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Capítulo 7

Nicolas estava caminhando com a sua mãe na corte, ela lhe explicava um pedido do general James e Nicolas ouvia com atenção, a dispensa dos homens mais cansados a serviço estava na hora.

Ao longe Nicolas ouviu a risada de Amélia, ele observou a moça que estava saltitante com seu irmão, ele parou de andar e de ouvir também o vestido branco balançava com sua agitação ela parecia um anjo, Nicolas sentiu seu coração bater mais rápido e suas mãos suarem.

A rainha mãe observava seu filho com atenção, o sorriso que brotou em seu rosto assim que avistou a moça, ele era o único que não via o que sentia por Amélia. De braços dados com o futuro rei, ela caminhou até onde estava Amélia e seu irmão Felipe.

— Obrigada por isso — Amélia abraçou Felipe como uma criança feliz com um novo presente.

— Sabia que você iria ficar feliz. Ultimamente fica os dias trancadas no quarto só sai na presença de um de nós. Estamos preocupados com você — Felipe tirou os cabelos do rosto de Amélia. Ele sabia que sua irmã estava tendo dias infernais por causa da Dominique, era tudo que ele não desejava, sua irmã Feliz.

— Eu estou feliz demais — Amélia se afastou do seu irmão. — Não vou pensar nisso agora.

Nicolas ouviu parte da conversa, ela estava ficando tranca em seu quarto por causa de Dominique? Olavo pelo visto estava certo novamente. O futuro rei e sua mãe se aproximaram deles. Por algum motivo Amélia pareceu menos feliz em vez ele.

— Majestades — Felipe e Amélia se curvaram a rainha e o futuro rei

— Estão animados, tem boas novas? — a rainha pergunta.

— Meu pai está chegando.

— Isso é maravilhoso, devemos separar quartos na corte para ele.

— Majestade não sei se será necessário, adquirimos um casa a pouco tempo aqui perto. Não é tão grande mas talvez seja mais confortável para eles ficarem lá, vamos deixá-lo escolher. Meu pai é um homem sistemático

— Você também vai Amélia? — Nicolas olhou para a moça, porém ela evitou o contato visual com ele.

— Não — Felipe interrompeu — ela ficará por aqui enquanto vocês se conhecem e avaliam a proposta de casamento.

— Deviam todos ficar aqui, seria melhor. — Nicolas disse sem tirar os olhos de Amélia

— Entendo sua preocupação majestade, estamos aqui porém passamos muito tempo lá. Nossas tropas estão lá também talvez seja melhor assim, vamos revezar apenas para que Amélia não se sinta sozinha. Você entende não é?

— Sim, meu irmão — Amélia sorriu gentilmente.

— Amélia gostaria de dar uma volta comigo?

Felipe olhou para Nicolas e depois para Amélia, o rosto da moça estava surpreso assim como o de todos. Ele estendeu o braço para moça, seus olhos cheios de expectativas pela resposta dela, Amélia apenas aceitou seu braço não disse nada. Eles poderiam caminhar sem conversar.

Amélia sentia seu peito pequeno, ela se sentia pequena ultimamente. Não desejava sair do seu quarto em nenhum momentos todos a olhavam com uma intrusa, Dominique sempre falava coisas horríveis para ela quando Nicolas não estava por perto. Neste momento Amélia sentiu vontade de chorar, seus dias eram desgastantes demais e ela se sentia tão presa.

Nicolas olhava para as flores do jardim, ele sentiu culpado por tantas coisas que era difícil enumerar, mas a sua maior culpa era em relação a suas emoções neste momento, por saber que amava o cheiro dos cabelos de Amélia, por sentir calmo na presença dela, por desejar abraçar ela. Sim, ele desejava abraçá-la e dizer que tudo ficaria bem.

— Como foi seu dia? — Nicolas perguntou preocupado com a resposta.

— como todos os dias na corte e o seu majestade?

— Cansativo como sempre — Nicolas fez diminuiu a velocidade de seus passos — você se lembra por qual motivo veio a corte? — Amélia apenas acenou com a cabeça sem falar nada — Entende que existe a possibilidade da gente se tornar noivos e até mesmo se casar?

— Sim.

— É isso que você deseja? — Nicolas se sentou em um banco e Amélia se sentou ao seu lado, seu coração desejava que ela falasse sim pra ele.

— Não sei, majestade.

— Amélia, preciso que saiba me dizer isso. Sua opinião é importante para mim, eu posso bater de frente com os meus ministros se você não se sentir confortável em se casar com futuro rei de um reino falido.

— Majestade — Amélia repousou a mão em seu vestido calmamente — Eu sinto ter que falar isso, mas ao meu ver você é comprometido com a Lady Dominique. Mesmo que assim como eu, ela tivesse apenas uma promessa de casamento, ela está aqui a mais tempo e todos gostam dela. Eu não quero ser responsável por acabar com a vida de outra moça.

Nicolas olhou para Amélia, sua garganta estava seca. Ele poderia dizer que não se sentia mal por colocar ambas as jovens nesta situação, seria uma mentira. A voz de Amélia parecia tão triste.

— Eu não tenho um compromisso com Dominique, eu esperava que ela entendesse meu compromisso com meu reino, com meu povo e sempre será. Meu país sempre virá em primeiro lugar, eu cresci com essa responsabilidade e todos a minha volta sempre souberam disse, inclusive Dominique.

Nicolas sentiu uma corrente de energia passar pelo seu corpo. Raiva ele sentia isso, não de Amélia mas sim de estar nessa situação. Ele nunca mentiu pra ninguém, ele deveria realmente carregar essa culpa?

Amélia não sabia o que dizer para Nicolas, ela ouviu tantos lados da mesma história mais nem vez o que Nicolas tinha a dizer pra ela sobre isso, sobre essa situação. No fundo Amélia não desejava saber, não desejava saber que o homem com quem poderia se casar amava outra, que se casaria com ela amando outra.

— Acho que é uma situação difícil para mim, e para você também. Está sendo egoísta e vendo apenas meu lado, me sinto mal.

— Eu também — Nicolas sorriu para Amélia — Sua opinião é importante pra mim, não quero que sinta obrigada a casar comigo e quero que sejamos amigos, parceiros — Nicolas segurou a mão de Amélia e a beijou.

— Entendo Majestade

Amélia puxou sua mão rapidamente, ela sentiu sua face ruborizar o gesto tão gentil de Nicolas fez seu coração bater mais rápido. Ela estava em completo encanto por ele, seus belos olhos azuis e sua forma gentil de falar.

Seu coração batia de forma tão frenética que Amélia pensou que ele iria parar. Talvez ela gostasse mais do rei do que admitia pra si mesma. Por alguns instantes ela pensou em sua vida e como teria que contar seu passado para Nicolas, ele poderia a rejeitar se soubesse o que disse.

Os olhos que anteriormente tinham uma emoção quente se escureceu pela sombra de seu passado e suas lembranças ruins.

— Tem algo a me dizer? — Nicolas olhava como o rosto de Amélia se transformou em algo sombrio.

— Muitas coisas, Majestade. — Ela observou o futuro rei, se preocupando com sua vida a de Nicolas também não deveria ser um mar de rosa. — Parece ser triste sua situação, se casar por pressão de seus ministros.

Nicolas ficou em silêncio, as palavras de Amélia o surpreenderam cheias de sinceridade. Ele respirou fundo, repouso sua mão sobre a dela Amélia que estava no banco, discretamente ele acariciava a pele da moça com seu polegar. O futuro rei se sentiu tomado por uma onda de paz e calmaria a jovem segurou sua mão, Nicolas desejou se deitar no colo dela e dormir, sua mente pensava nas palavras de seu pai "o amor é construído" e ele neste momento desejava construir um amor com Amélia.

No passado...

Amélia corria às margens do pequeno riacho próximo de sua casa, um homem estava correndo atrás com desejo de tomá-la em seus braços ele não andava em linha reta estava alterado pela bebida.

A jovem já não tinha mais fôlego para correr quando avistou a cerca de madeira feita por seus irmão correu com o resto de energia que lhe sobrava. Ao longe ela avistou seu irmão Pedro que cuidava do rebanho, seus olhos encheram de lágrimas, ela olhou para trás ele estava tão perto — Pedro — Amélia gritava, seu rosto estava molhado de suor e lágrimas.

Pedro estava distraído mas ouviu os gritos desesperados de Amélia, ele correu em direção a ela, a menina estava com o rosto molhado de lágrimas — é ele, está atrás de mim

Amélia passou para o outro lado da cerca que dividia a propriedade de seu pai, Pedro passou por Amélia e foi atrás daquele homem asqueroso, ele procurou mas o encontrou.

Quando Amélia fez doze anos o inferno começou em sua vida, um homem nobre de seu vilarejo começou a perseguir alguns tinham pena da menina mas sempre dizia que ele apenas não estava em seu juízo perfeito, muitos faziam vista grossas ao fato daquele homem seguir a jovem e por muitas vezes tentar agarrá-la a força.

Felipe correu ao encontro de Amélia, ele tinha ouvido os gritos de sua irmã, provavelmente todos ao raio de dez léguas ouviram os gritos dela. — Venha minha irmã — Felipe colocou o braço em volta de Amélia, a moça nem sequer conseguia chorar tamanho do ódio que sentia, se sentia impotente.

Eles chegaram na humilde casa, Arthur estava cortando lenha para o lado de fora ele observou Amélia seus cabelos estavam bagunçados e seus olhos encheram de lágrimas assim que avisou seu irmão.

— O que houve? — Arthur largou o machado e as toras de madeira, ele via que sua irmã parecia cansada, estava com a respiração ofegante, seu corpo se encheu de ódio, Amélia apenas o abraçou Arthur.

Arthur estava com ódio daquele homem, ver Amélia chorando daquela forma partiu seu coração.

Arthur acompanhou sua irmã para dentro, Felipe foi atrás de Pedro. Ela se sentou na cadeira da cozinha. Arthur segurou sua mão, ele colocou os cabelos de Amélia atrás da orelha

— Amélia, você não deve sair desacompanhada — A voz de Arthur demonstra genuína preocupação.

— Ele me atacou e a culpa é minha? — Amélia pergunta indignada.

— Não, jamais minha irmã. Só que você sabe que a vida não é justa.

Amélia sabia deste fato, o nobre Eurípedes dono das terras mais rentáveis do vilarejo de Atar o homem foi perdidamente apaixonado por Lúcia quando Amélia fez 12 anos o homem começou a segui-la por sua semelhança com Lúcia e isso despertou a paixão adormecida que ele teve por Lucia.

Ele fez diversas propostas de casamento a Amélia, enviava a família ouro, prata e cobre, tudo era devolvido por Laerte. O homem nunca superou o fato de Lúcia ter escolhido um simples camponês em vez de nobre.

Após todas as recusas da família de Amélia, Eurípedes se tornou violento, passou a seguir Amélia e tentou agarrá-la à força por diversas vezes, em uma das vezes Amélia foi salva por Arthur.

Os comentários maldosos se instauraram no vilarejo, muitas beatas diziam que Amélia tinha feitiçado Eurípedes e desejava arrancar todo o dinheiro dele. Dizia que ela seduzirá o homem e depois se fingirá de inocente.

Durante o jantar, após o ataque que Amélia sofreu, Laerte resolveu que eles deveriam partir, por um mercado que estava no cais ele ouvir falar de um reino ao norte uma terra infertil, esse reino era conhecido como Navie e diziam que era um lugar amaldiçoado o que se plantava não se colhia.

Marcelo e Arthur começaram os preparativos para a viagem, pelos cálculos eles ficariam pouco mais de trinta e cinco dias em alto mar, Felipe arrumou um barco, uma grande caravela que foi vendida pois não dava mais para ser utilizadas, eles arrumaram os buracos que ele tinha na carcaça, Amélia consertou as velas que tinha buraco.

Laerte junto com Pedro e Leopoldo começaram a estocar grande quantidade de alimentos, sacas de grãos e barris com água. Amélia cuidou de desidratar alimentos para eles levarem também, além de ter arrumado muitas ervas para chá eles teriam uma longa viagem e o frio era grande em alto mar.

Havia passado um bom tempo que a família de Amélia tinha começado seu plano de fugir, a jovem ficava trancada dentro de casa todo tempo em dias que Eurípides bebia acabava na porta da residência de sua família gritando.

— Papai, eu não concordo com essa ideia.

Amélia cruzou seus braços, ela não gostava nenhum pouco da ideia de seu pai e seus irmãos. Segundo as regras de Kaphi a moça deve receber um dote visto que perderá a dama da família e mulheres eram responsáveis por todas as atividades doméstica.

— Eu lamento por isso, minha filha — Laerte suspirou frustrado com ele mesmo.

Felipe havia negociado um dote para Amélia, sem o pai e seus irmãos o rapaz costumava ser mais rápido que deveria em certas ocasiões. Eurípedes aceitou prontamente a proposta de Felipe, cinco mil moedas de ouro, prata e cobre, além de 12 armas de fogo que o nobre havia importado de uma região distante.

No final, Felipe convenceu a todos já que precisam de dinheiro nas novas terras. Durante a noite, uma semana antes do casamento de Amélia eles colocaram fogo em toda a residência, nos pastos e plantações. Eles entraram na grande embarcação e foram embora a viagem era difícil por ser poucas pessoas para cuidar do grande Navio e mexer nas velas.

Amélia olhava Kaphi ficar ao longe, seus olhos cheios de lágrimas por deixar sua terra Natal

— Papai, fizemos algo ruim?

— Só estamos tentando ter paz, meu anjo. Deus irá nos perdoar por isso.

O pai de Amélia colocou o braço em volta do ombro da filha e eles foram em busca da paz até o momento desconhecida.