LISA
"Você engordou," Elverly me recebe, naquele jeito tradicionalmente odioso dela.
Será que o fato de eu ter sentido falta da língua venenosa dela me faz anormal? Provavelmente. Mas eu a abraço mesmo assim, sorrindo quando o corpo dela não fica tenso, mesmo ela resmungando por eu tocar nela sem permissão.
O resto da noite com Kellan foi só um silêncio constrangedor. Estar longe dele é uma benção agora. Só fico pensando em como ele cheirava—é. Não. Melhor não pensar nisso.
"Vou pedir na próxima vez. Como você está?"
O resmungo de Elverly poderia significar qualquer coisa, mas escolho interpretar como eu também senti sua falta.
Talvez eu seja psicótica. Ou delirante. Mas tenho quase certeza que é isso que ela quer dizer.
"A comida aqui é terrível," ela murmura. "Não tem um cozinheiro entre eles."
"Eles são refugiados de guerra," diz o Grande Sábio, parecendo bastante resignado. "Não é como se eles pudessem levar a cozinha ao fugir."
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