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Conto 23: A água ungida

Desde o início do ano, Alex e eu estamos conversando mais, como grandes amigos. Numa dessas conversas, lembra da mãe doente e chora. Beijo o seu rosto e o consolo.

- Eu não sei mais o que fazer! – diz ele desesperado.

- Você é um bom filho, cuida de sua mãe com carinho, em casa, no hospital, você está sempre presente! – falo calmamente.

- Eu me sinto culpado! Acho que ficou doente porque eu não dei a atenção que ela precisava!

- Não se sinta assim! Nós não temos culpa do que as bactérias fazem! Você sempre esteve junto da sua mãe! Eu admiro esse amor tão bonito que você tem por ela.

Ele continua chorando e beijo seu rosto mais uma vez.

- Ana, você é um anjinho que Deus colocou na minha vida. Eu sei disso! Olhando para trás eu percebo quantas vezes você me aconselhou e me ajudou.

- Numa dessas noites, orando por você, um anjo disse que neste momento precisa de uma amiga e pediu para te apoiar. Eu vou continuar te ajudando!

- Não sei como agradecer, não tenho nada pra te dar em troca!

- Não quero nada em troca, nem aqui e nem lá em cima! – falo apontando para o céu, e continuo. - Eu ajudo as pessoas sem esperar nada!

E um anjo diz: "Fala! Ele precisa ouvir! "

- Vou te falar uma coisa... gosto muito de você!

- Também gosto muito de você, mais do que imagina!

Ele se acalma.

- Hoje é o rodizio do meu carro, preciso ir embora. – digo.

- Vai, senão você pode ser multada.

Abraçamo-nos e vou para casa. Na manhã seguinte, Alex diz que está melhor e que seu nível de ansiedade diminuiu muito. Conversamos mais um pouco e começamos o trabalho, será um longo dia.

Os meses passam... muitas idas e vindas do hospital e Alex, mesmo exausto, cuidava sempre da sua mãe com dedicação. O amor dele pela mãe já era como o amor de um pai por uma filha: incondicional!

Numa manhã, Alex não veio ao escritório; achei estranho porque ele nunca falta. Preocupada, envio uma mensagem perguntando como está a mãe.

- Bom dia, Ana. Estou no hospital, muita correria, minha mãe está com uma infecção forte. Imagina a loucura que está minha vida! – responde.

- Vou fazer uma água ungida pra ela beber. Tenho certeza que se sentirá mais confortada. Melhoras para ela!

- Obrigado!!!

"Na verdade, não sei como fazer isso! Aguardarei as instruções de Deus. Não conheço a mãe dele, mas farei algo que nunca fiz e sei que meu ato de fé vai agradar ao Senhor e que ela vai se sentir melhor! " – penso decidida.

Termina o expediente e volto para casa. Chego cansada, tiro os sapatos, sento no chão para me refrescar e pensar. Tenho uma visão...

- Você não vai conseguir! Suas mãos estão impuras porque eu estou aqui! – diz o inimigo.

"Se o inimigo disse que não posso fazer, é porque eu posso! E vou fazer! " – penso enfurecida.

Esse espectro é alto, escuro e tem dentes aparentes. Fica de pé, observando-me, será que é um dos ocultos de que o anjo falou? De onde veio? Tenho a sensação de que ele vai voltar...

Levanto de madrugada e vou para a sala. Ainda em jejum, pego uma garrafa de água, ajoelho-me na sala e recito o "Pai Nosso" e o "Salmo 91". Depois oro:

"Senhor, que todo o mal seja repreendido, que toda doença seja repreendida! Jesus, envia seus anjos, peço misericórdia por essa vida! "

Sinto a chegada do anjo e começo a chorar.

"Que sejam as mãos do seu anjo sobre as minhas que abençoem esta água! Ministra a cura através dela. "

Minhas lágrimas molhavam minhas mãos e a garrafa.

"Jesus coloque nesta água o que ela precisa! Que ela beba e seja curada! Sara todas as feridas! "

E o anjo de Jesus coloca algo dentro da água: uma bola de luz!

- Obrigada anjo, obrigada, Jesus, pela sua misericórdia! Amém!

Pronto! Está dentro da água o que ela precisa! Deus sabe.

Na madrugada seguinte oro pela água mais uma vez, em jejum. Vejo novamente a bola de luz dentro dela. Enquanto rezo o "Pai Nosso", molho o indicador no óleo ungido e passo na garrafa, para selar a benção dentro da água

Vou para o escritório, deixo a água ungida dentro da gaveta de Alex e envio uma mensagem avisando. Hoje o dia será muito corrido, provavelmente não o verei. Ele responde:

- Ana, muito obrigada pela água orada! Não te vi, espero que esteja tudo bem com você.

- Estou bem, obrigada! Lembre-se de dar a água para sua mãe beber ainda hoje! Beijos.

- Sim, hoje mesmo. Beijos.

No dia seguinte, Alex chega e me abraça:

- Obrigada, minha mãe ficou feliz! Disse a ela que uma amiga minha mandou.

- Ela se sentirá melhor, você vai ver! – falo animada e cheia de fé.

Termino o expediente e vou para casa feliz! Penso agradecida: "É o que eu posso fazer para ajudar! Obrigada Deus! "

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