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Lista de Fetiches de um Pansexual Socialmente Estranho

Quando estava no colegial, Hector tinha uma estranheza social inigualável, e fez uma enorme lista de fetiches - alguns sexuais, outros não - que planejava nunca compartilhar com ninguém... Isso, até ser descoberto por Felix Lee - seu calouro na faculdade, e personificação palpável de todos os seus fetiches.

denebhzzz · LGBT+
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Calças de Couro

Hector não se recorda de quando foi que calças de couro se tornaram um de seus fetiches – provavelmente em uma festa durante o ensino médio, com uma garota gostosa e uma dança provocativa –, mas se lembra muito bem da primeira vez que as viu no corpo de Felix Lee.

Era início do ano letivo de 2017, Hector estava começando seu segundo ano na faculdade de belas artes quando se deparou com um novato na praça do centro artístico. Ele era asiático, loiro platinado, vestia uma blusa rosa bebê com manga comprida e cheia de rasgos e furos, all stars também rosas e, o mais importante: calças de couro justas que delinearam suas pernas bonitas. Harrison quase babou, precisou chacoalhar a cabeça umas quatro vezes para que seu cérebro entrasse no lugar.

Depois disso, sonhando com cenas eróticas envolvendo o dono das calças de couro, se enterrou durante um mês inteiro em pornôs gays com o que quer que encaixasse couro – fosse como calças, cintas, amarras, sendo couro era bom. Até chegou a terminar com sua namorada da época por quem, além de não sentir mais atração nenhuma, também não o ajudava-o na realização de nenhum de seus fetiches.

Descobriu seu nome e seu ano por um par de amigos, sua orientação sexual e estado civil por outros, mas nunca chegou a se aproximar de Felix. Agora estavam ali, um ano e meio depois, na mesma festa, sob o mesmo teto, e com as mesmas calças justas de couro que quase transformaram Hector em um animal no cio.

Felix está sentado na bancada da cozinha, conversando com uns colegas de seu ano, e nem fazia ideia que seu veterano o observava há tanto tempo com tanto fervor.

Ele veste uma blusa de mangas longas listradas em preto e branco, uma camiseta preta enorme por cima, o couro em suas pernas e um tecido vermelho amarrado em sua coxa e tênis pretos. Há um cigarro em uma de suas mãos e um copo vermelho ao seu lado, seus lábios vermelhos abrem sorrisos que exibem seu piercing no sorriso, e derretem a mente de Harrison cada vez mais.

— Vá falar com ele — Micah, seu melhor amigo, o cutuca, fazendo-o acordar de fantasias que criava em sua cabeça. — Você está de olho nele desde o ano passado e, se não fizer nada logo, Yves pode voltar e roubá-lo pelo resto da festa.

— Micah está certo, Hector — Jeremy, namorado de Micah, conclui, se agarrando ao corpo do mais velho. — Quando Felix e Yves se juntam, não falam com mais ninguém durante a festa inteira.

Micah tinha os cabelos tingidos de um loiro bem claro e olhos ridiculamente verdes, não era tão alto quanto seu namorado que era modelo. Jeremy se identificava como demiboy, tinha traços levemente femininos, cabelos em um castanho claro na altura de seus ombros e sempre se veste com roupas andrógenas. Eles eram um casal bonito tanto de perto quanto de longe.

— Vocês são loucos — Harrison responde, revirando os olhos. — Felix está em um patamar inalcançável demais.

— Jeremy também estava, mas foi só eu tentar que consegui — Micah declarou, apertando a cintura do namorado mais novo e beijando seu pescoço. Os selinhos e beijos no pescoço se transformaram em beijos de língua e mordidas, e logo os gemidos da música de Luhan não eram os únicos a serem ouvidos ali.

Harrison revirou os olhos e ajeitou seu gorro preto que cobria a juba de cabelos cacheados, depois fitou sua mão direita com uma rosa azul tatuada na lateral e suspirou, pensando no que fazer.

A partir daquele momento, tinha três opções: 1. Poderia ficar e assistir de camarote os seus amigos transando; 2. Poderia sair dali e dar um jeito de falar com o garoto que estava afim; ou 3. Poderia simplesmente ir embora daquela festa e ficar vagando pelas ruas como gostava de fazer.

Sem muito drama ou indecisão, pegou uma garrafa de cerveja importada de cima da mesa e seguiu para a porta que usou para entrar. Antes de cumprir sua missão de sair de lá, entretanto, teve os ombros abraçados e todo o peso de um corpo se jogando contra si.

Soube que era Stephen no exato momento que viu os cabelos azuis, ele era outro de seus melhores amigos, e tinha um cheiro suspeito vagando seus arredores.

— Você fumou maconha, Stephen? — pergunta irritado, dando uma golada no líquido amargo em suas mãos.

— Não é porque eu cheiro à maconha que eu vou ter fumado, imbecil! — grita, rindo em seguida. Em sua cabeça, as coisas estavam passando em uma velocidade engraçada. — Tá, talvez uma tragadinha. Sabe que eu não posso resistir à Sunhee com decote e meia arrastão.

— Saudades de quando você ficava com o Patrick, era tão equilibrado. Mas agora aí está você, correndo atrás de um rabo de saia — revira os olhos pela enésima vez naquela noite. — Mas o que você quer de mim?

— Acho que você deveria ser mais gentil com seu amigo de infância, sabe por quê?

— Hum?

— Porque esse cara aqui — apontou para si mesmo com os polegares — conseguiu o número do gostoso da calça de couro pra você.

— Por que, em sã consciência, eu precisaria do número dele?

Stephen revirou os olhos e puxou o primeiro conhecido que passou por si – Kevin Moon.

— Hey, Kevin — começou, dando soquinhos no braço do canadense. — Você não acha que o Harrison está com um péssimo humor ultimamente?

— Hector está sempre com um péssimo humor, Steph.

— Não acha que ele precisa de uma boa transa?

Kevin olhou para o mais novo, depois para Stephen. — Olha, ele não faz meu tipo.

— Não é sobre isso, otário! — esbravejou, dando um tapa na nuca de Kevin. — Uma transa pra ele ficar de bom humor.

— Acho que maconha é mais efetivo.

— Aff, você não tem graça — o mais novo concluiu, cruzando os braços. — Certo, não transe nem ligue pra ele então, mas eu já te mandei o contato por mensagem, a partir de agora é com você. Aproveita que ele é gay, gostoso e tá solteiro!

Com mais uma revirada de olhos, o mais velho se dirigiu para a porta, mandou o dedo do meio para seu amigo de infância e começou a rodar pelas ruas de Ellensburg. Acendeu um cigarro, e bebeu sua cerveja enquanto simplesmente caminhava sem rumo, como gostava de fazer.

Seu celular pesou em seu bolso, e ele passou a pensar nos prós e contras de tentar se comunicar com o garoto da calça de couro. Queria poder puxá-lo com confiança, empurrá-lo contra a parede e morder seus lábios até ficarem dormentes. Queria amarrar seus pulsos e escutar seus arfares altos. Queria beijá-lo e sentir seu piercing da língua que era comentado por todos os seus ficantes.

Mas não queria apenas uma ficada, queria todas as possíveis e imagináveis fantasias de sua cabeça para serem realizadas por ele – e, acredite, eram várias.

Afinal, o que mais um virgem faz além de imaginar?