Suspiro!
Sobressaltada, Annalise desviou o olhar para a pessoa em sua cama. Sua postura sentada exalava arrogância, e seu corpo estava coberto de roupas pretas. Até suas mãos estavam enluvadas de preto, mas a única coisa exposta para ela ver eram seus olhos.
Seus olhos mel mortos e desprovidos de sentimento.
Annalise colocou a mão no peito para acalmar seu coração acelerado, e um sussurro temeroso escapou de seus lábios, ''Jagan''.
''Cuida da boca, escrava'', Sua réplica afiada a fez estremecer. Ele continuou, ''Não pense que você é alguma coisa só porque tem o duque enrolado no seu dedo''.
''Espero que não tenha esquecido a verdadeira razão pela qual você se aproximou dele?'' Seus olhos se estreitaram nela.
Annalise piscou nervosamente uma vez e Jagan já não estava mais em sua cama. Mas a presença perto de suas costas indicava sua localização.
Um nó se formou em sua garganta à medida que as palavras dele a fizeram voltar à realidade. Ela apertou o tecido macio sobre seu peito enquanto se lembrava da verdadeira razão pela qual tinha Dante em sua vida. A razão pela qual Dante se apaixonou por ela... a razão pela qual ela destruiu seu casamento... a razão pela qual ela o fez se aproximar dela. Tudo foi um esquema planejado por seu mestre, e ela era uma valiosa peça de xadrez.
A garganta de Annalise desceu e subiu, e ela gaguejou silenciosamente, ''Eu-Eu não esqueci''.
''Bom. Vejo que você está curtindo sua vida depois de termos te deixado sozinha por anos. O mestre espera que você não esteja se deixando levar, Annalise?'' Aqueles olhos mortos se fixaram em sua figura mais uma vez.
''Eu não estou'', ela sussurrou novamente.
''...Se você diz''. foi sua resposta curta.
Annalise já não sentia sua presença emitindo a sensação de morte, o que a fez respirar normalmente. Ela suspirou aliviada interiormente, e sua mão caiu ao seu lado enquanto ela olhava para Jagan perto da janela aberta no quarto.
''Cuide da criança em seu ventre. O mestre está esperando que você dê um bom espetáculo. Esperamos que isso faça o duque não escapar tão facilmente de suas garras, escrava.''.
Depois de dizer isso, ele se fundiu com a noite, e Annalise lentamente foi trancar as janelas.
Ela olhou para seu reflexo no vidro, e então colocou a mão no baixo ventre que tinha uma pequena saliência.
''Meu bebê...'' ela murmurou melancolicamente.
''O que devo fazer?''
—--
''mm..mm..mm, meu precioso filho''. um som de cantarolar se misturava com a atmosfera quente. As flores familiares balançavam seus talos como se estivessem dançando ao som da melodia. O clima estava quente e perfeito para os botões ainda fechados florescerem e iluminarem os arredores.
Uma mão branca e feminina continuava a esfregar seu vestido creme inchado. Embora o volume não fosse grande ou pequeno, estava exatamente no meio.
Lindos olhos azuis permaneciam no volume até uma voz desviá-los.
''Minha Senhora, você tem que parar de vir aqui. O vento frio é ruim para o bebê,'' Amélia correu até o pavilhão com sua contínua reclamação.
''E se a minha senhora ficar doente?''
''O bebê também será afetado.''.
''Sua excelência disse que eu deveria cuidar da senhora. O que eu diria a ele se ele viesse do sul de novo?''
Isla sorriu com um suspiro enquanto Amélia continuava falando como uma mãe. Isla sentia que era um pintinho e Amélia uma galinha, por causa de sua superproteção.
''Pai não virá a menos que eu peça para ele,'' Isla riu enquanto se lembrava da vez que seu pai veio à capital sem seu conhecimento.
Foi uma surpresa que seu pai, que parecia frio aos seus olhos, tivesse vindo apenas para visitá-la e ao bebê. Foi um momento muito precioso para ela, e ela valorizou cada segundo com seu pai, a quem abraçou no momento em que o viu.
Ela se lembrou vividamente do choque nos olhos dele quando ela o abraçou com força. Isso lhe trouxe dor ao coração que ele ficaria atônito com suas ações. Era normal para um pai e uma filha serem próximos, talvez não na era antiga, mas em seu mundo anterior. Era comum, e ela queria isso com seu pai, a quem ela amava muito.
O duque não estava por perto, então ela ficou feliz em passar um dia inteiro com ele. Por uma vez, ela achou Dante agradável aos olhos, já que sua presença teria estragado o humor de seu pai.
''Isla...'' Seu pai a chamou com preocupação nos olhos que eram parecidos com os dela.
''Como ele se atreve?!'' Então ele rangeu os dentes, e a aura familiar que havia penetrado seus ossos desde a juventude apareceu na sala de desenho.
Mas dessa vez, ela sabia que não era ela a razão disso. Era seu marido, e isso a deixou bastante satisfeita.
''Oh...'' Seu pai pareceu perceber seu erro e pediu desculpas desajeitadamente, ''Eu-Eu sinto muito...um...''
Ele evitou o olhar dela, pois não sabia o que dizer, e isso fez Isla rir junto com ele pela primeira vez.
''Eu sei, pai.'' Ela também o chamou de pai pela primeira vez, e ele a olhou, atônito com suas palavras, especialmente a palavra 'pai'.
Ela repetiu a palavra com um sorriso caloroso, ''Eu sei, pai''.
''Minha Senhora está certa. Eu fiquei chocada ao ver sua excelência sorrir assim. Ele até tocou o bebê!'' De volta ao presente, Amélia exclamou com choque aparente em seus olhos. ''Nunca vou esquecer aquela cena.''.
''Hmm...'' Isla concordou enquanto se lembrava dos olhos de seu pai em seu estômago. Era óbvio que ele queria perguntar sobre a criança, mas ele não fez isso. Talvez ele ainda se sentisse desconfortável com o relacionamento caloroso deles.
''Você quer sentir o bebê?'' Ela perguntou. Ela tomou a iniciativa em alcançar seu precioso pai.
Se ela tivesse feito isso em sua segunda vida, talvez... apenas talvez as coisas pudessem ter sido diferentes. Agora ela não repetiria o mesmo erro nesta vida.
''Posso?''
Isla assentiu com a cabeça em resposta à pergunta dele, então esticou a mão para agarrar a dele e gentilmente colocou-a em seu abdômen saliente. A mão de seu pai era calejada, áspera e dura. Era a mão que pertencia a alguém que trabalhava duro... Assim como em sua vida anterior; ele trabalhou duro para protegê-la e ao seu filho, mesmo que não houvesse esperança em seu relacionamento.
Isla riu baixinho com a lembrança, em seguida, olhou para Amélia, que parecia ter algo a dizer.
''O que é?''
''Minha Senhora...A senhora não vai mais falar com o duque... de jeito nenhum?'' Amélia perguntou hesitante.
''....'' Isla não esperava que ela ainda perguntasse sobre ele. Ela pensou que seu comportamento atual fosse suficiente para todos os empregados verem que ela não queria o amor do duque.
''Faz quatro meses desde a última vez que falei com ele,'' ela falou como se percebesse que o tempo havia passado. Tinha sido muito tempo desde que ela falara com ele, mas ela não sentia nada sobre isso.
Seus sentimentos por ele desapareceram e então ele era apenas um estranho para ela e para seu filho. Ela nunca poderia vê-lo como um pai, já que ele nunca perguntou sobre seu filho na barriga... nem uma vez sequer.
No máximo, ele poderia ser considerado um doador de esperma. Isso é tudo o que ele é para Isla.
''Não, eu não vou,'' Isla deu a ela uma resposta conclusiva.
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