"Eu entendo que ainda não tenho experiência. Eu sou apenas um companheiro de equipe incapaz que não conseguiu ir até o fim com meus camaradas. No entanto, a lealdade que foi gravada no meu coração, pelo menos isso eu posso garantir que é genuíno. É a minha verdade depois de tudo..." Em um futuro alternativo do seu: "21/12/2012" a data de um evento que abalou todo o planeta terra. Nesse dia, criaturas mitológicas, que até então só existiam em livros e filmes fictícios desceram de portais mágicos nos céus do nosso 'pacifico' planeta. Contra essas criaturas, várias guerras foram travadas, depois de 10 longos anos, bilhões de humanos foram mortos no processo, restando uma população de um pouco menos de 50 mil vivos. 50 anos se passaram desde aquele evento que hoje chamamos de "A invasão". Nesses anos todos muitos países caíram com as inúmeras guerras, um dos poucos que não se renderam foi o japão, onde vive a nossa protagonista com sangue europeu, ela sonha em fazer parte da maior força existente entre os humanos, "os caçadores da lua", eles são os únicos que podem salvar nosso lar. Seu maior sonho é trazer o fim da guerra dos humanos contra os monstros, para que as crianças possam viver num mundo em que sangue não precise ser derramado para que as coisas sejam resolvidas.
A lua nova apareceu mais cedo do que o esperado sobre esse céu escuro e nublado, um ar gelado e um leve cheiro de sangue. As trevas querem me consumir.
"Fuuuh… Wooooosh…"
Ouço um bater de asas e um cheiro forte ao forte vento de algo mal lavado. Olho em minha volta, estava em cima de uma espécie de criatura escamosa, seu pescoço é largo, sua mandíbula é gigante contendo no máximo 100 dentes afiados e pontiagudos.
O revestimento externo do bicho seria parecido com o dos répteis: coberto de escamas. Como contam as lendas, a pele era quase impenetrável. A textura seria similar à do dorso de um crocodilo, que é bastante resistente. Mas, claro, é bem possível que a dessa criatura, a qual estou em cima, tivesse um couro bem mais rígido. A criatura também tem uma cor meio acinzentada, um fator á mais pra camuflagem, como acontece com alguns lagartos. Com asas que poderiam ser comparadas as dos morcegos, que tem quatro pontos, com dedos longos ligados a uma membrana.
Em sua cabeça haviam 3 longos chifres, um pouco de fumaça saía de suas narinas conforme ele expirava. A criatura também tinha cerca de uns 25 á 30 metros de altura e 2 metros de comprimento.
Seu corpo era quente, como se tivesse fogo dentro do seu interior intestinal.
Pra terminar, apesar de todo o seu tamanho, a criatura não teria uma estrutura óssea muito pesada. Para conseguir voar e se sustentar no ar, a criatura teria que ter ossos ocos, como os das aves.
Não restava dúvidas, eu estava nos céus de alguma região que não me lembro o nome e em cima de um Dragão adulto.
Com um olhar de relance eu olho para trás e não vejo mais aquelas pessoas que prometeram estar ao meu lado até os meus últimos dias como viva.
Até que avisto luzes vindo de baixo.
Me ponho de pé em cima daquela enorme e assustadora criatura - que não tinha nenhuma intenção de fazer algo de ruim comigo - fecho os e sinto aquela brisa forte do vento passar sobre a minha barriga, rosto e cabelo.
E, de costas me jogo de cima do Dragão. Caindo reto em direção à aquela luz.
Abro tranquilamente os olhos e avisto um pequeno distrito militar cercado por muralhas reforçadas com armas de fogo. A muralha em questão estava um tanto iluminada - descuidados… - muito provavelmente é a base que me foi mandada fazer o massacre em massa e recuperar aquele Artefato
"Para alcançar a paz mundial, 100 inocentes precisam sucumbir para outros 1000 inocentes prevalecer de pé."
Essas palavras ainda estão seladas na minha cabeça. Por que não consigo me livrar dessa maldita memória?
"Swooish…"
Enquanto caía reta rumo aquela base, uma espécie de aura laranja escuro sinistra apareceu sobre os meus olhos. Depois essa aura cobriu todo o meu corpo com esse laranja Fire, escuro e brilhante. Um detalhe que cobria essa aura eram pequenos raios que tinham uma cor que lembravam muito um Vermelho Garnet.
Enquanto isso, dentro daquela base militar: todos percebem tamanha presença do <<Dragão de batalha>> em seus céus. Uns ficaram nervosos, outros com medo e poucos tomaram coragem e armaram e miraram para atirar contra a criatura. Quando eles iam atirar, o dragão se retirou de seus domínios e partiu pra longe.
Porém, algo brilhou no céu assim que o dragão se foi. Uma luz alaranjada que caia em direção a ele como um meteoro indo de impacto ao solo.
(…): Ei, olhem. O que é aquilo?
(…): Mas que bosta é aquela?!
(…): Seria um avião?…
Questionaram para si mesmos os soldados sobre aquela luz que se aproximava.
Puxo as minhas espadas duplas na minha bainha e aperto o cabo da espada com força enquanto caía.
O soldado que deveria ser responsável por manter a ordem no local toma a dianteira:
(…): Aquilo com certeza não é um avião. Se preparem para um ataque terrorista!!
Me aproximo ainda mais deles, quando eles estavam prestes a começar a chuva de tiros em minha direção, a minha velocidade é aumentada.
Já pronta para cortar o primeiro que vi, um dos soldados prendeu a minha atenção.
Um dos soldados largou sua arma no chão, sorriu de nervosismo e estendeu os braços para mim, como se estivesse se rendendo ou pedindo para que eu o libertasse do sofrimento de estar em meio a essa guerra com minha próprias mãos.
(…): Esta tão perto… Deusa!… É você?! Me leve com você, deusa!
Eu pensei rapidamente:
(…): Eu sinto muito, sei que deve estar sendo difícil para você. Tão jovem e já ta sendo colocado em batalha. Prometo trazer uma morte rápida e gentil, prometo que você não sentirá dor alguma.
Passo as espadas sobre o pescoço daquela criança, vítima da guerra.
E, como prometido, foi uma morte rápida e indolor. Fui a mais gentil possível ao efetuar o corte.
Meus pés tocam o chão e a poeira em minha volta levantou e me cobriu.
(…): Cabo jones!!…
Ouço a voz da pessoa que era para ser a do superior desse jovem morto ao meu lado. Olho para o pescoço do mesmo e percebo que sua cabeça não estar mais ligada ao resto do corpo. A cabeça do jovem rapaz rolou até os pés de seu superior, o deixando assustado e trêmulo ao ver ser seu calouro morto.
(…): Ugh… a-abrir fogo!!!
Todos os soldados daquela base, que pareciam ser dezenas e dezenas, começaram a atirar constantemente em mim até o pente de balas acabar.
(…): Isso deve bastar para vingar o cabo jones. Ele foi um grande-
Ele não pôde completar a frase para se despedir de seu querido calouro. Não podia, pois eu o cortei ao meio. Numa rapidez absurda eu pulei pra cima dele, fazendo um corte que atravessou sua barriga. Seu corpo é partido em dois, a parte de cima se espatifa no chão e sua tripas começam a sair.
Todos os soldados ficam com medo e sem reação ao ver seu superior se morto tão facilmente por mim. Eles me encararam com seus olhos esbugalhados ao perceber que eu ainda estava viva. Ainda por cima, mantendo aquela aura ativa em minha volta com uma expressão calma, como se eu já fosse experiente em matar friamente meus inimigos.
Instantaneamente uma aura roxa que mais lembrava uma chama negra intensa cresceu em minha volta.
Um soldado que trajava um uniforme branco viu aquilo e disse:
(…): Essa não… Essa aura… Esses olhos… Esses cabelos cor dourado… É ela… O demônio do lago Ikeda!!!
Revesgueio para ele e avanço no mesmo, o pego pelo pescoço e o arremesso contra o chão, usando apenas uma das mãos. Pego uma das espadas e boto sobre o seu pescoço.
Sussurro em seu ouvido:
(…): Jamais… Jamais repita esse nome na minha frente. Jamais!
Elevo a espada pra cima e faço corte profundo na sua garganta, me levanto comas mãos banhadas em sangue e o deixo se corroer de dor e morrer lentamente.
Todos seus homens começam a atirar em minha direção, mas dessa vez eu não deixo nenhuma bala me tocar, repelindo os tiros com as minhas Espadas duplas.
Corto todas as balas usando as espadas e o meu reflexo surpreendentemente fantástico, as balas que acabavam escapando dos cortes me pegavam. Porém, nem se quer surtiam algum efeito drástico, a causa era aquela intensa aura em minha volta que me fornecia uma resistência absurda contra ataques.
Um soldado medroso vê toda a cena e grita para os outros companheiros:
(…): Ela é o próprio demônio! Fujam!!
Todos os soldados alí presentes começam a fugir de acordo com as palavras daquele soldado. O que me levou a crer e a concluir que ele não era apenas um simples peão nessa guerra, e que mais verdade se tratava de ser outro superior que trabalhava na mesma área que o outro que aniquilei.
Como cheguei a essa conclusão? Simples. Um soldado normal em plena guerra não tem autoridade alguma em dar ordens, se o superior não der ordem para recuar, então a batalha precisa continuar.
Se eu mata-lo, os outros soldados vão ficar sem um líder e vão agir por conta própria, completamente desorientados por serem apenas jovens inexperientes na guerra. É ai que eu entro, matando um por um.
Enquanto ele se virava para correr pro outro lado, arremesso a minha espada e ela atravessou seu pulmão.
Corro até o corpo, cravo o salto baixo de minha bota na cabeça do defunto e retiro sem piedade minha espada da costa dele, e então corro atrás dos outros soldados que fugiram.
Corri o mais rápido que podia para poder encontra-los e vejo um enorme muro de tijolos á minha frente que levava a outro caminho caso eu seguisse em frente iria ter que virar para a esquerda.
Os mesmos não devem ter ido longe, é só uma questão de tempo até alcança-los.
Viro a esquerda e, quando lá, me deparo com um tanque de guerra a minha espera, a posto para atacar. O tanque atira contra mim, mas eu utilizo minhas espadas para me defender do poderoso ataque de fogo.
O impacto do tiro contra minhas lâminas me arremessou pra longe e bater de contra com um muro enorme de tijolos. Parte do muro quebra com a força impacto e então, o muro cai.
Com um pouco de dificuldade, eu me elevo minhas forças a outro patamar e saio de baixo dos escombros do muro. Ao sair, me deparo com um exército inteiro apontando suas armas para mim. Esse exército era formado por: 5 tanques; 10 canhões; e dezenas e dezenas de soldados.
Todos esperando pela ordem para abrir fogo.
Malditos, eu cai na armadilha deles!
E sobre aqueles soldados surge um outro soldado, um superior. O que tramou todo esse plano, 'de cabo a rabo'.
(…): Nos encontramos novamente, demônio.
(…): Ugh~
Não soube o que falar naquele momento, então puxo um <<Walk Talk>> do meu bolso e passo uma mensagem para a pessoa por trás dessa missão, a qual fui enviada, que para alguns era uma missão suicida.
(…): Câmbio, Don. O plano fracassou. Permissão para executar o plano B.
Uma voz sai da Walk Talk em resposta ao meu pedido.
Don: Permissão concedida, Banshee 06.
(…): Entendido… Câmbio, Desligo.
Volto a escara-los, mas dessa vez com uma expressão séria, com olhos escuros como a noite. Um manto de aura vermelho mais intenso cobriu ainda mais o meu corpo, as pontas dessa aura eram roxas escuras, mas, um pouco brilhantes.
As minhas espadas também é coberta por aquela aura intensa, logo aquela aura que me cobria ficou mais intensa, chegando ao ponto de parecer uma chama louca.
As dores que vieram com o impacto instantaneamente se curaram. Caminho até os mesmos de uma maneira calma e sem pressa e…
(narradora): paaaare!!!… oi, oi. Não é aqui que a história começa. Para você entender a história vamos precisar voltar alguns anos no passado.
Essa historia não se deu início a partir do nascimento de uma criança, mas foi a partir de um evento mundial que abalou todo o planeta terra à muitos anos atrás.
Essa historia se da início à cinquenta anos atrás, no final do ano de 2012, quando um evento mundial aconteceu. No dia em questão estava chovendo frio e trovoadas podiam ser ouvidas ao longe, e com um céu escuro. Quando que, do céu, aquilo surgiu.
Algo parecido como símbolos mágicos apareceram acima de nossas cabeças. Era algo que lembrava muito um portal mágico que você, até então, só podia presenciar assistindo filmes e séries ou até mesmo em livros da época.
Só aquilo já era o suficiente para as pessoas daquela época acharem que aquilo se tratava de um evento bíblico, denominado como "o julgamento final". Todos ficaram apavorados.
Para aumentar o medo de todos, algo bizarro e um tanto assustador aconteceu. Num instante, escadas mágicas surgiram de dentro dos portais e desceram até o nosso solo. Muitas pessoas idosas tiveram um infarte ao ver aquilo descer do portal.
Pra encerrar, algo ainda mais assustador aconteceu.
Daquelas escadas brilhantes, que mais pareciam ser feitas de algum cristal brilhante ainda desconhecido, desceram seres mitológicos, que até então só existiam em obras fictícias.
De Elfos á anões, de Centauros á Goblins, de Ogros á Orcs, de Dragões á Hydras, de Grifos á Fênix, de Lobisomens á Vampiros, de Sereias á Basilisco, de Wyverns á Medusas, de Árvores vivas á Bruxas, de Fantasmas á Zumbis, de Anjos á Demônios e muitas outras incontáveis criaturas.
Meu avô, que hoje descansa em paz, presenciou a chegada daqueles seres mitológicos ainda quando ele era um jovem na puberdade. Uma vez, quando eu ainda era uma criança, ele me disse: "naquele dia todos ficaram paralisados, sem poder mover um músculos de tão espantados que estávamos".
As maiores nações do mundo como Estados unidos, Rússia, China, Reino unido, Alemanha, França, Japão, Israel, Coréia do norte e tantos outros se uniram e acolheram essas criaturas. Porém, antes que a humanidade da época pudesse acabar se acostumando com seus novos vizinhos, algo terrível aconteceu. Uma revolta por parte das criaturas, todas se revoltaram contra a humanidade e uma guerra foi travada. E de uma guerra que durou meses e meses, veio mais e mais guerras, incontáveis guerras, infinitas guerras que só tinham um fim quando o número de cada adversário chegava a zero.
Inúmeras guerras foram travadas em todo o mundo, causando mortes e mais mortes. Bilhões de humanos morreram nessas guerras, trazendo a nossa quase extinção.
A humanidade lutou bravamente usando todos os recursos necessários, mas tudo o que podia ser feito era evitar uma futura morte. Teve uma época que era cada um por si.
Mas, um dia isso mudou…
Quando tudo parecia perdido para a humanidade, armas especiais foram desenvolvidas por um certo alguém. As armas que esse alguém desenvolveu eram capazes de matar com facilidade qualquer criatura, dependendo do guerreiro que empunhar tal arma, ele poderia dizimar exércitos apenas com o balançar de espadas.
Essa arma poderia ser qualquer coisa. Espada ou machado, martelo ou lança. Feito de um metal estranho. A boa noticia é que, não existe apenas uma arma especial, e sim uma para cada guerreiro capacitado o bastante para empunha-la.
Essa arma ajudou em muito na batalha para nossa sobrevivência e expansão de território.
E então a humanidade deu a volta por cima.
Muitos anos se passaram desde que conseguimos nos reerguer e contra-atacar. Porém, a guerra contra as criaturas mágicas ainda prevalece, mas, pra nossa felicidade, deu uma acalmada. Pois, ao invés de continuar atacando, todos preferiam sobreviver.
Se estima que mais de 7 bilhões de seres humanos já foram mortos e praticamente todos os países caíram, sobrando apenas um punhado de humanos vivos e apenas poucos países que se mantém de pé até hoje, que são Estados unidos, França e o Japão.
Estamos atualmente no ano de 2062, hoje em dia, pelo menos no país o qual eu resido, todos os humanos vivem em "cidades fortalezas". Eu moro na enorme cidade fortaleza de Hokkaido, no japão.
Existem no total 4 cidades espalhadas pelo japão, abrigando todos os sobreviventes das guerras.
A cidade fortaleza de Hokkaido, até então, é a maior de todas, com a muralha mais bem protegida e segura. O muro que cerca a cidade tem em torno de 30 metros. Tudo era necessário para nos manter afastados das criaturas, para vivermos isolados e seguros.
Viver na cidade mais bem protegida é quase uma bênção, pois assim eu pude crescer sem me preocupar com meus medos e pesares da ansiedade de descobrir o que tem mundo a fora.
Agora falaremos sobre mim.
Eu não entro nessa história ao nascer, e sim quando fiz 12 anos.
Minha história se inicia num pequeno complexo de casas adentro da cidade fortaleza, no centro de todas essas casas, havia uma fonte de água e todas as casas rodeavam essa fonte. Nesse pequeno complexo havia uma casa, essa casa era uma casa como qualquer outra, era grande o suficiente para um família humilde viver dentro. Nessa casa também havia um grande quintal, nesse quintal havia uma árvore, em cima dessa árvore, uma casa na árvore e por fim, dentro dessa casinha havia uma criança, uma pequena criança de 12 anos, com a pele clara e dos olhos azuis celestes, seus cabelos eram lisos e dourados, sem marcas na pele e que estampava um enorme sorriso no rosto ao abraçar seu urso de pelúcia.
Essa criança era eu. Meu nome é Emilia Baldric, eu era uma garota que ficava em casa o dia todo, todos os dias, por motivos de saúde.
Um sorriso sincero estaria estampado no meu rosto, pois eu aprendi a conviver com o que está dentro de mim.
Sempre lutei pela vida, mesmo antes de nascer. Meu coração parou inúmeras vezes enquanto eu ainda estava no ventre de minha mãe. A luta pela vida no parto foi a minha primeira vitória.
No entanto, eu não chorei quando nasci. As parteiras começaram a suar frio.
As parteiras me examinaram e disseram para meus pais que eu estava morta. Não havia pulso, nem respiração.
Quando estavam prestes a me cremar, eu lutei e continuei lutando para voltar a vida e continuar seguindo em frente.
No instante já para ir para o crematório:
"Ah, ah."
Segundo as parteiras, elas me encararam enquanto eu murmurava em minha sonolência.
Meses mais tarde fui diagnosticada com uma doença que enfraquecia meus ossos, me impedindo de ter uma vida normal. Essa doença era chamada de Osteogenesis Imperfecta.
A osteogênese imperfeita é causada por genes defeituosos que afetam o modo como o corpo produz colágeno, uma proteína que ajuda a fortalecer os ossos.
Tem tratamento, mas é incurável.
Minha Mãe ficou abalada, desesperada e desolada. Disse que a culpa disso ter acontecido era da irresponsabilidade dos médicos presentes. Todos, sem exceção.
E, de alguma forma, aquelas palavras dela fecharam o hospital.
Anos mais tarde, quando completei 9 anos, minha mãe me contou sobre a situação que se encontrava meus ossos, sobre eles serem extremamente frágeis e enfraquecidos. Na época eu fiquei chocada e um pouco com medo, mas o médico receitou vários medicamentos, tratamentos e mandou os melhores usuários de magia de cura para tratarem de mim. Ele também receitou que, eu deveria colaborar fazendo exercícios básicos diários que não exigisse muito do desgaste rápido que meu corpo sofria.
O que nos leva para 3 anos no futuro, na data em questão eu já estaria com 12 anos de idade.
Ainda era uma criança frágil, mas, ao contrário 2 anos antes, aos 12 eu já podia sair de casa acompanhada. Foi um dos melhores momentos da minha vida poder sair de casa e ter contato com o chão fora de casa e poder senti-lo sem me preocupar que algum osso quebrasse a qualquer momento.
Os médicos ficaram de boquiaberta com meus feitos extraordinários dos últimos anos. Quando tinha 8 anos só ficava na cama, e com 10 eu rastejava e, por fim, aos 12 anos eu andava em duas pernas. Com muito esforço e dificuldade, mas ainda assim, eu andava.
Entre os médicos e a minha vizinhança, isso era considerado um milagre. Pois, até então, a doença não tinha cura e nem explicação para eu ter recuperado tão rápido. Todos então passaram a considerar que aquilo fazia parte de mais um milagre da Deusa.
Todo domingo eu saía para passear num parque próximo a minha moradia com minha mãe e irmãs, na maioria das vezes nós ia no centro da cidade para eu caminhar naquele campo, alimentar pombos e assistir o sol se pôr. Era sempre uma experiência marcante, mesmo com as mesmas piadas antigas da minha mãe sobre portas.
Mesmo sendo divertido passear pela cidade, eu queria mais.
Estudei e aprendi todas as matérias de ensino da nova e velha geração tudo em casa. Era muito tempo livre, então me especializei em muita coisa. Sou uma super dotada, o que a vida tirou de mim, eu devolvi com minha força de vontade. Hoje aprendo, me adapto e memorizo as coisas como um profissional em tudo. Mesmo assim, ainda era muito fraca.
Eu queria muito mais…
Em meus estudos em confinamento, aprendi que fora da cidade fortaleza são mandados soldados especializados em exterminar as criaturas mágicas ao arredor da fortaleza e em volta da linha troncal de trem que liga a cidade fortaleza de um canto do japão á outro.
Vou lhes contar agora sobre o dia que conheci essa gente que enfrenta os monstros e protegem o nosso lar.
Era num final de tarde de um domingo, eu já estava voltando para casa com minha mãe e irmãs.
"Gaaaaaahhh!!!"
Foi quando ouvi um grito de medo e pavor. Não pude identificar de quem ou de onde vinha aqueles gritos. Os gritos eram extremamente escandalosos, daria de se ouvir aqueles gritos de mulher mesmo de longe.
Foi quando todos ao nosso arredor começaram a correr, correndo na direção oposta de onde estavam vindo os gritos de terror, e a minha mãe não faria diferente.
Minha mãe me carregou nas suas costas e começou a correr enquanto minha irmã mais velha ajudava minha Mãe a continuar em pé fazendo nossa Mãe apoiar a mão sobre o ombro dela, e a outra irmã mais nova vinha atrás de nós chorando.
Talvez eu estivesse com medo, mas esse sentimento se foi quando ele apareceu.
Enquanto corríamos, um homem com um olhar confiante, parado no meio da multidão, que carregava uma espada na sua cintura. Esse homem levou meu medo embora apenas com sua presença.
Foi quando, como um raio, o homem correu em direção à garota. Só deu para ouvir o som de sua espada cortando algo.
"Fuuuuuim…!!~"
Os gritos de desespero da garota cessaram quando aquele homem se levantou e ergueu a cabeça de um homem-lagarto, e então ele disse:
(…): Esta tudo bem, pois o herói está aqui.
Foi quando me lembrei de algo que minha mãe me disse: "há pessoas acima dos soldados da cidade, eles são chamados de "os Caçadores da Lua". Eles são pessoas que protegerão os cidadãos, mesmo que isso lhes custe a vida". Foi então que decidi meu objetivo de vida.
Me tornaria uma Caçadora da lua, protegeria as crianças de hoje, mesmo que pra isso eu tenha que quebrar os meus ossos dos braços e das pernas. Lutar em prol de um futuro sem guerras, esse é o meu sonho. Pode parecer ridículo para você, uma garota com deficiência nos ossos querer se tornar uma força militar do país, mas esse é o meu sonho, e ninguém vai tirar esse sonho de mim.
Quando contei à minha mãe sobre esse meu sonho, ela e meus irmãos disseram que eu era louca por querer me arriscar dessa forma, até mesmo minha irmã mais nova debochou rindo de mim. Mas havia uma pessoa que acreditava no meu potencial, o seu nome era "Merlin".
Sempre nos encontrávamos em frente de casa, ele no meu quintal e eu na janela. Esse era o único método de conversarmos sem precisar sair de casa.
Merlin: O que? Eles falaram isso mesmo?…
Emília: Sim… Eles são todos uns bobos, eles vão ver, irei me tornar uma potência militar, e então minha Mãe vai ter orgulho de mim…
Merlin: Entendo que seja difícil pra você isso, você ainda é fraca…
Emília: Eu sei disso. Mas se eu treinar o meu corpo o suficiente para suportar batalhas, talvez eu-
Merlin: e-emilia!!… Me escuta, por favor! Eu.. Eu… Eu quero- eu quero te proteger! Quero cuidar de você! Quero que você seja minha…
Corei por um momento e suei frio diante da situação, porém, não sabia expressar o que realmente estava sentindo. Por isso, me expressei com um sorriso largo no rosto, bagunço o cabelo dele e digo:
Emília: Eh- ehehe! Certo! Conto com você, por isso cuide de mim!
Ele também corou e sorriu, então ele desviou o olhar para o lado, se negando a me olhar nos olhos por ter ficado com vergonha.
Ele era um ano mais velho do que eu, seu cabelo com tom de escuro e liso que a brisa do vento o soprava facilmente. Seus olhos sofriam de Heterocromia - o olho esquerdo tinha a cor Íris azul-clara, enquanto o lado direito, a cor era Íris azul-esverdeada - sua pele nunca foi completamente branca, pois ele vivia nas ruas brincando com os outros garotos do nosso distrito.
Ele sempre foi muito atencioso e o único que me ouvia. Ele sempre ficava vermelho quando eu dizia que era fofo o quanto que ele sempre estava me ajudando.
Mas, em um certo dia no final de outono, ele acompanhou eu e minha família em um daqueles passeios aos domingos, minha Mãe disse que iria comprar sorvete e levou minhas irmãs com ela, ela pediu para merlin me fazer companhia enquanto e, ele aceitou de bom grado. Estando sozinhos, Merlin ficou nervoso, então se aproximou para conversarmos num banco em frente a Roda gigante.
Merlin: Emilia, preciso lhe contar uma coisa.
Enquanto comia pipoca, eu respondi a ele:
Emilia: chomp, chomp, chomp!… Sei… Nhac, nhac, nhac!… UGH!... Uuuahah! pode dizer.
Eu estava confusa, sem entender nada. Ele por outro lado estava tremendo e ainda por cima estava todo corado.
Merlin: Erm… Você aceitaria namorar comigo?!!…
O jeito que ele fez o pedido junto a um grito que pôde ser ouvido do outro lado da rua.
Fiquei envergonhada e não sabia o que dizer, porque ele era meu melhor amigo desde que eu tinha uns 6 anos de idade e naquela época, já com 12, ele me fez ficar realmente confusa. Mas de uma coisa eu tinha certeza na época, ele me fazia feliz, e eu também queria ser feliz com aquele que sempre me apoiou, mesmo que na época eu não pudesse corresponder seus sentimentos com a mesma intensidade.
"Seria isso o que chamam de amor? Talvez eu aceite, desde que ele me ajude a me tornar uma caçadora."
Foi exatamente nisso o que pensei naquele dia.
Emilia: Err… Ahn… Eu aceito...
Toda vermelha de vergonha, aceitei seu pedido.
A partir daquele dia nossa história iria mudar. Pode se dizer que mudou pra melhor, pois a ponte que nos unia se fortificou e nossos laços ficaram mais fortes, passamos a depender um do outro daquele dia em diante.
Ficamos quase dois anos juntos, dois anos de pura diversão e carinho. Depois de um ano juntos, ele roubou meu primeiro beijo, eu fiquei realmente feliz, pois sentia que poderia ser para sempre, imaginava que poderia ser duradouro.
E, durante todo esse tempo junta a ele, eu acabei esquecendo do meu sonho.
Porém, para todo bom começo, precisa ter um final triste…
Um dia ele foi até a minha casa com uma mochila nas costas, dizendo que era um assunto urgente, ele também tava dizendo que precisava me levar para algum lugar. Ele veio justo num domingo, então minha mãe foi junto.
Fomos os três até o parque, nos sentamos num banquinho de praça, o mesmo no qual ele me pediu em namoro 2 anos atrás.
Minha Mãe disse que queria comer alguma coisa, todos fizemos uma breve aposta e eu ganhei, então pedi sorvete para os três. Minha Mãe então aceitou isso e então foi comprar o sorvete e nos deixou sozinhos.
Ele olhou para mim e me pediu para sentar naquele banco desse parque parado. Eu me sentei e fiquei olhando nos olhos dele sem entender muito o que ele queria ou o que tava acontecendo. Ele sentou ao meu lado, botou sua mochila no chão e me encarou com um olhar triste.
Merlin: Eu preciso sair… Nunca mais poderemos nos ver. Não é sua culpa, é minha. Desculpa e… Sinto muito.
Ele juntou sua mochila do chão, botou ela na costa e começou a se afastar, quando chegou numa certa distância, ele começou a correr sem parar sobre a calçada infinita do distrito, até desaparecer de vista.
Eu estava perplexa e sem palavras. O coração batia à mil e a garganta estava seca. Na hora eu não sabia como expressar meus sentimentos diante de tal situação. Só fui raciocinar o que realmente tinha acontecido quando minha mãe voltou e perguntou onde estava o Merlin. Eu não respondi nada.
Naquela noite eu chorei, chorei muito e me culpo por tudo.
Emilia: É minha culpa!… Ele cuidou de mim e eu nunca disse um "obrigada" ao ver tais situações de gentileza que ele fazia pra mim… Uma vez ele me disse que me amava e eu fiquei sem ter o que falar!!!…
Cobri o meu rosto com o travesseiro e chorei mais e mais, chamando eu mesma de burra várias vezes, até cair no sono.
Por meses me culpei pelo nosso rompimento, até que um dia decidi enxugar as lágrimas e seguir em frente com o meu sonho que se perdeu no meio do caminho.
E isso nos leva aos dias atuais, agora com 15 anos. Agora posso dizer que estou mais perto do meu sonho. Meu corpo não está nos tão sonhados "100%", ainda está longe disso, mas ao menos posso correr sem me preocupar se algum osso vai quebrar só de dar alguns passos.
Eu tenho um namorado novo agora, o nome dele é Keene, ele tem mais ou menos a minha idade e estou com ele há 2 meses. Ele é um cara legal, apesar de nós não ter se beijado absolutamente nenhuma vez, mesmo assim, ele me trata com carinho.
Mas não estamos aqui para falar sobre ele, e sim sobre o que aconteceu "naquele" final de tarde.
Era um fim de tarde frio e quieto, entre mim e o Keene o clima era de felicidade pois estávamos voltando de um pequeno evento que foi montado perto de casa que falava sobre o cotidiano dos "Caçadores". Depois do evento, fomos ao parque para conversar e do parque para casa. Mas, no meio do caminho algo roubou nossa atenção.
Quem diria que toda essa felicidade terminaria em alguns instantes.
Estávamos atravessando um beco, quando vimos uma senhora jogada no chão sujo de lama. Eu disse que devíamos ajudá-la e ele concordou, quando chegamos na senhora, Keene botou a mão sobre o ombro da senhora e perguntou se ela estava bem. A senhora levantou a cabeça e olhou diretamente para ele. O rosto da idosa começou a se deformar, seus olhos pularam pra fora, sua pele começou a cair, seus longos cabelos começaram a cair, sua mandíbula se quebra e fica tremendamente aberta e, assim, arranca o braço de Keene.
Ele começa a gritar de dor sem parar e fica descontrolado. Quando me dei conta, aquela senhora tinha se transformado em uma espécie de demônio. Ou melhor… Algo muito parecido com um dragão vermelho filhote. Que, segundo alguns livros, conseguem ser tão poderosos quanto os adultos.
Dragões vermelhos do mar de fogo são especialistas em usar magia de alto nível, mas essa é a primeira vez que vejo algo parecido.
Um dragão usando magia de transformação…
Em um instante, ela usou seus longos braços para nos atacar, foi um ataque rápido que perfurou a barriga de Keene, deixando um buraco enorme em sua barriga.
"Nhuac! Nhuac! Aaaah!!"
Minhas pernas ficaram frouxas de tanto pavor que fiquei.
A criatura mordia ele mais e mais, até seu corpo ser desmembrado. Ela me viu, e parou de morde-lo e se aproximou lentamente de mim.
Eu já podia sentir o cheiro de morte, podia sentir que esse era o meu fim, ser morta por um demônio... Que ironia, não foi bem assim que achei que fosse morrer.
Sempre me imaginei morrendo depois de me tornar uma caçadora, depois de enfrentar um inimigo forte. Ter uma morte honrosa, morrer como uma heroína, ter meu nome gravado na memória de milhares, ter estátuas em minha homenagem, ser reconhecida...
É realmente uma ironia…
O dragão abriu a boca para me devorar.
"Você tem certeza de que vai ser aqui que você?"
Essas palavras ressoaram na minha cabeça, como se tivessem vindo do além, pois eu já tinha desistido.
E, de alguma forma, isso me motivou a continuar tentando.
"Você só pode estar brincando comigo. Morrer jogada nesse chão sujo onde ratos passam… Você quer morrer? Porquê? Não seja tola, Emilia. Se você morrer aqui, você não poderá contribuir pro seu país. Você não pode permitir que um absurdo desses aconteça! Eu não posso morrer!!! "
Quem implantou essas palavras na minha cabeça? Eu não conseguia parar de pensar nelas, como se alguma coisa tivesse falado isso em meu ouvido, mas eu nem percebi.
Me levanto, boto a mão sobre o cotovelo e digo:
Emilia: Ei!… Se você acha que eu desisti… Então você está muito enganado, lagarto de merda!!
Eu estava com medo, minhas pernas tremiam só de encarar aquilo, mas eu não poderia fraquejar, porque não será neste lugar que eu iria morrer.
Preciso pelo menos tentar…
O dragão começou a babar e então se enfureceu. Eu fecho o punho, na intenção de querer dar um soco no dragão.
Emília: PODE VIM, DESGRAÇADO!!
E num piscar de olhos, quando a criatura ia me atacar, uma luz branca e brilhante corta o demônio ao meio, seu corpo se dividiu em dois e desaba no chão. A criatura morreu na minha frente e eu nem percebi o que ou quem a tinha matado
Quando abri os olhos, minhas roupas, mãos e rosto estavam sujos de sangue. Quando tirei o sangue da criatura dos meus olhos pude ver o que tinha matado o dragão.
Havia um homem usando uma máscara lisa de de gesso branco, ele estava em cima do terraço de uma casa, então ele desceu do telhado até o chão empunhando uma espada em suas mãos. Não era o mesmo daquela época, mas a sensação e a aura interior que ele emanava era a mesma. Não parecia ser uma pessoa normal, só pode ser um Caçador da lua.
Ele é meu "salvador"!
"Meu salvador": Você está bem? Não se machucou?
Ele parecia preocupado com o meu bem-estar, mesmo com meu namorado no chão, morto, ele se preocupou comigo. É assim que eles devem se sentir nessas situações?
Emilia: Meu… Namorado... Ele morreu?…
Apesar de tudo, ainda estava com medo e apavorada, tremia dos pés a cabeça como nunca havia acontecido antes.
"Meu salvador": Infelizmente sim. Eu sinto muito…
Ele parecia frustrado ao ver o corpo de Keene no chão banhado em sangue.
Segurei na manga de seu uniforme e com os olhos cheios de lágrimas eu o encarei nos olhos com um olhar determinado.
Emília: Por favor, eu imploro, leve-me com você!!! Meu sonho é matar todos... Não. Aniquilar! Limpar o mundo dessas criaturas!… Por favor, preciso que você me ajude. Eu preciso…
Ainda assustada e apavorada, fiz o pedido com medo de sua resposta. Ele olhou para mim com um olhar de tristeza.
O que ele quis dizer com aquele olhar?
Continua…