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Capítulo 2: Fuga Desesperada.

Um rugido... Uma floresta... Uma fuga desesperada me trouxe a Inferterra, um lugar sombrio e obscuro, que eu mal conheço além de lendas e histórias dos moradores do ADBR do Norte. A batida em minha cabeça, cortou levemente minha pele, o sangue escorrendo até o meu queixo, o cheiro metálico e morno do meu próprio sangue. A nave estava cravada no topo de uma cachoeira, a queda foi devastadora, tive sorte em sair vivo disso, mas eu preciso achar um lugar seguro, aquele rugido que eu ouvi parecia de algo ameaçador demais.

— Parece que temos um problema amigo! A nave está completamente obstruída! Mas veja por um lado bom, estamos na Inferterra! — Drow, o famoso robô Sr. Óbvio.

— Que rugido... que rugido foi aquele? — eu perguntei, nervoso, ainda recuperando a postura lentamente.

— Não sei dizer ao certo por falta de informações visuais, mas chuto dizer que é um Mágoa! Legal né?

— Mágoa? O que é isso?

— É uma manifestação, uma criatura feita de mágoas, por isso o nome: Mágoa! Elas não são muito racionais, mas ainda sim podem ser incrivelmente poderosas, uma verdadeira anomalia da natureza!

Eu fiquei em choque com essa informação, uma criatura? Que tipo de criatura? Eu preciso me mover, preciso encontrar algum lugar que eu possa repousar.

— Drow, consegue se retirar da nave? Se tornar portátil? — uma sensação de medo começou a tomar conta do meu peito, eu não lidava muito bem com o escuro, apesar da cachoeira ser o mais próximo de um ponto iluminado, toda a floresta negra e escura engolia essa falsa iluminação.

— É claro que consigo! — então começou a surgir um anel de prata do volante quadrado, vindo em uma pequena cápsula. — Agora estou na forma portátil para que possamos seguir nessa jornada juntos! Não é legal? — o anel tinha dois pontos cianos, que brilhavam quando Drow falava alguma coisa.

— Perfeito. — eu coloquei o anel na minha mão esquerda, colocando cuidadosamente em meu dedo indicador, a luva que Luthan me presenteou ainda na minha mão direita.

Eu não consegui segurar a frustração, assim que olhei pra luva, lembrei do rosto de Luthan, nessas horas eu estaria aos braços de Hana, procurando conforto, mas agora, eu não tenho nada e ninguém. E isso é tudo minha culpa.

— Droga! — eu fico com a cabeça no Volante, descarregando toda minha dor em lágrimas, chorando silenciosamente.

— Por que está chorando jovem viajante?

— Eu não faço nada direito! Porra! Por minha causa, o Luthan tá morto, Mercil traiu a minha confiança, eu perdi minha namorada porque eu sou um merda, e agora tá na porra de um planeta perdido sem esperança! E tudo isso, é por que eu sou um idiota! — eu coloco as mãos nas minhas orelhas, apertando minha cabeça com agressividade, tentando abafar minha dor, então eu retiro minha máscara da Blood Moon, aperto ela, e jogo na cachoeira o que me trouxe a esse lugar, a máscara que eu achava daora, agora desaparecia na escuridão, com o fluxo da água.

— Não devia estar chorando jovem viajante! Emoções negativas, atraem Mágoas!

— O que?

Eu ouvi árvores sendo derrubadas, ossos estralando como a presença da morte, sentia que estava sendo observado, mas não conseguia ver nada. Eu olhei para todos os lados, todas as direções, e não conseguia ver nada, o silêncio tomou conta, apenas com o som calmo do fluxo leve da cachoeira. De repente, eu sinto uma respiração fria como a neve, uma brisa leve, batendo nas minhas costas, logo que eu sinto a respiração, meu corpo trava, mas eu preciso virar, e ver o que tem atrás de mim, então eu viro lentamente o rosto, devagar, com calma, com cuidado.

— D-Drow... Mágoas são agressivas?

— Com certeza! São extremamente agressivas e nada simpáticas! Verdadeiras feras mal educadas!

— Se tiver uma Mágoa atrás de mim... O que devo fazer?

— Ah isso é terrível! Você tem 3 opções: chamar as autoridades competentes, atentar fugir mesmo que seja quase impossível, ou, aceitar sua morte inevitável de forma violenta.

— Entendi. — Então eu virei o rosto por completo, estava com os olhos fechados pelo medo, mas assim que eu abro, o que eu vejo é uma criatura enorme e pálida, tem mais ou menos uns 5 metros. Ela não tem olhos, mas ainda marca sua presença como se estivesse me encarando o tempo todo. Sua cabeça distorcida e desproporcional, com sua boca parecendo um rasgo enorme em sua face, com a pele derretida, como se estivesse tentando costurar a boca. A sua boca está manchada com a marca da morte: sangue, seus milhares de dentes pequenos e afiados como espinhos. Suas olheiras também são como rasgos em sua pele, revelando algo oco e vazio, seus braços lembram patas de aranha, sendo ao todo 8 braços, eu sei corpo é largo, mas é magro, se estendo ao final com uma cauda imensa. Parece que eu vou morrer aqui.

— Catalogando a criatura. — Drow começou a analisar a Mágoa na minha frente, uma projeção azul passando pelo o rosto da fera, enquanto ela respira pesadamente. — Essa Mágoa é impressionante! Como vai sair dessa jovem viajante?

— Eu não sei... Vo-você tem alguma ideia?

— O ideal seria pular do precipício neste momen-

Antes de Drow terminar de falar, o Mágoa deu um rugido estrondoso, sua saliva respingando no meu rosto. Um rugido parecia de um trem bala passando agressivamente em uma trilha de um trem, o bafo de corpos em decomposição também saia de sua boca. Então ele tentou me morder de uma vez, eu logo lancei meu corpo pra trás, o problema é que eu tropecei com a nave, então por um momento eu senti meu corpo batendo contra a brisa do vento, e eu comecei a cair pra escuridão, a nave e o Mágoa se afastando rapidamente de mim, eu caindo para o precipício que parece não ter fim, eu já perdi tudo, aceito meu destino. De repente, o Mágoa começou a escalar as paredes da cachoeira, e lançou uma gosma preta da sua boca, como uma corda pegajosa, grudando ela no meu peito, então eu sou puxado em direção do Mágoa, eu tentando não entrar na boca da fera, fazendo força pra não ser engolido e triturado por milhares de dentes.

— Você sabia que eu posso dar um choque nele jovem viajante? — Drow me revelou isso no momento mais crítico.

— Tá de sacanagem?! Faz isso agora!

Então um raio do anel se manifestou do meu dedo, eletrocutando a cabeça do Mágoa. Então por conta da dor, ele me lançou pro alto, e eu caí no campo de grama cinza ao lado da cachoeira, eu ficando com alguns ralados no meu corpo. Mas o Mágoa não desistiu, ele subiu atrás de mim, se movendo como uma aranha assassina, uma verdadeira Viúva-Negra. Mas com a adrenalina subindo na cabeça, o tempo parecia se mover mais devagar, mesmo que não no sentido literal, então eu pensei em todas as variáveis... Olhei pra cachoeira... Água... Eletricidade... É isso!

— Drow! Consegue descarregar uma quantidade de eletricidade poderosa na água pra impactar esse Mágoa?! — eu estava fazendo uma aposta perigosa, mas eu tinha que tentar.

— Que ideia engenhosa! Parabéns por essa ideia jovem viajante! Prefere qual potência de voltagem?

— O máximo pra matar esse demônio!

De novo raios começaram a surgir do anel, mas agora dançando pela a minha mão, uma quantidade massiva de eletricidade, e quando o Mágoa estava em uma distância considerável, eu lancei a minha mão na água da cachoeira, com raios de energia se espalhando pela água como raízes e atingindo o Mágoa com força, eletrocutando todo o seu corpo.

— Isso! — eu senti um leve alívio em ver que tinha funcionado, ou pelo menos parecia.

Até que o Mágoa, crava suas patas no chão, ele direciona seu corpo pra trás, e lança seu corpo pra frente, como uma catapulta, colidindo com meu corpo, me derrubando no chão, ele então finca sua pata enorme no meu ombro direito, sinto a pata dele rasgando minha carne, a dor é como uma queimadura infernal. Ele abre sua enorme boca, ele vai engolir minha cabeça, até que uma pedra é lançada por algo ou alguém, atravessando o cabeça do Mágoa, não matando a criatura, mas deixando dois buracos nas laterais de sua cabeça, um sangue preto escorrendo. Então eu virei meu rosto pra direita, da escuridão, das árvores negras, com as folhas cinzas, surgiu um homem, segurando um enorme machado com duas lâminas vermelho, com um símbolo de um espiral no meio. Ele estava completamente coberto por um traje preto com alguns detalhes vermelhos, o que eu conseguia observar era: uma máscara preta que cobria toda sua cabeça, a máscara lembrava uma caveira mais simples, com placas de prata na área da mandíbula, e olhos vermelhos brilhantes. Dava pra ver uma tatuagem em espiral na sua garganta, a tatuagem parecia rabiscada, texturizada com traço de carvão, cobrindo metade do seu pescoço, contrastando o preto com a pele branca e leve. Ele usava uma capa preta mais fechada, envolvendo a maior parte do seu corpo, uma camisa preta, um cinto preto de bolsas na cintura, mangas vermelhas escuras que envolvia seus braços, luvas pretas, uma calça preta que parecia ser feita para o combate e pra finalizar, uma bota preta.

— Aí bicho feio! Melhor deixar esse pivete aí sem triscar um dedo nele, ou tu vai virar estampa de camisa. — ele apoiou o machado no ombro, parecia que ele era muito confiante, minha salvação, mas... Quem é ele?

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