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3.5

"Os portões! A capital está ali! Olha!" James exclamou ao olhar, ao ver pela janela a capital não muito longe de onde estavam. Eles logo chegariam com um pouco mais de tempo.

Brandon se inclinou sobre a janela junto ao garoto e também viu os muros e o portão aberto que dava a entrada para a capital. Havia algumas carroças e carruagens em fila para serem identificadas e entrarem. Isso era algo rotineiro, só que o número ali era um pouco maior dado que o festival está próximo e seu número só aumentaria com o passar dos dias.

No entanto, as carruagens dos Miller, ou de qualquer outro nobre, não teria que passar por tal fila, pois os procedimentos eram mais curtos e menos rígidos, embora algumas vezes ainda criam-se quando há um número maior de nobres querendo entrar.

"Estou vendo." Disse ele.

Ferion, que estava sentado junto a eles, não disse nada. Ele olhou para ambos olhando para fora e os observou. Não é como se não entendesse, ainda se lembrava da primeira vez que foi para a capital, e ficou contente por ver o entusiasmo de seu irmão e de Brandon, resultando em uma leve curva no canto direito de sua boca.

"Quanto tempo será que vai demorar para chegarmos?" Questionou James.

"No máximo dez minutos."

Os olhos castanhos e verdes direcionaram para a voz que soou na cabine. Os dois viram o rosto sério de Ferion, sua face comum, e voltaram a assistir o céu azul e a capital cada vez mais próxima.

"Nós vamos passar por algum ponto turístico? A academia, o templo, ou a torre?"

"Não. O caminho é pela rota do distrito comercial, mas nossa casa fica relativamente próxima do templo."

"Então, eu não poderei ver a torre?"

"Não de frente. Estamos entrando na parte oeste da capital. A torre fica do lado leste. Mas deve ser possível ver. Ela é a maior construção da cidade, superando até o palácio imperial."

"Oh~" James murmurou impressionado, com o rosto infantil balançando em entendimento. Era fofo para quem visse.

*

Diferente das ruas da cidade de Killos, a cidade natal dos Miller, o distrito comercial de Asther era mais desenvolvido, com ladrilhos de pedra e algumas árvores em posições estratégicas para darem uma atmosfera natural e agradável, com várias lojas com detalhes e decorações sofisticadas. Até mesmo a loja mais simples poderia se equiparar a uma média-baixa de Killos.

Havia lojas de diferentes tipos, de boutiques e joalherias até armas e papelarias. E os clientes estavam em todos os lugares, com roupas elegantes ou boas. Um nobre seria destacado na multidão se fosse com suas roupas habituais, mas conforme chegasse próximo do distrito de residência de nobres, eles seriam mais comuns e não chamariam tanta atenção, por suas roupas e hábitos.

Também havia algumas pessoas montando barracas em alguns lugares e algumas construindo em certos locais, para a preparação do festival da Celebração da Vitória. A praça, por ser um dos lugares mais visitados durante tal época, era a que mais chamava atenção e estava sendo decorada. Conforme os dias passarem, aumentaria o ritmo e a animação do povo.

James olhava para fora da carruagem com olhos brilhando e animados. Sua excitação não mudou ou diminuiu desde que entraram pelos portões. Ele até soltou uma exclamação ao entrarem. Brandon também ficou impressionado e estava um pouco animado por ver a capital que é o centro do reino.

Não demorou muito para saírem do distrito comercial e passarem para o distrito onde só possui casas e mansões de nobres, deixando para trás lojas luxuosas e elegantes. Era um dos lugares onde se concentrava uma grande quantidade de casas de aristocratas, embora nem todos estivessem por ali.

Os distritos da nobreza eram recheados de grandes lotes de terra com mansões grandes dentro da capital. Cada casa pertencia a uma família, seja grande ou pequena — isso dependendo do tamanho da terra e da mansão —, seja da capital ou não. E tais locais seriam separados em diversas direções da capital, sem se concentrar em um local.

Quando a carruagem entrou em tal lugar, a estrada era limpa e muito bem feita, sendo melhor que a da rua comercial, e proporcionava estabilidade e uma sensação agradável de se ver. Os grandes muros e os portões de metal altos, com os brasões das famílias, eram vistos conforme andavam por aquele lugar.

Uma visão incrível para quem visse. Havia semelhanças entre as áreas das famílias, mas todas possuíam uma beleza arquitetônica que deixava óbvia que eram de nobres.

Para aqueles de altos escalões, tanto sua mansão, terra e construções possuíam uma dos mais altos trabalhos dos melhores arquitetos da época, bem como melhores materiais para construções. Isso era visível para qualquer um ao ver quartzo, ouro, prata e algumas esculturas que adornavam os muros e portões. E diminuía o ímpeto quanto mais baixo fosse, mas ainda era bem trabalhado.

A carruagem parou em frente a entrada de uma área residencial com um brasão de um urso nas grades. Era a mansão pertencente aos Miller que residia na capital. O local foi construído há décadas e está há gerações na família. Seu uso é destinado, obviamente, para quando os mestres da casa vão para a capital. E, mesmo que fique sem eles a maior parte do ano, ainda é bem cuidada e administrada pelos servos.

A mansão, que foi vista logo após a passagem, era branca com detalhes pretos. Não era tão grande quanto a mansão do condado, mas ligeiramente menor. O jardim que estava em frente à ela era também muito bonito, havendo diversos tipos de flores e arbustos, ótimos para darem uma caminhada quando tiverem tempo e passear ao ar livre.

Os servos da mansão estavam em frente à mansão, liderados pelo mordomo Irvin, e curvados, enquanto esperavam a primeira carruagem, a que estava na frente, parar e o Conde e a Condessa Miller descerem.

Assim que sua mão pegou na mão de seu marido e seus sapatos tocaram o chão, Claire soltou um sorriso para Irvin e os outros servos. Seu rosto gentil demonstrava sua expressão alegre e juvenil, como se estivesse vendo algo nostálgico que trouxe diversas boas lembranças e que voltou para um lugar muito apreciado. Ela logo se aproximou do mordomo, enquanto as outras carruagens chegavam e os servos se preparavam para descarregar os itens dos mestres.

"Irvin, é bom ver você de novo."

"Devo dizer o mesmo, senhora." O velho homem sorriu. Rugas apareciam nos cantos de seus olhos. "É uma honra vê-lo novamente, senhor."

"Fico feliz em vê-lo novamente também." Ivan diz.

"Os preparativos para sua chegada foram todos feitos. A mansão está perfeita para sua permanência e tudo pronto, conforme o aviso que o senhor nos enviou. Recebemos alguns convites de outros nobres e estão todos em seu escritório e os da senhora estão em seu quarto. Também há uma refeição preparada para caso sintam fome."

Claire não pôde evitar de rir do rosto enrugado que lhe é tão familiar. "Você continua o mesmo diligente."

"É claro. E onde estão os jovens mestres? O senhor disse que viria com os três. Junto com a noiva do jovem Phillip."

"Oh, ele te informou? Estão nas outras, James deve aparecer a qualquer momento." Claire disse.

Assim que ela terminou de falar, a porta da segunda carruagem se abriu e uma criança desceu pulando da porta ao chão, dobrando seus joelhos e fazendo um barulho ao pisar. Ele logo vira sua cabeça e sorri para trás ao ser encarado pelo olhar franzido de Ferion pela ação de seu irmão e suspiro de Brandon por estar acostumado. James se comporta como se não tivesse feito nada errado.

O certo seria ter esperado, ao menos, se não fosse Brandon ou Ferion, um cavaleiro para acompanhá-lo a descer. A altura da porta ao chão não é muita, mas poderia tê-lo feito perder o equilíbrio pela forma que pulou.

"James, não faça mais isso." Ferion avisa usando tom sério.

"Eu não prometo nada." Ele diz, com uma risadinha no final.

Os olhos negros incisivos se encontravam com os castanhos "inocentes" e James logo se vira para a mansão que viu pela janela. Ele nem se abalou com o olhar penetrante que estava sendo direcionado à sua pessoa e seguiu em frente, vendo sua mãe e pai perto de um senhor que deveria ser o mordomo, por causa das roupas.

Brandon desceu logo após Ferion. Ele virou a cabeça para todos os lados, vendo tudo e absorvendo os detalhes do cenário à sua volta. Era tão diferente do condado e da visão que estava habituado há mais de dez anos e uma sensação de estranheza foi sentida. No entanto, ele logo ignorou e continuou andando atrás dos irmãos Miller, assistindo os outros empregados se moverem. Ele, mesmo que não queira, compara com a forma que os da mansão em Killos se movem, havendo um pouco de diferença.

"Mãe, pai." James logo falou e a voz chamou a atenção de Brandon para eles.

"Parece que fizeram uma boa viagem. Eu estava preocupada que seu enjôo tivesse ficado pior." Claire disse, passando sua mão nos cabelos macios de seu filho, cujo era idêntico ao dela.

"O remédio que você me deu fez efeito rápido."

"Entendi." Ela acenou. "James, esse é o Irvin, o mordomo da mansão da capital. Ele é o irmão mais velho de Kevin."

Dizendo tal frase, a condessa apresentou o homem de cabelos brancos que estava ao lado. Um sorriso estava sendo direcionado ao garoto que olhou com curiosidade para o velho homem e sorriu também.

Como dito, Irvin era irmão mais velho de Kevin, no entanto, há uma diferença de quase uma década entre eles, mas ambos são da mesma família de mordomos que está servindo a família Miller há gerações. Portanto, ele era parecido de certa forma com Kevin, uma semelhança de quatro de dez pontos com ele. Seus olhos azuis eram idênticos e traziam um traço de familiaridade para James e Brandon.

"Olá, Irvin." Ele diz.

"Olá, jovem mestre James. Será uma honra servi-lo durante sua estadia. Você pode me chamar de tio." A voz benigna falou. Irvin logo pôs os olhos no homem de cabelos negros e muito semelhante ao conde. "Jovem mestre Ferion, há muito tempo sem te ver."

"O mesmo para você, tio Irvin." A expressão de Ferion era um pouco mais suave. Ele estava vendo um amigo que não via há tempos, desde quando era mais jovem.

Devido ao seu estado de herdeiro e por ser mais velho, não foram poucas as vezes que Ferion teve que vir à capital junto a seu pai para assisti-lo quando não havia aulas de sucessão. Por isso, o herdeiro da casa Miller estava mais acostumado à presença do homem. Claro, há também o fato de ter visto ele por mais tempo durante a infância, quando o pai deles, o antigo mordomo chefe, estava vivo.

"E esse?" Pergunta ao casal sobre Brandon.

"É Brandon."

"Oh, é ele." O velho homem diz, como se soubesse quem ele era. "É um prazer trabalhar com você, jovem."

"Também é um prazer trabalhar com você, senhor." Brandon se curva levemente para cumprimentá-lo.

Irvin recebeu há alguns dias o informe do conde que eles partiriam de Killos para a capital imperial devido à Celebração de Vitória que o jovem mestre Ferion iria participar. Por isso, logo após receber e ler, adiantou-se para os preparativos para a chegada dos mestres à mansão. Os quartos tinham que ser limpos novamente e a mansão tinha que estar brilhando. Isso era uma questão de honra e, ainda mais, era a visita deles depois de muitos anos.

Então, para que nada dê errado, Irvin havia contatado seu irmão para que fosse repassado algum detalhe importante ou que seria necessário um preparativo maior. Kevin lhe respondeu rapidamente e foi uma quantia de papéis um pouco grande, com um relatório simples, mas detalhado, de cada membro da família.

Nesses documentos, também havia algo dito sobre Brandon, embora em menor quantidade do que os costumes e hábitos da condessa e James, já que são os membros da família e que tem mais contato. Eram, em sua maioria, informações básicas e sobre sua aparência e personalidade, bem como habilidade. Não havia nada de gostos e desgostos, já que não é muito relevante.

Os olhos azuis do velho homem estudaram o jovem de cabelos ruivos à sua frente. A postura ereta e o temperado de alguém bem disciplinado foi a primeira coisa a se notar em seus velhos olhos e que foram reconhecidas por si. A segunda coisa notada foram os modos de seu comportamento e linguagem, muito bons para os servos das casas nobres. Em sua opinião, se esses fossem os requisitos para se tornar um mordomo, Brandon seria um dos mais capazes que ele viu.

E, vendo com seus próprios olhos, ele tinha que admitir que a descrição dada por Kevin sobre o assistente do conde era muito fiel.

A próxima carruagem a se abrir foi, naturalmente, a última e foram Phillip e Johannes. O casal de noivos pareciam harmoniosos saindo, ainda mais quando a mulher deu um sorriso para o homem ao pegar a mão estendida para ela. Não importa como se olhasse, era uma mulher apaixonada olhando para seu amado.

O mordomo Irvin rapidamente presta atenção junto aos outros. Ele vê o homem um pouco mais alto que si e parecido com o Duque. Ele só podia ser o jovem mestre Phillip, cujo não via desde que era pequeno. E a senhorita que está ao seu lado deve ser Johannes.

Os olhos azuis descem e sobem para analisar a mulher. Sua mente processava enquanto comparava com as informações que seu irmão Kevin lhe deu de antemão. É impossível para tal mordomo, com décadas de experiências, não notar a postura e a forma de andar dela. Parecia que ela era realmente uma plebéia. No entanto, sua beleza não pode ser negada.

Johannes pode ser a noiva de Phillip para todos, mas como um mordomo capaz e responsável, ele manterá o olho em suas ações pela casa, assim como Kevin lhe avisou. Não era que ele não gostasse dela, tivesse alguma antipatia ou algum problema. Era natural que um servo leal à sua casa prestasse atenção a forasteiros, principalmente quando estavam envolvidos com seus mestres.

De qualquer forma, ele sabe o que deve e o que não deve fazer para ofender a outra parte.

Assim que Phillip se aproximou da multidão, ele habilmente abriu um sorriso.

"Tio Irvin, quanto tempo faz. Você deveria nos visitar algum dia no condado."

Sua saudação foi receptiva e calorosa. Sua noiva estava ao lado e observava o velho homem com os olhos brilhando e um sorriso gentil. Ela supôs que era um conhecido de seus pais, já que o Conde Miller não tem irmãos.

"É claro que irei quando tiver tempo, jovem mestre. E é bom te ver também." Irvin respondeu. "Essa garota também é muito linda. Quem é ela?"

"Oh, essa é Johannes, minha noiva." O homem apresentou-a.

Um leve estufar de peito e rosto amoroso apareceu ao dizer 'noiva'. Se Johannes não soubesse que isso era apenas um ato e que fosse deliberado, ela também acreditaria que Phillip a amava. Como as habilidades de atuação do homem podem ser melhores que a dela que estava na profissão?

Sua cabeça de repente iluminou e ela se lembrou de algo. Discretamente, ela fitou Brandon para saber sua reação. Ela realmente não queria estar em maus termos com ele. Mas, surpreendentemente, o outro estava calmo, sem uma única reação. Apenas tranquilidade e neutralidade, como se estivesse vendo um casal que não tem nada a ver consigo.

Ela ficou impressionada e logo direcionou um sorriso receptivo para o mordomo que estava à sua frente.

"Prazer em conhecê-lo. Me chamo Johannes Attwater e sou a noiva de Phillip." Ela cumprimentou de maneira simples, mas não foi menos educado na impressão.

"O prazer é todo meu, senhorita. Sou Irvin, o mordomo da família Miller na capital. Caso tenha algum problema, por favor, venha resolver comigo." O homem sorriu um pouco educado à ela.

Com as apresentações terminadas, todos voltaram-se para dentro. O casal Miller estava conversando com Irvin sobre seus afazeres e, às vezes, Ferion participava quando era pedido sua opinião.

James, por sua vez, apenas continuou seguindo até a sala de jantar que possuía refeições e lanches prontos para serem comidos. No entanto, no meio da conversa, ele habilmente perguntou para a mãe se poderia ir às ruas ver como é a capital.

Claire simplesmente olhou para sorrindo, mas os olhos mostraram um olhar que dizia que via através de seu disfarce de filho bobo e inocente.

"Acabamos de chegar e há dias estamos na estrada. E ainda falta pouco para escurecer. Você irá descansar hoje e amanhã eu lhe permito ir, mas somente com escolta."

James assentiu, ficando um pouco decepcionado por não poder ir mais cedo. Ele realmente queria visitar os pontos turísticos e passear. Por fim, os noivos voltaram-se para os quartos e Brandon também, para arrumar suas coisas, e depois ir ter uma refeição com os outros funcionários. Seus dias na capital estavam começando e ele estava animado.

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