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Ben Hur

O choro de um bebê ecoava no pequeno quarto e as paredes de barro não faziam muito efeito abafar o som.

"Parabéns! É um menino!" Disse uma senhora de idade avançada, com uma expressão cansada.

Na cama, uma mulher em seus vinte anos, com lindos cabelos loiros e olhos azuis, com um olhar exausto e de dor, sorria, apesar de todo o sofrimento que havia passado no trabalho de parto.

Ao lado dela, segurando sua mão, um jovem rapaz, também em seus vinte anos, olhava para o seu filho nos braços da parteira, que o limpava.

O rapaz tinha cabelos negros, bem aparados, olhos verdes e pele branca.

Era possível ver que seu trabalho era braçal, devido aos seus músculos aparentes.

Ele tinha lágrimas em seus olhos e era possível ver um amor sem igual em seu olhar.

"Amor... Nosso filho... Ele nasceu!" Disse ele beijando a sua esposa com grande ternura.

Ela chorava, mas era de felicidade.

"Pronto, você pode segurar ele..." Disse a parteira entregando aquela criança tão frágil nos braços de sua mãe, que o amava de tal maneira que era impossível sequer explicar.

"Meu filho..." Dizia ela beijando leve o rosto de seu filho que chorava com todas as forças de seus pulmões.

Seu marido segurava os dois e a determinação em seus olhar deixava claro que ele morreria por sua esposa e filho, e se preciso fosse enfrentaria o mundo inteiro pelo bem dos dois.

No entanto, ambos estavam aquém do que passava na mente de seu filho recém-nascido.

"O que?!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!" Era a única coisa que aquela criança tinha em seu pensamento.

"Espera, porque eu estou chorando! Quem são essas pessoas? Porque eles são tão grandes?!!! Eu fui capturado por GIGANTES! Socorro!!!!!!!!"

"Hahahahahahahahaha!" Uma voz angelical soou em seus ouvidos, uma voz feminina, pura e transcendental.

Não exalava tanta glória como o Criador, mas era consideravelmente poderosa.

"Fique calmo, essa é a sua nova Vida, esses são seus pais... O Criador me permitiu lhe explicar apenas isso e lhe desejar boa sorte em sua nova jornada, a missão que você tem a frente não é simples, mas, o poder lhe dado deve diminuir a carga, tornando a tarefa antes impossível, possível... Ah! Antes de esquecer, diga a palavra 'Status!' em sua mente... Você vai entender melhor..." E então a voz desapareceu.

Ele então lutou contra a chuva de dúvidas em sua mente e pensou: Status!

Quando o fez, uma tela apareceu a sua frente.

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Nome: Não Definido

Idade: Minutos

Nível: 1

Títulos: [Aldeão (E), Apóstolo do Deus Supremo (???), Reencarnado (SS), Gênio (S)]

Força: 1

Mana: 2000

Agilidade: 1

Defesa Mágica: 1

Defesa Física: 1

Inteligência: ???

Sorte: ???

Habilidades: [Resistência a Venenos (E), Resistência a Ataques Mágicos (E), Resistência a Ataques Mentais (E), Resistência a Ataques Físicos (E), Afinidade Mágica (???), Manipulação de Status (???), Crescimento Divino (???), Comando do Imperador (???), Olho Divino (???)]

Bênçãos: [ Benção do Deus Supremo (???), Benção da Deusa da Magia (SSS)]

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"O que?!..." A mente dele corria para todos os lados, ele era um gênio sem igual, sendo assim, ele rapidamente se adaptou a situação que estava e aceitou sua atual condição.

"Primeiro preciso me ambientar... Misericórdia, deixar um bebê com as memórias de sua Vida passada, isso é assustador..." Murmurou ele para si mesmo, enquanto olhava para as pessoas e o lugar.

A cama era basicamente feita de barro, com palha e uma lã de ovelha por cima, não era nada luxuoso, mas não era totalmente desconfortável.

Considerando que pela situação o local vivia em uma época medieval, não era algo tão incomum.

"Vem ver seu irmãozinho..." Disse a mãe do bebê que se surpreendeu e rapidamente tentou com todas as suas forças mover sua cabeça para o lado e ver quem era.

Uma menina de uns três anos apareceu na porta, ela estava meio assustada e cuidadosa, ela havia ouvido e visto a dor que sua mãe passou, bem como o choro do bebê.

Ela era idêntica à sua mãe, apenas mais nova.

"Lily, esse é o seu irmãozinho, o nome dele é Ben-Hur..." Disse a mãe com um sorriso no rosto em direção ao seu marido que também sorria.

Lily andou meio acanhada e ressabiada, mas aos poucos se aproximou de seu irmãozinho.

Ela sorriu ao ver que os olhinhos verdes dele olhavam diretamente nos seus.

"Hehehe" O bebê riu animadamente quando a garota beijou seu rosto.

"Ele riu mãe! Ele riu!" Disse ela pulando de alegria.

"Isso mesmo, seu irmãozinho gosta de você!" Disse Sophie, mãe de Lily e Ben-Hur.

"Agora você é a irmã mais velha dele, tem que cuidar do seu irmãozinho..." Disse Adam bagunçando os cabelos de sua filha.

"Hehe!" Riu ela animada, com seus olhinhos azuis brilhando em direção ao seu irmãozinho.

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Seis meses depois.

Ben-Hur já conseguia andar, ele era considerado um gênio na Aldeia onde vivia, muitas pessoas gostavam de passar para o ver andar e brincar com ele.

Além disso, eles brincavam com Sophie e Adam dizendo que ele parecia um idoso, já que sua expressão era sempre tranquila e pensativa.

No entanto, a única pessoa que parecia capaz de tirar um sorriso do pequeno Ben-Hur era sua irmã Lily e sua mãe.

O consenso na Aldeia era que Ben-Hur amava tanto a sua irmã e mãe que era capaz de mudar até mesmo de personalidade por elas.

Já Adam não parecia ter muita sorte, quando bebê, todas as vezes que ele tentava segurar o seu filho, ele chorava.

Ele até tentava beijar e abraçar o seu filho recém-nascido, mas parecia que o garoto não estava com muita vontade de ser mimado pelo seu pai.

Bom, por fora ele era um bebê, mas, por dentro, um senhor de cem anos.

De qualquer forma, durante o dia, ele não tinha muita sorte, sempre tinha alguém de olho nele, sua sorte era a noite, quando todo estavam dormindo.

Ele com muita dificuldade se erguia do berço e então pulava, mas antes de chegar ao chão ele desacelerava sua queda usando Magia do Vento.

"Sinceramente, é um tédio ter que esperar anos para eu ser capaz de me mover normalmente..." Ben-Hur murmurou para si mesmo.

Ele então andou lentamente até a porta do quarto de seus pais e saiu, tentando fazer a menor quantidade de barulho possível.

Após isso, ele foi até um outro quarto vazio, na realidade ali seria seu quarto quando ele fosse um pouco maior.

De qualquer forma, ele entrou no quarto e sentou-se no chão.

"Ufa... Eu andei apenas algumas dezenas de passos e já estou exausto..." Disse ele em sua mente.

Ele então fechou os olhos e começou a treinar, sentindo a Mana na atmosfera, ao mesmo tempo que falava consigo mesmo, tentando alinhar seus pensamentos e ideias.

"Bom, até agora descobri algumas coisas.... Um adulto normal tem em torno de 10 Pontos em Força, Agilidade, Defesa Mágica e Defesa Física.

Já a Inteligência varia entre 95 e 110, até agora apenas algumas poucas pessoas apresentaram algo acima disso.

A Sorte não parece ir além de 100, a maioria parece ter algo em torno de 40 pontos em Sorte.

Minha mãe, meu pai e minha irmã tem uma Sorte alta, acima de 85, até agora foram as maiores que eu vi, já que a minha eu sou incapaz de ver.

Já para a Mana, o normal é algo em torno de 500.

O gasto de Mana das Skills é fixo, variando apenas entre um Rank e outro.

Uma Magia com um Poder de Rank E gasta em torno de 20 Pontos de Mana, sendo assim, uma pessoa comum é capaz de usar 25 Magias de Rank E.

Uma Magia de Rank D gasta em torno de 50 Pontos de Mana, mas tem 2,5 vezes o poder de uma Magia de Rank E.

No entanto, para Ranks superiores, a diferença é ainda maior.

De qualquer forma, uma pessoa normal recupera apenas 1 Ponto de Mana por Minuto, sendo assim, demora mais de oito horas até ela encher totalmente.

Além disso, parece que eu consigo recuperar 10 Pontos de Mana por Minuto, bem como tenho 4 vezes mais do que uma pessoa normal..." Ben-Hur estava pensativo.

Enquanto isso, esferas de Fogo, Água e Vento o rodeavam, como planetas ao derredor de uma estrela.

Ao mesmo tempo, Relâmpagos surgiam e atingiam o Som fazendo um leve estralo que quebrava o silêncio da noite, para sua sorte não eram barulhentos o suficiente para acordar sua família.

Ben-Hur havia aprendido que se toda noite ele conseguisse fazer sua Mana chegar até 1 Ponto, ele desmaiaria, então, quando acordasse, sua Mana Máxima teria aumentado um pouco.

Ele descobriu isso com um mês de idade, quando teve coragem de começar a tentar usar algumas Magias que ele imaginou ser possível já que desde o primeiro dia ele foi capaz de sentir a Mana na Atmosfera.

Sendo assim, em cinco meses de treino diário, ele havia aumentado 1500 Pontos de Mana, considerando que todos os meses ali tinham 30 dias, isso significava que ele era capaz de ganhar 10 Pontos de Mana cada vez que ele a fazia chegar em 1 Ponto.

Claro, para isso, ele gastava o máximo de Mana possível no quarto vazio e deixava para gastar o restante em seu berço e então dormia.

No entanto, o preço não era tão simples, ele sentia uma dor de cabeça horrível e era como se o seu corpo estivesse prestes a se desfazer, de tanto cansaço.

Era uma técnica prática e recompensadora, mas custosa.

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