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II - Arsenal Sagrado

Naquela manhã, depois que Fire me deixou com Agatha, eu e ela fomos buscar as outras. Havíamos combinado com Celeste de nos buscar na praça principal da cidade, eu e as garotas encontramos por acaso uma loja de salgados no centro da cidade, parecia ser muito boa, vamos comer alguma coisa lá antes de ir.

O Avô de Agatha nos levou para o centro com a camionete dele, era uma vermelhinha bem suja de barro, mas mesmo suja ainda era bem bonita. O avô dela era um Dragonskariano loiro, como qualquer Dragonskariano, ele não parece velho, se não me engano ele tem uns cento e vinte anos, realmente não é muito. Ele dirigia calmamente, alguns respingos de chuva estavam caindo, deu para ouvir um trovão a distância.

- É gurizada, vai chover bastante hoje. - disse ele.

- Vô, se preocupa não, não somos de açúcar!

- É, mas vocês duas podem ficar doentes.

- Nunca fiquei doente vô e a Faye já é bem acostumada com o frio.

- Verdade né, a Faye é de Miray.

Eu estava sentada bem quietinha no canto apenas vendo eles conversando.

- Faye, qual foi a menor temperatura que você já sentiu?

- Eu acho que foi quando eu, meus pais e o Fire fomos para a província de Cristal, acho que fez pelo menos trinta negativos.

Agatha parecia assustada.

- Mas você não ficou com frio não?

- Claro que fiquei, em Miray fazia no maximo menos dez, isso aí é muito mais frio.

- E o Fire?

- Ele parecia que ia morrer de Frio.

- Você sabe aonde ele nasceu?

- hmmm...

Uma vez fomos fazer um check-up médico, e se não me engano o médico disse de onde o Fire poderia ser.

- Se não me engana, o médico que cuida de nós disse que ele poderia ser de Dragonsky 3.

- Faz sentido então ele não gostar de frio.

- Ele não gosta de frio mas ama Arce Aegis.

- É, isso não faz muito sentido.

- Sim! Você sabe que toda vez que a gente vai lá ele fica todo coitadinho com frio.

- Claro, parece um animal indefeso.

- O Fire é maluco.

Agatha sempre achava engraçado como o humor de Fire ficava alterado na capital, hora ele queria fugir de lá e hora ele queria se mudar para lá.

- Falando nisso Faye, aonde ele foi?

- Para a Husk ué.

- Mas ele estava sem uniforme.

- Ah, Verdade, tinha até me esquecido.

Estávamos entrando na cidade já.

- Ele foi em uma missão com a Kaya, eles vão ficar alguns dias fora.

- E você não tem ciúmes?

Eu tenho quase que certeza que nisso que ela disse meu rosto ficou tão vermelho quanto o de Fire.

- Ciúmes de que? - perguntei.

- Ué, ficar apenas Kaya e Fire dias sozinhos e juntos, sabe, eles são bem próximos.

Eu acho que se alguém colocasse um papel em mim nessa hora, ele pegaria fogo.

- Não, eles são soldados! - respondi exaltada.

- E o que isso tem a ver?

- Eles não podem se relacionar, em serviço.

- Faye...

- Hm.

Ela deu uma respirada funda.

- O quê você me contou sobre seus pais?

- Não sei, muita coisa.

- Você me disse que ambos eram soldados e se conheceram em serviço, não?

- Ah, bom, é.

- Então, pode ser que eles acabem né, ficando, ou algo do tipo.

Como eu adoraria bater na Agatha.

- Não, não, o Fire é muito, hmmm, muito tapado.

- Você tem coragem em.

- Coragem?

- Tem coragem de falar mal do garoto que gosta.

- Chega! Fique quieta um pouco Agatha.

O avô de Agatha ficava dando risada baixinho.

- Então você não tem ciúmes deles, você morre de ciúmes. - disse ela com uma feição provocativa.

- CALE A BOCA AGATHA!

A Agatha não sabe fazer nada além de atazanar a vida dos outros, e nisso ela é muito, mas muito boa mesmo.

Enfim, fomos adentrando a cidade, o avô de Agatha nos deixou na tal loja, era em uma avenida bastante movimentada da cidade, o lugar era bastante arrumado, havia uma fachada bonitinha com uma grande vidraça na frente do prédio, do lado de fora e do de dentro haviam mesas para comer, olhando pela vidraça dava para ver Violet e Elora lá dentro, elas estavam sentadas em uma mesa conversando.

- Oooee! - ouvi alguém chamando de longe.

Era Raika vindo com Mayla.

- O quê vocês estão fazendo aqui fora? - perguntou Raika quando chegou.

- Acabamos de chegar também. - respondeu Agatha.

Mayla passou por Raika.

- É! Eu vi teu avô indo embora!

A porta da loja abriu.

- Vocês vão ficar aí fora fazendo hora até quando? - Violet saiu pela porta nos chamando.

Elora estava lá dentro sentada com uma feição de desconforto.

Entramos todas e nos sentamos na mesa.

- Elora querida me desculpe te deixar sozinha em um lugar tão "lotado".

Se eu fosse contar as pessoas que tinham na loja eu acho que não dariam mais que duas mãos.

- T-Tá, só me compra um brigadeiro que eu fico bem.

- Eu te dou, mas você vai vir comprar comigo.

- ...

- Tá?

- C-Claro.

Ambas levantaram e foram pedir o brigadeiro.

- Cara eu tô achando muito legal a Violet fazer isso. - disse Raika se espreguiçando na cadeira, ela quase caiu.

- Sim, ainda não vi muita diferença no comportamento da Elora, mas eu acho que está ajudando. - respondi

A mais ou menos uns três ou quatro meses nos começamos a tentar fazer com que Elora se torne mais sociável, desde que a conheci ela é uma pessoa muito fechada e que não consegue fazer coisas básicas como pedir informações, e isso já nos causou alguns problemas. Durante um treino nosso, pedimos para ela ir atrás de Celeste no refeitório, ela foi e não nos disse nada, esperamos algum tempo até que decidimos ir procura-la, ela se perdeu no Complexo porquê não conseguiu pedir informações, desde aquele dia nós a ensinamos pelo menos como andar pelo Complexo, nisso ela já não teve mais problemas.

Mas no quesito de falar com outras pessoas, aí sim o problema não mudou, e desde uns meses atrás a Violet teve a ideia de levar Violet com ela, comprar alguma coisa ou pedir informações, só para que ela vá se acostumando. Ainda não houve nenhuma grande mudança, mas não acho que isso não vá dar em nada.

As duas voltaram e Elora já estava comendo o doce.

Apenas jogamos conversa fora enquanto comemos, não ficamos mais que uma hora lá, logo que saímos vimos a nossa nave chegando, já fomos correndo para a praça, junto da nave chegou uma leve garoa e um vento úmido, entramos correndo e já jogamos nossas mochilas pelo chão.

- Cadê a Celeste? - Agatha perguntou para o piloto.

O piloto era um soldado imperial aleatório, geralmente Celeste escalona o que estão mais livres no dia.

- Vossa Majestade teve de resolver alguns assuntos antes e não pode vir, mas creio que demos de encontro com ela no ar.

Ele disse isso enquanto colocava a nave para voar.

A nave decolou e fomos direto para a capital, não chegamos a encontrar com Celeste, ela parece que chegou mais cedo que nós. Saindo da nave eu tive uma lembrança bastante nostálgica, da nossa primeira vez vindo conhecer o complexo, novamente estava tendo uma desgraça de nevasca e Celeste estava na entrada do condomínio complexo nos esperando.

- É pessoal, tá nevando. - disse Agatha olhando pela janela.

- Você tá brincando né querida? - Violet.

- Eu não, olha só lá fora.

Violet empurrou Agatha e enfiou a cara na janela.

- Ah não... Eu nem trouxe roupas de frio decentes.

- Nenhuma de nós está com roupas para isso. - respondi.

Agatha ficou encarando a porta um pouco.

- Faye.

- Hm?

- Se você joga uma bola na porta ela abre?

- Como assim?

- As portas do complexo, só abrem com gente ou qualquer coisa que chegue perto abre?

- Ahm... Eu creio que qualquer coisa abra.

- Beleza.

Agatha fez uns alongamentos e deu uns pulinhos.

- Eu tive uma ideia muito ruim.

Ela correu na cabine da nave.

- Piloto, abre a porta mas deixa aquele escudo de calor por favor.

A porta do meu lado abriu junto de um campo de energia que não deixava o calor escapar. Agatha veio e se posicionou na frente da porta, estendeu a mão esquerda e algumas douradas começaram a sair de seu braço, logo um brilho toma conta e ela começa a fazer força.

- O quê você tá fazendo Agatha?

- Ou destruindo o complexo ou evitando o frio.

Lá na frente deu para ver Celeste se virando para a porta do complexo e ela abrindo sozinha, de dentro dela vem voando as luvas que Agatha usa nos treinamentos. São um par de manoplas que ela usa principalmente para controlar as salas de treino, e claro, potencializar seu poder.

As luvas que vieram em alta velocidade se encaixaram perfeitamente nas mãos de Agatha, ela foi empurrada um pouco para trás, mas nada demais.

- Agora a gente passa.

Ela apontou um dedo para frente e criou uma espécie de túnel de calor entre nós e a entrada, sem nem pensar fomos correndo pelo túnel, estava até mais quente que o interior da nave.

Pessoalmente eu não me importo com este frio, sou nascida em Miray, não é tão fria quanto Arce Aegis, mas nada que eu não suporte.

Passando ao lado de Celeste ela olha fixamente para o rosto de Agatha e diz.

- Foi um bom uso dos "controles", mas espero não ter quebrado nada lá dentro.

Agatha deu um sorriso para Celeste e entrou.

Fomos todas andando com Celeste para nossa sala de reunião de sempre, é uma sala grande e ampla, ao fundo da sala temos uma janela que dá vista para os jardins do complexo, hoje não dava para ver absolutamente nada, sobre o vidro existe uma pequena camada de água que escorre, causando um efeito nem bonito do lado de dentro, a mesa que sentamos é um retângulo grande, temos seis cadeiras de cada lado e mais duas, uma em cada ponta, a parte de cima da mesa é uma tela holográfica, aonde no momento estava a mostra o brasão do império, fora isso a sala era bem simples.

- Bom dia meninas, como estão? - perguntou Celeste.

- Com frio. - algumas de nós responderam.

- Desculpem não ter avisado, mas essa nevasca começou do nada.

- Deve ser coisa do Glacies! - indagou Mayla.

- Na verdade tem uma grande chance de ser mesmo.

Celeste suspirou com um sorriso e se levantou da cadeira.

- Hoje é o dia em que vocês vão poder finalmente se chamar de guardiãs...

- Como assim? - Agatha.

- Todo guardião passa por um ritual, este ritual é a escolha de arma.

Agatha se levantou da mesa.

- É verdade! Eu tinha me esquecido disso, cada guardião tem sua arma característica.

- Sim, sim! Eu lembro que a guardiã Kalera tinha um sabre feito em um cristal rosé. - disse Violet.

- Pois bem, vocês escolherão suas armas, ou no caso a arma vai te escolher.

Elora levantou a mão.

- Como assim a arma vai nos escolher?

- De um modo mais curto e grosso, ela vai te chamar e vai ser perfeita para você.

- Tá, então ela vai nos chamar?

- É.

- Hmm...

- Não pense muito sobre, noventa por cento das armas de guardiões tem origem desconhecida, ou pelo menos apagada.

- É, prefiro aceitar que arma só vai me chamar então.

Pelo que estudei antes, anos atrás em um livro sobre a família Dartanfield, muitas armas vieram de antes da guerra, e muitas vieram de onde agora é território inimigo, então para uma informação dessas sumir ou ser censurada é apenas falar.

- Onde vamos pegar as armas? -perguntou Mayla.

- Aqui mesmo no complexo, tem uma sala aonde guardamos essas armas.

Ela se levantou a foi até a porta.

- Vamos? - disse ela.

Todas nos levantamos e fomos seguindo ela, fomos por caminhos que antes não tínhamos passado, lugares aonde apenas pessoas com altos cargos podem ir, lógico, as mais importantes armas do reino estariam na maior segurança. Chegando cada vez mais perto da sala eu realmente começava a me sentir atraída, como se uma cacofonia de vozes me chamassem para algum lugar, deve ser isso que Celeste disse.

- Estão ouvindo isso? - perguntou Violet.

- Estou. - respondi.

- Acho que todo mundo está já. - Falou Raika.

- É, estamos bem perto delas. - disse Celeste.

Paramos em frente a uma porta de cofre, grande e sólida, parecia que era incapaz de se mover.

Celeste colocou a mão na porta e usou algum feitiço, a porta se abriu, um enorme e ensurdecedor rangido de metal ocorreu, a porta lentamente se abria, dava pra ver que atrás dela haviam pelo menos outras quatro iguais abrindo juntas, câmaras cheias de sensores dividiam as portas, nenhum movimento ou sequer alteração atmosférica passava sem ser percebida.

- Podem entrar e sair procurando. - disse Celeste enquanto entregamos

A sala por dentro era um enorme labirinto de prateleiras com os mais diversos artefatos mágicos, não tinham apenas armas, mas armaduras, escudos, livros, etc. O poder mágico no ar era tão alto que o próprio ar parecia cintilante, eu como não sou boba já entrei e fui seguindo este sentimento. Eu sentia que a minha estaria bem funda na sala, fui correndo.

Passei por dezenas de prateleiras, vi algumas das meninas fazerem o mesmo, algumas parando em lugares para verificar, como Celeste disse, só saberíamos que é a arma certa se o chamado parasse.

Enfim parei na prateleira que me parecia a certa, nela tínhamos vários cabos de espada, mas nenhuma espada mesmo, fui pegando um por um para sentir, mas nenhuma ia. Lá em cima havia um cabo branco e lilás, adornado com flores em toda a sua volta e a guarda era forjada em forma de folhas, eu sentia que era aquela, até mesmo se destacava das demais.

- Como que eu subo lá?

Olhei em volta e nada.

- Ah, esqueci por um segundo de quem eu sou.

Havia totalmente me esquecido do meu poder que mais uso, eu posso levitar as coisas. Tentei então com meu poder puxar a espada, ou melhor, o cabo, veio rapidinho, quando caiu sobre minhas mãos eu senti que era aquilo, era essa a arma ou ferramenta que estava me chamando.

Fui voltando para me reunir com as outras.

Chegando juntos delas eu via cada uma com suas próprias armas, Celeste passou vendo o que cada uma trouxe.

- Enfim estão todas aqui, vamos voltar para a sala de treinamento, lá eu vou apresentar suas armas e explicar o que cada uma faz.

Voltamos para a sala e Celeste começou anos chamar uma por uma.

- Agatha.

Agatha levantou e levou consigo um grande escudo dourado com tons mais alaranjados, cores parecidas com seus cabelos, um grande cristal dourado no centro e adornos de ondas em volta.

- Agatha Orchard, a arma que você pegou é a Vanguarda da Alvorada, um escuro que absorve a energia estelar e sua força de vontade, transformando isso em poder, sua principal habilidade é a "Last Rampart".

- E o que isso faz?

- Não sei, apenas o portador da arma sabe, e para piorar essa arma é uma das mais antigas.

- Que pena, mas gostei do nome.

Agatha voltou a sentar, pegou um pano e começou a limpar o escudo, estava meio sujo de poeira.

- Violet.

Violet se levantou, eu não via arma com ela.

- Violet você adquiriu os Catalisadores Celestes.

- Que nome feio.

- Esses braceletes que você já está vestindo consegue canalizar a sua magia e a potencializar em várias vezes, além de você poder receber domínio sobre o elemento de cristal.

- Cristal?

- É um elemento mais ou menos anomalo, posso te apresentar depois a Brilliant, ela é uma Sky com este poder.

- Certo, o que mais.

- Sua habilidade é "Sparkling", essa tem uma explicação, você consegue aplicar a todas as guardiãs o mesmo efeito que você recebe ao usar os braceletes, e por algum motivo vocês ficam com uma película de cristal cintilante acima da pele.

- É um toque de glitter eu diria.

- Eu acho que a moda nessa época era bem diferente.

- Eu acho que era bastante interessante na verdade.

- Parece que mal gosto é uma coisa que sobrevive ao tempo.

- O quê?!

- Mayla! Venha.

Violet saiu emburrada e Mayla passou por ela saltitante.

Aquela pequena garota de cabelos brancos e rosas carregava consigo uma espada maior que ela própria, nem sequer fazia sentido ela conseguir pular.

- Olha, essa aí era de um dos últimos guardiões.

- De qual?

- Acho que do Leviatã.

- Uaaaau...

Celeste pesquisou sua arma.

- O nome dela é Ragnarok Gunblade, aqui consta que é uma espada feita para "combar", o que quer que isso signifique.

- Eu acho que já ouvi essa palavra.

- Ah, tem aqui escrito, é uma arma na qual você deve desferir sequências específicas de ataques para diferentes "modos" da arma, e sua habilidade varia disso, sendo o maior combo, ele se chama "Ragnarok".

- E o que ele faz?

- Tem uma nota do Leviatã aqui... Escrito em caixa alta "NÃO TENTE", estranho.

- Faye procura pra mim o que Ragnarok quer dizer. - pediu Mayla.

Procurei no meu celular, e vi o primeiro resultado.

- Abre aspas, Ragnarok na cultura do norte é como os antigos contos citavam o fim do mundo, seria o dia em que o reino dos céus seria destruído e com isso todos os reinos também.

- É, eu acho que é alguma coisa bem forte. - disse Mayla.

- Bom, eu acho que deve ser algo focado em causar dano. Assim, MUITO dano.

Mayla saiu pulando com aquela espada gigante, vendo agora, q espada tinha vários adornos no cabo, como engrenagens e coisas do tipo, parecia mais uma máquina.

- Raika! Vem.

Raika estava com um par de manoplas na mão, uma estrutura dourada cobria elas, muito detalhada e um par de cristais em cima.

- Essa é da época da Rainha, se chama Arma Guarda Cristalina, pelo que diz é uma peça de armadura que faz você ir a outro nível, foi feita para que Dragonskarianos podessem experimentar o modo Super de um sky, ou pelo menos algo próximo.

- Porra, que bagulho foda.

- Sua habilidade é "Lighting Strike", não entendi bem a descrição, mas é como se fosse um aumento temporário do poder das manoplas.

- Cabô galera, virei Sky.

Raika foi sentar enquanto colocava elas.

- Elora!

Elora parecia estar tenho um sonho acordada lá atrás.

- Ahm? Eu a, tô indo.

Ela se levantou com dificuldade e carregou algum negócio gigante com ela, não sei nem dizer o que é, parecia um pilar grande com um lugar para segurar, ela foi arrastando pela sala.

- Essa arma caiu para você? Nossa, o que você vai virar no futuro?

- Como assim?

- As armas escolhem os parceiros perfeitos, ela tem ser perfeita para você, e bom, não tá parecendo ué é.

- Hmm, é... É bem difícil carregar ela, mas acho que eu consigo.

- Enfim, este daí é o Pilar Celeste, é uma arma vinda de Veridian feita com cristais estelares, é uma espécie de canhão que dispara luz da estrela Veridian, em Dragonskarianos ela tem o poder de ou curar ou ferir, em Skys derivados da luz apenas cura, em Skys de escuridão apenas fere.

- Qual a habilidade?

- Você tem duas, a capacidade de inverter o efeito causado, de dano para cura ou cura para dano e uma habilidade chamada "Veridian Bless" você vai fortificar e restaurar o corpo de guardiões e causar danos severos a inimigos.

- Hmmm...

Elora saiu pensante arrastando a arma pelo chão.

- Faye.

Agora era minha vez.

- Hmm...! Esse tipo de arma é legal, é a Ordem Criativa, basicamente é uma arma especial que pode tomar a forma que você imaginar, claro que tem limitações, mas você pode pode exemplo transformar em uma espada, uma arma, em um grimório, é bem versátil.

- Qual seria a habilidade de uma arma tão forte?

- A habilidade se chama "Living Armor" é basicamente você transformar isso aí em uma armadura que atende a seus pensamentos, mais poderoso ainda.

- Roubado seria se nosso inimigo fosse fraco.

- Se for comparar na verdade, vocês ainda são fracas comparado a qualquer uma das Grã-Senhoras.

- Não precisa falar isso.

- É, eu sei, mas melhor sempre lembrar vocês.

Celeste se sentou em sua cadeira e abriu um caderno de anotações pessoais, tinha uma capa branca de um material macio e costura dourada de estrelas.

- Enfim, de agora em diante vocês vão começar a treinar de armadura e com suas armas, vocês tem que se acostumar com elas e devem aprender a usar suas habilidades, principalmente você Raika, a sua habilidade é muito perigosa para seu corpo.

- Quais armaduras iremos usar? Digo, qual tipo de armaduras iremos usar? – questionei.

- Geralmente existem algumas opções comuns, mas Glacies andou fazendo minha cabeça e testar algumas coisas, quero experimentar a tecnologia da Husk, vou conversar com alguns dos nossos engenheiros para ver o que eles acham, mas até o momento eu não sei qual usarão.

- Então o que iremos fazer hoje?

- Hoje eu gostaria mais que vocês apenas testassem suas armas e fossem se acostumando.

Celeste se levantou e foi deixando a sala.

- Estão liberadas.

Eu e as garotas nos dirigimos até a sala de treinamento, aquela que podia mudar o ambiente.

- Então, a gente vai fazer o quê? – perguntou Mayla passando a mão na lâmina da Ragnarok

- Vamos simular alguma missão simples, algo como uma missão de desarme ou invasão.

- Se vamos fazer uma missão, eu vou fazer um teste. – disse Elora.

Ela removeu as duas tiras de cinta da calça dela.

- Raika vem aqui. – Ela chamou.

Colocou as mãos aonde se pega a arma dela e apertou.

- Amarra minhas mãos, vou ver se assim eu não derrubo a arma.

- Certeza?

- Sim, pode amarar, mas deixa meus dedos livres para eu usar.

- Tá.

Raika amarrou as mãos de Elora bem forte, pela cara de Elora parecia ter doído.

- Estão prontas então?

- Sim. – Respodeu Agatha armando o escudo.

Configurei a sala e em instantes essa sala branca se tornou uma floresta escura cheia de ruínas, era uma missão de "Invasão", nosso papel era invadir o fundo da floresta, aonde havia uma base dentre as ruínas, eliminar ameaças e reivindicar algum objeto, geralmente o objeto é apenas uma bola dourada ou algo do tipo.

- Agatha vai na frente, com o escudo levantado. – Geralmente eu sou quem lidera as missões.

- Certo. – disse Agatha tomando a frente e avançando.

- Raika tome a costa da Agatha.

- Tá. – Agatha fez algum movimento que as manoplas brilharam.

- Eu vou no meio, vou tentar fazer uma arma de longa distancia com isso. – falei enquanto tentava imaginar algum tipo de balestra para usar, se formou vem, a aparência não estava das melhores mas pelo menos funcionava, as flechas quando atiradas ressurgiam no corpo da balestra.

- Elora fique bem atrás de mim, você vai fazer a ofensiva comigo.

- Certo.

- Mayla, você cobre as costas.

- Beleza.

Avançamos e fomos fazendo a missão como sempre, nenhuma missão era igual, então sempre era uma oportunidade para treinar, fomos bem, cada uma de nós desempenhou a função corretamente, percebi momentos em que algumas mudavam como usar suas armas, Elora principalmente tentava ver como e quando alterar o modo de sua arma, acho que ela entendeu como funcionava, não acho que usar minha arma como uma ferramenta tão medieval assim fosse a melhor das ideias.

Nós finalizamos a missão sem problemas, pelo que deu para extrair dessa missão, pelo menos por minha parte, eu vou tentar aprender como algumas ferramentas mais complexas são feitas, como fuzis e coisas do tipo, alguns tipos de armaduras, talvez se eu estudar um pouco de mecânica eu consiga melhorar minhas habilidades com essa arma.

Já das outras garotas, percebi que cada uma teve suas dificuldades, Elora quando terminamos estava com os braços extremamente doloridos, ela deveria por agora treinar carregar sua arma, definitivamente era uma arma bem pesada, ela parece ter entendido bem como funcionava a arma dela.

Agatha usou seu escudo bem, mas não como escudo, ela o usou ara avançar contra paredes e fazer pressão, ela mergulhava contra grossas paredes e as derrubava, ela não parecia receber o choque de volta, fazia com muita facilidade, já as outras não tenho muito a dizer, suas armas são bem mais simples de se usar, saíram bem, o mais estranho era ver Mayla carregar sem problemas uma espada tão grande.

Acho que o que nos resta por enquanto é apenas treinar, vou pedir para alguns soldados nos passagem um treinamento, digo um treinamento para melhorar nossos corpos, vendo Elora eu percebi que somos até que bem fracas fisicamente, eu sei que na escola que o Fire estuda ele fez treinamentos e coisas do tipo, sabe usar armas mais forte e tem uma resistência maior, claro que lembro do fato dele ser um Sky.

Acho que ano passado eu fui ver uma competição que teve na escola dele, é uma coisa muito louca, acho que competiu ele e aquela garota Kaya, foi um contra o outro, eles eram muito rápidos e muito fortes, era uma espécie de luta Kaya venceu ele, ela era mais forte e mais experiente que ele, o mas interessante foi que eles lutando ali quebraram em vários pontos a arena, mas até onde sei é possível um Dragonskariano ficar daquele jeito.

Vou pedir para Fire me treinar também.