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Conto 35: Saudade e ciúme

- Oi Ana! Falar com você ontem me deu muita vontade de te ver. Sinto um desejo enorme por você... é a única pessoa que lembro ao ter tesão, ao pensar... Lembro de detalhes, de situações que vivemos, de seu cheiro, beijos, de como conversamos...

- De quais detalhes e situações lembrou? – indago, tentando imaginar o que seria.

- Lembro de como você me abraça e se esfrega, de quando dá seu peito na minha boca e pede pra pular em mim, de como você me deseja...

- Que mais?

- Lembro de que me espera sempre do jeito que pedi. Gosto de como se prepara pra mim...

- Faço com gosto, porque sei que agrada você.

- Sim, e acho que assim também fico com mais desejo por você, te trato e cuido melhor.

- Lembro de como você me respeitou quando fui até sua casa, pela primeira vez. Respeitou meus limites, e cumpriu a sua palavra em tudo.

- Isso é o certo a se fazer. E fui muito bem recompensado por isso! Depois tive você toda, sem restrições. Agora vou fazer alguma coisa para comer. Beijos, até mais...

- Depois fala mais, estou gostando disso... você fala tão pouco sempre. – escrevo, surpresa.

- Tudo bem, beijos.

- Beijos, muitos na boca.

- Outros muitos em você toda... toda literalmente.

Mais um mês se passa, conversando todos os dias...

- Não quero um homem para ver de três em três meses. Prefiro ficar só! – escrevo triste.

- Sinto muito não conseguir te prometer nada nesse sentido, por estar ainda sem perspectiva de mudança drástica na minha rotina. Não te culpo por pensar assim, porque é difícil mesmo!

- Uma pessoa, quando gosta, não fica três meses sem ver a outra. Não é uma cobrança, não faria sentido agora.

- Desculpe-me. Não é bom nos sentirmos desprestigiados, e nem em segundo plano, seja qual for o primeiro plano.

- Verdade, no meu caso, último plano. Você não ficou esses meses sem ninguém, não é?

- Pare de fazer drama! Não ajuda em nada, em algo que não fácil.

- Você ficou com quem todo esse tempo? Estou curiosa... pode falar, eu sou virtual...

- Não fiquei com ninguém. Pra você ter uma ideia, nesses meses, fui à praia por uma hora, em um final de semana.

- Fala mais!

- Não tenho o que falar, só aguardar.

- O que?

- O dia de poder te ver.

Liso... Sentia um ciúme incontrolável e inexplicável, ele deve ter outra pessoa, pois fica muito tempo sem aparecer.

- Eu beijo gostoso você, sabe disso... e deixo meu cheiro de homem na sua cama, e não em outros lugares. E todo o meu prazer é com você...

- Você me deixou com ciúmes.

- Não se preocupe e nem sinta ciúmes.

- Tá bom. Beijos – encerro a conversa, antes que eu pergunte mais alguma bobagem.

- Beijos.

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