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Covil

Os homes estavam sentados na minha frente olhando para mim sem falar uma palavra. O homem que comeu aqui ontem tinha cabelos ruivos e olhos castanhos, sua pele era branca e bem cuidado, parecia ter por volta dos 25 anos. Já seu colega tinha cabelo preto e olhos castanhos, ele era negro e parecia ser mais velho, por volta dos 37 anos. Os dois tinham mais de 1.80, ambos vestidos de terno.

Não conseguia sentir outra coisa além de ódio pelos dois, mas pensar sobre isso era inútil agora, tudo o que eu queria eram respostas.-"Podem explicar o que aconteceu?"-Falei logo antes de comer a primeira colherada da canja.-"Ocorreu um erro. Nós acreditamos que você era alguém que na verdade não era."-"É só isso que vocês tem a dizer para se defender? Por causa de vocês eu perdi o trabalho que tive por 10 anos e ainda ganhei isso de lembrança"-Me levantei e mostrei a atadura na minha nuca. Apesar de nervoso, não conseguia levantar a voz. Eu queria gritar, mas o medo me impedia, medo das pessoas que fizeram tal coisa comigo e do que elas poderiam fazer agora.

"Nós pedimos desculpas pelo mal entendido, mas tudo isso está no passado, não podemos fazer nada so…"-"VOCÊ NÃO PODE FAZER NADA? ENTÃO EU SOU ESPANCADO, DEMITIDO, E VOCÊS NÃO FAZEM NADA? VOCÊS SÃO SÓ UM BANDO DE…"-Antes que eu terminasse de falar, um dos homens me puxou pela gola da camisa e colocou seu rosto do lado do meu, sussurrando em meu ouvido.-'Não vamos tornar isso um problema mais do que já é. Se não estiver contente, venha conosco para resolvermos isso de vez, a chefe já esperava que isso fosse acontecer."

Nós levantamos da mesa e saímos do restaurante. Todos olhavam para nós enquanto saímos, eu tinha causado uma cena desnecessária com meus gritos, eu deveria ter me controlado, mas, mesmo sabendo de todos os problemas que gritar pode ter me causado, falar o que eu penso uma vez me trouxe uma ótima sensação. Ao sair do restaurante entrei em meu carro para segui-los, mas eles me pararam.-"Vamos andando."-Agora que eu tinha parado para pensar, eu não tinha visto eles saindo de um carro quando chegaram também, o "covil" ou qualquer que fosse o lugar onde eles queriam me levar deveria ser perto.

Eu estava enganado. Esses maníacos parecem ser masoquistas, quem iria andar 4 quilômetros a pé sendo que tinha um carro? Não consigo entender. Quando chegamos no lugar eu já estava cansado, não aguentava mais andar, precisei pedir a eles para que esperassem um pouco enquanto descanso.-"Então… Quem é essa chefe?"-Falei com dificuldade devido à falta de ar-"Você vai conhecê-la logo. Não podemos falar mais do que isso."-Estava cansado demais para questionar então simplesmente aceitei a resposta.

A entrada para o "covil" me parecia estranha. Por fora tudo o que eu conseguia ver era um loja de conveniência, mas, quando entrei, notei que realmente era uma loja de conveniência. Olhei para os dois confuso e perguntei.-'Estamos no lugar certo?'-Pergunta que eles ignoraram, então o ruivo virou para a atendente e pediu 3 hambúrgueres.-"Nós não servimos hambúrgueres aqui."-Respondeu a moça.-"E não esqueça de colocar muito ketchup."-A atendente que antes estava olhando para seu computador, levantou a cabeça e observou o homem. Depois disso, abaixou sua cabeça novamente e abriu a porta dos fundos, com o seu computador eu assumi.

Ao passar pela porta, notei que estávamos dentro de um elevador, um elevador velho, era claro que aquilo podia cair a qualquer momento.

Só tinha 2 opções de botões para se apertar, T, onde nós estávamos, e C, que eu assumi que seria o "Covil". Descemos até o andar C, e quando chegamos lá, o lugar era um grande galpão. Cheio de caixas e containers, o que me fez questionar como eles foram para ali já que estávamos debaixo da terra.

Ao chegar lá em baixo, o ruivo parou e falou.-"Venha comigo. Meu colega vai ficar por aqui. Pode descansar Bruno."-O homem que eu agora sei que se chama Bruno seguiu pela direita dos containers localizados bem no centro de tudo, eles estavam ali claramente para dividir o lugar.-"Você já deve imaginar, mas eu sou o Jhonny, melhor você decorar já que não gosto de falar mais de uma vez."-Jhonny então puxou um pacote de cigarros do bolso e começou a fumar.-"Não tem problema fumar por aqui?"-"O lugar é grande e não tem detector de fumaças, então não tem problema. Mas se você estiver pensando no cheiro ou na fumaça, primeiro, o problema é seu, e segundo… não, acho que é só isso mesmo. Vamos."-E seguimos pela esquerda.

Depois de uma caminhada silenciosa e muitas curvas, consegui notar que esse lugar foi construído como um labirinto de containers, onde temos várias saídas levando a diferentes lugares, só alguém que conheça todos os caminhos consegue andar sem se perder, acredito que essa era a intenção. Depois de muitas curvas e entradas quase que escondidas, Jhonny parou de andar.-"Chegamos. Bata na porta e fale seu nome, o resto não é meu problema."-Ele virou as costas e foi embora.

Fiz como instruído pelo homem e bati na porta. Diferente de todas as outras que eu tinha visto dentro do "covil" essa era mais parecida com a do elevador. Já as outras aqui de dentro parecem portas de shoppings, todas abrindo automaticamente e sendo, em sua maioria, de vidro. Depois que bati uma voz grossa veio de traz da porta.-"Quem é?"-"Lary Flores."-Depois que respondi, a porta abriu para mim, revelando um homem muito grande, tinha no mínimo uns 2 metros de altura, todo os músculos visíveis, tirando os do rosto, eram definidos.

"Dir. Marsha está te esperando."-Eu estava tão surpreso pelo homem na minha frente que não consegui notar a mulher no final da sala, atrás de uma mesa grande, cheia de papéis, um computador, um telefone de mesa e seu telefone pessoal. A mulher tinha a pele branca e cabelo preto liso, o cabelo chegava até seu pescoço, quase encostando em seus ombros mas não chegava a encostar. Seus olhos eram castanhos, quase pretos, e passavam uma confiança enorme.-"Bem vindo Sr. Flores. Você pode me chamar de Diretora. Por favor." E apontou para uma cadeira solitária na frente de sua mesa. Fiz como pedido e me sentei.-"Entendo que você não está feliz com as atitudes que tomamos. Por isso pedi que meus funcionários te trouxessem para a cooperação para resolvermos isso nós 2."

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