A noite caiu sobre Hogwarts, envolvendo o castelo em uma atmosfera silenciosa e misteriosa. As sombras se alongavam nos corredores e nos jardins, criando um ambiente perfeito para aqueles que preferiam agir nas horas mais escuras. Dante estava em seu dormitório na Sala Comunal da Sonserina, esperando pacientemente enquanto revisava um livro que havia retirado da biblioteca recentemente. O livro em questão era sobre criaturas mágicas, e Dante estava especialmente interessado nas criaturas que habitavam a Floresta Negra. Cada página descrevia uma nova criatura, desde as mais conhecidas até as mais raras, e ele se maravilhava com a diversidade e a periculosidade desses seres.
Enquanto lia, Dante não pôde deixar de se perguntar quais dessas criaturas ele poderia encontrar naquela noite. Ele sabia que a Floresta Negra era um lugar imprevisível, onde qualquer coisa poderia acontecer. Era um território vasto e perigoso, onde até mesmo os bruxos mais experientes preferiam não se aventurar sem uma boa razão. Mas Dante tinha uma missão específica, e ele estava determinado a completá-la, independentemente dos riscos envolvidos.
Chegando a hora que ele tanto aguardava, Dante percebeu que todos em seu dormitório já estavam dormindo profundamente. O silêncio era absoluto, e a escuridão envolvia tudo ao seu redor. Movendo-se com a agilidade de um gato, ele se levantou e, com um aceno discreto de sua varinha, lançou o feitiço de Desilusão sobre si mesmo. Sentiu a magia fluir por seu corpo, camuflando-o perfeitamente com o ambiente. Satisfeito com o resultado, Dante saiu furtivamente da Sala Comunal da Sonserina, percorrendo os corredores escuros do castelo em direção à saída.
Ao atravessar as portas do castelo, foi recebido pelo ar frio da noite, que parecia ainda mais gelado devido à sua própria excitação e apreensão. Seus olhos se fixaram na silhueta sombria da Floresta Negra, ao longe. Uma neblina densa e espectral pairava entre as árvores, criando uma barreira natural que tornava difícil enxergar o que estava além. A floresta, com sua vastidão e mistério, parecia estar esperando por ele, pronta para revelar seus segredos mais profundos.
Dante respirou fundo, tentando acalmar a excitação que pulsava em seu peito. Ele estava confiante em suas habilidades recém-dominadas, mas também sabia que não podia subestimar os perigos que o aguardavam. Com determinação renovada, ele começou a caminhar em direção à Floresta Negra, mantendo o feitiço de Desilusão ativo.
Ao chegar à entrada da floresta, Dante parou por um momento para lançar um feitiço de localização. Ele precisava ter certeza de que a área estava segura antes de seguir adiante. O feitiço lhe deu a confirmação de que não havia seres vivos próximos, pelo menos não nas proximidades imediatas. Isso lhe deu uma sensação momentânea de segurança, mas ele sabia que essa tranquilidade poderia ser enganosa.
Antes de entrar, Dante decidiu que era prudente preparar algumas armadilhas. Ele sabia que, uma vez dentro da floresta, qualquer vantagem que pudesse obter seria crucial. Usando sua varinha, ele transfigurou alguns galhos caídos em cordas resistentes e as amarrou em troncos velhos espalhados pelo chão. Em seguida, usando o feitiço de levitação, ergueu os troncos e os prendeu firmemente em galhos mais altos, criando armadilhas engenhosas que poderiam ser ativadas em caso de emergência. Ele calculou cada movimento com precisão, transfigurando pregos grossos e afiados que se destacavam dos troncos, garantindo que qualquer criatura que os seguisse acabaria severamente ferida.
Durante duas horas, Dante trabalhou meticulosamente, montando várias dessas armadilhas em uma área considerável ao redor da entrada da floresta. Ele sabia que, se precisasse recuar rapidamente, essas armadilhas poderiam lhe dar o tempo necessário para escapar. Quando terminou, estava satisfeito com suas precauções, mas sabia que o verdadeiro desafio ainda estava por vir.
Finalmente, ele se sentiu pronto para entrar mais fundo na floresta. Mantendo o feitiço de Desilusão ativo, Dante adentrou o coração da Floresta Negra. A escuridão parecia engolir tudo ao seu redor, e a neblina densa tornava quase impossível ver mais do que alguns metros à frente. Cada passo era calculado, cada som era analisado, e seus olhos varriam constantemente o ambiente, à procura de qualquer sinal de perigo.
Ele percebeu, com um certo alívio, que não havia sinal das Acromântulas, as gigantescas aranhas que habitavam a floresta. Desde o dia em que várias delas foram mortas, parecia que elas haviam recuado para seus ninhos, talvez reorganizando suas defesas. Dante estava grato por não ter que enfrentá-las novamente, pelo menos por enquanto. Contudo, isso não significava que ele estava seguro. A floresta era lar de muitos outros perigos, e ele sabia que devia permanecer vigilante.
À medida que avançava, Dante manteve seus olhos focados nas árvores ao redor, procurando qualquer sinal do muco das aranhas, que era seu objetivo principal naquela noite. Ele sabia que o muco poderia estar espalhado nas folhas ou nos galhos, especialmente perto dos ninhos das Acromântulas. Encontrá-lo sem ter que enfrentar as aranhas seria uma grande vitória, mas ele também estava preparado para o pior.
O tempo passava lentamente na escuridão da floresta, onde cada som parecia mais alto e cada sombra mais ameaçadora. A Floresta Negra era um lugar de segredos antigos, onde o silêncio podia ser tão perigoso quanto o mais alto dos rugidos. Dante, no entanto, continuava avançando, seus sentidos aguçados, absorvendo cada detalhe ao seu redor. Ele sabia que a floresta estava viva de maneiras que muitos não podiam entender, e que até a menor das distrações poderia ser fatal. Ainda assim, sua mente permanecia calma e focada, um equilíbrio perfeito entre atenção e paciência.
Enquanto caminhava por entre as árvores, uma leve luz ao longe chamou sua atenção. Por um momento, ele pensou que seus olhos estavam pregando uma peça nele, mas a luz era real. Ela se movia rapidamente entre as árvores, uma presença quase etérea. Intrigado e ao mesmo tempo cauteloso, Dante parou, observando a direção da luz. Ele sabia que a Floresta Negra era cheia de truques e armadilhas, mas algo dentro dele dizia que ele precisava investigar.
Com passos silenciosos e controlados, Dante começou a seguir a luz. A cada passo que dava, sua curiosidade crescia, misturada com uma sensação de excitação. Ele já havia ouvido falar de certas criaturas que habitavam a floresta, mas nunca havia tido a chance de ver uma de perto. Se a luz que ele estava seguindo era o que ele suspeitava, então ele estava prestes a testemunhar algo verdadeiramente extraordinário.
A luz continuava a guiá-lo, serpenteando entre as árvores como uma chama de vela em uma noite escura. Dante se movia com a graça e precisão de um predador, sem fazer um som, sua varinha em mãos, pronto para qualquer eventualidade. O ambiente ao seu redor parecia mudar à medida que ele avançava; o ar ficava mais leve, mais puro, e a vegetação ao seu redor parecia mais vibrante, como se estivesse em um espaço diferente, quase sagrado dentro da floresta.
Finalmente, a luz parou ao lado de uma grande poça de água, brilhando com um brilho suave e prateado. Dante se escondeu atrás de uma árvore, observando atentamente. Seu coração bateu mais rápido ao perceber o que estava diante dele.
Ali, na beira da poça, estava um unicórnio. A criatura era magnífica, com um corpo esbelto e musculoso coberto por um pelo branco puro que brilhava como prata à luz da lua. Sua crina era longa e ondulada, caindo graciosamente pelos flancos, e seu chifre, espiralado e brilhante, parecia irradiar uma luz própria. O unicórnio bebia tranquilamente da poça, alheio à presença de Dante.
Dante ficou ali, imóvel, quase sem respirar, admirando a cena à sua frente. Ele sabia que unicórnios eram criaturas extremamente raras e tímidas, e que se assustavam facilmente. Apenas a ideia de estar tão próximo de uma dessas criaturas era uma honra que poucos bruxos poderiam reivindicar.
Enquanto observava, Dante sentiu uma mistura de reverência e fascínio. O unicórnio parecia irradiar uma energia pacífica, uma força antiga e pura que preenchia o ambiente ao redor. Ele sabia que o sangue e os pelos de um unicórnio eram ingredientes poderosos em feitiços e poções, mas não havia nenhum desejo de caçá-lo. A mera presença da criatura era um lembrete do equilíbrio delicado que existia entre o mundo mágico e as forças naturais que o sustentavam.
Por um momento, Dante considerou a possibilidade de tentar se aproximar ainda mais, mas decidiu contra isso. Sabia que era uma oportunidade única apenas poder observá-lo. Além disso, o unicórnio parecia tão sereno que qualquer tentativa de interação poderia quebrar essa calma, colocando em risco tanto a criatura quanto ele próprio.
De repente, o unicórnio levantou a cabeça, suas orelhas movendo-se ligeiramente como se tivesse captado um som distante. Por um breve momento, seus olhos cruzaram com os de Dante, e algo passou entre eles—uma compreensão silenciosa, quase mágica. O unicórnio então virou-se lentamente e, com um movimento gracioso, desapareceu na escuridão da floresta, como um fantasma prateado voltando ao éter.
Dante ficou parado por mais alguns minutos, absorvendo o que acabara de presenciar. O encontro com o unicórnio era um lembrete do poder e do mistério que a magia verdadeira possuía, algo que não podia ser facilmente explicado ou manipulado. Sentindo-se renovado e inspirado, ele finalmente decidiu que era hora de continuar sua jornada. Ainda havia muito a ser feito, e a noite estava apenas começando.
Retomando sua caminhada pela floresta, Dante se manteve alerta. O encontro com o unicórnio havia acendido algo dentro dele—uma sensação de que estava no caminho certo, que cada passo que dava o levava mais perto de seu objetivo. Ele continuava a se mover com a mesma cautela e precisão, mas agora havia um propósito renovado em seus movimentos.
À medida que avançava mais profundamente na floresta, Dante começou a perceber sinais de que estava se aproximando do território das Acromântulas. Os galhos das árvores ao redor estavam cobertos de teias grossas e pegajosas, e o chão estava salpicado de restos de presas passadas. O ar parecia mais denso, carregado com uma sensação de perigo iminente.
Ele sabia que estava se aproximando do ninho principal, onde a maior concentração de Acromântulas residia. Este era o lugar onde ele provavelmente encontraria o muco que procurava, mas também era o lugar mais perigoso da floresta. Cada movimento teria que ser calculado com precisão cirúrgica.