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Conto 12: A tentação

Ele vem, ajoelha-se na minha frente, abraça minhas pernas e olha para mim.

- Deixa eu te proteger! Estou aqui na Terra, você pode pedir o que quiser, eu faço por você! – oferece-me o mundo.

Começo a rir...

- Você está querendo dar aquilo que eu já tenho, que é a proteção de Deus! – respondo firmemente.

Ele fica bravo.

"Engraçado, nunca tinha reparado nos dentinhos. " – reflito.

Saio de casa para abastecer o carro. Sem querer, entro na frente de um motorista na fila da bomba. Estranhamente o homem é tomado por uma grande fúria, abaixa o vidro do carro e começa a gritar, agitando as mãos nervosamente.

- Me chama... Me chama... – exu pede.

Coloco a cabeça no volante e começo a orar, a clamar pela presença dos anjos de Deus. O homem continua esbravejando. Percebo que estava sob influência do maligno e fico quieta.

"Ele não está só! Seus amigos vieram para ajudar! Eles irritaram o motorista. " – penso, levantando a cabeça.

Ligo o carro e volto para casa. Vou arrumar a mesa do escritório, está uma bagunça! Sem querer corto o dedo num papel e sangra. Tenho uma visão...

Vem lamber meu dedo. Instintivamente o coloco na boca, sinto o gosto de sangue. Ele sente prazer, gosta de sangue...

"Incrível como coloca ideias na minha cabeça e influência meu comportamento! – penso surpresa.

Resolvi sair, para relaxar um pouco. Passo em frente a uma loja de lingeries. Vou comprar uma, quem sabe meu marido se anima! Ele está muito afastado de mim, quase não conversa comigo. Fica sentado no sofá o tempo todo, jogando ou assistindo TV. Toda noite deita depois que durmo.

Entrei na loja, vi uma camisola azul com bolinhas, muito linda. Coloquei na frente do corpo e o exu aproxima-se para olhar. Ele gostou, não sei como percebi. Vou escolher esta!

Cheguei em casa e a experimentei, fiquei muito sexy! Ele vem com ímpeto, perco as forças e caio na cama. Começa a me beijar carinhosamente, fico tentada... eu o quero!

Não! Expulso-o, tiro a camisola e a guardo numa gaveta do guarda-roupa. Visto uma roupa e ajoelho para orar, na beira da cama.

"Meu Deus! Quando isso vai acabar? – pergunto-me aflita.

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