Volto meus pensamentos para o micro-ônibus quando ouço a Tia nos perguntar se queremos fazer o passeio ou conversar.
Iara disse por todas nós madrinhas quando disse que prefere conversar, temos muitas dúvidas.
Melissa mediante a isso fala com as nossas novas amigas para ir ao passeio, pois já fizemos e elas podem aproveitar com a tradutora delas.
Mas Ana diz que prefere ficar, que apesar de elas não serem escolhidas para madrinhas, elas também gostam muito da Weenny e querem entender tudo que está acontecendo.
Então Tia pede para o motorista nos levar de volta para o nosso hotel.
Assim que desembarcamos, Tia nos leva a um belo jardim, e mostra um lugar para todas nós ficarmos acomodadas com conforto. Pois pelo jeito essa conversa será longa.
Tia já começa perguntando qual as nossas dúvidas. Gih já vai direto ao ponto e pergunta porque a os Imperadores foram visitar a Weenny, porque quando o Guru nos falou sobre, pensamos ser uma forma hipotética, somente para conhecimento, acho que nenhum de nós imaginou que realmente isso iria acontecer.
E ela pergunta o porquê a resposta da Weenny sobre isso não é suficiente para nós.
Tia diz que não tem como saber o que se passa na cabeça dos governantes do seu país, então por conta disso ela concorda com que Weenny havia nos explicado sobre serem atores famosos, ainda mais que acabamos de gravar um filme indiano de grande sucesso no país, e que agora escolhem a Índia para o casamento deles, isso chama a atenção de todas as formas.
Maria José fala que até entende a explicação das duas mas nunca poderíamos imaginar que duas pessoas tão importante assim estarão presentes no casamento.
Marília foi um pouco mais perspicaz se assim podemos dizer. Ela diz que entende também tudo isso, mas como eles iriam ao palácio e deixaria ela se aproximar e ainda fazer carinho nela?
Tia diz que o seu povo é muito caloroso. E que os Imperadores vieram à ela e não o contrário. E confesso que diante de tudo o por todo o tempo não percebi isso, que não foi ela que foi até a presença deles. Mas muito contrário, eles vieram e ainda ofereceram serviços a ela, e logo Samara lembra das seis.
Ficamos conversando e tirando as nossas dúvidas tanto sobre o shádi em si, quanto da cultura, tiramos algumas dúvidas sobre os rituais, aproveitamos bastante esse tempo, Tia também pergunta algumas curiosidades que tem sobre a nossa cultura, nosso país, nossos costumes, que para muitos bem estranho, principalmente quando falamos que não temos casamentos arranjados. Ficamos por mais algum tempo, e vemos que ainda dá tempo de ir no mercado fazer umas boas compras.
Nos levantamos e decidimos ir ao passeio pois ainda nosso objetivo não mudou, que é ajudar os padrinhos. Iara prefere ficar, diz que está cansada. E não a julgo, também estamos, mas no meu caso estou à procura de um presente especial e ideal para o Claudio usar durante o shádi e ter a mim um pouco mais perto dele.
Nosso transporte não demora muito para chegar, subimos e a conversa está animada, estamos todas ansiosas para o começo do shádi amanhã, durante o curto trajeto do nosso hotel para o mercado vou conversando com o Claudio pra saber mais ou menos que ele tem, como ele é bem organizado, e garanto que mais do que eu, ele está tudo arrumado, separado para cada dia do shádi, apesar de que não sei se isso é ansiedade ou somente organização mesmo, para não perder muito tempo sabe, uma coisa que aprendi com ele, ser pontual, ele já até me avisou que no dia do nosso casamento não tem aquela história de a noiva atrasar, ele disse que se isso acontecer ele me larga no altar, eu juro que espero que isso seja brincadeira, até porque nesse dia tudo pode acontecer, imprevisto acontecem, ninguém atrasa porque que quer, ainda em um dos dias mais importantes da sua vida.
Então decido dar um presente para ele, um conjunto de abotoaduras de ouro para terno e um relógio social, decido comprar essas coisas por último, vou com as meninas nas lojas de sáris, compro mais uns quatro para mim, estou apaixonada por essa roupa, é muito confortável, compro mais uns três vestidos que no verão do Brasil cai super bem, são leves, de alça bem fina e longos do jeito que eu gosto.
Fico em torno de uma hora com as meninas rodando pelas lojas femininas, compro mais presente para minha mãe que vai ajudar bastante durante o shádi, compro mais pra minha vó e prima, para as minhas tias e claro para a minha irmã Pam que amo demais.
Falo com a May para qual loja estou indo e me separo das meninas e vou a uma loja me que chama atenção por sua beleza, joias e dos itens como da decoração da loja em si. Sabe aquele tipo de lugar que chama atenção por ser diferente do lugar que está, que você pensa que ela está no lugar errado? Essa loja é assim.
Entro e começo a ver as abotoaduras que para a minha sorte estão na vitrine, e do lado um relógio que achei perfeito para o Claudio.
Um vendedor se aproxima e fala em hindi, e eu falo em inglês que não falo e não entendo hindi, então esse vendedor sai e volta com outro falando em inglês e começa perguntando o que eu estou procurando, eu mostro na vitrine o que quero e vamos conversando e durante a boa e divertida conversa descubro que ele é filho do dono, Arjun.
Arjun me ajuda bastante, e acabo não só levando as coisas que vim buscar para o Claudio, comprei um conjunto de brinco, colar e pulseira para a minha mãe, o mesmo para minha irmã, prima e vó, o mesmo tipo de presente que darei para o Claudio comprei para o meu pai. E compro um relógio para o meu irmão.
Logo que pago me despeço com a promessa de voltar e trazer meu pai, sei que ele irá adorar essa loja, mas antes de sair uma pulseira me chama muito atenção. Volto para a vitrine para observa-se melhor.
E é nesse momento que reconheço aquele perfume que chega ao meu nariz, e me causa um arrepio horroroso pelo corpo todo.
Já começa a me faltar o ar e o pânico começa a se instalar.
Olho para todos os lados e não vejo nada de anormal, olho para o outro lado da rua e as meninas continuam fazendo as compras muito alegre.
Tiro o pensamento negativo e o medo da cabeça volto para a pulseira. Arjun percebe meu interesse pela pulseira, vai até mim, e volto para dentro da loja e compro a pulseira.
Assim que vou saindo distraída com as sacolas e os pensamentos de com que roupa essa pulseira combinaria, quando alguém segura meu braço, quando olho para tentar tirar meu braço, sinto um forte aperto, perco as forças quando vejo quem é, Flavio se aproxima de mim e me diz.
— Surpresa. Estou aqui meu amor.
Estou tão apavorada que não sai nenhuma palavra da minha boca.
— Vou te perseguir até o fim do mundo. Você vai voltar a ser somente minha.
Estou tão sem forças que fico sem conseguir raciocinar ou me mexer, sinto minhas pernas virarem manteiga.
Arjun vê tudo e percebe o pânico em meus olhos e vem me ajudar e as meninas percebem e vem também.
Elas começam a me abanar pois pensam que estou passando mal por conta do calor. Tia pergunta para Arjun o que houve e ele explica para ela, mas não sabe o que aconteceu direito ele só viu a parte que eu já estava passando mal. Eu fiquei tão atordoada que nem percebi o momento que o Flavio foi embora.
Começo olhar ao redor para ver se ele está a perto, o avisto em uma barraquinha de chai, olho para May que está ao meu lado e aponto na direção que o vi, ela consegue ver ele saindo no meio da multidão que se aglomerado ao nosso redor, sei que ela viu pois ela vira para mim com cara de quem não está acreditando no que está vendo.
Ela me olha apavorada, e as meninas não estão entendendo nada, e Tia diz que por conta do calor acabei passando mal. O calor daqui é diferente do calor do nosso país.
Elas me ajudam a levantar e me perguntam se estou bem, e cuidam de voltar para o hotel. Mas insisto que estou bem e que é para continuarmos as comprar, elas perguntam se tenho certeza disso, e afirmo.
Isso me ajuda até a me distrair.
Mas May não sai mais do meu lado e me pergunta mais uma vez se não é melhor contar pra Weenny sobre isso e digo novamente que não, o casamento começa amanhã e não vou atrapalhar a felicidade dela com isso, fora que como os Imperadores estarão no casamento a segurança estará redobrada, duvido que ele tentaria algo contra mim dentro do casamento e dos locais dos eventos.
Ficamos mais duas horas andando pelo mercado quando Tia que já está ficando tarde e está na hora de ir.
Vamos caminhando animadas para o micro-ônibus, até esqueço o que aconteceu mais cedo.
Assim que chegamos no hotel, combinamos de jantar juntas aqui mesmo, o passeio foi cansativo ninguém está no pique de sair para ir ao restaurante fora. Então ficamos de nós encontrar em torno de quarenta minutos. May me diz que passa no meu quarto para irmos juntas e confirmo, em meia hora ela passaria lá.
Passamos pela recepção e uma das meninas me chama e diz que tem uma encomenda no meu quarto, pergunto quem enviou e ela não sabe me responder.
Assim que chego ao meu quarto avisto duas caixas em cima da minha cama. Coloco as sacolas ao lado da porta e vou ver o que tem naquelas caixas.