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O Julgamento

Emma corria sentindo o vento veloz em seu pelo, seguida da alcateia formada pelos membros da tribo de seu pai. Eles a reconheceram pela submissão que sua presença forçava em cada um deles e também por se parecer muito com sua mãe.

Ela lembrou de alguns, pois tinham estudado juntos e depois de contar a eles tudo que a separou dos convívio com eles e tudo que ela pretendia fazer, a apoiaram imediatamente. A presença dela possibilitou que eles se transformassem e era algo que eles desejavam a muito tempo. Eles falaram para ela tudo que ocorreu em sua ausência e quando ela disse que tinha um filho e que havia engravidado de outro, eles ficaram em silencio. Sabiam que apenas um Alfa poderia dar filhos a ela e romper a barreira de sua virgindade, mas não disseram nada, pois desconfiavam que ela foi enfeitiçada para acreditar em tudo que ela dizia.

Emma chegou até beira da estrada e por telepatia disse a eles que voltassem para suas casas, pois ela em breve os visitaria. Ela precisava enfrentar Anne sem a presença da alcateia. Ela voltou a sua forma humana e roubando algumas roupas em um quintal, se vestiu e seguiu em direção a casa de Anne. Ela sabia que não estava longe. Ela podia ouvir a voz que ela tanto odiava.

Emma bateu a porta e descobriu que Anne não estava sozinha. Ela sabia que aquilo não era bom. Ela não podia permitir que ninguém visse ela.

Antes que Anne alcançasse a porta, ela se escondeu atrás da casa e ficou esperando que as mulheres que estavam com Anne fosse embora, algo que só aconteceu altas horas da noite.

Quando Anne ficou sozinha. Ela correu e bateu na porta novamente.

"Vocês esqueceram as chaves de novo?" Anne perguntou e abriu a porta.

Ela reconheceu Emma e sorriu para ela, como se soubesse tudo que ela havia feito naqueles anos de ausência e deixando a porta aberta, entrou novamente e pegou uma garrafa de conhaque, acendeu um cigarro e se sentou.

Emma entrou em silencio e a seguiu. Ela parou diante de Anne e cruzou os braços.

"Você não parece surpresa com meu retorno..."

"Eu não estou surpresa. Eu sempre soube que você viria atrás de mim um dia..."

"Você devia ter se escondido melhor."

"Você já esteve com Henrique?"

Emma a fitou com desprezo, mas permaneceu em silencio.

Anne bateu a cinza do cigarro e voltou a colocar na boca.

"Ele está morto?"

"Não."

"Eu sonhava que um dia você voltaria para mim, descobrindo que me amava..."

Emma riu.

"É muita pretensão sua."

"Eu me apaixonei por você. Ainda amo você." Anne disse e jogou a ponta do cigarro fora e bebeu da sua garrafa de conhaque.

"Você sabia da obsessão de Henrique pela minha mãe?"

"Todos sabiam disso, Emma."

"Você foi cumplice na morte de meus pais?"

"A morte de seus pais foi um acidente. Não existem culpados em fatalidades."

Emma descruzou os braços e se sentou ao lado de Anne.

"Meu tutor... Você sabe onde ele mora?"

"Você conseguiu me rastrear apenas com sua lembrança de mim, faça o mesmo com ele."

"Não posso. Ele é... Eu não sei quem é ele. Eu só posso rastrear pessoas que já vi."

Anne riu.

"Eu dava um braço para saber o castigo que você reservou a ele..."

"Talvez eu aceite suas palavras como uma proposta..."

"Não. Sua mãe sempre teve muitas medidas. Nenhum castigo seu será igual para ninguém de sua lista." Anne concluiu sorrindo como se sentisse falta de algo.

"Sim. Eu me pareço em tudo com minha mãe. Mas ainda assim, eu não entendo porque você gostaria de saber o castigo reservado a outra pessoa..."

Anne olhou para Emma e bebeu mais do conhaque antes de continuar.

"Você ainda é a mesma garota cheia de medo que eu usei, causei dor e vendi por puro prazer. Abusar de você foi os meus melhores momentos."

"Você tinha um motivo escondido para nunca tentar me proteger..."

"Você já sabe então..."

"Que você é uma bruxa que usava encantamentos para que eu não usasse minha força em você e em Henrique? Eu sei ainda mais... Você odiava minha mãe, porque ela era a Luna da sua tribo e você amava meu pai. Você achou que por ela ter nascido protegida de uma deusa em outro lugar do mundo, meu pai não iria se atrair por ela quanto se sentem atraídos pela mesma espécie... Imagino que deve ter ficado decepcionada. E depois Henrique se apaixona por mim... Que vida infeliz a sua, Anne. Eu não vim aqui para castigar você. Eu vim aqui para acabar com sua dor."

"Eu posso viver com a minha dor, Emma."

"Eu acredito nisso. Mas eu não posso viver sabendo que você... Vive."

Anne largou a garrafa no chão e se levantou.

"Eu vi a minha morte em seus olhos assim que bati a primeira vez em você. Me mate de uma vez então."

"Eu preciso que me fale sobre o meu tutor."

"Você promete que vai ser rápida?" Emma confirmou com a cabeça e Anne continuou. "Seu tutor é na verdade... O pai do Alfa. Alfa é o homem destinado a você."

"Pensei que ele não tinha família! Que ele só adquiriu uma família depois que eu já estava com vocês..."

"Sim. Mas ele teve um filho com uma prostituta da reserva e depois fugiu. Esse filho é o seu destino."

"E porque meus pais escolheriam alguém assim para ser meu tutor?'

"Eu pergunto para eles o motivo quando estiver do outro lado..." Anne debochou.

Emma se levantou.

"Eu só tenho mais uma dúvida... Você sabia que eu tinha apenas treze anos quando Henrique começou a abusar de mim?"

"Sim, Emma."

Emma se aproximou de Anne e depois de a encarar por alguns segundos, ergueu as mãos e segurou a cabeça de Anne e com apenas uma virada quebrou o pescoço dela.

Ela deixou o corpo dentro da casa e encontrando galões de gasolina na garagem jogou por toda casa e do lado de fora e acendeu um fosforo e ficou vendp queimar. Ela viu o momento em que a sombra vermelha de Anne espirrou com força da casa e voou pela floresta.

"Eu vou atrás de você Anne. Eu sabia que quebrar seu pescoço não a mataria. Você é uma bruxa esperta, mas eu vim preparada." Emma disse e seguiu até a cidade mais próxima. Sabia que Anne era amante de seu tutor e que o procuraria. E ela o encontraria através dela.