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Um mundo de lava

Tudo o que nasce, tem que morrer e isso se chama o ciclo da vida, poucos conseguem a descrever e menos ainda conseguem a entender, ela é fria, cruel e sombria, muitos choram na morte de algum familiar, outros ficam felizes na morte dos outros, para mim esse conceito é inexistente e eu posso explicar o porque disso .....

Eu não me lembro do passado e nem tenho exatamente as famosas emoções, sou apenas algo vagando pelo universo frio e escuro, eu antes me sentia como em um mar agitado, sem poder mover-me tão bem, como não sinto qualquer indício de dor era como ficar relaxado para os humanos, eu conseguia ver grandes bolas massivas redondas, eu passava por elas em altas velocidades e nunca soube o que exatamente eram, eu já passei por alguns deles que eram bem menores e irregulares, Tudo isso até eu ir em direção a uma daquelas grandes massas redondas, ele era vermelho e tinha muitos toques de preto por aquele gigante redondo, chegando mais perto comecei a perceber que aquele redondo era muito maior que eu esperava, quando ultrapassei uma barreira invisível que mais tarde eu descobriria que era algo chamado de atmosfera, no fim eu sentir um tremendo impacto, eu não senti dor mas ainda fui pego de surpresa, ao verificar o arredor eu comecei a notar que ja não via mais aqueles pontinhos iluminados no céu, antes os via com muita frequência, por agora só tinha um líquido meio viscoso iluminado espalhado para todos os lados, além de montanhas de uns 3 a 4 quilômetros, e claro onde eu tinha caído criou uma enorme cratera, era algo bem estranho de se ver.

Ao andar a paisagem não mudava não importa a direção que eu seguia, eu não sabia onde estava e pela primeira vez em minha vida eu fiquei com uma emoção .... uma emoção que mais tarde eu conheceria como ansiedade, contudo logo me acalmei e sentei no chão, em seguida pensei:

( O que sou? Como consigo fazer isso? Isso é real?)

Minhas dúvidas estavam longe de serem respondidas, eu olhei minhas mãos e vi que eram ossos de uma cor branca leite, claro que na época nem sabia o que era isso, notei também minha longa túnica cinza escuro e uma foice toda preta em minha mão, onde a ponta era cromada, toda vez que a soltava ela, a mesma desaparecia e toda vez que pensava nela, misteriosamente a mesma reaparecia na mão a qual eu tinha fechado o punho, com o tempo me acostumei com isso e por fim passei a olhar a paisagem, comparado a hoje aquilo era quase um inferno, tinha apenas lava, vapor, montanhas totalmente escuras, rochas de magma e crateras que deixavam a paisagem irregular e caótica.

Entretanto foi naquela era que eu, experimentei a chuva, uma das melhores sensações que ja senti nisso que pode ser chamado de vida? Bom, eu ainda me lembro como foi essa ocasião ....

( Quando será que vou voltar a ver aqueles pontinhos iluminados? Alias o que são isso? ..... eu devia apenas-)

Naquele momento eu senti algo tocar na minha túnica, era algo fraco e sem qualquer importância, mas ainda assim eu queria ver o que era a tal coisa, ao olhar para o céu, saia de uma nuvem preta diversas gotas de água, na época eu não sabia exatamente o que era, só me lembro de achar aquilo surreal.

( Essa sensação é ... incrível, eu me sinto tão bem ... mas o que é isso? Essas coisas são chamadas de letras, que juntas formam palavras e que juntas formam frases, porém como eu sei isso? ..... talvez eu nunca saiba essa resposta ....)

A chuva me fez refletir e com ela eu fiquei por muito tempo, como a paisagem era monótona eu focava mais em meus pensamentos quando não chovia, e quando chovia eu sempre olhava para aquele céu, como o tempo foi passando a paisagem antes lotada de magma aos poucos foi diminuindo, a lava apenas ficou menos comum e a agua foi ocupando seu espaço, como a chuva foi ficando menos intensa, poucas vezes eu olhava para cima, e passei a olhar um pouco mais ao meu redor, depois de muito tempo eu olhei para o céu sem nem ter chovido e o que vi, foi muito estranho, não era o céu cheio de nuvens carregadas de gotículas de água, e sim um liquido que se movia de um lado a outro, me perguntava o que era aquilo, até eu decidir me levanta.

( O que é isso? ... que sensação estranha é essa? E porque sinto a mesma sensação quando aquelas coisas caem? Eu deveria me mover-)

Eu tentei me mover e encontrei um pouco de resistência, eu estava mais lento, eu sentia isso muito bem, eu não sabia que aquilo agora era o mar, como não necessito respirar eu ficava numa boa naquele tipo de ambiente, mas ainda sentia a tensão da agua, foi bem difícil de sair daquele lugar, foi tanto que seria até desgastante só de falar, felizmente em um momento eu consegui sair, eu tinha chegado em terra firme, agora não existia mais lava visível, apenas água para todos os lados, o céu agora não tinha apenas nuvens, ela tinha uma linda cor azulada com algumas nuvens brancas, eu estava em um amontoado de areia no meio do mar, olhando para os céus acima de minha cabeça esquelética, esse lindo céu eu olhei por anos sem parar ....

Enquanto esse tempo passava, eu presenciei pela primeira vez a noite, eu vi como aquele local era no inverno, e tive outras experiências como estrelas cadentes caindo do céu e outros eventos interessantes, eu só parei de olhar para o céu ao ouvir um som bem alto, era um som muito alto mesmo, uma enorme bola massiva tinha batido nesse grande corpo em que eu estava, o mundo voltou a ficar parecido com o inferno, as lavas antes extintas voltaram a ser comum em minha visão .... depois de muitos anos em que passei pensando, o mundo voltou aquela beleza antiga, agora havia um enorme redondo prateado que estava perto de mim, tentei alcançar ele com minha mão, contudo foi em vão, eu não conseguia pegar aquele corpo prateado no céu, olhei para ele com extrema admiração, até que um som estranho ecoou da agua, quando olhei para o mar vi uma criatura estranha saltando do mar, ela parecia não poder chegar em terra firme, quando vi a criatura me interessei nela na mesma hora, por algum tempo olhei ela e pouco após essa criatura voltou ao saltar sobre a agua, com uma curiosidade latente eu mergulhei meu crânio na água para tentar reencontrar a criatura, logo ao tentar ver na água, eu enfim tinha notado que não estava mais sozinho, agora no fundo do mar, tinha algumas algas, cardumes, e diversas outras coisas marinhas, tudo aquilo era tão lindo, e mais uma vez eu olhei algo por muitos anos ....

O mar agora tinha criaturas colossais, eram lulas gigantes e tubarões enormes, nenhum animal ainda conseguia sair daqueles mares, então eu era o único ser que habitava tais terras, foi até eu ver uma criatura quadrúpede nadando para a costa, ela tinha obtido minha atenção e como estava prevendo ela saiu da água, fiquei surpreso por um curto período de tempo, os grandes tubarões que matavam suas presas em apenas uma mordida não conseguiam sequer colocar suas cabeças fora da agua sem ter que voltar correndo, agora uma criatura feia pra caramba, que tinha uma cor esverdeada e fazia um som um tanto bizarro, tinha conseguido tal feito, foi a partir dai que eu comecei a admirar ainda mais essa tal de vida.

A criatura começou a andar de uma forma meio instável, e foi então que eu percebi que o meu pequeno pedaço de areia, agora eram um amontoado de terra gigante, eu nem tinha notado como esse lugar tinha crescido, na ilha agora tinha as antigas árvores, os primos antigos das modernas árvores, eu me lembro de ficar maravilhado ao ver uma, tinha até esquecido daquele que era o primeiro animal terrestre, um ancestral dos sapos e outras criaturas anfíbias, tocar no tronco daquela árvore foi algo muito bom e diferente que eu havia experimentado.

( Essa sensação ..... ela é .... muito estranha, sinto algo grudento, meio nojento, com uma casca estranha e um sensação .... peculiar, só que ainda assim isso é bom ..... eu preciso continuar a explorar este mundo!)

E foi então que eu decidir rodar este mundo inteiro, claro que eu não sabia o que veria pela frente, eu tinha apenas que descobrir me aventurando pelo mundo, aquele momento ainda continua vivo em minha memoria e com essa determinação, eu passei a explorar o mundo .....