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Capítulo 000: O encontro no topo da torre.

Kam observa atentamente a ampla cozinha: repleta de plataformas, inúmeras cozinheiras em frenesi, diversas mesas adornando o ambiente com suas delícias.

Subitamente, todas as cozinheiras surpreendidas, tratam de manter-se o mais distante possível de Kam.

Os soldados apontam suas espadas na direção do homem, mostrando uma face raivosa, ainda que não conseguissem esconder o medo que sentiam após o susto que levaram.

Um soldado magricelo, tomado pelo medo, suor e pernas trêmulas, dá um passo à frente e tenta se comunicar em um tom de voz alto.

— Quem é você? Solte sua espada. — Ele implora, esperando uma resposta pacífica do espadachim diante dele.

Kam, com um olhar sedento por sangue, vira o rosto na direção do soldado que acabara de falar, ignorando completamente a ordem do soldado.

— Corre! — grita Kam.

O soldado arqueia uma das longas sobrancelhas douradas, confuso.

— Do que você está…

Antes que o pequeno soldado pudesse terminar sua própria fala, Kam o ataca implacavelmente, cortando-o ao meio com um único golpe na cintura. As tripas se espalham no chão, o sangue marca e impregna a espada carmesim de Kam.

Todos os outros soldados que ali estão, ficam embasbacados com oque acabaram de ver.

Um, dois, três segundos se passaram até que um soldado resolveu atacar. Ele correu rapidamente em linha reta, e pelas costas, tentou dar uma estocada com uma espada.

Um sorriso largo saltou da boca do soldado, que usava uma armadura de couro. No entanto, ele não teve tempo de reagir quando sua cabeça foi separada do corpo pelo espadachim antes mesmo de conseguir acertar um golpe na costa do seu oponente.

Kam avança implacável em direção aos demais soldados, emanando um olhar temível. Com uma sequência certeira de golpes diagonais, verticais e horizontais, ele aniquila todos os guerreiros em seu caminho.

****

Sangue, braços, pernas, cabeças, mesas e comidas, espalhados por toda a grande cozinha. Kam aniquilou todos ali dentro, desde os soldados até as cozinheiras.

Sem escrúpulos — e banhado de sangue desde os pés até a cabeça — ele caminha lentamente em direção a uma escada.

A escada que Kam caminha é espiral e construída com pedras cinzas, iguais às pedras da parede que o cerca. O local é estreito, permitindo somente dois metros de espaço para Kam se deslocar.

Com pouca luminosidade proveniente de algumas lamparinas fixadas na parede, Kam seguia em frente.

Seus passos pesados e o som de suas correntes batendo nas placas de ferro da armadura eram os únicos ruídos presentes naquele lugar, até que outros passos começaram a ser ouvidos pelo espadachim.

"Soldados", pensou o Espadachim.

Vários soldados descem a mesma escada onde Kam se encontra, todos usando armaduras e elmos de prata, portando escudos de ferro e empunhando espadas prateadas de um metro.

"Uma torre, hmm", refletiu o espadachim.

Kam segurando firmemente sua espada Ragnarok, dispara em alta velocidade pelas escadarias. Em um instante, os soldados são surpreendidos pela sua investida e ficam sem reação diante do ataque.

Sem dar tempo para que se organizem, Kam desfere múltiplos golpes, cortando e desferindo estocadas em cada um dos soldados que ali se encontram.

O seu treinamento rigoroso e habilidades excepcionais com a espada se mostram evidentes enquanto ele demonstra uma maestria incomparável contra seus adversários, em um ritmo frenético.

****

Andar por andar, à medida que Kam avançava, mais soldados surgiam em sua frente, porém ele eliminava todos.

Quanto mais ele caminhava, mais sangue jorrava e mais tripas eram arrancadas de seus inimigos.

Nos degraus por onde ele passou, restos de corpos desmembrados e destruídos marcavam sua trajetória.

Com passos lentos e pesados, a espada e o corpo banhados de sangue inimigo, Kam, o espadachim demônio, enfim chegou ao último andar.

Seu rosto retorcido de raiva e determinação evidenciava o esforço e as dificuldades enfrentadas para chegar até ali.

Entretanto, havia uma última barreira que o impedia de prosseguir. Uma robusta porta de madeira de carvalho bloqueava o caminho do espadachim.

Sem hesitar, Kam desferiu um chute poderoso com a sola do pé direito, fazendo a porta se quebrar e cair no chão, abrindo uma passagem para ele. O barulho da porta caindo, ecoa por todo o salão que está à frente de Kam.

O salão, de proporções grandiosas, apresenta uma decoração exuberante em branco e vermelho.

Amplos pilares brancos se destacam em meio à volumetria da edificação. As janelas, ornadas com suntuosas cortinas vermelhas, adornam a parede lateral do espaço.

O chão, imaculadamente branco, reflete a luz ambiente e confere um ar majestoso ao ambiente.

No centro da parede oposta, em posição de destaque, ergue-se um portão gigante pintado em ouro — uma peça que resplandece em meio a toda magnificência do local.

Kam deu de ombros, sem se importar com nada ao seu redor. Adentrou o local e caminhou em direção ao portão, ciente de que encontraria o que procurava assim que o atravessasse.

No entanto, quando chegou ao centro do salão, o portão de ouro se abriu lentamente, fazendo as dobradiças rangerem.

Ao abrir os portões dourados, o carrasco, uma figura imponente com mais de dois metros de altura, surge à vista.

Ele traja uma máscara negra pontiaguda na cabeça, uma calça marrom e um par de sapatos de couro reluzentes.

Num instante, seus olhos se encontram com os de Kam, exibindo uma expressão feroz de raiva.

— Meu mestre avisou que você apareceria a qualquer momento. Que bom que ele falou a verdade, assim poderei matá-lo — proferiu o carrasco, com sua voz rouca e determinada.

Kam soltou apenas um leve sorriso e começou a caminhar em direção ao carrasco. Seus passos eram firmes e determinados, como se estivesse pronto para enfrentar qualquer desafio que viesse pela frente.

— Eu não tenho tempo para brincar com fracassados igual a você, saia da minha frente.

A medida em que o espadachim avançava, sua velocidade aumentava gradualmente. Seus passos rápidos e firmes indicavam uma preparação cuidadosa para o confronto iminente.

À medida que o adversário se aproximava, uma mudança súbita ocorreu nos olhos de Kam. O brilho do ódio preencheu suas íris, iluminando sua expressão com uma feição de fúria implacável.

A espada vermelha que ele empunhava reluzia com uma luz intensa, como se soubesse que sua função estava prestes a ser justificada.

E no centro da lâmina, o nome do lendário Ragnarok era proclamado em ênfase, anunciando assim a iminência de uma batalha.

— Sai logo da minha frente — gritou Kam.

Kam disparou em alta velocidade na direção do carrasco.

O dito-cujo tentou disparar na direção de Kam, mas sua lerdeza o fez apenas dar alguns passos para frente.

Em um ataque brutal e barulhento, Kam deu um grande salto para frente e, no ar, executou um giro feroz — parecendo um furacão — enquanto empunhava a espada com as duas mãos.

Seu golpe foi certeiro e único: atravessou todo o peitoral do carrasco, explodindo carne e sangue para todos os lados, principalmente sobre Kam mesmo.

O espadachim tombou ao solo com tranquilidade. Com um olhar sério e frio, caminhou para perto do portão de ouro sem fitar para trás, deixando a carnificina naquele aposento.

Os destroços do carrasco jaziam sucessivamente pelos cantos da sala, transformando o chão antes branco em um vermelho carmesim intenso.

Kam utilizou a sola do pé para desferir um potente chute no portão dourado, que se chocou com força na parede e produziu um estrondo ensurdecedor, reverberando por toda a extensão do local.

O espadachim observou o ambiente ao seu redor, suas paredes negras em contraste com os pilares brancos. Dirigiu então seu olhar ao chão, onde um extenso tapete vermelho conduzia ao centro do salão.

Ali, em um imponente altar com cinco degraus de ouro, encontrava-se um trono que abrigava um homem sentado com as pernas cruzadas e o queixo apoiado em uma das mãos.

O olhar do indivíduo parecia transbordar de desdém, e embora suas vestes sugerissem tratar-se de um padre, o brilho prateado que emanava de seus olhos deixou claro para Kam que o servente do diabo se encontrava naquele trono.

Um sorriso maléfico, doentio e psicopata brotou no rosto de Kam, emanando uma aura demoníaca que o envolvia.

Com passos calculados, ele caminhou em direção ao majestoso trono, enquanto o suposto padre arqueou suas duas sobrancelhas branqueadas e se ergueu lentamente para encará-lo.

— Pare aí mesmo, Espadachim Demônio.

— O que? Não estou escutando, deixa eu chegar mais perto — respondeu Kam, dando uma grande gargalhada logo em seguida.

— O'Que te trouxe para este fim de mundo?

— Minha espada estava com fome — responde Kam, logo depois aponta a espada na direção do pescoço do padre. — Ai na coincidência, não é que acabei achando um lanchinho pra ela nesse fim de mundo.

O padre revira os olhos, mostrando estar com muito tédio. Logo depois, ele começou a caminhar para fora do altar.

— Idiota!! O único que irá virar lanchinho aqui é você — retrucou o suposto padre.

— HaHaHaHa!!! Me diz aí, por que um bicho igual você está aqui? — Kam deu uma gargalhada bem alta. — Te abandonaram?

— Bom… não é nada demais você saber disso — o padre abre os dois braços. — Nesta cidade, a quinhentos anos, foi enterrado um amuleto, uma jóia na verdade.

— Tsk? — estranhou Kam, que parou de andar e ficou curioso sobre o que o padre dizia.

— Esta joia aprisiona a alma daqueles que morrem em sua proximidade e as almas aprisionadas fornecem poder ao usuário que a detém. Proximidade não, todo o território desta cidade, hahahahaha — afirma o velho, apontando o dedo indicador da mão direita na direção de Kam.

— Hum? E você encontrou ela? — perguntou Kam.

— Claro que sim, achas que sou igual a você, ser insignificante! — desdenha o padre, empinando o nariz e olhando com desgosto nos olhos de Kam.

— Bom, você pegou ela então?

— Não só a peguei, como fundi meu corpo com a jóia. Imagine, todo o poder de quinhentos anos bem na palma de minha mão, imagine, Espadachim Demônio!!!

"Droga! Essa merda deve estar com as almas até das pessoas que matei. Bom, a jóia deve estar na merda deste corpo. Vou fatiar esse cara até encontrar essa merda de jóia.", pensou Kam, rangendo os dentes brancos.

Suas duas mãos apertamo cabo da espada carmesim, sua respiração se torna ofegante, seu olhar fixo no olhar do padre demonstra ódio — muito ódio.

— Não a nenhuma forma de evitar essa briga? — pergunta o padre, saindo do altar onde ele estava.

— Você já sabe a minha resposta — afirmou Kam.

Ao ouvir o que o espadachim diz, o suposto padre fecha ambos os olhos e exibe um largo sorriso branco.

Barulhos dos ossos sendo triturados começaram a ecoar pelo corpo do religioso. Seus músculos cresceram rapidamente, fazendo com que a roupa que ele vestia se rasgasse por completo.

Veias começaram a brotar do corpo nu do velho, mas a pele não acompanhou o crescimento dos músculos do padre e acabou se rasgando, deixando apenas os músculos gigantes à mostra.

O monstro agora atingia a altura impressionante de oito metros. Seu rosto contorcido, repleto de veias, explodiu em uma cena macabra.

Em seu lugar, uma grande e impiedosa cabeça, adornada por ossos de cavalo e dois chifres, ostentava sua ferocidade. No centro de sua barriga, entre os músculos que se retorciam, surgia uma grande boca ameaçadora.

Os pés, agora parecidos com os de elefantes, e as mãos, com características dos primatas, completavam a forma horrenda da besta.

Uma grande fumaça saiu da boca gigante no centro da barriga da criatura: — Meu nome é… Belzéputrefactus!

Kam, apenas olha para aquela cena com um olhar de nojo. Um grande suspiro é solto do nariz do Espadachim.

— Vá para o inferno que é o seu lugar!

O monstro, ao escutar as palavras do guerreiro, levou a mão esquerda até uma pilastra ao lado. Com um movimento fácil e sem esforço, arrancou-o do chão, fazendo o teto desabar ao seu lado, criando um forte estrondo. A luz solar invadiu o local, acompanhada de uma nuvem densa de poeira.

— Se eu morrer, te levarei junto, aberração!! — gritou Belzéputrefactus.

O pilar branco foi atirado em direção a Kam. Devido à fumaça que se espalhara pelo salão, ele só percebeu o objeto quando este estava a alguns metros de distância. Contudo, Kam não era lento.

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