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CAPÍTULO 11. VISÕES

O saguão, agora um cenário de caos e desolação, exalava um odor de sangue. Os destroços esparzidos testemunhavam a violência do embate que ali ocorreu, enquanto as sirenes das viaturas policiais, lá fora, ecoavam em um sinistro coro, anunciando a iminente chegada da autoridade. Diante desse quadro dantesco, Yumi permanecia estática, seus olhos arregalados refletiam o assombro perante a demonstração de poder avassalador de Harumi. Em meio à turbulência do momento, ela se questionava em silêncio — Será possível que ele tenha despertado o coração negro? —

Seu olhar se desviou para Anne, cujo corpo inerte repousava no chão, testemunha muda do conflito. Um arrepio de terror perpassou seu semblante antes que ela abrisse um portal de luz, um véu reluzente na escuridão sombria do ambiente. Yumi caminhou decidida em direção ao portal, mas antes de adentrá-lo, lançou um olhar penetrante para trás, buscando encontrar os olhos de Harumi. Com uma voz carregada de gravidade, proferiu suas últimas palavras — A vingança é sempre a primeira opção, não se esqueça. — E então, envolta pela aura resplandecente do portal, ela desapareceu, levando consigo Anne e deixando para trás um rastro de destruição e uma atmosfera carregada de incerteza.

Enquanto as sirenes ecoavam com intensidade, anunciando a chegada iminente da polícia, Harumi colocou sua mão no ombro de Yuki, que jazia desolada no chão, e pronunciou com firmeza — Temos que ir. A polícia está chegando. — Com cuidado, ele levantou Yuki, que se apoiou em seu ombro em meio ao cansaço e à tristeza. Então, com um gesto hábil, Harumi conjurou um portal de sombras, envolvendo os corpos desacordados de Ryuji e Aiko.

Num piscar de olhos, Harumi e seus companheiros desapareceram nas sombras, deixando para trás apenas destroços e o eco das sirenes. Pouco depois, as forças policiais invadiram o saguão devastado, mas encontraram apenas o vazio, uma cena desolada que contrastava com a agitação anterior.

A investigadora Akane e seu parceiro Sato chegaram ao local, observando as devastadoras consequências do caos que ali reinava. O saguão estava tomado pelas chamas e destroços, enquanto a fumaça pesada pairava no ar. Sato apontou para um corpo mutilado e carbonizado, sua expressão incrédula refletindo-se em suas palavras: — Akane, como esse corpo teve a cabeça esmagada e incinerada? Isso é absurdo. —

Horrorizada, Akane aproximou-se do corpo indicado, mas antes que pudesse examiná-lo, seu olhar encontrou outro cadáver, desta vez com a cabeça decapitada. Ao se aproximar para investigar, ela escorregou em uma poça de sangue, caindo ao chão. Seu corpo tenso, a mente confusa, Akane mergulhou em uma visão perturbadora ao tocar o sangue coagulado.

Rapidamente, imagens fragmentadas invadiram sua mente. Ela viu uma mulher de cabelos vermelhos proferindo as palavras "Akaza, vamos para o plano B", seguida pela visão chocante de um homem pisando com violência na cabeça de outro corpo. Um menino, empunhando uma katana e irradiando uma aura sombria, completava as visões desconcertantes.

Retornando à realidade, Akane encontrava-se ofegante, sua respiração entrecortada pelo choque da visão. Sato, ao seu lado, expressava profunda preocupação: — Akane, o que aconteceu? Você está bem? Fala comigo, droga! —

Akane permaneceu em silêncio por um momento, lutando para processar as imagens perturbadoras que acabara de presenciar. Cada cena parecia uma faca afiada cortando sua mente, deixando uma dor lancinante em seu interior. Ela se esforçava para lembrar cada detalhe, cada palavra, cada movimento, mas a tarefa era assustadoramente difícil.

Questionamentos inundaram sua mente enquanto ela tentava desvendar o significado por trás das visões. Quem eram aquelas pessoas? Como podiam manipular poderes tão obscuros? E o mais importante, qual o objetivo delas.

Depois de um momento, Akane desviou o olhar para seu parceiro, Sato, sentindo-se relutante em compartilhar o que acabara de vivenciar. Em vez disso, ela optou por minimizar a gravidade da situação, dizendo apenas que não era nada e sugerindo que voltassem a analisar a cena do crime. Seu coração ainda pesado com o peso das visões, Akane tentou afastar os pensamentos perturbadores enquanto se concentrava em seu dever como investigadora.

Akane e Sato estavam imersos em sua investigação, examinando cada detalhe do cenário caótico diante deles, quando foram interrompidos por um policial que se aproximou com uma prancheta nas mãos, pronto para fornecer informações adicionais sobre o caso. No entanto, antes que pudessem começar a trocar palavras, uma presença imponente fez sua entrada no local.

Uma mulher elegantemente vestida, com um blazer preto que exalava autoridade, anunciou-se como membro da Força Tática Especial do Japão. Seu tom era firme e decidido, deixando claro que sua presença ali não era por mero acaso. Com um gesto de sua mão, ela deu ordens aos homens que a acompanhavam, instruindo-os a iniciar o recolhimento de evidências.

Akane ficou indignada com a intromissão da força tática e expressou sua preocupação em voz alta. — Vocês não podem simplesmente destruir a cena do crime assim! Estão apagando pistas que podem ser cruciais para nossa investigação! — , protestou ela, lutando contra a frustração que começava a tomar conta de si.

No entanto, seus apelos pareciam cair em ouvidos surdos enquanto a mulher da força tática continuava a emitir suas ordens com frieza calculada. Ignorando as objeções de Akane, ela instruiu seus homens a prosseguirem com o recolhimento dos corpos e outros vestígios.

Diante da aparente falta de cooperação, Akane sentiu-se compelida a agir.

Determinada a obter respostas, ela segurou o braço da mulher com firmeza e exigiu: — Qual é sua identificação? Por que este caso está sendo retirado de nossa jurisdição e atraindo a atenção da Força Tática Especial? — Seu olhar era penetrante, refletindo a determinação de uma investigadora determinada a não ser impedida em sua busca pela verdade.

Após o confronto tenso com a Força Tática Especial, Akane e Sato se veem cercados por soldados armados, prontos para agir. Enquanto Sato se afasta, temeroso, a líder da equipe ordena que abaixem as armas com um gesto calmo e determinado.

Encarando Akane com um olhar gélido, ela adverte: — Cuide apenas de sua própria vida e não interfira nos assuntos de interesse do governo. — Em um movimento ágil, dois homens agarram Akane e Sato, arrastando-os para fora do saguão em meio ao caos.

Após serem retirados à força do saguão, Akane e Sato encontram-se em um beco próximo, longe dos olhares curiosos. Akane tenta convencer Sato a ajudá-la em sua busca pela verdade, argumentando que não podem simplesmente ignorar o que presenciaram.

— Sato, precisamos investigar isso. Não podemos deixar esses eventos sem resposta— , insiste Akane, com determinação em seus olhos.

No entanto, Sato balança a cabeça com firmeza, recusando-se a ceder à insistência de Akane. — Akane, você não está vendo? Isso está acima de nossa alçada. É perigoso demais. —

Frustrada com a resistência de Sato, Akane decide seguir em frente por conta própria. — Se você não vai me ajudar, farei isso sozinha — , declara ela, com um misto de determinação e desânimo em sua voz.

Com isso, Akane parte sozinha, deixando Sato para trás. Enquanto observa sua parceira se afastar, Sato sente uma pontada de preocupação, sabendo que o caminho que ela escolheu seguir é repleto de perigos e incertezas.

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