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Aleksander Petrov

O meu pai quase me fez perder a cabeça no momento em que confundiu minha esposa com a mãe dela, tive que fazer manobras radicais para poder desfazer o cenário constrangedor que ficou no quarto.

— Explique o que está acontecendo Aleksander Petrov segundo? — meu pai raramente me chama pelo meu título, até por quê ele sabe que detesto o maldito nome. Para ele estar me tratando pelo meu título é porque está realmente furioso com a história da minha sogra sequestrada.

Minha mãe também não está com uma boa cara. Depois da pequena confusão anterior, eu deixei minha Zayka em casa e voltei para a clínica para explicar o que exatamente está acontecendo na Bratva. Os três parecem que vão me matar a qualquer momento, minha mãe está tentando acalmar o meu pai, meu pai só falta lançar o sapato em minha cabeça e minha Zayka em casa, parece que está presa em alguma espécie de transe de memórias ruins. Eu não devia deixar ela sozinha em casa, mas acho que esse momento é só dela, ela deve reviver as coisas sozinha e com calma,  sem a minha presença pressionando ela.

— O senhor sabe que detesto esse título e quanto ao que o senhor quer saber, acho bom sentar que a história é longa — falo entrando no quarto dele.

Me sento no sofá ao lado da minha mãe que tem uma expressão triste no rosto, parece que além do meu pai, ela também tinha algum tipo de apresso pela mãe da minha esposa.

— Bom! O que eu vou contar não pode sair daqui, a Bratva não anda muito bem e essas informações são de extrema importância para nós — falo só para provocar o meu pai, ele é o dono Bratva é óbvio que não contará para ninguém.

Sem que eu comece a contar, meu pai lança seu sapato que me acerta directamente na testa. Sorte a minha que são Crocs e são feitos de borracha.  Falta saber em qual momento ele tirou o sapato, visto que ele não pode mexer as pernas.

— Nikolai Petrov terceiro e Aleksander Petrov segundo, comportem-se como adultos que são, que brincadeiras são essas? Parecem duas crianças mimadas — minha mãe usa os nossos títulos para nos repreender.

Quando ela usa os nossos títulos é porque as coisas podem ficar feias e eu não estou disposto a pagar para ver isso. Ela pode muito bem acabar com nós dois em segundos.

— Está certo, eu vou contar o que está acontecendo — falo emburrado. Se Isabella me visse agora, acabaria todo o respeito que tem por mim, se é que ela tem algum respeito por mim, minha esposa é bem destemida.

— Conta logo moleque — meu pai berra impaciente.

Começo contando sobre o meu casamento com Isabella, sobre como ele foi forjado, escondendo é claro a parte em que eu fui um burro e assinei os documentos sem ler, mas graças a Deus que fui burro mesmo, caso não, hoje estaria casado com Fiorella Constantine e talvez a minha vida não fosse tão feliz como é hoje. Contei para ele sobre os ataques dos japoneses e tive que escapar de mais uma chinelada dele. Por fim, eu contei sobre o que houve com a minha verdadeira sogra, minha mãe não conteve as lágrimas, parece que elas foram muito amigas na época, quase irmã. Parece que a minha sogra estava prometida ao meu tio Ary, mas o casamento não aconteceu por conta do sequestro e todo o resto. Ainda bem que toda a merda aconteceu, caso não, minha Zayka seria uma prima. Não que eu tenha algo contra primos que se relacionam, mas isso não é algo que eu faça ou faria.

Depois de contar tudo o que houve para os meus pais, voltei para casa e encontrei minha Zayka triste por tudo o que aconteceu, tive que contar a verdade por trás de suas origens, ela ficou muito triste com isso, mas tive que fazer com que ela entendesse que ninguém pode saber por enquanto que, sabemos toda a verdade sobre sua origem. Giana Constantine, é muito astuta e pode virar tudo contra nós e podemos muito bem sofrer com a guerra, provavelmente perder ela, agora que ela está grávida precisamos ser um milhão de vezes mais cuidadosos que nunca. Minha Zayka está ao celular neste momento com o satanás da madrasta dela, essa mulher parece o próprio Lúcifer, não se pode falar nela que já aparece. Não sei do que elas estão falando, mas parece que a notícia não é muito boa.

— Como assim? Como o meu pai está? —  minha Zayka grita desesperada. Seu grito me desperta, me levanto surpreso e tento acalmar ela. 

Seu corpo está trémulo, sua respiração está fraca e isso não é bom para o bebé, ela não pode ficar muito nervosa por causa do bebé. A bruxa do outro lado da linha contínua falando e desliga o celular na cara da minha Zayka que piora o tremor em seu corpo.

— Aleksander! Meu pai está doente, ele precisa de mim, por favor — minha Zayka fala com desespero e medo, suas lágrimas banham os seus olhos, e seu corpo fica mais trémulo que antes.

— Não se preocupe com isso Zayka, iremos a Itália ainda hoje — garanto.

Ajudo minha esposa a se sentar no sofá, saio correndo até o andar superior da casa. Faço nossas malas de qualquer jeito, sem me importar com o que estou levando para a nossa viagem. Só quero que ela fique logo com seu pai para que ela fique tranquila. Porra, eu subestimei Giana Constantine, ela é pior do que eu pensei, eu sabia que ela era uma mulher cruel e que provavelmente mataria o marido, eu sabia que ela não presta, só não pensei que seria tão rápido assim, não pensei que ela faria algo tão rápido assim. Ela está a mil passos de todos nós. Com a morte do desgraçado do Roberto, a coroa ficará com ela, além de matar o marido ela virou o conselho a seu favor. Ela deve ter planejado por anos isso. A viagem até o território Italiano foi feito com calma, Bella passou a maior parte da viagem dormindo, por conta da gravidez, ela não consegue ficar muito tempo acordada. Ela não falou absolutamente nada no nosso trajeto de carro, ela está tão preocupada que só quer chegar logo lá e ver seu pai amado. Assim que chegamos a propriedade Constantine, preciso de minutos para adentrar ao interior da casa e respirar o mesmo ar que eles.

— Bella! Eu senti sua falta — a irmã mais nova da minha Zayka, abraça ela com um sorriso nos lábios. Ela parece realmente feliz em ver a irmã, mas além da felicidade tem tristeza em seu olhar.

Minha Zayka retribui ao abraço, aperta sua irmã com força. Ela está com muitas saudades dela. Desde que nós dois nos casamos, eu forcei ela a cortar laços com a família, me arrependo amargamente por isso, ela sofreu muito por estar longe da irmã mais nova.

— Eu também senti sua falta irmãzinha, como estão as coisas aqui? — minha Zayka fala com tristeza.

Nós dois adentramos ao interior da casa e porra, isso é pior que o inferno. O cheiro de vinho está impregnado em todos os cantos da sala, eu não creio que estou mesmo de volta ao ninho de cobras dos italianos. Minha Zayka fica observando tudo com desprezo, como se estivesse de volta ao inferno particular dela.

— Oh! Minha querida, você voltou finalmente — Giana Constantine vem correndo com um sorriso nos lábios, ela parece tão satisfeita com isso, que só falta saírem balões de fogo de artifício.

Ela nem sequer consegue disfarçar a sua satisfação em ter o marido quase morto. Minha esposa se esquiva do abraço dela, sem se importar com nada, mas logo em seguida ela disfarça e coloca um sorriso nos lábios.

— Oi mãe, como está o meu pai? — ela cumprimenta inocentemente.

Giana não fala nada, apenas aponta com a cabeça o andar superior da casa. Minha Zayka sobe com pressa e me deixa sozinho na sala, junto com as víboras peçonhentas. Não suportando o cheiro de veneno na sala, saio até o jardim da casa para tentar respirar e pensar nos meus próximos passos estando aqui. Tudo estava perfeito, até que o perfume enjoativo de Jasmins preenche as minhas narinas, Fiorella se senta ao meu lado e se joga em meus braços.

— Por quê ainda está casada com ela Aleksander? Por acaso gosta dela? Pensei que eu fosse o amor da sua vida? — sua voz nojenta preenche os meus ouvidos e sinto uma vontade enorme de vomitar. Ela tão enjoativa que estou prestes a desmaiar.

— Acha que eu me importo com você? Acha que chega aos pés dela? Você não é nada comparado a ela, você é uma vadia desesperada por atenção — sussuro fumando o meu charuto, nem posso crer que quase me casei com alguém tão fútil e mimada assim — Isabella, ela é tudo que de melhor existe no mundo, ela é o calor que aquece as minhas noites frias, ela é como um raio de sol, ela é melhor que qualquer pessoa que existe nessa drogada de mundo, sou eu quem não mereço ela, eu não chego aos pés dela, ela é o meu mundo e se você se atrever a tentar se comparar a ela novamente, eu vou matar você sem exitar — os olhos de Fiorella se arregalam e enchem-se de lágrimas, ela não estava a espera de algo assim de minha parte, nem mesmo eu esperava me declara para a minha Zayka, mesmo que ela não escute o que estou falando.

A expressão no rosto de Fiorella fica macabra e inesperadamente ela me beija, antes de ter tempo de reagir. O pior acontece.

— Atrapalho? — a voz da minha esposa está grave demais, como se ela estivesse extremamente furiosa comigo.

Alguém me ajuda? Acho que vou morrer hoje.

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