webnovel

Sua primeira visita noturna

— Eu vou te desintegrar. —

As mãos e pés de Aries ficaram frios com a ameaça dele enquanto ele depositava um beijo na área que havia mordido. Ela lançou um olhar cuidadoso por cima do ombro, apenas para ver Abel percorrendo seu ombro com o ápice de seu nariz.

'Esse homem vai me matar', ela pensou, cerrando os dentes secretamente. 'Não agora, mas ele eventualmente vai me matar com certeza.'

Se Aries acrescentasse até mesmo a menor mentira em sua história, a água da banheira ficaria vermelha com seu sangue. Por sorte, inconscientemente, ela sabia que Abel era a pessoa para quem ela não deveria mentir. Seu ombro relaxou quando Abel descansou a testa em seu ombro, estremecendo com suas respirações profundas batendo em sua pele umedecida.

Seus braços, que estavam pendurados sobre a borda da banheira, deslizaram para debaixo da água, envolvendo sua cintura esguia. Ela estava magra demais, como ele podia sentir o osso do quadril dela.

— Você parece tão delicada, — ele murmurou, repousando o lado de sua cabeça em seu ombro com os olhos nela. — Então, por que você é tão obediente a mim se preferiria morrer nas mãos daquele animal do que se submeter? Até agora, já não percebeu que seu antigo proprietário é melhor que o novo?

Aries relaxou o corpo contra ele, baixando a cabeça. — Sua Majestade é melhor.

— Oh? Você acha isso?

— Sua Majestade não é quem massacrou minha família. Isso sozinho já o faz mil vezes melhor. — Aries olhou para ele, travando olhares. — Mesmo que Sua Majestade me use como um saco de pancadas, ainda é melhor do que sofrer nas mãos do homem que tirou a vida daqueles que me eram queridos.

— Ahh... então é isso que você quer dizer quando diz que sou melhor — uma opção melhor, não uma pessoa melhor... bem, você não é intimidadora?

Seus lábios se apertaram em uma linha fina, reunindo coragem para perguntar. — Você acha minha honestidade ofensiva, Sua Majestade?

— Mhmm, — Abel cantarolou, enquanto seus longos cílios tremulavam lentamente. — Bem, eu não sinto vontade de quebrar seu pescoço, então talvez eu não acho?

Aries abriu a boca mas decidiu permanecer em silêncio no lugar. Ela estava andando na linha e deus sabe quão nervosa estava por dentro. Abel era como uma bomba-relógio e com uma palavra errada, ele a mataria.

Ela olhou para baixo e soltou uma respiração rasa. Ela não tinha notado até agora que os toques dele não eram sensuais. Não a repugnavam, mesmo estando pele com pele. Abel estava simplesmente segurando-a... como um verdadeiro animal de estimação a ser cuidado.

'Mas isso não significa que vou fugir de servi-lo', disse a si mesma, matando quaisquer pensamentos bobos que estavam tentando ressurgir em sua cabeça. 'Homens... são todos iguais, afinal.'

Enquanto Aries mantinha silêncio, Abel a observava, ainda com o lado da cabeça apoiado em seu ombro. O canto de seus lábios se curvou em um sorriso diabólico, com seus olhos brilhando.

'Eu deveria matá-la agora', ele disse internamente, mas não moveu um músculo para fazer o que já havia ordenado a si mesmo.

Normalmente, ele não precisava dizer a si mesmo, pois agiria mesmo antes de poder pensar sobre isso. No entanto, embora o pensamento de torturá-la enquanto ouvia seus gritos o animasse, ele simplesmente não tinha vontade de silenciá-la.

Ele também se perguntava por que hesitava, quando já sabia que esta mulher era perigosa? Mas talvez essa fosse a razão principal: a falta de resposta, a intriga, a perplexidade, a antecipação do dia em que ela rasgaria sua pele e mostraria seu verdadeiro eu.

'Isso é até divertido', ele ronronou enquanto piscava. 'Uma vez que ela descobrir sua fachada, terei uma razão para matá-la. Até lá... vamos nos divertir, querida.'

Ocupado com seus próprios pensamentos retorcidos, Abel não considerou que sua decisão de não matá-la cedo levaria a algo... mais profundo, mais sombrio e enlouquecedor.

*****

Abel a ajudou a limpar seu corpo, como um proprietário faz com seu animal de estimação. Sua falta de interesse nela a fez relaxar um pouco até que os servos vieram para ajudá-la a se trocar. Aries saiu primeiro e dirigiu-se a seus aposentos com a ajuda dos servos.

Como nas várias noites anteriores, Aries já estava acostumada com essa rotina de as empregadas a vestirem sem dizer uma palavra. Mas esta noite foi diferente. Todos os servos permaneceram em silêncio, mas o jeito como olhavam para ela era estranho.

'É mais como... eles têm pena de mim', ela pensou, olhando para as três empregadas que estavam não muito longe de onde ela estava sentada. Assim que as olhou, as empregadas baixaram a cabeça para evitar seu olhar. Ela olhou para cima, fixando os olhos no reflexo da empregada, que estava penteando seu cabelo.

A empregada não estava olhando para ela, mantendo a boca fechada enquanto fazia seu trabalho. Aries não era amistosa com eles, nem lhes causava problemas. Durante o mês desde que Abel a tinha acolhido, a única pessoa com quem ela conseguia conversar era Conan. Não que os servos a evitassem, ela apenas sabia que eles estavam mantendo uma linha clara e segura.

'Talvez eles estejam me olhando assim porque Abel disse que passaria a noite em meus aposentos.' Aries apertou os lábios, agarrando a saia enquanto olhava para o espelho. 'Eles até me maquiaram levemente... Estou com medo.'

Depois que a empregada terminou de escovar seu cabelo, ela deu um passo para trás. — Sua Majestade logo chegará aqui, minha senhora. Por favor, espere por ele até então.

Aries concordou com a cabeça, observando o reflexo delas enquanto saíam sem dizer mais uma palavra. Assim que a porta se fechou, ela mordeu o lábio inferior e fixou os olhos de volta ao seu reflexo. Ela apoiou a mão no rosto, forçando um sorriso.

— Ao contrário de um mês atrás, eu pareço... melhor, — ela murmurou, concordando com encorajamento. Os hematomas que ela tinha estavam quase desaparecidos agora, exceto pelas marcas de mordida que Abel deixou em seu ombro. Aries puxou a manga para cobrir a marca de mordida.

— Isso é o mínimo que posso fazer. — Ela exalou bruscamente antes de ajudar-se a levantar. Ela caminhou em direção à cama e sentou-se na borda do colchão, palmas ao lado, olhando para seus pés. Ela esperou e esperou até ouvir alguém anunciar a chegada de Abel e a porta lentamente se abrir.

Aries levantou a cabeça, e seus olhos pousaram instantaneamente no homem com a camisa de noite branca entrando. Ao fechar a porta atrás de si, ela lentamente levantou-se ao lado da cama com as mãos à sua frente.

'Ele realmente veio', ela pensou enquanto erguia a cabeça, observando Abel se aproximar. Ele parou quando seu dedo do pé tocou o dela, sorrindo com a determinação nos olhos dela.

— Querida, — ele demorou, erguendo os dedos para ajeitar o cabelo dela atrás da orelha. — Você estava me esperando? Que fofo.

Abel segurou o queixo dela enquanto suas pálpebras se abaixavam. Seu polegar acariciou sua bochecha esguia, olhando nos olhos dela. Era claro que ela estava assustada, mas a determinação nos olhos dela prevalecia sobre tudo o mais.

— Isso é novidade, mas bem... — o canto de sua boca se curvou em um sorriso, inclinando a cabeça enquanto se inclinava para reivindicar seus lábios. Aries imediatamente fechou os olhos, mas ele parou quando seus lábios estavam a um centímetro dos dela.

— Pfft —!

Chapitre suivant