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Lembranças Perdidas

Alexia Laurent é uma jovem mulher rica e destemida. Por causa da criação do seu pai, ela se tornou uma pessoa arrogante que evita ao máximo demonstrar o que realmente sente. Como uma empresária de sucesso, ela é acostumada a ter tudo sob controle. Porém, aos 8 meses de gravidez, sua vida desmorona quando descobre a traição de seu noivo, Lucas, a poucos dias do casamento. Sem saber lidar com os sentimentos de traição, Alexia sai de carro sem rumo, encontrando-se em uma pequena e distante cidade. Naquele lugar desconhecido, sua vida toma um rumo completamente diferente. Por causa de um trágico acidente com um homem misterioso, nele Alexia perde a memória e Benício fica em coma. Por uma confusão no hospital, ela é confundida como a noiva de Benício, um homem extremamente lindo e sedutor. Ela descobre que por causa do acidente ele ficou em estado vegetativo e se desespera. Alexa passa a se culpar diariamente, pois acredita realmente teve culpa por ele estar assim, e desse dia em diante passa a cuidar dele fazendo com que sentimos desconhecidos surjam em seu coração. Alexia se vê envolvida em uma teia de segredos e mentiras pois quando ele finalmente acorda, decide não contar a verdade fazendo ela acreditar que é realmente a namorada dele. Ela luta para recuperar sua identidade e desvendar a verdade por trás de sua nova vida, mas todas as suas lembranças foram perdidas onde ela tem que continuar com a vida que começou a construir ao lado da família de Benício. Alexia enfrentará muitos desafios quando a verdadeira namorada de Benício fica obcecada em destrui-la a todo custo. Enquanto Alexia lida com as perdas das suas memórias e a incerteza sobre seu verdadeiro eu, ela terá que confrontar seus próprios demônios e superar suas limitações.

Tatianebsimoes · Urban
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73 Chs

Incertezas do coração

Com o barulho da forte chuva que caia lá fora, Alexia acorda assustada, mesmo sem lembrar de nada ela sente muito medo de dias chuvosos, sempre se encolhe sozinha num canto, e hoje não foi diferente, ela olhou para Benício que dormia tão sereno, seu rosto relaxado se iluminava pelo clarão dos raios e trovões que entrava pela janela.

Alexia tomada pelo medo levanta sem fazer barulho, fecha as cortinas, e senta numa poltrona que fica ao lado da cama. Enquanto Alexia se encolhia na poltrona, segurando suas pernas trêmulas, as lembranças da sua infância começaram a ressurgir dentro da sua mente confusa. Ela via fleshs embaçados das noites chuvosas no internato, dos raios e trovões que a apavoravam, e do castigo cruel que a diretora impôs a ela.

Aquela noite no internato foi um dos momentos mais difíceis e traumáticos da vida de Alexia. Ela se viu sozinha, isolada na lage da escola, no canto mais frio e desprotegido do pátio. As lágrimas escorriam pelo seu rosto infantil enquanto ela buscava em vão algum conforto para suportar o medo que sentia.

Enquanto Alexia revivia essas memórias, também começou a perceber uma sensação estranha: uma certeza de que sua vida não tinha sido fácil, mesmo que a maior parte das suas lembranças estivesse esquecida até aquele momento. Ela se deu conta de que havia muitas lacunas na sua história, e uma forte necessidade de preencher esses vazios começou a tomar conta dela.

Intrigada com a imagem que via, Alexia decidiu que aquele era o momento de descobrir a verdade sobre seu passado. Ela sabia que teria que enfrentar seus medos e incertezas para encontrar as respostas que tanto ansiava. Com Benício acordando ela se sentiu esperançosa, pois se ele acordou, as sua memória também poderia voltar. Era como se uma chama interior tivesse sido acesa, impulsionando-a a seguir em frente e desvendar os segredos que estavam escondidos em sua própria mente.

Com a chuva ainda forte lá fora e o barulho cada vez mais intenso, ela se perde em pensamentos, tentando buscar mais alguma coisa do seu passado. Mas nada adiantou, somente a imagem da menina chorando que se revelava. Triste por saber que sua infância pode ter sido tão traumatizante, aos poucos seus olhos vão pesando e ela acaba pegando no sono ali mesmo.

Benício que sentiu falta do calor do corpo da Alexia, abre os olhos e vê que ela já não está ao seu lado, ele observa Alexia dormindo sentada na poltrona, levanta e com todo o cuidado ele a coloca na cama ao seu lado, ele vira de frente e observa cada detalhe do lindo rosto de Alexia, e cada vez mais, fica extremamente intrigado pela bela mulher que está na sua frente, levando a mão para o rosto dela, ele fica na dúvida se deve acaricia-la, mas acaba desistindo. Não demora muito eles dormem um do lado do outro, Vanusa quis acorda-los para jantar, mas quando viu eles tão serenos, ele abraçado na cintura dela, decidiu não incomodar.

Logo que Vanusa sai do quarto, Benício abre os olhos, levanta lentamente e sai sem fazer barulho, mesmo com um pouco de dificuldades para andar, ele saiu. Enquanto Benício se afastava silenciosamente do quarto, deixando Alexia dormindo tranquilamente na cama, uma inquietação invadia seu coração. As palavras de Dafne ecoavam em sua mente, mas algo dentro dele se recusava a acreditar que Alexia fosse uma pessoa tão diferente do que parecia.

Determinado a buscar respostas, Benício tomou um táxi e seguiu diretamente para o hotel onde Dafne estava hospedada.

Ele bate na porta, Dafne ao ver ele parado em sua frente fica sem reação.

— Querido, o que faz aqui?

— Por que você mentiu sobre Alexia? Eu estava com ela, percebi que ela é inocente das acusações que você fez. Não consigo ver esse fingimento que você mencionou.— indagou, buscando entender a verdade por trás dos fatos.

Dafne, por sua vez, mostrou-se surpresa e desconcertada pelo questionamento de Benício.

— Sabia! Ela também te enganou? Como você é inocente, amor. Por que está duvidando de mim? Não esperava isso de você.— Disse Dafne, fazendo uma atuação convincente. Ela se fez de ofendida e virou-se para o lado, revirando os olhos em um gesto de falsa indignação.— Esperava de qualquer pessoa, menos de você.

Benício se aproximou de Dafne e a abraçou, tentando acalmá-la. No entanto, sua mente ainda estava confuso e ele não conseguia apagar as dúvidas que começaram a surgir.

— Amor, por favor, não faça assim. Eu só quero entender a situação toda. Por que disse a ela que nos casaríamos? Por favor, me explique.— suplicou Benício, buscando sinceridade e transparência nas palavras de Dafne.

Surpresa pela pergunta direta, Dafne ficou sem reação por um breve momento. Em seguida, ela se fez novamente de vítima e começou a chorar, abraçando Benício com força.

— Eu que peço a você.— levantando a cabeça, ela encara os olhos de Benício, levando os seus braços por cima do pescoço dele fingindo que está muito ofendida.— Não acredite nessa mulher, ela é uma cobra que enganou todo mundo. Sabia que ela ia tentar te colocar contra mim, amor, só não esperava que fosse tão rápido.— afirmou Dafne, utilizando todo o seu talento para convencer Benício de sua inocência.

O jovem olhou nos olhos de Dafne, buscando solidez em suas palavras, mas ainda havia uma sombra de dúvida em sua expressão. Ele se aproximou da mulher que dizia amar, e sem pensar selou seus lábios nos dela em um beijo intenso, como se quisesse afogar as incertezas que permeavam sua mente.

O beijo intenso entre Benício e Dafne não foi capaz de dissipar as dúvidas que assombravam sua mente. No momento em que seus lábios se encontraram, uma sombra de incerteza pairou sobre o jovem. Ele comparou o beijo apaixonado que compartilhou com Alexia com aquele momento e percebeu que algo estava faltando.

Ao se afastar de Dafne, os olhos de Benício vagaram pela sala do hotel, seu olhar perdido em pensamentos que o confundiam. Por que ele se sentia tão atraído por Alexia? O que havia nela que despertava emoções tão intensas em seu coração? E por que, mesmo amando Dafne, ele não conseguia encontrar a mesma conexão no beijo que haviam acabado de compartilhar?

Dafne, percebendo a inquietação em seu amado, tentou retomar o controle da situação. Ela acariciou o rosto de Benício e, com um sorriso sedutor.

—Amor, você sabe que sou a mulher certa para você. Essas dúvidas que sente em relação a Alexia são apenas fruto de suas ilusões. Ela está tentando colocar todos contra mim, e você precisa escolher acreditar em mim.

As palavras de Dafne pareciam lógicas, já que Benício a conhece a anos e também seu argumento era convincente. Mas algo dentro de Benício se recusava a aceitar essa explicação simplista. Seu coração pesava com as dúvidas e ele sabia que precisava encontrar respostas concretas.

— Não é tão simples assim, Dafne.— disse ele, com a voz carregada de uma mistura de confusão e determinação.— Eu não consigo ignorar o que sinto por Alexia. Há algo nela que me atrai de uma forma inexplicável, e esse beijo que compartilhamos, por mais intenso que tenha sido, não foi capaz de me fazer esquecer a conexão que tenho com ela.

Dafne, agora irritada e frustrada, tentou manter sua compostura e retrucou:

— Amor. Você está deixando-se levar por ilusões, Benício! Essa atração que sente por Alexia é apenas uma confusão que sua mente criou. Só não vou ficar brava com você, pois sei que eu sou sua verdadeira alma gêmea, você não pode negar isso!

As palavras de Dafne apenas ecoavam nos ouvidos de Benício, mas ele sabia que precisava seguir seu próprio coração. Ele se afastou de Dafne, caminhando em direção à janela do quarto de hotel, com o olhar perdido no horizonte.

As dúvidas continuavam a assombrá-lo, mas ele estava disposto a enfrentá-las. Era hora de descobrir a verdade sobre Alexia, sobre o que está sentindo por Dafne e, acima de tudo, sobre si mesmo, ele queria saber o que aconteceu nesses três anos que ficou em coma.

— Quanto tempo você disse que sua filha tem.— ele pergunta com o olhar vago. Dafne se assusta com a pergunta.

— Ah, ela tem 3...

Benício a encara sem desviar, andando lentamente ele para na sua frente.

— Não consigo entender, como ela pode ter 3 anos se até antes do acidente, nos estávamos juntos. Me diz a verdade Dafne, você me traiu com Pedro?

Naquele momento ela sente suas pernas tremerem.

— Como pode pensar que seria capaz de fazer isso.— ela finge chorar, apavorada com medo de seus planos não saíram como ela planejou.— Você me ofende falando assim.

— Não quis te ofender Dafne.— ele fala desconfiado, mas ao mesmo tempo preocupado. Benício nunca gostou de fazer as pessoas chorar, ele sempre tomou cuidado com as palavras para não magoar ninguém, até mesmo quando ele estava com raiva, falando e xingando mentalmente, mas na frente da pessoa ele media a forma de falar. — Desculpe, eu não queria te magoar. Mas essas dúvidas estão me corroendo por dentro, eu preciso saber a verdade. Seja ela qual for.

— Ela...— Dafne olha nos olhos de Benício, tentando manter a expressão de tristeza e desespero. Até que ela teve uma ideia.— Clara é sua filha, eu já estava grávida quando você sofreu o acidente.