"Nee-san", a minha frente está a filha legitima de Kiritsugu Emiya e minha irmã mais velha, Illyasviel Von Einzbern, me encarava. Sua presença me surpreende, pois não imaginei que ela participaria dessa Guerra, mas sim algum aliado de sua família.
Sua aparência infantil é bastante chocante, cabelos brancos longos que fluem ao vento da noite e olhos vermelhos cativantes, um pacote perfeito se não fosse a sua estatura minúscula tendo menos de 1,40m de altura, ela é mais velha que eu, apesar de ouvir relatos de meu pai que haviam feitos experimentos com ela para maximizar seus circuitos mágicos e servir como um Graal de reserva caso fosse necessário, prejudicando seu desenvolvimento físico.
Cerca de dois meses atrás recebi uma carta dela e começamos a nos corresponder, era mais eu falando sobre meu cotidiano para saciar a curiosidade dela, suas palavras e escrita eram de uma garota que nunca saiu de casa e queria conhecer o mundo, os assuntos mais triviais como o almoço da cantina tornava-se um grande tópico, até que um dia ela simplesmente parou de dar notícias e pensei que o seu interesse em mim havia acabado.
"Oni-chan eu vim visitar, gostou da surpresa?", minha irmã diz sorrindo docemente e desce do ombro do bárbaro negro equipado com uma enorme espada que parece um pedaço de muro com pedaços de ferro pontiagudos saindo de sua lâmina.
"Como eu disse em minha carta, você é sempre bem vinda para visitar", digo sorrindo, mas suspiro internamente, essa não é uma simples visita e a presença de um Berserker de 2,5 metros de altura é a prova perfeita disso, além do sorriso psicopático em seu rosto, mas pessoas de fora apenas veriam uma garotinha fofa sorrindo.
Estou feliz com a presença dela, o ultimo parente vivo que tenho, mesmo que não seja alguém com quem convivi ou tenha laços sanguíneos, mas ainda lembro dos momentos em que vi Kiritsugu extremamente depressivo, acontecia duas vezes ao ano, no dia em que sua mulher morreu e no dia do aniversario de Illyasviel, os sentimentos dele me afetaram e não pude deixar de criar sentimentos de afeto pela garota que nunca conheci.
"Ainda bem", vejo ela suspirar tranquilizada enquanto coloca a mão no peito e continua a falar, "Mais uma coisa, você é um Mestre?", seu olhar fica afiado enquanto o chão próximo aos pés de seu servo começa a rachar e o ar envolta dele fica mais pesado.
"Sou", não havia motivos para mentir, principalmente quando existem três espíritos heroicos na minha casa e ela poderia facilmente descobrir observando meu fluxo de poder magico.
O olhar dela vaga ao meu redor verificando se eu estava falando a verdade e demonstra um rosto de satisfação, provavelmente devido a eu não tentar engana-la ou talvez por me reconhecer como um mago qualificado.
"Oni-chan, que tal desistir da guerra e vir morar comigo? Tenho permissão para ter servos pessoais, seja meu servo e viva ao meu lado, você será tratado como meu irmão, eu darei a você permissão para divertir-se com todas as servas em minha propriedade e ainda por cima seremos felizes como uma família", ela diz palavras assustadoras enquanto sorri docemente, certa de que irei aceitar essa oferta que muitos homens jamais negariam.
"Eu me nego", digo olhando diretamente nos seus olhos para transparecer minha seriedade, jamais seria o servo dela e de ninguém.
Talvez se fosse na minha antiga situação onde havia aonde eu ir e contei com a ajuda de um desconhecido, provavelmente aceitaria a proposta dela, assim como foi com Kiritsugu, apesar de tudo ele apenas pegou uma criança aleatória enquanto a usava para cuidar da casa e si próprio, ainda assim sou grato a ele.
Porém na minha situação atual eu já sei como o mundo funciona, vivi o suficiente para não me contentar em ser um servo e também não preciso da proteção de uma família poderosa para me manter seguro, graças a Kiritsugu fui criado e educado sobre tudo que precisava para sobreviver nesse mundo sem depender de ninguém e saber avaliar os risco que sou capaz de encarar.
Eu não desejo muitas mulheres ou riquezas e se eu quiser poder posso sempre ficar mais forte treinando, estudando e criando experimentos por conta própria, mas simplesmente a ideia de abaixar minha cabeça e fingir que sou inferior a ela não me satisfaz, o que eu desejo é maior que isso, eu quero ser "Um rei demônio", é a frase que vem a mente, mas logo descarto esse pensamento e retorno a realidade.
As palavras que ela utilizou foram as palavras chaves que me fizeram negar sua oferta, se apenas fala-se algo como, "Vamos morar juntos" ou "Eu sou sua irmã então é minha responsabilidade cuidar de você", aceitaria de boas, apesar de nunca termos nós falado pessoalmente criei uma ligação com ela, principalmente por ser a filha de Kiritsugu, meu pai.
"Você também vai me abandonar?...", ela abaixa a cabeça e começa a murmurar depressivamente, "Aquele homem escolheu você, me abandonou e agora você vai fazer o mesmo", suas palavras gradativamente transformam-se em um chiado de choro, seu corpo todo estava tremendo fortemente. Uma mudança drástica de atitude, passando de uma adorável e fofa irmã mais velha, para uma garota altamente depressiva.
Espero algum tempo enquanto ela desaba em lagrimas, eu poderia a consolar, mas no momento não sou a pessoa mais indicada para isso, pois qualquer argumento ou desculpa que use só pioraria a situação.
Mordred já estava em posição ao meu lado, pronta para agir caso fosse necessário um combate, porém duvido que no estado atual ela vá conseguir lutar e manter seu servo sobre controle, provavelmente um da Classe Berserker, dado as classes ainda disponíveis para outros Mestres, sendo elas, Lancer, Assassin, Caster e Berserker.
Consigo sentir a presença de Rider dentro da casa em prontidão para minimizar os danos em volta de Sakura que precisa de extremo repouso. Tohsaka poderia defende-se junto de sua irmã facilmente e em casos de fuga um servo como Medusa seria de grande ajuda nessa hora, visto que Tohsaka não é a mais muito atlética e Sakura havia acabado de passar por uma cirurgia.
Para casos como esse que implantei a barreira na escola como um ponto de segurança caso minha casa fosse comprometida, sendo o ponto ideal por ser ligeiramente afastada da cidade e ter um terreno amplo que poderia ser usado para combates e ao mesmo tempo diminuir os danos colaterais.
O som de choro e ranho para, apenas o som do vento e algumas folhas das arvores espaçadas pelo pátio preenchem o ambiente. "Nee-san", chamo seu nome enquanto espero alguma reação.
"Você está certo, eu deveria ter feito isso desde o início", seus murmúrios começam a fazer sentindo, mas ela para de falar quando cospe sangue e cai de joelhos no chão, uma forte flutuação de poder magico atingiu a área a nossa volta.
"Você está bem?", digo preocupado enquanto dou alguns passos à frente e pulo do telhado e pousando no chão esperando a resposta dela, mas não houve.
Quando começo a me aproximar mais dela sinto uma grande aura assassina direcionada a mim e graças a isso consigo desviar, usando dois passos laterais rápidos e simples, de um ataque surpresa que Berserker lançou para me partir ao meio,
Não dou atenção para o Servo e encaro minha irmã, todo o seu corpo estava brilhando fortemente em vermelho, mais precisamente era seu selo de comando que se estendia pela superfície de todo o corpo similar a uma tatuagem tribal, o brilho era forte o suficiente para atravessar suas roupas.
Talvez ignorar um golias negro querendo a minha cabeça pronto para lançar o próximo golpe e me matar instantaneamente fosse um ato de burrice muito grave, porém eu nãou estou sozinho.
Mordred havia amadurecido desde sua última batalha contra Rider e agora estava mais vigilante ao meu redor, eu poderia ser capaz de lutar contra um servo em igualdade e até mesmo derrotar alguns sem muito esforço, mas ainda era seu dever me proteger e era exatamente isso que o som de metal chocando e o barulho do chão rachando estavam reforçando.
Mordred estava me protegendo aparando com sua espada o corte transversal descente que o Servo de minha irmã tentou atingir em meu corpo.
*
"Mestre, eu cuido disso", Mordred diz cheia de confiança, raios vermelhos começaram a envolver o seu corpo, enquanto o Berserker a estava vencendo em uma competição de força entre as espadas fazendo-a deslizar pelo chão.
"Eu estou irritada, então vou descontar em você", Mordred fixou os pés no chão fortemente e assumiu sua base de esgrima a impedindo de deslizar, a confiança no olhar dela foi substituído por um sorriso feroz, o aperto em sua espada ficou mais forte enquanto encarava o ser a sua frente com o dobro do tamanho.
O Berserker deu um forte rugido ao notar que ela havia parado de mover-se e começou atacar utilizando apenas força bruta tentando-a partir no meio, mas não saiu como o planejado, pois em um dos cortes Mordred utilizou de toda sua experiencia em anos de combate e guerras para desviar do golpe e cortar fora o braço que segura a espada, fazendo-o gritar de dor.
"Ainda não acabou!", Mordred não deu descanso e continuou avançar enquanto brandia a espada cada passo eram três ou quatro cortes que fatiavam a pele do Berserker facilmente.
A cena para quem assistisse era impossível saber quem era o guerreiro enlouquecido em cena, o Berserker que apesar das feridas mortais em seu corpo não parava de avançar em direção ao seu inimigo ou Mordred com sua estatura relativamente pequena envolta em uma armadura desproporcional ao seu corpo, sem capacete, e em seu rosto um sorriso sádico sedento por sangue e claramente atrasando o máximo possível em finalizar o adversário a sua frente para sentir nem que seja apenas mais um segundo de adrenalina.
A cada balançar de sua espada Mordred estava-se perdendo em fúria com o único propósito de esquecer que mesmo encontrando um desejo jamais irá realizar-se, pois o Graal está corrompido.
Os momentos de paz antes descontração com Yan antes da conversa com a Mestra de Archer serviu apenas de distração temporária e as palavras de seu mestre não eram suficientes para a manter sã diante ao desespero de não ter aonde apoiar-se.
Por isso a ela entregou-se ao prazer da batalha para evitar a dor e os conflitos em sua mente. O campo de batalha é e sempre será o único local onde Mordred pode esquecer tudo, seus medos, passado, família e até mesmo sua própria existência, arriscando apostando a vida contra outros guerreiros e sobrepujando-os.
"Vamos, lute! Mostre a ferocidade que você tinha no início do combate e lute!", sua voz enlouquecida reverberava pelo quintal.
*
Yan começou a andar em direção a sua irmã notado a estranheza da situação, quando de seu bolso três orbes dispararam em alta velocidade e pouco antes de entrar em contato com o corpo dela desfizeram-se e uma lama negra começou a materializar-se no chão logo em seguida.
"Os fragmentos do Grall corrompido", disse Yan enquanto confirmava a falta dos orbes em seu bolso e o desespero batia em seu coração, "Não pode ser, eles não deveriam ter resquícios de poder magico e a minha barreira de contenção impediria eles de receber poder externo para reativação".
"Oni-chan, você é que nem ele", Illya disse enquanto levantava-se, seus orifícios corporais sangravam, a lama sombria no chão aos poucos ia envolvendo o seu corpo diminuto.
"Me deu alegria apenas por saber que ele estava ali, mas quando eu precisei sumiu e me deixou só, sem dar notícias e arranjou outra família", lagrimas misturadas a sangue escorriam pelo rosto dela, mas a sua expressão triste logo foi substituída por fúria, "Eu deixei meus ressentimentos de lado e fui até você, apenas para ser tratada da mesma forma novamente", Ela estava visivelmente instável.
Durante toda sua infância até os dias atuais, ela foi sendo doutrinada a odiar Kiritsugu, impedindo o contato entre eles e ao manipular as poucas informações que a garota recebia do exterior, além disso as cartas que Yan mandavam sempre eram lidas primeiramente pelas empregadas de mais alta confiança da família Einzbern antes de serem repassadas a Illyasviel para garantir que não houvessem qualquer informação ou magia para a não a fazer duvidar que foi abandonada por seu próprio pai.
A lama negra sob os pés dela temia a presença de Yan e toda que ele tentava aproximar-se da garota a lama tomava forma de estacas e tentava perfura-lo, em prol de impedir um contato direto entre ambos.
"Nee-san", Yan estava preocupado, o estado de sua irmã era bastante incomum e a situação apenas piorou quando os fragmentos entraram em contato com ela, resultando na contaminação do Graal menor em seu coração.
Todo um plano de meses foi por agua a baixo em alguns segundos quando Illya foi contaminada, o plano era simples, na melhor das hipóteses, aliar-se a pelo menos um mestre e eliminar outros mestres e antes que o ritual fosse completo encontrar e destruir o Graal Maior e com ele sua corrupção e na pior das hipóteses pensadas, por Yan, foi o de não haver aliados e ter de procurar o Santo Graal Maior sozinho.
O motivo para não ir atrás do Santo Graal antes do tempo é a interferência externa, durante a guerra qualquer interferência externa no ritual do Santo Graal é punível por agentes externos, como a torre do relógio, a maior e complexa associação de magos do mundo, e a igreja, ambas trabalhando em conjunto por benefícios próprios. Dando assim a Yan a capacidade de destruir o Graal em segurança, sem o perigo de visitantes indesejados interferindo em suas ações realizando o desejo de seu pai Kiritsugu e finalmente pagando toda a bondade que recebeu.
"O Graal está corrompido, mas eu posso tirar ele do seu corpo e podemos viver como irmãos comuns, não precisamos lutar", Yan tentou apelar a ela.
Sem sucesso.
"Eu sei sobre tudo, você não precisa me dizer", ela diz tossindo um pouco de sangue, "Eu sei sobre a corrupção do Graal e todo o resto", um sorriso psicopático surge no rosto da garotinha.
A declaração de Illyasviel não surpreendeu tanto Yan, afinal é de conhecimento comum que os Einzbern têm uma relação muito mais próxima ao Graal que o resto das famílias Matou e Tohsaka visto que eles produzem o canal de ligação entre o Graal maior e os Mestre.
A lama borbulhava como se estivesse fervendo e das bolhas uma figura foi sendo moldada, uma figura feminina alta e voluptuosa, usando um vestido revelador negro com detalhes vermelhos e brancos, além disso sua aparência é muito similar à da Illyasviel, tendo cabelos brancos, pele pálida e olhos vermelhos.
Yan reconheceu a mulher, era bastante fácil depois de ver inúmeras fotos guardadas por Kiritsugu, diante dele e abraçando a garotinha pelas costas estava Irisviel Von Einzbern a esposa de Kiritsugu e mãe de Illyasviel.
*
O corpo desmembrado do Berserker caia sobre a terra úmida de sangue, enquanto debatia-se tentando voltar ao combate, com Mordred em pé no seu peito, sua armadura e espadas estavam ensanguentadas, mas o sangue não era dela.
"Caralho!", raiva e insatisfação, os sentimentos mais fortes no coração de Mordred nesse momento, o Berseker não era tão forte quanto seu corpo musculoso e tamanho descomunal transparecia e foi facilmente dominado por ela sem a necessidade de usar o seu fantasma nobre.
Logicamente entre Rider e Berserker o ultimo era muito superior, mas o fortalecimento da loucura, benefício da classe que sacrifica a sanidade mental do alvo em troca de fortalecimento físico, deteriorou suas técnicas de combate e isso é uma péssima combinação para uma luta contra Mordred que pode ser considerada a guerreira quase perfeita quando o assunto é equilíbrio entre ferocidade e técnica, sendo capaz de reagir aos movimentos imprevisíveis dele e fazer cortes precisos enquanto aproveita o combate.
Tendo sentimentos controversos em seu peito Mordred encerrou o sofrimento de seu adversário o decapitando e fazendo sua cabeça voar alguns metros para longe. Ela não sente prazer em ver seus inimigos sofrerem sem necessidade, apenas o calor da batalha e a troca de golpes é capaz de gerar esse sentimento, torturar um inimigo não é de seu feitio e por isso o finalizou apesar de sua sede por batalhas.
"Mestre! Terminei!", grita ela monotonamente, avisando ao seu mestre do fim de seu embate.
A batalha de Mordred havia acabado.
*
A facilidade que Mordred venceu foi muito estranha, não houve nem a necessidade de usar seu Fantasma Nobre e ainda assim conseguiu finalizar um servo da classe Berserker facilmente, além da quantidade de destruição a casa e ao quintal ser mínima, porém deixei isso de lado, ela não tem motivos para mentir.
As palavras de Mordred servirão para aumentar as minhas chances, no momento eu não sabia o que falar para que minha irmã desistisse dessa guerra, mas agora que seu servo estava morto não havia motivos para minha irmã continuar a lutar, um mestre sem servo não pode vencer.
"Seu Servo foi morto Nee-san, venha comigo e eu jamais irei abandonar você", eu estendo a mão para ela enquanto mantenho um leve sorriso no rosto, quero ela ao meu lado, proteger a ultima parte de meu pai que ainda vive nesse mundo, por isso estou tentando ao máximo evitar um conflito direto com ela.
"Illya, não acredite nele, as palavras de alguém criado por um traído são cheias de mentiras", a dona da voz doce e sinistra era Irisviel que abraça Illya pelas costas enquanto acaricia os cabelos da pequena, "Você foi trocada, Kiritsugu que dizia amar você era capaz de mata-la para atingir seus objetivos e alguém criado por ele compartilharia dos mesmo princípios", completou enquanto a lama corrompida começava a fundir-se ao corpo de Illya.
"Ele ia atrás de você sempre que podia, mas todos os encontros eram impedidos pelos Einzbern, não acredite nessa coisa", digo um pouco triste ao relembrar a expressão de dor e desespero no rosto de Kiritsugu quando voltava de viagem sem sucesso em entrar em contato com sua filha.
"Não, eu vi, aquelas imagens não eram falsas", Illya colocou ambas as mãos em seu pescoço e apertou com força, "Todas as noites eu sonho com ele voltando para casa e me abraçando até que o calor dos seus braços é substituído pelo do cano de uma revolve", ela diz de olhos fechados quando sengue começa a escorrer de seu pescoço e fluir entre os seus dedos.
"Eu já decidi, vou tomar você para mim, você vai ser meu, só meu e de mais ninguém, nunca mais vou ser abandonada por ninguém e nem ser manipulada, vou fazer apenas aquilo que eu quero", eu vejo os olhos de Illya despertarem um brilho ameaçador e sinto um leve arrepio percorrer minha espinha, um sentimento estranhamente familiar, mas não presto atenção sobre isso e me concentro no que fazer.
"Você não vai conseguir, seu servo morreu, agora você não pode nem lutar, apenas desista", eu jogo os fatos para ela, é impossível tentar dialogar com alguém que acha que não tem nada a perder e tudo só piora quando é alguém que não tem nada a perder querendo conseguir algo, nesse caso eu.
"Hahahaha! Você me faz rir", ela coloca as mãos na barriga enquanto tenta controlar os risos que estavam muito fortes, "Berserker é invencível!", ela diz com confiança no olhar substituindo o sorriso medonho no seu rosto.
Eu tampo meus ouvidos ao escutar um grito estridente ensurdecedor, "Impossível!", digo enquanto olho em direção ao que pode ser considerada uma junção de um filme de terror e ficção cientifica, o corpo esquartejado de Berserker reconstrói ossos, músculos e pele envolvidos por uma luz vermelha.
O servo de Illya estava de volta ao combate ainda mais feroz e motivado, dando um salto rápido e recuperando sua espada que estava cravada no chão.
"Mas como? Servos tem uma regeneração insana, porém não chega a tanto", digo admirado, mas não era hora para isso, a situação mudou novamente e pela confiança de Illya e o poder brutal de seu Servo posso concluir, "Então somo inimigos?", a encaro friamente.
"Não", ela nega com a cabeça enquanto sorri docemente, "Sou apenas uma irmã preocupada com a saúde de seu irmãozinho que quer ter certeza de sua segurança", as palavras doces escondia suas verdadeiras intenções.
*
Mordred estava de canto em prontidão esperando algum sinal de perigo para a vida de seu Mestre, em circunstâncias comuns a cabeça de Illya já estaria longe de seu corpo, porém sem a permissão de Yan ela apenas ficaria de guarda o protegendo e esperando ordens.
Contudo o despertar do Berserker a fez colocar esses pensamentos de lado e preparar sua espada para uma continuação de sua batalha insatisfatória.
"Venha!", ela gritou disparando em direção ao Berserker que retribuiu sua fúria com pura força bruta, o inicio de uma batalha brutal, apenas um balançar de sua espada lançou Mordred através da casa destruindo parede e cômodos em seu caminho.
"É disso que eu tava falando!", Mordred grita de alegria quando levanta dos destroços com um sorriso no rosto, o inimigo a sua frente não era mais apenas um guerreiro enlouquecido, agora transformou-se numa fera sedenta por sangue.
Mordred e Berserker dispararam em direção um do outro trocando golpes de espada, socos e chutes, não era uma luta de espadachins, mas sim a luta de duas bestas sedentas. Cada golpe gerava ondas de poder e destruíam tudo em seu caminho, cortando vigas como papel.
O sorriso de Mordred alargava-se a cada golpe que acertava e recebia, intensificando os raios envolta de seu corpo para acompanhar a força e resistência de seu adversário que mudou muito após a primeira derrota.
Se na primeira luta a espada de Mordred atravessava o corpo de Berserker sem dificuldade alguma sendo capaz de separar membros agora dificilmente estava fazendo cortes superficiais, "Então quando você revive ganha algum nível de imunidade, mas deve ter um limite", Mordred disse focando todos os seus golpes em um único ponto abrindo a ferida aos poucos, para poder incapacita-lo.
Os espíritos heroicos são invocados apenas com parte de seus poderes que se encaixem em determinada classe como receptáculo para acessar os seus poderes, Mordred, Medusa e Berserker, além de todos os outros espíritos estavam limitados a lutar a baixo do seu poder real em vida, por isso haveria limitações gritantes em suas habilidades e é isso que dá a ela a certeza de vitória contra Berserker.
A batalha brutal de ambos destruiu a casa dos Emiya e explodindo o botijão de gás e múltiplas das lembranças que haviam nele. E mais uma vez Mordred atingiu seu objetivo decepando a pena dele impossibilitando-o de lutar em pé, mas isso não o impediu de lutar como uma besta segurando uma espada na boca e usando Mordred de boneca a jogando de um lado para o outro destruindo sua armadura completamente a deixando apenas com seu traje de batalha reserva, consistindo de um top, uma saia larga com ambas as laterais abertas mostrando as pernas e um pequeno colar no pescoço, não sendo a roupa ideal para o combate, mas era a era o que tinha para o momento, sacrificando a defesa por mobilidade.
Não havia nuvens no céu permitindo que a luz refletida pela lua iluminasse o corpo de Mordred destacando sua musculatura magra e bem definida que adiciona um charme ainda maior ao seu corpo, que agora estava cheio de feridas superficiais e hematomas provindos dos ataques sucessivos do Berserker.
"Obrigado, Medusa", Mordred diz enquanto continua sua luta buscando finalizar o servo inimigo.
Durante a luta Mordred acabou sendo lançada no quarto de Yan, onde Sakura estava descansando e devido a interferência de Medusa conseguiu manter ao menos um local da casa intacto ao mesmo tempo que protegia Sakura.
"Heracles", Medusa falou alto o suficiente para que Mordred escutasse e deu certo, pois um sorriso ainda mais sádico surgiu no rosto de Saber que avançou ainda mais ferozmente para cima do Berserker.
Medusa conhecia a história do semideus que após uma vida de provações e desafios, bençãos e pecados, fortuna e azar, matou seus próprios filhos e mesmo quando conseguiu redimir-se encontrou o desespero novamente, no fim foi recompensado com uma cadeira no olimpo e principalmente um corpo imortal.
"É adequado que o maior dos heróis da antiguidade e ao mesmo tempo irônico seja diminuído a uma fera irracional", pensou Medusa enquanto carregava suavemente o corpo de Sakura e Tohsaka a acompanhava, ambas fazendo seu papel de proteger Sakura.
"O que Archer está fazendo que ainda não ajudou Mordred?", pensou Tohsaka distraída, mas logo voltou a sua linha de pensamento de urgência, não era hora de pensar naquela garota egoísta que faz apenas o que quer.
*
"Eu não quero lutar contra você, mas não tenho escolha", o desejo de ter uma família existe dentro de mim, assim como o desejo de proteger a única que me resta, Illyasviel, porém aqui estou eu frente a ela e não é um momento feliz.
Nesse momento nossos interesses entraram em confronto e nenhum de nós vai desistir de seus objetivos, eu em destruir o Graal e Illyasviel de tentar me levar como servo.
"Oni-chan, não se preocupe enquanto você estiver vivo poderemos ficar juntos", com aquelas palavras havia entendido finalmente entendido, minha irmã estava quebrada a muito tempo.
Anos de sofrimento e provavelmente aguentando a corrupção do Graal ao mesmo tempo em que era manipulada por falsas informações, além de ser usada como cobaia em experimentos inimagináveis. Isso tudo fez a sua mente quebrar e quando neguei o pedido para ser seu servo, provavelmente os únicos com quem tem contato direto em sua infância a fez cair em um desespero sem fim.
Não há salvação para ela a curto prazo e tempo é algo que não temos, "Desculpe pai, eu não pude me reconciliar com ela, mas acredite em mim, ela ainda te ama tanto quanto você a ama, talvez até mais", oro de olhos fechados desviando dos ataques vindos da lama, enquanto me aproximo dela o mais rápido possível.
Já havia tomado minha decisão, em toda a minha vida nunca matei alguém que sobre o qual tinha algum sentimento, imaginei que o primeiro iria ser meu amigo Shinji, porém a primeira pessoa vai ser Illya. É muito comum em clãs de assassinos e organizações mais sombrias que o ritual de graduação seja ao matar alguém muito querido, nunca havia entendido a lógica até esse momento.
Quando você sente algum carinho minimamente verdadeiro por alguém é natural prezar pela saúde e bem estar dela, assim ter de superar esse sentimento ainda que pequeno é difícil, não por causa de Illya, por causa de Kiritsugu.
Era como pisar na bondade que recebeu, a pior forma de ingratidão possível, ser criado, alimentado e educado por alguém apenas para matar sua filha mais amada.
"Me perdoe...", murmuro com dor no peito, não abro os olhos para não perder a pouca motivação que me resta, eu já havia tomado a decisão, matar Illya é a escolha certa a ser feita.
Não vou conseguir repetir a mesma cirurgia novamente e no caso dela é muito pior não era um simples fragmento corrompido, mas todo o Graal menor em seu coração, além dela estar comandando um servo basicamente imortal que apesar de ter alguma limitação ainda é desconhecida e não posso arriscar estragar tudo em que trabalhei.
Já sentia a lama escorregadia sobre os meus pés e logo a minha frente estava minha irmã assustada, apesar de ela ter conhecimento poderosos sobre magia ainda tem um défice quanto ao físico e mesmo a lama negra era incapaz de impedir minha aproximação ficando à mercê dos meus ataques.
"Espero que um dia você se reúna com aqueles que ama", digo minhas ultimas palavras para ela com uma pequena lagrima escorrendo por meu rosto.
Nunca chorei em toda a minha vida, nem mesmo quando meu pai morreu, pois ele ainda estava vivo em mim, suas técnicas de combate, seu conhecimento como assassino, seus defeitos como humano, tudo esculpido em minha mente e corpo ao longo dos anos que estávamos juntos, até mesmo seu próprio sangue corre em minha veias, mas nesse momento eu estava o mantando com minhas próprias mãos enquanto Illya sentia a afiação da minha lamina.
Talvez um segundo o menos foi o tempo necessário para me mover em direção a ela, projetar uma espada e a decapitar, contanto que o coração continuasse intacto o ritual iria continuar, com um mestre a menos e com a corrupção sobre o meu controle.
Contudo não ocorreu como o esperado e o barulho de metal colidindo, fazendo me sentir remoço e alegria por não ter conseguido matar Illya. Abro meus olhos e o que vejo é surpreendente.
"Archer?", digo sem entender por qual motivo ela me impediu de finalizar Illya.
A minha frente estava Archer sei institivamente isso, usando um colam negro que destaca as curvas em seu corpo assim como seus seios, havendo uma abertura na área da barriga, além de aberturas laterais revelando sua pele morena.
"Não posso deixar você fazer isso Yan", ela diz seria entrando em posição de combate e finalmente consigo ver claramente o seu rosto, olhos dourados que brilham na escuridão e cativam apenas por seu vislumbre perdendo apenas para a Medusa nesse quesito, cabelos lisos e rosas levemente prateados.
"Mesmo que eu morra, não vou deixar você a matar", a seriedade em suas palavras aumentou, quando o poder magico começou a concentrar-se em suas mãos e uma palavra familiar saiu de sua boca, "Trance-on!".