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Você Quer Morrer?

Oriana guiou-se para dentro daquela taverna movimentada. Ela olhou ao redor para procurar uma mesa vazia, mas como era noite e perto do mercado, o lugar todo estava lotado até a borda. Oriana sentiu que esta era a desculpa perfeita para pegar sua faca sem beber uma gota de álcool.

"Infelizmente, não há mesa vazia, e acredito que o Jovem Mestre não deseje compartilhar mesas—"

"Vejo uma ali." Arlan apontou para a sua esquerda.

Oriana virou-se na direção de seu dedo. 'Hã? Não havia dois porcos bêbados jogando cartas ali há nem mesmo um minuto atrás? Para onde eles foram? Saíram? Que péssima hora!'

"Incrível! Você tem uma visão muito aguçada, Jovem Mestre! Por favor, venha comigo." Orian guiou-se até a mesa.

O que Oriana não percebeu foi que não era uma questão de mau timing—um certo alguém havia movido aqueles dois homens bêbados que ocupavam aquela mesa. Imbert então desapareceu no fundo, pronto para resolver qualquer coisa que pudesse incomodar seu suserano. Não havia necessidade de ser dito o que fazer.

No caminho para a mesa que estava do outro lado daquela taverna bagunçada, Oriana estava rezando silenciosamente para que outro cliente entrasse e pegasse aquela mesa.

Elá fingia ser atrasada pelos garçons que passavam, dando passagem para os outros clientes, circulando as outras mesas, para comprar o máximo de tempo que podia.

'Espírito seja maldito! Aquela mesa está vazia! Ainda vazia! Ninguém vai ocupá-la antes de nós?!'

O caos da taverna - os sons estridentes de xingamentos e risadas, as pessoas gritando seus pedidos umas sobre as outras, o cheiro misturado de comida, suor, álcool e fumaça - estava afetando seus nervos.

Por outro lado, Arlan tinha sua atenção voltada apenas para a jovem mulher vestida de preto à sua frente. Embora ela estivesse com aquela roupa larga e parecesse um homem, ele notou o modo como aqueles homens bêbados olharam para ela quando ela passou pelas mesas deles. No entanto, a presença de Arlan estava impedindo aqueles homens de fazer qualquer movimento - afinal, era óbvio que Arlan era um nobre e que Oriana estava com ele. Nenhum plebeu são se atreveria a ofender um nobre, especialmente não em público.

Quando chegaram à mesa, Oriana puxou uma cadeira para Arlan, sorrindo com o que ela acreditava ser um sorriso humilde e submisso. "Por favor, sente-se, Jovem Mestre."

Ele se sentou na cadeira e instruiu, "Sente-se também."

Oriana puxou a cadeira para si mesma, suspirando derrotada em seu coração. Parecia que ela realmente não poderia escapar de beber naquela noite. Ela olhou para cima e encontrou Arlan sentado com a mão sob o queixo, como se estivesse esperando que ela fizesse tudo.

'Esse moleque, ele me toma por sua serva?'

"Há algo errado?" Ele perguntou, vendo seus olhos se estreitarem ligeiramente em sua direção.

"Ah, sim, eu quero saber o que o Jovem Mestre gostaria de pedir."

"Eu sou novo em Jerusha. Como você é daqui, pode decidir o que é bom e pedir para nós."

'Eu nunca estive nesta taverna antes. Por que esse moleque acha que estou acostumada a beber? No máximo, eu provei um gole de vinho medicinal para as articulações doloridas do meu Vovô.'

Afortunadamente, Oriana era observadora—quando estava sentada no canto anteriormente, ela havia visto o suficiente para saber o que fazer. Ela chamou um garçom, gritando o mais alto que podia naquele lugar barulhento.

Um jovem se aproximou e olhou para Arlan, a pessoa de aparência nobre que obviamente pagaria a conta. "O que o Jovem Mestre gostaria de pedir?"

Arlan sinalizou para Oriana. "Pergunte a ele."

"Uma jarra de Centeio Preto e duas canecas, meia porção de pato assado—"

O garçom olhou para esse menino delicado coberto da cabeça aos pés de preto. "Você não é muito jovem para beber, garoto?"

Oriana se sentiu aliviada ao ouvir isso. "Eu realmente sou—"

Arlan os interrompeu, "Nunca ouvi falar que as tavernas impõem limites de idade para beber."

O garçom começou, "Não há—"

"Álcool pode ser bebido até mesmo por crianças para se aquecerem durante o inverno."

"Isso é, de fato, Jovem Mestre. Este servidor foi intrometido", disse o garçom e estava pronto para anotar o pedido deles. "Pode repetir seu pedido, garoto?"

Oriana não teve outra opção senão continuar, "Uma jarra de Centeio Preto, meia porção de pato assado, dois pães de cereais e o queijo cottage local, uma porção de cordeiro temperado…"

Depois que Oriana terminou de repetir os pedidos mais caros que ouviu dos outros clientes, o garçom se foi. Oriana finalmente teve a chance de chegar ao ponto. "Jovem Mestre, minha faca, você pode me devolver?"

"Faca?" Arlan agiu como se não soubesse.

"Sim, a faca que você pegou de mim para investigar seu agressor,"

"Ah, sua faca... Eu não a trouxe."

Thud!

Ela bateu as mãos na mesa e se levantou. "Não trouxe? Você—"

Os poucos sentados ao lado deles a olharam, e só então ela percebeu que acabara de levantar a voz para o nobre e sentou-se novamente em sua cadeira. "Eu E-Eu…quero dizer, Jovem Mestre, você esqueceu minha faca…Ela é muito importante para mim e—"

"A investigação está em andamento. Ouvi dizer que os guardas da cidade obtiveram pistas importantes sobre aquele culpado e logo vão pegá-lo, então eles tiveram que ficar com aquela faca por mais algum tempo."

O coração de Oriana saltou uma batida. "P-Pistas, que pistas?"

"Não tenho certeza, mas tenho certeza de que o verei à minha frente a qualquer dia e vou me certificar de puni-lo."

"P-Punir?"

"Fico imaginando como devo puni-lo. Alimentá-lo para os lobos, esfolá-lo vivo, ou se estou me sentindo misericordioso, talvez cortar a mão que me esfaqueou…"

Oriana engoliu em seco de medo, e foi então que o garçom trouxe o pedido deles. "Aproveitem as bebidas, queridos clientes."

Nervosa com a possibilidade de sua identidade ser exposta, Oriana constatou que sua garganta estava seca e ela subconscientemente pegou a caneca de cerveja gelada e a esvaziou o mais rápido que pôde. Seu rosto se contorceu com o amargor da cerveja, mas ela pegou a jarra e encheu sua caneca mais uma vez.

'O que eu estava pensando naquela época? Não deveria ter concordado em dar a ele minha faca. Agora, esse moleque não só não trouxe minha faca, como também quer me punir com pena de morte. Tal castigo brutal por uma lesão superficial? Se soubesse, teria esfaqueado este nobre asqueroso cem vezes mais!'

"Orian, você está bem?" Perguntou Arlan depois de provar a bebida.

A Cerveja de Centeio Preto tem um sabor granulado e amargo, uma bebida comum de qualidade baixa, mas Arlan achou a bebida bastante forte. 'Não me diga que o Baixinho já está bêbado com apenas duas canecas de cerveja? Isso é quase tão ruim quanto o cavaleiro de Dray, o Matador, aquele beberrão.'

Seus olhos se encheram de lágrimas e Oriana sentiu como se sua garganta estivesse queimando, mas ela não se importou e o encarou.

'Nada bem minha bunda. Como posso ficar bem quando você está comigo, você besta cruel que não cumpre suas palavras?!'

Arlan se encontrou apreciando a visão de raiva naqueles olhos cor de avelã. Parecia que a tolerância dela ao álcool era mais forte do que ele esperava.

"Você quer dizer algo, Orian?"

Sua mão agarrou o cabo da jarra e viu que estava vazia. Ela encarou o garçom esperando na mesa ao lado deles e chamou, "Ei, você, por que ainda não encheu nossa jarra? Quer morrer?"

Enquanto dizia isso, Oriana olhou para Arlan, como se suas últimas palavras fossem destinadas ao moleque sentado à sua frente.

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