webnovel

Entre a Espada e o Machado

Volume 1 - Capítulo 8

O coração de Mike parecia prestes a saltar do peito. Ele observava, aterrorizado, a aura dos dois adversários. Aquilo não era humano, era algo imenso, esmagador. Mike se rastejou pelo chão, incapaz de reagir.

De repente, uma bofetada estalou contra o rosto dele.

— Moleque! — gritou Emma, irritada, tentando trazê-lo de volta à realidade.

Mike piscou, ainda atordoado, mas antes que pudesse se mover, viu a lâmina do Cavaleiro descendo em sua direção, pronta para decapitá-lo.

(Clang!)

A espada do Cavaleiro parou contra uma barreira dourada criada por Emma.

— Eu não vou deixar isso acontecer! — declarou ela, com a mão estendida na direção da espada.

O Cavaleiro rangeu os dentes.

— Tsc.

Com força, ele começou a pressionar a lâmina contra a barreira, que começava a rachar. Emma, percebendo o perigo, estendeu a outra mão e disparou uma flecha de luz, que o Cavaleiro desviou com facilidade.

Ele voltou a atacar, quebrando a barreira com um golpe poderoso.

Mike, reagindo rápido, sacou sua pistola e atirou.

O Cavaleiro abriu os olhos, surpreso, mas com um movimento preciso, cortou a bala ao meio no ar.

— Seu pirralho insolente! — rugiu ele.

De repente, o Brutamonte Berserker girou seu machado, atacando com fúria.

— Droga! — Mike gritou, agarrando Emma e se jogando para trás para escapar.

No entanto, eles mal tiveram tempo de respirar. A espada do Cavaleiro já estava sobre eles, enquanto o machado do Berserker se aproximava perigosamente.

— Merda! — Emma conjurou outra barreira instintivamente, protegendo-os por pouco.

Mike se levantou, irritado mas tentando manter a calma, e pegou Emma pelo braço.

— Vamos sair daqui!

Ele começou a correr, mas logo foram cercados por mais cavaleiros.

— Assim não vamos conseguir, moleque! — gritou Emma.

Mike olhou ao redor rapidamente e então jogou Emma no chão.

— Me dá cobertura! — ordenou ele, correndo na direção do Cavaleiro com sua espada em mãos.

As lâminas colidiram, mas Mike não tinha força suficiente para rivalizar com o adversário. O Cavaleiro o chutou violentamente, jogando-o para trás.

— Hahaha! Que garoto patético! — zombou o Cavaleiro.

A voz de Emma o trouxe de volta à realidade:

— Idiota! Ele vai te matar!

Mike mal teve tempo de se levantar quando a espada do Cavaleiro parou a centímetros de seu pescoço. Emma o salvou mais uma vez, erguendo uma barreira a tempo.

— Chega.

A voz era fria, mas carregada de autoridade.

Do fundo, um homem surgiu montado em um cavalo. Seus longos cabelos brancos brilhavam, e seus olhos azul-claros emanavam um olhar penetrante. Ele desceu do cavalo, mantendo a postura elegante, quase feminina.

— Uma luta tão injusta... — disse ele. — E logo o meu grupo?

O Cavaleiro se virou para ele, surpreso.

— Mas, senhor... — começou, mas foi interrompido.

— Chega — repetiu o homem. — Quero um duelo. Apenas eu e ele.

Mike se levantou, ofegante, mas com um sorriso arrogante.

— Está certo. Vamos fazer isso.

Emma olhou para ele, incrédula e furiosa.

— Moleque estúpido! Você não consegue nem derrotar os lacaios, como acha que pode enfrentar—

Mike colocou a mão sobre a boca dela.

— Fica quieta — disse ele, antes de caminhar até o centro da arena improvisada.

Frente a frente, os dois se encararam.

— Está pronto? — perguntou o homem.

Mike respondeu apenas correndo com tudo, disparando sua pistola.

As lâminas se chocaram. O som metálico ecoou.

Quando se cruzaram, ambos pararam. Por um momento, tudo parecia estático.

Mike olhou para baixo. Seu peito estava cortado, um golpe profundo e mortal. Ele tremeu, cambaleando.

— Isso... Não... — murmurou, antes de cair de joelhos.

A espada de Mike caiu no chão. Ele tentou se levantar, mas mal conseguia se manter de pé.

— Acabou... — murmurou, antes de desmaiar.

Emma correu até ele, lágrimas nos olhos.

— Idiota!

A visão de Mike escureceu completamente.

Ele abriu os olhos em um lugar estranho. Um deserto escuro se estendia ao infinito, iluminado por uma lua de sangue. Diante dele, um vasto mar de sangue se agitava, e no horizonte, uma figura solitária se destacava.

Era um homem de cabelos brancos curtos e bagunçados, olhos azul-claros e um manto branco que cobria seu pescoço. Ele se virou para Mike, o olhar frio e severo.

— Você ainda não está pronto.

Com um gesto, ele apontou para Mike. Um impulso invisível o jogou no mar de sangue.

Por entre as ondas, uma criatura gigantesca passou. Seus olhos azuis brilhavam, e suas asas demoníacas rasgavam a escuridão. Parecia uma serpente do mar, mas infinitamente maior.

Então, Mike acordou.

Três dias depois – 6:30 da manhã

Mike despertou lentamente, piscando contra a luz.

— Onde... estou?

Ele estava em uma cama. No canto do quarto, Emma dormia sentada.

Mike tentou se levantar, mas uma voz o interrompeu.

— Não deveria se mover ainda.

Mike se deitou novamente, franzindo a testa.

— Quem é você?

Uma risada baixa ecoou.

— Eu pedi um duelo com você... E como esperado, você perdeu. Mas ordenei que cuidassem de você. Você é interessante, Mike Wojester.

Chapitre suivant