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Um Natural... ou uma Fraude?

Ao continuar a observar Valyr martelar o cobre, a boca de Tristan ia ficando mais e mais aberta com o choque que sentia, imaginando como um principiante como Valyr tinha tanta habilidade e destreza com o martelo, considerando que era a primeira vez que ele o manuseava.

'Será que... será que eu inadvertidamente me deparei com um ferreiro nato?' ele não podia deixar de pensar consigo mesmo. Contudo, quanto mais observava Valyr trabalhar o metal à sua frente como se fosse brincadeira de criança, mais certeza ele tinha desse pensamento.

Embora fossem raros, ferreiros naturais não eram desconhecidos. Lembrando de seu passado, quando ainda era aprendiz sob um ferreiro, Tristan recordou-se de um encontro com uma pessoa de idade semelhante à sua, que era apontada como o futuro do mundo da forja. Naturalmente, como ele ainda era um jovem, Tristan não pôde evitar que o ciúme o dominasse, levando-o a desafiar essa pessoa para um duelo sobre quem poderia forjar a melhor arma.

Graças àquele evento, Tristan foi iluminado sobre o mundo dos ferreiros naturais, pessoas que pareciam ter um talento inato para a forja, como se fosse o propósito de suas vidas se tornarem um. Não surpreendentemente, a pessoa que tinha desafiado era um desses ferreiros naturais, cujo produto final era uma arma de uma raridade superior à que ele havia produzido.

Agora, tendo amadurecido dessa fase, Tristan não pôde evitar sentir-se animado com a perspectiva de se tornar o mestre de um ferreiro nato, deixando sua mente divagar enquanto ponderava sobre quão renomado o nome de Valyr seria nos anos vindouros. Contudo, enquanto pensava nisso, havia também outra possibilidade que Valyr poderia ser, além de um ferreiro nato. Pensando nessa outra possibilidade, os olhos de Tristan involuntariamente escureceram ao pensar, 'Ou ele é um natural... ou ele está simplesmente escondendo toda a experiência passada que realmente tem em forja antes de decidir aprender comigo.'

Se Valyr pudesse ouvir o que se passava na mente de Tristan naquele momento, provavelmente diria que ele estava um tanto correto, considerando que tinho experiência prévia em forja...

Em sua vida passada, isto é.

No entanto, quanto mais Tristan pensava sobre isso, mais plausível parecia. 'A maneira como ele está manejando o martelo parece que ele já tem experiência prévia com isso. Além disso, a maneira como ele está martelando o metal parece que há propósito e intenção por trás de cada golpe. Não parece nada errático...'

Eventualmente, ele soltou um suspiro leve. 'Não há razão para eu tirar conclusões precipitadas. Agora que penso sobre isso, Valyr veio até mim com sua Árvore de Tecnologia ainda bloqueada, então é mais provável que ele seja um natural em vez de um impostor. Mas, de novo, quem sabe se é realmente o caso?'

'Só terei que descobrir por mim mesmo.' Com esse pensamento em mente, Tristan retirou a lâmina do barril antes de inspecioná-la mais uma vez. Concordando com satisfação sobre como a lâmina ficou, ele a colocou ao lado por agora, decidindo adiar o afiamento da lâmina depois que Valyr terminasse sua tentativa.

Coincidentemente, naquele exato momento, Valyr percebeu que tinha se envolvido demais ao martelar o metal, permitindo que sua experiência passada prevalecesse. Mudando a marcha para manual, ele diminuiu consideravelmente seu ritmo, notando que o metal à sua frente tinha adquirido mais ou menos a forma da adaga no esquema que Tristan lhe dera, com alguns pontos apresentando detalhes não vistos no esquema.

'Quase esqueci que isso deveria ser minha primeira tentativa de forjar,' Valyr pensou, amaldiçoando-se por ter se envolvido tanto. Embora, não muito tempo depois, ele suspirou intimamente, recordando que já fazia um bom tempo desde que ele tinha forjado algo. De fato, a última vez que ele havia forjado algo fora cerca de um ano e meio antes da batalha final, o que era mais ou menos uma razão para Valyr ter se envolvido na forja do nada.

'Embora eu possa mostrar que definitivamente tenho habilidades para isso, a pior coisa que eu poderia fazer é mostrar que eu posso forjar algo com sucesso na minha primeira tentativa,' ele murmurou intimamente, seu martelar se tornando cada vez mais desleixado conforme o tempo passava. 'Se eu fizer isso, Tristan certamente ficará desconfiado.'

'Na verdade, acho que ele já está.' Ao dar uma rápida olhada em Tristan, imaginando se o último ainda estava no processo de temperar a lâmina que tinha forjado, em vez disso viu Tristan olhando para ele intensamente, o que não pôde deixar de fazer Valyr sentir-se um tanto nervoso.

Graças a algumas respirações profundas, ele conseguiu acalmar seus nervos, permitindo-lhe continuar aquecendo e martelando o metal diante dele, embora em um ritmo muito mais lento do que antes.

"Ei, Tristan. Quando Damian te perguntou se você poderia ajudar a defender a vila contra a maré de monstros, você foi contra a ideia inicialmente?" Em algum momento, Valyr fez essa pergunta a Tristan, encontrando um ritmo mais lento, mas mais compreensível para trabalhar.

Surpreendentemente, Tristan balançou a cabeça em resposta à pergunta, aproximando-se de Valyr para ter uma melhor visão de seu progresso. "Eu não era contra a ideia. Na verdade, quando ouvi sobre a maré de monstros, pensei que seria bom se eu pudesse ajudar."

"Eh? Mas não seria mais vantajoso para você apenas continuar a forjar armas em vez de lutar contra os monstros?" Valyr perguntou em resposta, a adaga diante dele aparentemente precisando apenas de mais algumas dezenas de golpes para ser completada.

"Se eu fosse outro ferreiro, então eu provavelmente teria dito sim," respondeu Tristan. "No entanto, na minha opinião, se você apenas continuar forjando armas mas não tomar um tempo para experimentar usá-las, as armas que você acabar fazendo são de segunda linha, considerando que a essência das armas não está lá. Na minha visão, aqueles que apenas forjam armas mas não as usam são os piores tipos de ferreiros."

"Claro, você poderia dizer que eu não pratico o que prego, mas eu pratico," disse Tristan depois, com uma aura sedenta por sangue logo emanando de seu corpo. "Mesmo que você conheça minha classe principal, que é um Ferreiro Experiente, tenho certeza que você não sabe da minha subclasse ainda."

"Bem, ao contrário das subclasses de outras pessoas, que seriam mais provavelmente uma classe de produção útil, minha subclasse é uma classe de batalha, especificamente uma classe de batalha que foca em usar todos os meios para derrotar o inimigo diante de você," Tristan disse enquanto contia sua aura. "Qual é o nome da subclasse, você pode perguntar? Bem, você poderia perguntar ao Damian... ou usar [Análise] em mim, eu realmente não me importo."

"De qualquer forma, termine isso primeiro,." Ouvindo essas palavras de Tristan, Valyr voltou sua atenção para o pedaço de metal diante dele, martelando-o em alguns pontos adicionais com um pouco de destreza. Alguns segundos depois, ele olhou para o progresso que tinha feito, um sorriso leve adornando seu rosto ao notar que a adaga estava a alguns golpes de ser completada. No entanto, ao lembrar que não queria que Tristan soubesse que ele podia forjar algo com sucesso em sua primeira tentativa, ele pediu desculpas intimamente ao metal antes de bater seu martelo nele algumas vezes com toda a força, fazendo com que amassados consideráveis se formassem em sua superfície.

Ao grimacejar intimamente pelo produto final, Valyr arranhou levemente a cabeça enquanto deixava o martelo que manejara ao lado. Então, pegando a adaga, ele a entregou a Tristan, que tinha uma leve carranca no rosto enquanto olhava para o que Valyr lhe entregou.

"Er... Acho que está pronta?"

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