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Capitulo 27

Maria Eduarda

Depois que aquela galinha saiu da sala do meu Leon, olho para ele e fico observando-o por alguns instantes, vendo como esse homem era lindo e gostoso.

— Por que você está me olhando tanto?

— Estava pensando em como você é um lindo!

— E você está além de muito linda nesse vestido, é muito gostosa! — ele pisca o olho, e dou risada. — Ah, minha bela rainha, você não tem ideia de como senti falta de ouvir a sua risada gostosa.

— Então você sentiu falta só da minha risada?

— Também sinto sua falta direto — ele declara, e meu coração dá aquela acelerada. Ele me puxa para os seus braços e, assim que me toca, eu praticamente me desmancho.

— Leon… — gemo, ao sentir os seus lábios em meu pescoço.

— Hum… — ele responde, passando as mãos pelas minhas costas. E que Deus me ajude, pois a forma como ele estava me tocando era uma tortura.

— Leon… — sussurro, e levanto o seu rosto. Ele me olha com tanto amor, que sem eu esperar ele puxa o meu rosto e toca os seus lábios nos meus, e o que começou com um leve tocar de lábios se transforma em fogaréu e nos descontrolamos.

Enquanto nos beijávamos, Leon me pega no colo sem descolar as nossas bocas e me coloca em cima da mesa. Aos poucos vamos parando de nos beijar, e o meu Leon separa nossas bocas e me olha.

Esse olhar dizia como ele me amava, nessas horas não precisava de palavras, apenas gestos bastavam. Leon volta a me beijar, dessa vez no pescoço, e a forma como ele beijava me fez fechar os olhos automaticamente. Levo as minhas mãos em seus cabelos e os toco carinhosamente.

— Meu Deus, procurem um quarto! — ouvimos um resmungo e paramos. Olho para a minha irmã, que estava nos olhando. Seu olhar era de felicidade.

— E você deveria bater na porta! — Leon resmunga, e dou risada.

— E você deveria ter fechado a porta — Vane retruca, e volto a rir.

— Vanessa, vai embora, você está atrapalhando aqui, não vê, não? — ele diz.

— E o que falei agora há pouco, você não ouviu, não?

— Não ouvi nada! Agora, cai fora, que estou ocupado — Leon pede, e acabo dando um tapa no ombro dele, e ele faz careta.

— Leon, peça desculpas à Vanessa!

— Eu não!

— Então não ganha mais beijo meu!

— Você não está falando sério!

— Sim, estou, agora pede desculpas à Vanessa.

Ele faz beicinho, o que acho fofo, e vejo a Vane querendo rir.

— Mas, minha rainha, ela não merece! — ele diz, contrariado, e continua olhando para ela bravo: — E ela empacou o nosso beijo.

— Meu Deus, para de agir como uma criança contrariada! — ela resmunga.

— Cai fora, Vanessa Sanches — Leon ordena, e dou um beliscão nele, que grita e me olha: — O que foi que eu fiz para merecer isso?

— Leon Vitorino, por favor, peça desculpas à minha irmã — eu ordeno, dando-lhe um olhar mortal. Ele cede.

— OK, tudo bem! Você pode me perdoar por ter te tratado tão mal?

— Vou pensar — a Vanessa fala, e, sem o Leon perceber, ela pisca o olho para mim.

— Você está vendo, minha rainha? A sua irmã não me perdoa! — ele se defende.

Olho para o relógio e verifico que já era meio-dia. Logo estaríamos atrasados.

— Leon, preciso ir — aviso, e ele me olha sem entender.

— Duda, você mal chegou.

— Na verdade, eu cheguei já faz algum tempo. O problema é que quando eu cheguei aqui você estava meio ocupado.

— E quem estava aqui com você, Leon? — questiona Vanessa.

— Adivinha?

— Filha da puta! — Vanessa exclama. — O que a vaca veio fazer aqui?

Olho para minha irmã e tenho vontade de rir da forma como falou sobre a "ex-trepadeira" do meu Leon.

— Ela veio pedir para voltar comigo, novamente, e ainda por cima voltou a insistir em dizer que estava grávida de um filho meu.

— Que vaca!

— Nisso eu tenho que concordar com você, irmã!

— E como ela reagiu ao saber que vocês dois estão juntos?

— Minha imã, você tinha que ter visto a cara dela quando disse que eu era a namorada dele — falo, rindo.

— Ela odiou saber, não?

— Com certeza! — comento, e olho para o Leon: — Ajude-me a descer!

— Ah, sim, minha rainha, eu a ajudo — ele me pega no colo e me coloca lentamente no chão. Seus olhos encontram os meus e logo estamos nos beijando.

— Meu Deus, vocês estão agindo igual adolescentes no cio — Vane protesta, e dou risada novamente.

— Bom, eu tenho quer ir — falo finalmente, saindo dos braços do Leon.

— Aonde você vai? — indaga Vanessa.

— Eu tenho uma consulta com a psicóloga.

— Então o Lucas conseguiu marcar para você?

— Sim! E vai ser daqui a pouco.

— Então eu vou com você! — Leon fala, já pegando o celular e as chaves do carro.

— Leon, já disse que eu não quero te atrapalhar.

— E eu já falei que iria com você! — ele diz, e levanto as mãos para cima em sinal de protesto.

— OK, então vamos — cedo finalmente, e me despeço da Vanessa. Leon me abraça e pega a minha bolsa, e seguimos para fora da empresa. No elevador, assim que vi que estava vazio, viro para o Leon quando a porta se fecha e pergunto: — Leon, a Laura vai ser mesmo um problema para a gente?

— Nenhum problema. Eu já disse que eu não quero ficar com ela, e ela não entende.

— Quem manda ser tão gostoso?!

— Minha rainha, uma coisa eu te digo: não aconteceu mais nada entre a gente.

— E essa bendita gravidez que ela tanto fala?

— Minha rainha, ela e eu nunca transamos sem camisinha.

— Então ela deve estar mentindo.

— É claro que sim, se ela está mesmo grávida deve ser de outro homem.

— Leon, ela ama você — comento, porque eu tinha visto a sua expressão de ciúme.

— Duda, ela ama só a si mesma — quando ele ia continuar, as portas do elevador se abrem e saímos de lá, seguindo para o estacionamento. Já no carro, Leon me olha e diz: — Ela acha que só porque fizemos sexo eu estou apaixonado por ela e vice-versa. Na verdade, acho que ela não sabe nem o que é o amor.

— Leon, eu vi a forma como ela te olhava, e também a vi se despindo para você! — respondo, louca para depenar aquela galinha.

— Duda, você acha mesmo que eu estava olhando para ela com desejo?

— Espero que não, se você tem mesmo amor à sua vida! — resmungo, e ele ri.

— Você é a única mulher que eu quero na minha vida! — ele declara, puxa o meu rosto e me beija bem de leve.

— Eu o amo, Leon, e não imagino mais a minha vida sem você — confesso, assim que paramos de nos beijar.

— Eu também te amo, minha rainha!

— Eu vou estrangular aquela galinha se ela chegar perto de você novamente, está me ouvindo?

— Pode ficar tranquila, que por mim não chego perto dela.

— É bom mesmo, se o senhor tem amor ao seu pau!

— Ah, minha rainha, eu tenho, sim! — ele diz, rindo, e coloca o carro em movimento. — Qual é o endereço da médica?

Passo para ele e seguimos em direção ao consultório da doutora. Então percebo que me esqueci de perguntar o nome dela, e o Lucas também não me passou.

Pego o meu celular e disco o número dele, enquanto o Leon me olha curioso. Assim que sou atendida, falo:

— Lucas, é a Duda, você não me passou o nome da doutora — aviso, e ele logo me informa. — Obrigada, já estou a caminho — encerro a chamada e falo para o Leon: — A doutora se chama Julia Bastos.

— Daqui a pouco estaremos chegando ao seu consultório.

— Espero que a consulta não demore muito.

— E nem almoçamos.

— Verdade. Depois podemos ir a uma lanchonete e comer um lanche.

— Ah, eu liguei para o meu advogado — Leon solta de repente.

— E o que ele disse?

— Ele vai até a delegacia hoje para ver como andam as coisas, e caso precise que compareçamos à delegacia ele me avisa.

— A única coisa que eu mais quero é esquecer essa história toda — confesso, e o Leon para o carro, pega a minha mão e a leva até a sua boca.

— E você vai, porque eu vou te ajudar a superar — ele diz, com carinho, me dando a sua força, e agradeço tanto a Deus por ter colocado esse homem em meu caminho!

— Vou, sim, meu príncipe, obrigada pela força que sempre me dá.

— Chegamos! — Leon fala, e olho para o local.

— Sim, chegamos.

— Você está pronta?

— Sinceramente, mais ou menos — confesso, sem graça.

— Minha rainha, vai dar tudo certo, e se você não gostar da médica procuramos outra — ele diz, me apoiando e querendo me deixar tranquila. Por isso eu amava tanto esse homem.

— Obrigada, Leon!

— Você está me agradecendo por quê?

— Por ser esse homem tão maravilhoso.

— Não tem o que agradecer. E uma coisa eu te digo: vou fazer de tudo para você esquecer o que te aconteceu — ele declara, beijando-me. Sai do carro, vai para o meu lado e me ajuda a sair.

Seguimos para a entrada do consultório, e ele, como sempre, me abraça. Eu vi o olhar de inveja nos rostos das mulheres quando entramos na recepção, era como se estivessem se perguntando como um homem daqueles podia estar com uma gordinha como eu. Aquilo me deu forças para mostrar a elas que aquele homem em questão era meu e deixar bem claro que ele tinha dona.

— Boa tarde, tenho uma consulta com a doutora Julia Bastos — aviso a recepcionista, que ainda olhava para o meu homem encantada. Penso comigo mesma: "Você vai ficar só olhando mesmo, minha filha".

— Senhorita, a minha namorada tem uma consulta com a doutora — Leon chama sua atenção, e ela acorda do transe e logo liga para a tal doutora. Não demora muito, somos chamados. Assim que entramos, somos recepcionados por uma senhora que nos cumprimenta:

— Prazer, sou a doutora Julia Bastos! — ela aponta para o sofá. — Você é a Maria Eduarda Sanches, não?

— Isso, e esse é o meu namorado, Leon Vitorino.

— Prazer, Senhor Vitorino — ela diz, sincera. — Bem, antes de começarmos, você quer que o seu namorado saia da sala para podermos conversar?

Quando eu ia responder, o Leon responde rápido:

— Desculpa, doutora, mas eu não vou sair!

— Doutora, o que Leon quis dizer é que ele vai acompanhar as consultas.

— E o Senhor Vitorino tem certeza de que não quer sair?

— Absoluta — ele diz, firme, e segura a minha mão ao ver que estava tremendo. Nem eu mesma percebi isso.

— Então vamos começar. Me conta exatamente o que está acontecendo com a senhorita.

— No dia 4 de novembro de 2016 foi o meu aniversário de 18 anos e fui para uma boate com duas colegas de escola para comemorar… — começo, e já sinto as lágrimas se formando. Respiro fundo antes de continuar.

— Calma, minha rainha, vai ficar tudo bem! — Leon me consola, leva a minha mão que estava segurando para sua boca e a beija, encorajando-me.

— A senhorita quer um pouco de água?

— Sim, por favor! — agradeço-a, e ela se levanta e vai até uma minigeladeira, pega duas garrafinhas de água e traz para nós. Abro a minha e sinto o líquido descer, levando junto a bola que estava em minha garganta.

Eu tinha que ser forte e contar tudo a eles. Como aconteceram as coisas e também o que aconteceu logo depois, mesmo com o medo que estava sentindo naquele momento de que o Leon nunca mais fosse me olhar quando soubesse o que eu tentei fazer contra mim mesma naquela noite. Eu era covarde, ou ainda sou?

— Está tudo bem? — a doutora pergunta, com cautela, e percebi que ela estava preocupada.

— Sim, eu estou bem.

— Você quer marcar outra sessão?

— Não, eu quero continuar — olho para o Leon, que me olha, ainda preocupado: — Eu estou bem! — olho para a doutora e continuo: — Naquela mesma noite, eu fui dopada, espancada e estuprada — respiro fundo e continuo, sem olhar para o Leon: — E a dor que estava sentindo era tão forte, que tive uma ideia. E coloquei em prática. Tentei me matar cortando os meus pulsos — mostro-os, e o Leon me olha surpreso. Acho que nunca tinha passado pela sua cabeça o que eu tinha feito.

— O quê?! — ele grita, chocado, e começo a chorar de vergonha, arrependimento e por saber que talvez naquele momento o Leon visse que a mulher que ele dizia admirar tanto não passava de uma bela covarde.

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