Desperte!

A base de operações do Batman, mais conhecida como Batcaverna.

Sua entrada se encontra abaixo da mansão Wayne em uma caverna que faz parte de um grande grupo subterrâneo de cavernas conectadas. Cada caverna adjacente da principal, que fica abaixo da mansão, foi transformada numa gigantesca base de operações que contém tudo que um vigilante precisa para lutar contra o crime em Gotham. Laboratório, sala de treinamento, manutenção, enfermaria e dormitórios. Tudo isso construído no labirinto das cavernas, a também vários pontos de saída, que são bastante úteis para de mover usando um barco, ou um avião.

"Comece a gravação."

Diz Batman para seu gigantesco computador de última geração.

O computador central fica abaixo da mansão, na primeira caverna, atrás do computador, está a escada e que leva para a mansão acima. A várias vitrines com vários trajes do Batman e de seus ajudantes ou lado. No centro de tudo, está o seu veículo principal, o Batmovel.

"O indivíduo conhecido como Diomedes Inwudu, dez anos. No nosso primeiro encontro, ele não demostrou nem uma habilidade única a não ser sua mente aguçada para uma criança de dez anos de idade."

Enquanto o Batman falava em voz alta, o computador mostrava imagens que foram gravadas por seu visor, as imagens mostravam uma criança nervosa conversando de frente para ele.

O registro que ele estava fazendo agora, era uma maneira que ele usava para processar informações, e problemas compressos.

"Depois de nosso encontro, e com o pedido da criança para recuperar o que é seu de direito, parti até o local aonde a entrega iria acontecer."

As imagens mudam na tela, agora o Batman estava olhando para uma doca do alto de uma torre.

"Enquanto o Comissário Gordon estava levando a criança para o orfanato, que foi o local que todos concordamos ser o mais seguro para ele. Fiquei observando o local até a hora da troca. A informação da criança se mostrou ser verdadeira, quando a mulher conhecida como Ma Gunn, apareceu no local junto de vários outros jovens de não mais que trinta anos."

A imagem da câmera do visor do Batman mostrava agora o interior da doca aonde a Ma Gunn estava conversando com outro homem que tinha um grupo de pessoas atrás dele, a conversa continuou até que o homem abriu uma das caixas que ele trouxe provando a existência do produto.

"Após confirma que a carga estava no local, eu os ataquei. Foi um ataque rápido e preciso, primeiro gerei pânico destruindo as luzas acima do local, usando a escuridão como vantagem, comecei a tirar de ação aqueles armados de forma silenciosa. Após acabar com todos que estavam armados, foquei minha atenção nos outros, e deixei os dois líderes para o final. Depois de a luta ter acabado, eu pessoalmente peguei o colar no pescoço da Ma Gunn. Esse foi meu erro."

Ele dez essa última frase se martirizando. Não é a primeira vez que ele cometeu um erro, mas foi a primeira vez que um de seus erros colocou a vida de uma criança em risco.

Depois de uma pausa para absorver essa ideia, ele continuou seu relato.

"Depois que a luta acabou, esperei até que a polícia de Gotham chega-se para efetuar a prisão, mas quando eles chegaram lá, percebi que um dos homens da Gunn fugiu. Animais quando feridos costumam voltar para o local seguro, humanos não são muito diferentes, então fiz meu caminho até o lar para garotos rebeldes da Mamãe Gunn. E lá encontrei dois corpos dos policiais à paisana, que deveriam estar protegendo a criança. Pensando o pior, corri o mais rápido possível para entrada e dei de cara com a cena que me fez começar esse relatório."

Batman então aperta um botão no computador mostrando análise completa do momento em que ele entrou no local, e encontrou o seu fugitivo sendo enforcado por braços esqueléticos.

"De alguma forma, a criança despertou algum tipo de habilidade no momento em que ele estava lutando por sua vida, a habilidade em questão, só durou alguns segundos. No momento que ele ficou inconsciente, os braços desapareceram no ar. Depois de acertar o fugitivo o tirando de ação, julguei ser mais inteligente trazer menino para o laboratório na Batcaverna, para uma análise mais profunda."

"BipBip!"

"Pausar Relatório."

O som de bip, que veio do computador era o alerta de proximidade, algo está se aproximando em alta velocidade da mansão. Os sensores de proximidade estão estalados a vários quilômetros da caverna, então mesmo com a alta velocidade em que o objeto estava se aproximando, Batman teve tempo o bastante para o observar pelas câmeras. Após ver o quem era, ele simplesmente apertou outro botão no computador abrindo a porta dos "convidados".

Não demorou nem um minuto para o convidado entrar na caverna e pousar atrás da cadeira em que ele estava sentado.

"Bruce." Complementou ela.

"Diana." Respondeu ele se levantando e ficando de frente para ela.

"É a primeira vez que você me convida formalmente para sua base." Diz ela olhando ou redor.

Diana, também conhecida como Mulher Maravilha, e uma bela mulher com longos cabelos negros, olhos azuis como céu e um sorriso simples e gentil. Ela estava usando um espartilho vermelho com detalhes dourados no busto e cinto, sua saia era azul com estrelas brancas, e suas botas eram douradas. Ela também usava uma tiara dourada com uma estrela vermelha no centro. Nas suas costas, a um escudo e uma espada presos.

Ela ficou com os braços em seus quadris, fazendo os seus braceletes prateados e laço dourado preso em sua cintura ficarem e evidência.

"Nunca houve um motivo para a chamar aqui." Responde Batman sem nem um humor.

"Oque aconteceu?" Pergunta Diana, percebendo o humor do seu amigo.

"Veja isso." Ele simplesmente responde apontando para tela do computador, que mais uma vez mostrou a gravação do menino despertando seus poderes.

"Magia?" Perguntou Diana, após ver a gravação ficando um pouco mais interessada com o assunto.

"Difícil dizer, quando ele desmaiou, o que quer que seja o que ele fez, desapareceu sem deixar nem um traço. Me senti responsável pelo estado dele, e também interessado por seus poderes, o trouxe até aqui para tratamento, mas as surpresas não acabaram."

Batman apertou outro botão mostrando agora a imagem de outro local da caverna, a enfermaria. Deitado numa cama, está um jovem que parecia ter doze anos por conta do seu tamanho desacordado. Seus cabelos eram brancos como a neve, sua pele era intocada e pura. A única coisa que diferenciava aquela criança de uma estátua artística, era o seu ombro enfaixado de gaze.

"Duas horas depois deu tratar seu ferimento, ele não acordou. Seus exames estavam completamente normais, até que suas mudanças físicas começaram, primeiro foi a mudança na pigmentação de sua pele e pelos."

A imagem então voltou para algumas horas atrás, mostrando a mudança da criança rapidamente.

"Quatro horas depois, suas mudanças estavam completas, mas ele ainda não acordou. A próxima mudança foi sua altura, ele começou a crescer, alguns centímetros não são uma mudança tão assustadora como a cor de seus cabelos e corpo, mas depois de um exame mais detalhado, percebe que toda sua estrutura corporal estava sendo transformada de alguma forma."

"Eu entendo que você está interessado pela criança Bruce, e até mesmo está tentando ajudar, mas porque você me chamou?" Interrompendo o relato do seu amigo.

Não era que ela não esteja interessada pela criança, na verdade, ela estava tão interessada, que ela forçou seu amigo a ir para o final imediatamente. Bruce entendeu isso, e não ficou ofendido.

"Depois de seis horas sem obter nem uma resposta, eu decidi fazer um estudo completo da estrutura do DNA dele." começou ele, e ficou em silêncio logo depois.

"Oque você achou? Pare logo com o suspense." Diz Diana mas uma vez o apresando.

"Eu só consegui identificar 25% do DNA dele como humano, os outros 25%, se assemelham ao DNA dos homo-magi, agora os outros 50%, eu não consegui analisar, é como se ele não existisse."

"Então um dos pais da criança era um mago, e o outro você não conseguiu analisar, mas isso ainda não responde minha pergunta, Bruce."

"Eu concordo com você Diana, um dos pais da criança era um homo-magi. A outra metade do seu DNA, por outro lado, não foi uma grande surpresa para mim, eu já tenha visto um evento semelhante antes, com outro indevido."

"Quem?" Pergunta ela.

"Com você Diana." Fala simplesmente o Batman, pegando a Mulher Maravilha de surpresa pela primeira vez.

A surpresa da Diana passou poucos segundos depois, mas ela logo perguntou onde estava o menino, e foi imediatamente até a enfermaria, Batman a seguiu, e os dois ficaram de cada lado no leito do menino que parecia estar dormindo profundamente em paz.

"Ignorando o do porquê que você tem meu DNA, e do porquê você já o ter analisado, você acha que ele é um semideus, como eu?" Perguntou ela num tom de voz baixo, ainda olhando para o rosto do menino.

"Não aceitei essa teoria levianamente, passei mais de quatro horas tentando encontrar outra explicação cientifica, considerando quaisquer outras possibilidades, desde ele sendo meio demônio, ou alienígena, mas todas essas possibilidades foram descartadas. Sim, eu acho que ele é um semideus como você."

"Depois de tantos séculos, outro semideus nasce. Não sei se isso é uma coisa boa para essa criança, considerando quem é seu pai." Diz ela suspirando.

"Você já tem alguma ideia de quem pode ser seu pai?" Pergunta Batman curioso, quando o assunto é mitologia e magia, ele não tem muito conhecimento.

"A muitos deuses no submundo, mas só a um deus, que tem a autoridade de invocar os mortos no mundo mortal." Respondeu Diana sem dar a resposta.

"Entendo." Mesmo sem a resposta, Batman encontrou ela facilmente só com o conhecimento de mitologia que ele tem.

"Ele não vai ter qualquer apoio dos doze, seu pai é temido até mesmo pelos olimpianos, não por ele ser cruel, e sim por quem ele simplesmente é." Diz ela agora olhando com pena da criança.

"Você tem alguma noção dos poderes que ele vai possuir?" Pergunta Batman.

"Não faço a menor ideia." Diz simplesmente Diana.

"Porque não?"

"Seu pai é diferente dos outros Deuses, ele não gosta de sair para o mundo mortal como os outros, se pode contar nos dedos quantas ocasiões ele saiu de seu domínio, ele também nunca teve interesse por qualquer mortal, sendo assim, até hoje, nunca existiu um semideus nascido dele."

"Ele precisa ser treinado." Fala Batman do nada, não foi um pedido, e sim um ultimato. Se a criança não fosse treinada por ela, ele seria treinado por ele.

Diana entendeu isso, mas pegar uma aprendiz não é algo que se deve fazer levianamente, mas essa criança seria agora como ela, sozinha num mundo de mortais. Sempre com eles, mas nunca sendo como eles.

Não demorou muito para ela tomar sua decisão.

"E ele vai ser." Responde Diana.

"Qual é o nome dele?" Pergunta ela alisando os cabelos dele gentilmente.

"Diomedes Inwudu." Responde.

"É um bom nome, Diomedes, filho de Hades."

**********************************************************************

Eu estava dormindo, mas importando que isso, eu estava sonhando. Algo que nunca aconteceu desde que eu fiquei consciente nesse mundo. Normalmente as pessoas têm sonhos sem nexo ou razão, mas eu estou bem consciente, e também não estava sonhando com nada trivial.

A milhares de metros de altura do solo no céu, eu estava olhando para baixo, era a única coisa que eu podia ver claramente, já que o céu era composto por nuvens tão pesadas de cor preta, que nem um raio de sol poderia as atravessar, mas por algum motivo, mesmo sem a luz do sol, eu podia ver todos os detalhes, na verdade, minha visão nunca esteve melhor.

O grande continente abaixo de mim, com certeza não era na Terra.

O chamar de continente era diminutivo, a extensão do local era na minha opinião maior que à Terra. Só que muito diferente dela com certeza, o solo, por exemplo, era negro como carvão.

Eu podia ver várias montanhas gigantescas cobertas de neve negra também, e a cinco rios cruzando todo o continente, um deles brilhava em vermelho, era um rio de lava.

A centenas de construções espalhadas por todo o local, eu estava muito longe para ver os detalhes que não sejam a cor negra deles. A única construção que eu podia ver perfeitamente dessa altura, ficava no centro de tudo, um enorme e majestoso castelo negro.

O chamar de enorme também deve ser um diminutivo, o tamanho e a vastidão dele, ocupariam facilmente uma grande cidade. Por algum motivo, eu não consegui tirar meus olhos do castelo, eu sentia algo me observando também.

Então meu corpo e puxado por uma força invisível me levando até ele, infelizmente a velocidade que eu estava sendo puxado, não me permitiu ter mais nem um vislumbre do local aonde eu estava.

Quando eu dei por mim, eu tinha atravessado a parede negra do castelo, a força invisível só parou de me puxar quando eu me vi num vasto e largo salão.

Já vi muitos lugares bonitos e deslumbrantes em minhas duas vidas. Tanto fisicamente, como em filmes ou series, mas esse lugar de longe ganha de todos eles em beleza. O salão tem o tamanho de dois campos de futebol. As paredes eram todas preenchidas por pinturas tão realistas que mesmo eu sendo um ignorante na arte da pintura, posso perceber que todas eram obras de arte. O chão era feito de pedra negra, fora o longo tapete vermelho sangue que cruzava todo o centro do lugar.

Por todo o salão, haviam colunas gregas enormes de cada extremo da sala separadas precisamente em distâncias iguais. As colunas iam do chão, até o teto, elas eram colunas negras, mas possuíam enfeites de ouro, e outras joias preciosas. Observei as colunas até olhar para o teto, ele não perdeu em comparação com o local. Era a mesma ideia do teto de Horgwars da série Harry Potter, o teto era iluminado pela visão de estrelas e galáxias.

Eram tanta informação e beleza, que eu desviei minha visão.

Então mais uma vez, meu corpo começou a se mover sozinho, dessa vez de maneira mais gentil e lenta pelo longo tapete vermelho. Finalmente, eu cheguei até onde deveria e paro. Agora minha visão não estava focada nas maravilhas daquele lugar, e sim para a escadaria de quatro metros de altura com os dois tronos em cima dela, um do lado do outro..

O trono da direita, era diferente de todo aquele local, todo ali até agora que eu vi era negro ou dourado, as outras cores eram por contas das joias que os enfeitavam, mas aquele trono era feito de madeira verde, ele era bem delicado, seus únicos enfeites eram as várias flores de todas as cores que cresciam por todo ele naturalmente, mas esse trono estava vazio, diferente do que estava do lado dele.

O trono da esquerda, que estava ocupado, combinava com tudo que eu já tinha visto nesse lugar, feito do mesmo material negro que vi até agora, mas com detalhes esculpidos em forma de caveiras dos dois lados aonde se deve pôr as mãos. Não haviam muito outros detalhes, era simples, mas ela tenha muita mais pressão que o trono vazio.

Isso talvez seja devido ao homem que está sentando nele.

O homem estava usando uma túnica negra grega deixando seu ombro a mostra, sua pele era a coisa mais branca que já tenha visto, mas não um branco doentia, era um branco de uma perola. Eu não podia ver seu rosto, ele estava usando um elmo negro que o cobria. Em sua mão, havia uma arma, era parecida com um tridente negro, mas ele possuía apenas duas pontas separadas, deixando um certo espaço vazio no centro, a arma era um pouco maior que o homem que estava sentado.

"TRUM!"

O homem então levanta sua arma, e bateu com a parte de baixo dela no chão fazendo todo o salão tremer. Aquele movimento deve ser algum tipo de sinal de convocação, já que muitas sombras começaram a aparecer abaixo da escadaria.

Os novos convidados estavam envolvidos por fumaça negra, me impedindo de até mesmo saber se eles eram homens ou mulheres. Eles ficaram parados, olhando para mim.

"Diomedes Inwudu."

Então o homem no trono fala.

Sua voz era fria e poderosa, mas eu não me sentia medo dela, eu consegui sentir gentileza nela também.

"Filho de *****."

Ele continuou, e agora falando o nome que deve ser minha mãe, mas por algum motivo, não pude o escutar. Normalmente eu pensaria com cuidado do porquê, mas suas próximas palavras me pegaram de surpresa.

"E meu filho. Filho de Hades!"

"Filho de Hades!" "Filho de Hades!" "Filho de Hades!" "Filho de Hades!" "Filho de Hades!"

O coro de vozes sem gênero que ocorre depois da proclamação do homem na minha frente passa despercebido. Minha mente meio que travou depois que ele falou ser Hades, o mesmo nome do deus grego Hades.

Está bem claro quem ele é agora.

"Você é meu filho, tanto como de sua mãe, Mesmo que fosse a decisão de sua mãe o deixar crescer na superfície sozinho sem nós conhecer, lembre-se disso. Nós o amamos." Continua Hades.

Meu cérebro ainda estava meio em choque, então a tudo que ele falava era escutado, mas eu não tenha nem uma reação.

"O mundo acima é um lugar perigoso minha criança, mas não se curve para nem uma dificuldade, por que você e filho de Hades, e Hades nunca se curva!"

"TRUM!"

Com essas palavras, sem qualquer outra, ele bate sua arma no chão mais uma vez, e a força invisível que me trouxe aqui, mais uma vez se manifesta, agora me puxando para fora.

Quando dou por mim, estou na mesma distância que acordei, olhando tudo de cima.

"Eu estarei observando seus feitos, meu filho."

Fala Hades, sua voz parece estar vindo bem do meu lado.

"Agora, Desperte!"

"Cof,cof,cof,cof."

O acorda não fui nada agradável.

Minha visão estava embaçada, eu sentia meu corpo pesado também, parecia que eu estava dormindo por alguns anos, mas depois de alguns minutos, a minha visão volta ao normal.

Contudo, ela não parou aí.

A minha visão normal, então se transformou.

O teto do local em que eu estava era feito de rocha pura, a iluminação do local era feita por lâmpadas presas a ele. Só que as lâmpadas ficavam mais próximas do chão, então o teto deveria estar em escuridão, mas eu podia ver tudo claramente como de dia. Essa foi a primeira evidência que meu sonho, não foi um sonho.

Ignorando a mudança da minha visão por enquanto, tento focar no aonde eu estava. Eu lembrei que antes de desmaiar, eu estava esganado Dylan, de alguma forma. No momento em pensei estar alucinando, lembro de ter levado um tiro, então eu deveria estar num hospital, mas esse local claramente não era um hospital.

Fora que eu não estou sentindo nem uma dor no meu ombro enfaixado.

Me forço a me levantar, meus músculos rangem em protesto, mas não era dor que eu sentia.

Eu estou me sentindo melhor que nunca agora.

Sentado do lado da cama, eu vejo onde estou, o lugar era claramente uma enfermaria em uma caverna, a vários leitos aqui, iguais a do que estou sentando.

Retiro a agulha com o soro do meu pulso e tento ficar em pé, mas acabo caindo no chão. Não há nada de errado com meu corpo, mas parece que eu não estou conseguindo o controlar direito.

Após mais algumas tentativas, eu entendo porque, meu corpo mudou. Melhor dizendo, ele sofreu uma atualização.

Minha pele era tão branca e delicada como a do Hades, e meu tamanho também aumentou um pouco, como eu via nem um espelho próximo, eu não consegui olhar meu rosto, vai ficar para mais tarde.

"Ora, você não deveria sair da cama sozinho jovem senhor, Diomedes."

Sem que eu perceba, um homem entrou na enfermaria, ele estava usando um traje completo de um mordomo inglês, ele estava até mesmo segurando uma bandeja de prata com um copo de água em cima.

"Meu nome é Alfred Pennyworth, eu trabalho para o patr.... o Batman. Você está seguro aqui criança, então me deixe ajudar você a voltar para cama."

Alfred era um homem inglês de aproximadamente cinquenta anos, ele é careca e tem um bigode, seus movimentos dão um ar nobre nele.

Ele me ajudou a voltar para cama, depois me deu o copo de água, então saio da sala para avisar seu mestre. Enquanto isso, eu botava minha mente em ordem, não é todo dia que você descobre que é filho do senhor do submundo grego e acorda na Batcaverna.

Não tive muito tempo para pensar, logo o Batman em seu traje completo envolvido por sua capa negra entrou na sala, mas a surpresa veio logo atrás dele. A mulher mais linda que já vi nas minhas duas vidas, veio logo atrás dele, usando uma armadura azul, vermelha e dourada, com espada, escudo, dois braceletes e uma tiara. Qualquer pessoa reconheceria a Mulher Maravilha.

Agradeço a meu corpo de criança não ter despertado sexualmente, por que se não, eu estaria babando por ela agora.

"Vejo que você acordou, está sentindo algum desconforto?" Perguntou ele.

"Me sinto melhor que nunca, você poderia me dizer o que aconteceu depois deu perde a consciência?" Pergunto.

"Após você perde a consciência, seu atacante foi desarmado por mim, depois a polícia chegou e efetuou a prisão, e os cuidados necessários para as outras crianças. Claro que o seu atacante só descobriu sobre você por conta de um erro meu ao recuperar o que era seu."

Respondeu o Batman, olhando para meu peito. Instintivamente, eu o toquei e senti algo abaixo da minha roupa de hospital sem graça. Rapidamente tirei o colar de baixo da minha roupa.

Era o colar que quase me fez morrer para o conseguiu, a única coisa que minha mãe ou pai deixou para min, é agora sabendo quem era meu pai, valeu a pena arriscar o conseguir.

O cordão do colar era prateado, não era feito de prata, tenho certeza, ele brilhava mais que prata comum. Diferente do cordão prateado, o pingente era negro, um pedaço de um mineral negro de cinco centímetros não lapidado, o mineral era frio ao toque, ele me lembrou o mesmo mineral que era feito o trono de Hades.

"Eu analisei o metal negro e o pingente, não consegui identificar nem um dos dois." Fala o Batman, claramente interessado no metal negro.

"Não sei sobre o pingente, mas o metal é do submundo." Diz a Mulher Maravilha atrás do Batman, falando pela primeira vez, ela ficou calada desde o início da conversa, apenas sorrindo gentilmente para mim.

"Não é nada raro naquele lugar, mas o que você está segurando, é um dos poucos pedaços dele na Terra." Explicou ela melhor.

Batman franziu o rosto, não por estar com raiva, acho que porque a Mulher Maravilha deu esses detalhes sem me contar antes quem eu sou.

Eles claramente já sabem que eu sou um semideus, se não, ele não teria chamado a Mulher Maravilha, ela é a especialista quando se trata de monstros mitológicos e deuses.

"Diomedes, gostaria de falar sobre seu pai." Começa falando calmamente o Batman.

"Eu já sei." Falo o cortando, não há porque não dizer a eles do meu sonho, ou visão, mas como eles já sabem, pra que manter segredo.

"Você o viu, não foi?" Perguntou Diana, atrás de mim.

"Sim, eu vi Hades, e o submundo. Ele também me chamou de filho." Respondo simplesmente.

"Aconteceu algo semelhante comigo, os deuses adoram aparecer nos sonhos de seus filhos se relevando ser nosso pais." Fala ela olhando para Batman.

"Vamos conversa melhor quando você se trocar." Diz ele então se virando e levando a Mulher Maravilha com ele.

Então o mordomo inglês, entra mais uma vez na enfermaria, agora trazendo um conjunto de roupas que ele coloca na minha cama.

"Espero que o estilo e o tamanho o satisfaçam senhor." Fala ele, para depois sair também.

Minha segunda tentativa de me levantar foi melhor que a primeira, então eu pego a roupa que o mordomo deixou, e vou para o lado, aonde a um banheiro. Após entrar nele, congelo olhando para o espelho.

Achei que minha única mudança era meu tamanho e pele, mas isso já está ridículo. Meu rosto foi modelado, de uma criança gordinha, para de um adolescente, um rosto simétrico e bonito, meus olhos ainda eram escuros, mas agora tenham mais profundidade, como um buraco negro. E meus cabelos curtos agora eram lisos e brancos, como a neve. Eu não vi o cabelo de Hades por conta do seu elmo, deve ser parecido com o meu.

Após ficar olhando para o espelho de uma maneira narcisista por um tempo, eu troquei minha roupa para a que me foi dada, uma roupa simples, camisa preta sem desenhos e um short jeans. Sai do banheiro andando lentamente, ainda tentando me acostumar com o súbito crescimento.

Quando sai da enfermaria, Alfred estava do lado da porta me esperando.

"Porque aqui senhor." Falou ele educadamente como sempre, andando na frente para me guiar.

Não sei que lugar da Batcaverna eu estou, estávamos andando por um corredor feito de pedra bruta. Após virar à esquerda e direita algumas vezes, finalmente paramos numa porta que se abriu automaticamente quando chegamos perto. Entrei nela, era uma sala de reunião, com apenas uma mesa de oito lugares. Dois deles, estavam ocupados por Batman e Mulher Maravilha.

"Sente-se" Diz Batman sem muita animação na voz.

Eu me sinto na frente deles, e espero eles falarem primeiro, escuto a porta se fechar atrás de mim, deixando o mordomo do lado de fora.

"Você se provou um menino maduro para sua idade Diomedes, então eu vou o tratar assim. Você vai tem que ser treinado." Diz ele olhando para mim.

"Você quer que eu seja um herói?" Pergunto um pouco animado.

"Se você escolher ser, o motivo para eu querer que você seja treinado é porque suas habilidades não parecem ser tão físicas como da Mulher Maravilha, você precisa ser treinado para não ser um risco para você mesmo, ou para alguém próximo." Completa Batman.

"Batman me contou sobre como vocês se conheceram quando você estava dormindo, você tem um bom senso e força de vontade para fazer tudo aquilo que você fez, então depois de você ser o treinado, e se você quiser ser um herói, isso seria uma coisa boa na minha opinião." Fala então a Mulher Maravilha.

"Você vai me treinar?" Pergunto para ela.

"Você acha que tem alguém melhor para isso?" Pergunta ela brincando.

Ela está certa, não há muitas pessoas com habilidade para treinar um semideus, fora que ela também tem o treinamento das Amazonas, fazendo dela uma das melhores lutadoras do mundo. Não vou mentir, gosto da ideia de ser um herói.

E se ela quer me ajudar com isso, porque não.

"Então, como começamos?" pergunto sorrindo.