No dia seguinte, as quatro mesas compridas, cada uma de uma casa, estavam cobertas de mingau de aveia, travessas de peixe defumado, montanhas de torradas e pratos com ovos e bacon.
William, Astoria e Zabine estavam sentados um ao lado do outro, o menino percebeu que os alunos do primeiro ano, o olhavam de uma maneira estranha, como se estivessem armando algo.
Hope estava no colo de William devorando um grande prato de sardinhas, a sua comida favorita.
- Acho que eles tem medo de você - Sussurrou Zabine olhando de canto, Astoria concordou com a cabeça.
- Não que eu me importo, mas porque eles teriam medo de mim? - Perguntou o menino enquanto tomava seu chá calmamente.
- Bem por onde eu começo... - Pensou Zabibe coçando a cabeça - Primeiro você é um Slytherin.
- As palavras do chapéu seletor, o chamando de monstro, também não ajudou muito - Falou Astoria.
- O seu olhar assassino, parecendo de uma cobra faminta querendo devorar todos - Disse Zabine.
- Quase ser morto pelo chapéu no primeiro dia de aula, além de usar uma magia para limpa-lo - Falou Astoria.
- Do jeito que você fala e até mesmo como anda, parecendo um psicopata - Concordou Zabine.
- Por quase ter arranjado briga com os alunos mais velhos - Completou Astoria.
- Ok, já entendi - Finalizou William ao ver que eles ainda teriam uma grande lista pela frente, para ser mais exato, o menino até gostava dessa atenção toda, mesmo que seja por medo ou raiva.
Willian não tinha nem começado a comer quando ouviu um bater de asas, no alto, e uma centena de corujas entraram, deixando varias caixas nas mesas dos alunos.
Todos os alunos receberam cartas e presentes de seus pais, todos dizendo que estavam com saudades de seu filho, o único que não recebeu nada foi William, que comia seu café da manhã calmamente, no exato momento em que um berro vindo na mesa da Grifinória chamou a atenção de todos.
"... Absolutamente desgostosa, seu pai está enfrentando um inquérito no trabalho e é tudo culpa sua, se você sair um dedinho da linha, vamos trazê-lo direto para casa!...''
Harry e Rony ficaram atordoados, como se uma onda gigantesca tivesse acabado de passar por cima deles, porém na mesa da Sonserina não teve um que não estava rindo da situação, Draco soltou leite pelo nariz e até William abriu um pequeno um sorriso.
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Alguns minutos atrás antes que William e Zabine saíssem de seu dormitório, os alunos do primeiro ano estavam reunidos em um círculo, com Astoria entre eles.
Draco e sua pequena gangue chegou no grupinho, ambos tinham expressões de superioridade, para os novatos.
- Chamei vocês todos aqui, porque quero que façam uma coisa - Disse Draco empurrando um aluno e ficando no centro de todos - Preciso que atrapalhem William Slytherin.
- Como assim, atrapalhar o William? - Pergunta Astoria confusa.
- Quero que usem o máximo de sua inteligência para atrapalhar ele nas aulas, se possível até mesmo tirar pontos dele, joguem ingredientes em sua poção, o atrapalhem, usem qualquer coisa, mas quero que envergonhem o menino - Respondeu Draco com cara de poucos amigos.
- Mas ele é um Slytherin, ele é muito perigoso - Falou um aluno com medo - Vocês ouviram o chapéu seletor não é?
- Me responde novamente, de quem vocês tem mais medo? - Perguntou Draco estralando os dedos.
Crabbe e Goyle foram no menino que disse isso e deram um soco em seu ombro, deixando todos os alunos em silêncio com medo.
- Vocês tem que ter medo de mim, e não dele, façam o que eu pedi, se não, vocês serão os meus alvos - Afirmou Draco saindo furioso do círculo.
Narcisa e Lúcio tinham pedido para o menino ser amigo de William, mesmo que isso significasse abaixar a cabeça para ele, mas Draco era orgulho de mais para isso, ele quer dominar William e não ser dominado, por isso faria de tudo.
- Mas prima, William não fez nada - Disse Astoria chegando até Pansy - Vocês são capazes de prejudicar a nossa casa, apenas para irritar o menino?
- Não estamos irritando ele Astoria, primeiro que foi ideia do Draco, e segundo, não é tão ruim, William vai se dar mal em todas as aulas, e irá pedir ajuda para mim, aí começarei meu plano - Respondeu Pansy calmamente.
- Porque você está tão interessada nele afinal, já que não o ama? - Perguntou Astoria ficando um pouco nervosa.
- Poder minha querida, William é um Slytherin, se a gente se casar, eu serei uma Slytherin, terei acesso ao banco dele, de seus segredos e de sua força - Respondeu a menina também nervosa - E é você quem ama o Draco, então porque está contra ele?
- Eu... eu sei - Respondeu Astoria de cabeça baixa.
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No meio do caminho para a primeira aula, Astoria puxou a camisa de William e Zabine, ela parecia muito séria, o que deixou os dois curiosos.
- Todos os alunos da Sonserina tentaram te ferrar durante as aulas William - Afirmou Astoria com o rosto sério.
- Espera, do que você está falando? - Perguntou Zabine confuso.
- Eu não posso falar mais do que isso, até mesmo eu irei tentar te prejudicar, mas por favor, preste atenção em tudo - Respondeu Astoria olhando nos olhos do menino.
"Eu não posso te falar que é o Draco, ele não vai me perdoar" Pensou a menina sem saber o que fazer, mas William ouviu tudo o que ela pensou.
- Não se preocupe, eu não me importo que tentem fazer algo contra mim, apenas faça o que tem que ser feito - Afirmou o menino calmamente.
- Você não ficará bravo? - Pergunta Astória sem acreditar.
- Sim, ficarei muito - Respondeu William dando um passo para a frente - Mas não com nenhum aluno do primeiro ano.
Mesmo sem ler os pensamentos de Astoria, William tem a certeza que Draco ameaçou eles, apenas isso faria todos tentarem o prejudicar.
A primeira aula foi de herbologia, por uma pequena bruxa chamada Sprout, todos os alunos do primeiro ano estavam em uma estufa, com vasos vazios, um pouco de terra e uma mandrágora.
- Alguém de vocês podem me dizer a propriedade da mandrágora? - Pergunta Sprout olhando para seus alunos.
Ninguém estendeu a mão, já que ninguém nunca tinha ouvido esse nome antes, com exceção de William, ele sabia muito sobre poções, e a mandrágora era um ingrediente muito importante.
- Eu sei que o grito de uma mandrágora jovem pode deixar o bruxo inconsciente, já uma adulta pode até mesmo matar, ela é usada como uma poção básica para restaurar as energias - Explicou Willian calmamente, ele mesmo já fez essa poção.
- Ótimo Senhor Slytherin, a sua família entende mesmo de poções - Afirmou Sprout sorrindo - Na aula de hoje, vocês irão tirar a mandrágora do suporte e colocar em um vaso para que elas possam crescer, para isso vocês tem que pôr os tampões nós ouvidos, por a mandrágora no vaso e jogar terra até tampar sua boca.
Todos os alunos concordaram com a cabeça, a professora esperou todos colocarem os tampões para começar a aula.
Mesmo com a proteção, o grito de uma mandrágora era horrível, quase insuportável ao ponto de cair duro no chão, William antes de puxar sua mandrágora, tinha visto que o topo da sua tinha uma cor mais viva que o dos outros alunos, em sua mente ele soube rapidamente o que estava acontecendo, trocaram sua mandrágora jovem por uma adulta, mesmo usando os tampões, ainda assim poderia fazer o menino desmaiar no chão.
Caso isso aconteça, todos saberam que o grande Slytherin desmaiou por causa de uma mandrágora, ele seria zombado por todos, então William enfiou a sua mão na terra e esmagou a cabeça da mandrágora.
Em segundos todos os alunos enterram a mandrágora sem aguentar o barulho, com exceção de um único, William estava paralisado com a mandrágora na mão, ela não soltava nenhum som, sua cabeça estava esmagado e um líquido verde escorregava de sua boca.
- O que é isso senhor Slytherin? - Perguntou Sprout com a mão na cintura chegando perto do menino - Você a esmagou? eu pedi para pegar a mandrágora e não enforcar!
"Então era disso que Astoria estava dizendo, eu nem se quer percebi alguém mexendo no meu vaso, eles realmente são bons" Pensou William calmamente.
- Menos 10 pontos para a Sonserina! - Rosnou Sprout furiosa, ela sempre foi calma, mas quando o assunto era plantas, a deixavam louca.
Os alunos da sonserina se olharam com um sorriso no rosto, eles já tinham dado início ao seu plano de ferrarem com o menino, e não viam a hora para contar para Draco.
- Essa mandrágora era uma adulta professora, se eu não a matasse, não seria só um som alto, mas seus alunos e talvez até a senhora teria desmaiado, quem deveria perder pontos era você, por ter deixado escapar uma adulta - Rosnou William olhando sério para a professora.
Sprout pegou a mandrágora na mão e analisou ela de perto, depois olhou incrédula para William, que tinha a mesma cara séria de sempre.
- Me desculpe senhor Slytherin, eu não tinha percebido, você realmente salvou todos nós, 10 pontos para a Sonserina - Disse a professora envergonhada com a cabeça baixa.
Algo estranho aconteceu, os alunos da Lufa-Lufa aplaudiram a ação nobre do menino, nem se importando ao vê-lo ganhar pontos, já os alunos da Sonserina, olhavam com arrependimento por falharem.
Zabine e Astoria foram os único que abriram um leve sorriso, já William limpou a terra em seus dedos como se não tivesse feito nada de mais.
Então veio a próxima aula, o professor Flitwick estava em pé sobre uma pilha de livros atrás da mesa, o baixinho estava fazendo a chamada dos alunos.
Na sala de aula estava a grifinoria junto com os alunos da sonserina, William só reconheceu Gina, que de vez em quando lançava um olhar em sua direção de poucos amigos.
"Essa menina ainda deve estar com o diário que Lúcio Malfoy entregou, eu sinto que isso é importante, mas não sei o que é e como descobrir" Pensou o menino calmamente devolvendo o olhar para ela.
- Nunca vi William tão interessado em uma menina antes - Sussurrou Astoria apontando para Gina - Você acha que ele está apaixonado?
- Conhecendo Will, é mais fácil ele estar pensando em como matar ela sem que ninguém visse - Respondeu Zabine rindo junto com Astoria.
O professor Flitwick ensinou os alunos a usar o feitiço Wingardium Leviosa, por incríveis uma hora, isso tudo na teoria.
Faltando apenas dez minutos para a aula acabar, o professor pediu para todos se levantaram e repetissem o feitiço em voz alta.
William não imaginava que isso seria complicado, porém ele começou a olhar alguns novatos com muita dificuldade para lançar, Zabine e Gina também estavam nessa parte.
- Wingardium Leviosa! - Disse Willian apontando para a mesa, no primeiro momento nada aconteceu, o que foi bem estranho já que o menino realizou esse feitiço quando estava na casa do Servero.
O que William não sabia, era que um dos alunos do primeiro ano, colocaram a pena na mesa com um feitiço, impedindo que ela voasse pelo Wingardium Leviosa.
- Ano passado muitos alunos conseguiram facilmente, que pena - Sussurrou Flitwik olhando especificamente para o William, ele estava curioso para ver se o menino seria isso tudo mesmo.
- Wingardium Leviosa! - Falou William novamente, mas a sua pena nem se mexeu, diferente dos outros alunos que ao menos elas balançavam, o menino começou a sentir a sua testa formigar enquanto ficava nervoso por não conseguir soltar esse feitiço simples - Wingardium Leviosa!
Todos os alunos pararam o que estavam fazendo para olhar na direção do menino, William não tinha conseguido novamente mexer a pena, mas tinha feito outra coisa mais extraordinária ainda, a mesa que estava a pena subir, ela flutuava na cabeça dos alunos.
O óculos de Flitwik até mesmo caíram ao ver isso, o feitiço Wingardium Leviosa ficava mais complicado quanto maior era o peso do objeto, mas ao ver William flutuar a mesa sem nenhuma dificuldade, ficou imaginando em sua mente qual era o limite do garoto.
"Estava enganado, ele realmente é um Slytherin, realmente está no sangue do bruxo" Pensou o anão abrindo um enorme sorriso no rosto.
Não se dava para saber quem estava mais puto, os alunos da Grifinoria com ciúmes ou os alunos da Sonserina que fracassaram novamente em ferrar ele.
"Essa varinha não é brincadeira, Olivaras disse que ela era bem poderosa, achei que ele falava isso para todos, mas não mentiu dessa vez" Pensou o menino analisando sua varinha.
- Incrível senhor... Slytherin! 10 pontos para a Sonserina! - Gritou Flitwik batendo palmas de alegria.
William se ajeitou na cadeira enquanto olhava para os alunos com seu olhar superior, faltando alguns minutos para acabar a aula, Astoria conseguiu fazer sua pena flutuar, deixando os alunos com ciúmes, agora só faltava Zabine conseguir.
- Tente falar Wingardium Leviosa no exato momento em que termina de balançar a varinha - Disse Astória tentando ajudá-lo.
Zabine concordou com a cabeça e fez o que a menina pediu, a pena flutou com uma pequena dificuldade, mas chegou na altura aceitável, no final, apenas o trio conseguiu.
- Bem a tempo da aula acabar, parabéns aos alunos da Sonserina, mais 5 pontos para vocês! - Afirmou Flitwick sorrindo.
Os alunos da grifinoria saíram com cara de bunda da aula, já os da sonserina metade estava feliz pelo trio e a outra ainda com uma sensação de fracasso.