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38- consequências.part 2.

Enquanto Erick e Heitor recuperavam o fôlego no campo de batalha, os outros três duques se reuniram em uma área mais afastada, longe dos olhares do exército e dos soldados de Aranden. Duque Alfredy da Casa Salles, Duque Edmundo da Casa Menedy e Duque Albert da Casa Alves pareciam inquietos, lançando olhares ocasionais para onde Heitor estava, ao lado de seu pai. O brilho intenso que Heitor exalava no momento da batalha, sua aura carregada de mana e a destruição deixada por seu feitiço Sol Nascente ainda estavam frescos na memória de todos.

Duque Alfredy, um homem de traços severos e olhar calculista, foi o primeiro a quebrar o silêncio. "Não podemos ignorar o que vimos hoje. Heitor é poderoso demais para um garoto de quatorze anos. Esse nível de magia… até magos veteranos precisariam de uma vida inteira de prática para alcançar algo remotamente parecido." Sua voz carregava uma mistura de temor e respeito, mas havia algo mais profundo, algo que soava como receio.

Duque Edmundo, mais velho e de postura firme, franziu o cenho. "De fato, é inegável que ele é uma anomalia. Mas o que mais me preocupa é o que isso significa para o futuro do reino. Se um garoto tão jovem pode manipular o poder de forma tão devastadora… imagine quando ele atingir seu potencial máximo. Estamos prontos para lidar com isso?" Ele lançou um olhar aos outros, tentando medir suas reações.

Duque Albert, que geralmente se mantinha mais reservado, soltou um suspiro antes de falar. "Estamos diante de uma espada de dois gumes. Esse poder é uma dádiva para Aranden, mas também uma ameaça. Hoje ele usou suas habilidades contra nossos inimigos, mas quem nos garante que ele não as usará contra nós no futuro, se, por acaso, discordar de nossas decisões ou dos interesses do reino?"

O silêncio pairou entre os três, cada um ponderando as implicações das palavras de Albert. Eles sabiam que, se Heitor continuasse a evoluir nessa velocidade, ele ultrapassaria qualquer um deles em poder em um futuro próximo — isso se já não tivesse ultrapassado. Além disso, todos tinham ciência da influência de Erick sobre o filho. Sendo o duque mais respeitado e leal ao rei, Erick sempre tivera uma posição indiscutível na corte, e agora, com um filho tão poderoso, essa influência só se fortaleceria.

"Então, o que propomos fazer a respeito disso?" questionou Edmundo, olhando para os outros duques com seriedade. "Estamos falando de um jovem que é, ao mesmo tempo, nossa maior força e nossa maior incerteza. Será que devemos… estabelecer alguma medida de controle?"

Alfredy balançou a cabeça, pensativo. "Devemos ser cuidadosos. Não podemos simplesmente agir contra o filho do Duque Erick, um dos homens mais leais ao rei Magnus. Qualquer ato precipitado poderia ser interpretado como traição." Ele hesitou, como se buscando as palavras certas. "Mas talvez… devêssemos pensar em uma forma de limitar a influência de Erick sobre o reino. Se Heitor continuar a ganhar poder, ele poderia se tornar uma ferramenta perigosa nas mãos do pai."

Albert assentiu, mas olhou para os outros com um semblante preocupado. "Concordo, mas não podemos esquecer que isso tudo deve ser tratado com extrema cautela. Qualquer ação contra Heitor ou Erick poderia dividir o reino, e em tempos de guerra, precisamos de unidade, não de desconfiança."

Finalmente, depois de uma pausa, Alfredy sugeriu: "Talvez possamos monitorá-lo mais de perto, através de missões conjuntas e da vigilância de nossos próprios homens. Isso nos dará uma chance de observar o comportamento de Heitor e de tomar qualquer medida, se necessário, antes que o poder dele saia do controle."

A discussão se estendeu, com cada um dos três duques ponderando as melhores formas de agir sem gerar conflitos internos. Eles sabiam que precisavam ser prudentes e cautelosos, pois qualquer movimento equivocado poderia desencadear uma crise política em Aranden.

Enquanto isso, do outro lado do campo, Heitor e Erick observavam o sol se erguendo no horizonte, sem saber das intenções dos outros duques.

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