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Gestação.

12 de dezembro de 2025. Sexta-feira. O calor em Pindamonhangaba era sufocante, com os termômetros marcando 35°C. A escola Roberto fervilhava com o caos habitual: gritos ecoavam pelos corredores, cadeiras arrastavam no chão, e o ar carregava o cheiro de suor e materiais escolares velhos.

No fundo do pátio, perto do muro coberto de pichações, quatro amigos estavam reunidos, rindo alto e trocando provocações como de costume.

Dio:

Vocês já viram aquele video do cara botando 3 ovão de galinha no cu? HAHAHA é muito bom, acho que se o Aikon tentar vai virar uma omelete de tão quente que o rabo dele é.

Aikon:

Cala boca, Dio, porquê não tenta enfiar uma cenoura no cu? já que tu gosta tanto de falar disso.

Caio:

Vocês só sabem falar merda HAHAHA.

Felipe:

Quero ver se um professor escuta vocês falando isso.

O grupo caiu na gargalhada, como sempre fazia. Mesmo com personalidades tão diferentes, eles se completavam como peças de um quebra-cabeça. Para eles, eram mais que amigos; eram irmãos.

11:30 da manhã. O som do sinal quebrou a conversa. A confusão da escola aumentou ainda mais enquanto os alunos pegavam suas coisas e saíam apressados pelos portões. Os amigos se despediram rapidamente, prometendo se encontrar no dia seguinte.

Casa de Caio, 11:45 da manhã. O calor parecia ainda mais forte quando Caio chegou em casa, enxugando o suor da testa. Ao abrir a porta, ouviu o som familiar do padrasto gritando com a TV. O time de futebol dele estava perdendo, e ele fazia questão de soltar todos os palavrões possíveis. Caio apenas passou direto, sem entender por que aquilo era tão importante.

No quarto, ele jogou a mochila no canto e se deitou na cama. Apesar do cansaço, havia algo estranho, uma sensação que ele não conseguia ignorar. Algo parecia fora do lugar. Algo ruim.

Casa de Caio, 11:26 da noite.A noite havia caído, trazendo silêncio e escuridão. Caio tinha terminado tudo o que precisava fazer e agora estava deitado, encarando o teto. Sua mente estava inquieta. Ele pensava na vida, na monotonia, no futuro.

Caio (pensando):

É só isso? Eu vou crescer, arrumar um emprego horrível, ganhar um salário mínimo e morrer sem realizar nenhum sonho? Sem fazer nada que realmente importe?

Ele suspirou, fechando os olhos e tentando esquecer esses pensamentos. Mas, antes que pudesse cair no sono, sentiu algo pousar em seu peito. Ao abrir os olhos, viu um pedaço de papel.

Caio:

An? O que que é isso?

Ele pegou o papel e viu que havia algo escrito nele:

"Encontrem a verdade. Encontrem os seus destinos"

Havia também um endereço no final. Ele olhou para fora da janela, mas não havia ninguém lá. Um calafrio percorreu sua espinha. O endereço levava até a pedreira onde ele e os amigos costumavam ir.

Caio (segurando o papel com força):

— Que merda é essa...?

13 de dezembro de 2025 07:00 da manhã, sábado. O sol ainda estava baixo quando Caio acordou, o papel ainda sobre a mesa. Ele sabia que aquilo não era um sonho, mas também não sabia o que fazer. Pegou o celular e mandou uma mensagem no grupo dos amigos.

Caio:

Ou, bora dá uma volta?

Aikon:

Oxi, normalmente tu só quer ficar em casa, pau no cu.

Dio:

Verdade.

(Figurinha do Goku pensativo.)

Felipe:

Cala boca Dio.

Dio:

De graça assim?

Caio:

É que ontem aconteceu um bagulho muito bizarro, um papel entrou pela minha janela, nele tinha escrito umas porra e tinha um endereço.

Dio:

Umas porra? 😋

Felipe:

Vai se fuder Dio.

Aikon:

Como assim um papel entrou pela tua janela? Tinha alguém na tua janela?

Caio:

Sei lá eu tentei procurar mas não achei ninguém.

Felipe:

E que endereço era? Sabe dizer?

Caio:

Era o endereço da pedreira lá.

Aikon:

Que estranho, beleza então, vem todo mundo aqui na frente de casa que aí a gente vai lá, pega uma faca de serra, vai que é um abusador querendo comer o cuzinho do Caio KKKKK.

Caio:

Vai se fuder Aikon.

Caio então pega o papel, uma faca de serra com o cabo vermelho e sua mochila que já estava um pouco velha e rasgada, saindo de casa sua mãe lhe olha com tanta pressa e fica curiosa.

Karin:

Onde o senhor pensa que vai com tanta pressa? É 7 horas da manhã ainda, o que tu quer na rua?

Caio:

Eu vou sair com os guri mãe, eu não vou demorar.

Karin:

Eu te quero aqui até depois do almoço, senão eu te quebrou a pau.

Caio:

Claro claro mãe, beijos fui.

Caio sai correndo de casa ansioso e com medo do que eles encontrarão na pedreira.

Ao chegar na casa de Aikon vê Aikon e Felipe o esperando.

Aikon:

Finalmente, pensei que tu tinha sido atropelado em algum lugar.

Caio:

Não inventa. E cadê o Dio? Ele é o que mora mais perto de ti.

Aikon:

Aquele corno fudido sempre se atrasa, tu sabe como ele é, ele espera até o último momento pra sair de casa, seja pra ir na academia ou pra ir pra escola.

Caio:

HAHA verdade.

Depois de algum minutos eles vêem Dio caminhando bem lentamente.

Caio:

Anda mais devagar tu vai acabar caindo nessa velocidade.

Dio:

Eai, bora lá?

Aikon:

Tu demorou meio século pra chegar cara, que porra tu tava fazendo? Tava batendo punheta pra algum hentai?

Felipe:

Não, ele é precoce não demoraria tanto tempo nem na punheta.

Dio:

Vai se fuder cabeça de pica.

Caio:

Tá, bora lá logo.

Os amigos adentram a floresta, ela estava mais calma que o normal, os pássaros não estavam cantando e nenhuma folha estava caindo, o clima estava meio cinza, chegando até a pedreira eles veem o local onde eles cresceram brincando um pouco diferente, o clima estava diferente, uma enorme sensação seguia os garotos, a sensação de está sendo observado por algo, caio tira a faca de sua mochila com medo do que poderia acontecer. Eles procuram mas não encontram nada apenas as mesmas coisas.

Dio se senta no balanço que eles construíram anos atrás enquanto os outros procuram algo.

Dio:

Caio caiu no golpe da janela, é tipo o tigrinho, mas invés de te deixar pobre faz tu perder teu tempo andando.

Caio:

Cala boca, tu nem tá ajudando a procurar!

Dio:

Procurar o que? Não tem nada aqui.

Felipe (analisando o papel):

"Encontrem a verdade. Encontrem os seus destinos. Encontrem a si mesmos." Que porra significa isso?

Aikon:

Doido, eu acho que isso aí foi um trote só pra fazer a gente andar.

Dio:

Tô falando, mas esse filha da puta não escuta.

De repente, um som de passos vindos da floresta chamou a atenção de todos. Caio segurou a faca com as mãos tremendo, enquanto os outros pegavam pedras.

Felipe:

Cês ouviram isso?

Um homem emergiu das sombras. Ele tinha cabelos longos e pretos, vestia uma regata e calças de kimono, e seu olhar era afiado, como o de um soldado experiente.

Dio:

Quem caralhos é tu?!

O homem sorriu, ignorando as provocações. Ele olhou para Caio e os outros, como se os analisasse.

???:

Eu sou aquele que jogou o papel na sua janela.

Caio (apontando a faca):

— O que você quer com a gente?!

??? (com um sorriso sério):

— Quero que vocês descubram a verdade.

Aikon (confuso):

— A verdade sobre o quê?!

O homem deu mais um passo à frente, a gravidade de suas palavras pesando no ar.

???:

— Sobre quem vocês realmente são.

Fim do capítulo 1.

É apenas o começo.

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