Talvez seja essa estranheza minha que não me permitiu ter você por perto.
Como meu amigo falou.
O jeito que eu falo, o jeito que eu me expresso, tudo isso só mostra que sou estranho, um esquisito.
Minha voz... Meus pensamentos... Tudo... Absolutamente tudo é coisa de trouxa e idiota.
Eu chorei
Quando disseram isso.
Chorei.
Fiquei frustrado.
E chorei.
Eu entendo ela.
Eu entendo vocês.
Não queria existir.
Desde o momento em que nasci nunca quis ser eu.
Nunca quis ter nascido para começo de conversa.
E não quero viver.
O tempo que passei ao seu lado, naquele sofá, pequenos instantes que foram muito especiais pra mim.
Se tivesse um pouco dessa coragem teria agarrado tua mão e sorrido para você.
Mas acho que mais feliz ainda seria se você tivesse agarrado minha mão e sorrido pra mim.
De qualquer forma, dois eventos impossíveis.
Se meus amigos lessem isso agora iriam dizer.
"Para Gabriel, você é muito estranho, você dá muita vergonha, é muito esquisito"
"Olha essa tua voz de locutor, que ridícula kkkkkk"
Eu odeio minha voz e odeio-me também.
Ontem me falaram que era um mentiroso patológico e então fui olhar a descrição do termo:
"...Pessoas com essa desordem não têm um nível adequado de consciência, chegam a perder a dimensão da realidade e tendem a misturar fantasia e fatos da vida real — em suas histórias e em sua própria mente."
Eu me pergunto... seria essa... a minha lógica?
Acho que tem muitos motivos para "você e eu" não ser "nós".
E 90% disso sou eu mesmo a causa. É minha mesmo a culpa.
Odeio-me.
Odeio-me por escrever 'odeio-me' no lugar de 'me odeio'.
Vocês falaram isso, por tentar melhorar meu português fiquei mais estranho.
Quero morrer.
Sem dor e logo.
Meu único e sincero desejo.
Pressuponho desde já que não entendam, que você dirá ser falta de uma entidade divina ou talvez de uma boa surra de cinta.
Afinal, pra vocês (quando é comigo) é assim que pode ser facilmente resolvido e tratado.
Me disseram que não posso ser e nem sou o último romântico.
Que esse título não é meu.
Já me disseram várias vezes que nunca poderia ser o herói.
Então quis ser o vilão.
Nem isso.
Disseram-me que eu sempre estive errado e nem se quer um vilão eu poderia ser.
Repetindo.
"Você não é nada Gabriel".
Repetindo.
Eu não sou nada.
Tudo bem, já esperava mesmo.
Só mais um louco.
Com problemas na cabeça.
Um doente.