto e moldado pelos pensamentos, sentimentos e crenças dos seres humanos.

Não criado, pois sempre existiu.

Mas moldado...

— Uhg...! Ahg...! Aauhg!!

— E-ei... Você parece estar sofrendo muito. Mas não se preocupe. Eu vou te tirar dessa.

E não era como se aquele indivíduo desse ouvidos ou sequer se importasse com as palavras desta menina de estatura baixa.

Na verdade...

Na verdade o seu "senso comum" lhe dizia apenas uma coisa: "Mate-a" e "Mate-a agora".

Por isso...

— ....!!

O braço esquerdo do homem se decompôs em aparência pútrida como se estivesse se transformando em algo antinatural.

Yuki fez cara feia para essa aberração da natureza enquanto o braço daquele homem tomava cada vez mais forma de algo semelhante a tentáculos e garras escuras.

Aquilo que antes era um braço comum, acabou se tornando uma aberração podre e decomposta. Amaldiçoada pelos céus e terra.

— É. A coisa tá feia mesmo...

Pelas palavras da garota de olhos coloridos em cor de azul celeste e amarelo como o sol de meio-dia, era verdadeiramente algo diferente das meras maldições que ela extinguiu ao longo do dia.

Yuki ao longo do dia, teve contato com mais de 14 maldições.

— E nenhuma delas tinha um nível tão elevado de crueldade e malícia...

Cada maldição, dês das menores como um acidente no trabalho, telhado caindo na sala ou perca do emprego, até as mais pesadas como falência cardíaca, acidente grave no trânsito ou maldição hereditária que passava de pai para filho, todas essas não tinham uma influência o suficiente para tomar forma física e visível no mundo.

Mas essa tinha.

Em suma...

— Esse aí é mais forte que as 14 maldições unidas...

Mesmo concluindo isso, ela não deixou de sorrir. Seria um sorriso de nervosismo por tomar ciência disso agora ou seria outro sentimento?

Antes de pensar mais a respeito, Yuki foi surpreendida.

O oponente moveu o seu "braço" esquerdo em direção a Yuki que estava parada. Naturalmente, mesmo que aquela garra pútrida fosse maior que um braço comum, não, maior até que o torço inteiro de um ser humano, seria insuficiente quaisquer chances de ataque — dada a distância de alguns metros entre eles.

Mas...

Aquela garra, como se fosse um tipo de chicote-mola, se esticou para frente com velocidade suficiente a ponto de reduzir a distância em um mero piscar de olhos.

— ....!

A olhos humanos, seria o fim. Em ocasiões humanas, aquilo iria esmagar a cabeça da menina e acabaria com sua vida em um instante.

Mas não foi isso o que aconteceu.

— .....

Yuki rapidamente reagiu como uma bala e desviou para o lado tendo pequenos fiapos do seu cabelo branco retirados.

Foi em um piscar de olhos, mas foi o suficiente.

Ainda no embalo ela utiliza a sua palma como lâmina e produz um ataque de cima para baixo, cortando aquela garra negra como manteiga.

— Iá!

O braço se partiu em dois e um líquido escuro como lodo vazava do ferimento.

— Ghhhhyy!!

A criatura grunhiu de dor ao receber o contra-ataque da menina e se contorceu.

Sim. O braço se contorceu individualmente, mantendo a base (o homem moribundo) intacto.

— Seu parasita!

Enquanto denunciava a natureza grotesca desse ser, Yuki pulou para trás em reflexo pois seria acertada pelo tentáculo decepado que se balançava como uma lombriga.

— Cortei ao meio mas parece resistir bem...

Não só isso como a secreção preta parou de sair em um instante.

— ...Sendo assim, vou cortar esse mal pela raiz!

O jeito seria arrancar aquilo a partir do ombro do hospedeiro.

Em outras palavras, Yuki teria que ser cirúrgica na hora de decepar completamente o braço daquele morador de rua.

Mas isso resolveria o problema?

Ela teria que apostar, em último caso, que usaria o seu dom de curar para limpar todas as impurezas que contaminam a mente e a alma daquele homem.

Por isso...

— .....!

Ela chutou o chão de onde estava com um salto seguido de um giro no ar e colocou partículas de hidrogênio na sua palma, formando uma pequena luminosidade azul ao redor.

E com isso, ela iria desferir um golpe reto na altura do ombro do indivíduo. Se errasse alguns centímetros que fosse, o golpe poderia cortar o pescoço ou infligir dano no torço.

Por isso ela tinha que ser cirúrgica o suficiente, e por toda a sua atenção neste golpe final.

— ....!?

...E antes que ocorresse o que ela planejava, algo alheio à situação a ataca.

— Ah!?

Veio reto, vindo do braço decepado em sua direção.

Yuki se esquiva em pleno ar, como consequência mudando sua trajetória para outro lado e pousando no chão deslizando os sapatos.

— Isso foi...

Quando ela parou para ver melhor, percebeu que aquele braço se reproduziu em um tentáculo que saiu do meio, tomou forma de um braço menor e a atacou.

Percebendo isso ela se levanta.

— Parece que não é tão simples assim, hein?

O seu olhar bem decorado com cílios finos e brancos visualizou a parte cortada e percebeu que do corte dois braços se regeneraram.

Ou seja...

— Capacidade de se regenerar quando cortado. Se multiplica e ainda pode gerar protuberâncias na extensão do próprio corpo... Há, há! Isso até que é divertido!~☆

Ela esboçou um enorme sorriso quando se deparou com um inimigo formidável.

Isso não tirava a tensão em haver um ser humano usado como hospedeiro para uma existência maligna dessas, e Yuki deveria nutrir grande comoção por isso.

Mas o fato dela ter descoberto uma entidade nova a deixou animada.

— Ei, ei, me diz. De que mitologia você veio? De qual crença ou religião você saiu? Não se parece com nada do que eu já li por aí!

A forma bizarra não se assemelhava com nada do que ela lembrava de ter visto registrado em alguma mitologia ou conto.

O máximo que poderia dizer era que tinha certa peculiaridade com a Hidra da mitologia grega, onde diz-se que da cabeça cortada da Hidra, uma enorme serpente do mar, nascia mais duas e assim por diante.

Mas algo com aspecto de mãos!? O que está havendo aqui afinal de contas?

Talvez fosse algo novo que nunca foi registrado em nenhuma crença popular.

Ou apenas...

— Talvez seja só uma representação de uma maldição poderosa que tenha tomado essa forma. Ainda assim, é incrível e mágico!

Ela não deixou de se empolgar.

Mas o outro lado não demonstrava esse tipo de sentimento. Era algo neutro. Era instinto. Um instinto de apenas esmagar aquela que feriu seu corpo.

— Hghhggh...!

— Essa coisa tá fazendo um barulho mesmo! Isso pode ser beeem ruim!

Incrivelmente suas palavras não condiziam com o estado de felicidade enérgica que ela produzia agora.

Então, conforme Yuki Sato havia dito, a situação se complicou um pouco mais quando do corpo principal, que era aquele braço com vida própria, vários outros braços e tentáculos menores se formaram, formando uma imagem grotesca a vista.

— Tá legal. Podem vir!

Ela bateu nos punhos de forma que ar explodiu balançando o seu casaco esportivo vermelho e seus belos cabelos.

E como que entendendo o chamado, aqueles braços e mãos se esticaram em conjunto na direção da jovem com a mesma velocidade e intensidade da primeira e segunda mão que eram como uma bala.

Yuki respirou fundo e infundiu suas mãos com nitrogênio, formando uma camada fina de luvas que serviriam para o ataque.

Logo, quando as mãos chegaram perto o suficiente...

— Uh, iá!

Ela se esquivou de algumas usando passos semelhantes a dança e girando seu corpo, onde elas colidiram com o asfalto destruindo-o em buracos.

Mas os que iriam acertá-la em cheio, foram rebatidos por socos congelantes de Yuki que ao toque congelavam as garras instantaneamente, somado à potência dos golpes dela, explodiam se estilhaçando em milhares de partículas de gelo.

O nitrogênio pode chegar à temperaturas de -150°C, sendo essa uma temperatura extremamente baixa o suficiente para congelar certos aspectos da matéria instantaneamente.

Sabe-se que a água congela à 0°C e o álcool á -115°C. Mas a substância escura não aparentava ser nem um e nem outro, por isso Yuki arriscou usar um dos componentes de menor temperatura que existia presente no universo.

Curiosamente funcionou, mesmo sendo um aspecto visível de uma maldição que é considerado algo puramente sobrenatural.

Isso abre margem para pesquisas sobre o que seria de fato o mundo paranormal.

Mas Yuki não tinha tempo para isso agora.

— Iá!

Sem dar tempo para que os tentáculos se regenerassem, ela chutou um que estava preso no solo, usando do mesmo nitrogênio das mãos e o esmigalhando com o impacto.

Girou o torço e esmurrou o segundo e o terceiro que ali se encontravam.

Assim, aqueles braços todos que a atacaram se transformaram em esculturas de gelo.

Mas...

— Ainda não é o suficiente... Preciso diminuir ainda mais a temperatura ao meu redor.

E ela diminuiu ainda mais a temperatura, onde termômetros universais marcariam a presença de -200°C.

O ar ali começou a esfriar rapidamente a partir de Yuki e se tornou rarefeito.

Com os gases como o carbono e o próprio oxigênio indo do estado gasoso para o líquido devido às incríveis temperaturas congelantes emanando dela.

Partículas d'água no ar se tornavam neblina e flocos de neve e suas pegadas no chão marcavam como gelo.

Em resposta à essa mudança estratosférica no ambiente daquela tarde onde o sol foi quase tampado e o ar difícil de se respirar, o morador de rua deu um passo para trás como se fosse um ser consciente.

Talvez ele tenha visto o perigo que essa menina representava?

Yuki olhou para a sua palma pálida e expirou o ar congelante.

— Por causa da queda drástica dos meus poderes em função do remédio, esse é o meu limite?

Ficou surpresa ao pontuar isso.

Então, em meio à essa mini era glacial e de neblina com um ar pesado e difícil de ser respirado e úmido como se fosse o topo de uma montanha, ela cerrou o punho.

— Vamos acabar logo com isso.

A clara demonstração de intimidação nas palavras de Yuki, a criatura do braço reagiu com desdém e ferocidade.

Não era racional como um ser humano, mas podia-se dizer que tinha traços de um animal que entende o perigo iminente e ruge em resposta.

Yuki caminhou pela névoa em direção à maldição manifesta. Os tentáculos extras que saíram do corpo principal foram todos destruídos e não havia mais nada a se fazer com eles.

Uma humilhação.

Foi sem dúvidas uma humilhação para essa maldição que teve seu propósito de existência pisado pela garota.

Mas era uma maldição como as outras. Então deveria cumprir seu papel ao qual veio ao mundo.

Ela deveria matar a intrusa e se apossar deste corpo poderoso, para assim se tornar mais e mais forte.

Para isso, a maldição tinha e deveria esmagar aquela garota.

Esmaga-la. Esmaga-la. Esmaga-la. Se lançou com ferocidade para cima da menina juntando toda a sua força em uma massa uniforme e sem aparência de nada. Utilizaria toda a sua energia para por um fim nisso.

E então...

— .....!!

A jovem cerrou o punho com força e desferiu o golpe para cima, em direção aquela massa uniforme e pesada de cor escura.

Ambos se chocaram.

E houve uma grande explosão.

A criatura entrou em contato com a mão da menina e explodiu como um balão, tendo seus pedaços espalhados e caindo por todos os lados daquela rua abandonada.

O choque foi tamanho que a neblina se espalhou junto da atmosfera fria.

E tudo o que restou foi uma jovem garota de cabelos cor de neve em meio aos flocos de gelo que brilhavam com a luz solar que finalmente entrava naquela área. Mesmo que sendo a luz do fim da tarde.

E tudo voltou ao normal.

— ....

O corpo do homem caiu de bunda no chão, se escorando na parede de um prédio abandonado.

Ele parecia estar recobrando a consciência como quem teve um longo sono.

O que ele escutou foi...

— Você está bem?

— Ah... Eu... Eu... Ah! Meu braço! Ele!

— Está tudo bem agora. — falou a medida que a temperatura estabilizava de novo.

O homem rapidamente respondeu à voz com bastante confusão e pareceu ter se lembrado de algo horrível. Ele olhou para o seu braço esquerdo e viu o mesmo recoberto por uma camada de gelo.

Ali estava Yuki segurando as pontas de seus dedos.

— ...O que... O que aconteceu, mocinha...?

Mas ela apenas sorriu e o gelo mágico que curou o braço do homem se partiu em partículas de cristal. E nada de incomum se encontrava ali.

Tendo essa visão daquela que disse "Está feito", o homem de meia idade turbou o rosto quando a mesma sorria para ele.

E os olhos se marejaram em lágrimas.

— Você... É um anjo...!?

Foi a única coisa que ele pode dizer ao ver essa garota de feições adoráveis.

— Poderia me responder uma coisa, sim?

— Claro...

Ela sorriu com a impressão que o homem teve dela e questionou:

— Você sabe me dizer exatamente como fez para entrar em contato com uma maldição daquela?

— Maldição... Eu... Eu...

— ...?

— Eu não lembro... Me desculpe... Eu não lembro...!

O homem começou a chorar. Certamente lembrar-se disso lhe causava um enorme peso na consciência e de nada sairia dele.

Por isso, Yuki achou melhor deixar por aqui.

— Menina, quem é voc-...? Cadê?

...E ela já não estava mais ali.

♧◇♧◇♧◇

A noite predominava na cidade, e Yuki andava com as mãos nos bolsos da calça, pensativa sobre os eventos que ocorreram.

"Sem dúvidas os dias recentemente estão bem estranhos."

Maldições e obras do paranormal mais extremas.

Ela tinha alguém em mente.

— Então eles me acharam, né?

Uma organização mágica que cruzou caminhos com Yuki no passado. O resultado não foi tão primoroso assim.

Ela parou no meio da calçada e olhou para a vitrine da loja ao lado. Era seu reflexo ali.

Vendo a si mesma, ela pensa em como não mudou dês de que nasceu.

Não crescia dês dos seus onze ou doze anos. Nunca soube o porquê.

Ao mesmo tempo que contemplava a sua aparência, lembrava-se também de tempos passados.

Uma época que aquela organização iria agir mas Yuki impediu.

— Aquela seita esotérica que usa do Tarô para acessar o mundo mágico.

Claro, poderia existir milhares de seitas e doutrinas que utilizavam das cartas de Tarô, mas apenas uma marcava a mente dela.

Foi quando ela pensou nisso que...

— ...! Isso é!?

Que sentiu algo estranho no ar.

Algo incomum.

Uma pressão mágica diferente das maldições.

Era uma pessoa. Era alguém capaz de usar magia.

— Sinto a malícia daqui. E está mais a diante!

Se perguntando o que era, Yuki não pensou duas vezes antes de bater perna e sair correndo no meio do trânsito, prédios e pessoas.

Magia. Paranormal.

Se alguém deveria verificar esse tipo de coisa nesta cidade, deveria ser ela.

Não que ela se considerasse um tipo de guardiã divina ou algo assim.

Mas existia a necessidade de se envolver com o lado mágico do mundo.

É mágico — é obscuro.

— Então ela chegou mesmo? É ela... Sem sombras de dúvidas. Fenícia...

Um enorme salto no céu noturno foi feito. Yuki que escondia sua presença das pessoas normais era vista pela lua atrás dela.

— Aquela seita esotérica chegou...

Um nome e uma seita... O passado da menina confrontaria ela para o futuro.

♧◇♧◇♧

...Ela correu rapidamente quando escutou barulhos por perto.

E assim que chegou naquela praça escura, avistou uma mulher de preto segurando uma enorme lança e que atacava um menino assustado.

Em reação a isso, ela pulou até o menino e chutou aquela lança de metal para longe.

Estendendo o braço para proteger o garoto de cabelos pretos, disse ela em alto e bom som:

— Eu não vou deixar que você machuque ainda mais esse menino. Eu o protegerei!

Foi naquele instante que ela se encontrou com ele pela primeira vez.

...E é a partir desse ponto que a história se desenrolou até o presente momento.

Yuki é uma fofa.

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