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CAPÍTULO 2 - INVASÃO

– "Leve ele, eu vou segurá-los o quanto puder."

A mulher de longo cabelo castanho claro estava na linha de frente de uma guerra. Em sua mão ela empunhava um pedaço de um cristal azul brilhante, de onde ela invocava jatos de água em direção de seus oponentes.

Os jatos lançados eram tão fortes que causavam furos e cortes que atravessavam todo o corpo dos oponentes. Ninguém conseguia chegar perto da mulher, porém, ao lançar um jato de grande pressão em um de seus inimigos, foi surpreendida por um escudo, o qual refletiu seu ataque, fazendo com que seu peito fosse perfurado pela pressão dobrada da água.

Junto disso, ao lado da luta, uma outra mulher de aparência mais velha que estava ao lado do campo de batalha parecia ter recebido algo da mulher que estava lutando. Essa mulher que corria do meio do conflito tinha em suas mãos um pequeno garoto, no qual sua maior característica era seu cabelo predominantemente azul.

Ela corria com grande rapidez e sem olhar para trás, deixou o campo de batalha sem nem mesmo perceber que sua amiga estava prestes a morrer para os inimigos da guerra.

– "Você foi ótima, mas isso não é o suficiente…" – Uma voz jovial masculino disse em direção a garota que tinha sido perfurada pelo jato de água.

O som de um corte de espada ecoou na mente do garoto, que instantaneamente acordou. Totalmente assustado com o sonho que teve, levantou o mais rápido que pôde e sem pensar muito pegou suas coisas do chão e partiu para o país dos grandes muros. O clima dentro de sua mente e coração era péssimo, porém, ele não pensaria mais naquilo por conta própria e preferiu apenas deixar seus sentimentos de lado e seguir.

O caminho para seu destino já estava quase completo, porém, ele sabia bem que ainda teria uma de suas grandes dificuldades.

Chegando bem próximo de seu destino, ele já podia ver toda a extensão do país por cima, pois ainda tinha que descer um monte para chegar até lá. O monte onde estava não era tão alto, mas o dava visão suficiente para ver toda a extensão do país-estado dos grandes muros e até mesmo para ver as vilas do país dos vulcões.

No momento, ele estava refletindo no topo do monte e de lá pensava como faria para entrar no país que em sua porta tinha mais de uma dúzia de guardas.

– "Agora é um bom momento para planejar meu primeiro e próximo passo." – Disse enquanto se sentava na sombra de uma árvore que estava ao seu lado no topo do monte.

Analisando tudo do país a sua frente, ele expressava dúvida e parecia não ter muitas ideias do que fazer. Como o próprio nome sugere, o país que ele estava planejando invadir tinha grandes muros, tanto em largura, quanto em altura. Invadir aquele lugar era como uma complexa luta contra seres da luz ou das sombras.

– "Acho que sei o que fazer."

Levantando lentamente, avistou próximo ao muro do país uma grande árvore. Essa era tão grande que era suficiente para que se pudesse pular o muro apenas por subir em seu topo. Porém, assim como a cidade, a própria árvore tinha guardas para impedir que alguém pudesse subir por ela.

Mizu, que olhava reflexivamente para a árvore, tinha pensado em outro plano e estava prestes a colocar em prática. Jogando sua mochila no chão, ele colocou seu arco em suas mãos, junto de uma das poucas flechas que tinha trago junto a seus suprimentos.

– "Eu não preciso acertar…" – Disse de forma pausada enquanto mirava usando o arco.

Finalmente, ele se concentrou e lançou a flecha, que saindo em alta velocidade atingiu o muro da cidade próximo ao portão principal, exatamente no meio entre o portão e a árvore.

A atenção dos guardas tanto do portão, quanto da árvore foram totalmente tomadas para aquele único lugar. Conversando entre si, os poucos guardas da árvore decidiram algo e logo se pôde ver eles se separarem pela metade.

O garoto, que via tudo de cima decidiu pegar novamente sua mochila e descer rapidamente em direção aos muros do grande país. Enquanto descia, empunhou a espada que antes estava em sua cintura e com ela, se preparou para caso precisasse lutar.

– "Há um garoto vindo, se prepare imediatamente para lutar."

– "Aquele garoto? Não há perigo em alguém como ele."

Os dois guardas estavam conversando entre si assim que viram o jovem garoto descer correndo pelo monte. Os guardas de aparência mais madura, não eram velhos, porém também não podiam mais ser chamados de jovens.

Empunhando a espada na mão, um dos guardas entrou em posição de batalha. Seu parceiro, porém, nem mesmo se esforçou para esboçar uma postura.

– "Pare agora!" – Em postura, o guarda levantou sua voz para o garoto.

Chegando finalmente ao final do monte, aproveitou do impulso da adrenalina e permaneceu correndo em alta velocidade em direção aos guardas, dessa vez em solo plano, o que aumentava sua velocidade.

Levantando a espada, um dos guardas ordenou para o garoto em palavras firmes, porém não teve a resposta desejada. Sabendo que teria que lutar, abaixou sua espada na altura do peito para que pudesse duelar 1 contra 1.

Em postura de batalha, o guarda que empunhava firmemente sua espada foi pego de surpresa. O garoto que vinha em sua direção mudou a rota de seu ataque e rapidamente partiu na direção do guarda que nem mesmo estava em postura de luta.

– "Idiota! Postura!" – Gritou um dos guardas para seu colega.

Correndo para defender seu amigo usando sua espada, o guarda deixou sua posição de luta 1 contra 1. Logo, ele percebeu que o semblante do garoto mudou, porém ao entender tudo já era tarde demais.

Mudando novamente sua rota de corrida, o garoto usou sua espada para um corte horizontal na parte lateral da barriga de um dos guardas, que mesmo empunhando sua espada, não pôde se defender.

– "Ahr!"

Lançando a espada no chão, ele caiu sofrendo de dor por conta de um corte profundo. Mesmo com todo seu preparo, ter que defender seu parceiro o fez ser pego em um ataque surpresa.

Deixando o guarda agonizar de dor no chão, o garoto se virou novamente para a direção do outro guarda e logo o cortou usando sua espada. O corte feito foi certeiro de frente, fazendo com que o corpo do guarda fosse praticamente cortado pela metade em forma diagonal.

Após terminar vitorioso na curta batalha, Mizu se virou novamente para o guarda que agonizava no chão enquanto perdia muito sangue.

– "Você quer que eu dê o golpe de misericórdia?"

– "Arr, o que você quer com isso?" – Respondeu o guarda, sofrendo com sua dor.

– "Não muda nada para mim, porém você vai morrer por ter tentando defender uma pessoa aparentemente fraca, isso é louvável até aos olhos de um inimigo." – Disse Mizu, enquanto se agachava na frente do guarda.

– "Me deixar vivo poderia te matar a longo prazo."

O guarda lançava sua voz de forma fraca. Provavelmente ele não demoraria tanto a morrer, mas seu corpo trêmulo mostrava o tamanho de sua dor.

Mizu sorriu enquanto ouvia a última fala do guarda. Uma referência a vinganças parecia ter o feito lembrar novamente do sentido de seu pesadelo antes de acordar. Queimado por uma chama que só ele podia entender, retrucou a fala do guarda.

– "Essa escolha é somente sua. Você pode buscar sua vingança, ou pode amenizar seu sofrimento."

– "Independente de suas intenções, suas ações não condizem com seus olhos." – Respondeu de forma irônica, era o ultimato em palavras.

Olhando fixamente um para o outro, o guarda fechou os olhos como forma de sinal ao garoto, que pareceu entender rapidamente o desejo do guarda.

Se aproximando lentamente, Mizu levantou sua espada e com um forte golpe, decapitou o guarda, que morreu instantaneamente sem sofrer mais dor. O olhar de Mizu se manteve frio em toda a situação e, logo, ele se focou novamente no seu principal objetivo.

Caminhando para a árvore, a escalou e ao chegar ao topo, pulou para o muro.

Sentado em cima do muro, ele olhava para toda a enorme extensão da cidade, porém, não podia fazer aquilo por muito tempo.

– "Ele está ali." – As palavras que vieram do lado de fora dos muros, vinham de um guarda, que parecia ordenar algo.

Rapidamente, o garoto se lançou para baixo, desviando de uma flecha que foi lançada em direção a ele no muro.

Caindo, não se machucou de forma séria, porém teve ralados no corpo por conta da grande altura.

– "Que merda, eu poderia ter morrido dessa forma" – Murmurou sobre sua queda.

Levantando rapidamente, correu pela cidade em busca de achar um lugar para que não fosse achado pelos guardas, que sabia que logo iriam o perseguir por toda a cidade.

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