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Capítulo nove

Eu por aquele momento desisti e resolvi ir embora, eu não estava nem aí mais com aquele serviço. Entro no elevador e vou em direção ao vestiário trocar de roupa, pego minhas coisas e caminho rumo a porta.

— Senhor Sérgio, quer te levar embora — outro segurança me barra.

— Mas por acaso estou sendo vigiada? — pergunto e o homem consente.

— Não me admira. Deixe adivinhar que deve ter câmeras também no banheiro!

— Falando assim querida noiva, você me magoa.

— Cínico!

— Olha como fala comigo! — Ele pega forte meu braço acima do cotovelo (bíceps).

— Aí!

— Vai doer muito mais, se não parar com essa rebeldia.

— Vamos te levar para casa, preciso conhecer sua mãe. — Ele me puxa me levando até seu carro.

O motorista já nos aguardava com a porta aberta, Sérgio joga-me no carro e depois entra.

— Você não percebeu que combina comigo. Em vez de lutar deveria estar grata. Você sairá da miséria e ainda trabalhará na empresa que sempre sonhou. — ele conversava comigo no carro.

Me viro para ele, em choque.

— Você é filho do senhor Bragança?

Ele consente com a cabeça.

— Mas seu nome é Sérgio Abrão, eu vi no seu documento.

— Sobrenome da minha mãe, vamos dizer que eu e o velho não nos damos bem.

— Poupe da sua história triste.

— Você não tem medo da morte né!— ele fala sério. "O que ele quer dizer com isso?"

— Eu sei tudo sobre você, Cristal Aranga, foi premeditado que não conseguisse emprego e tendo que buscar em minha casa noturna.

— Seu maldito… — Avancei para cima dele, para tentar bater, mas ele foi mais rápido e forte e me segura e me joga longe.

—Eu te avisei para não encostar em mim. Ele tira o cinto da cintura.

— O que vai fazer? — pergunto me encolhendo.

— Por enquanto só um aviso. Você não pode chegar em casa tão machucada, porém…

— Não, não, por favor! — primeiro ele acerta a ponta do cinto em minha mão onde coloquei em frente ao meu corpo para me proteger.

— Aii! — segunda no meu braço.

— Ahh  — terceira na perna. 

 Ele para e se recompõe no banco do carro, ajeitando o cinto na calça.

Tenho quase um metro e setenta, não sou magra, sou forte, porém não consegui me defender, ele tem algo maligno nele que me paralisa. 

Eu não choro, não consigo, porém sinto ser quebrada e invadida de uma maneira que me deixa fria.

Será que ele voltou dos Estados Unidos para se casar e tomar a empresa do pai? Seria assim o senhor Bragança, um homem mau, que criou o filho dessa forma? E a mãe de Sérgio sofreu o que eu estou sofrendo agora? Sérgio era conhecido em sua cidade natal como filho do Bragança, por isso nunca apareceu em jornais em nenhum canal de TV?  E a impressão que eu tenho.

 Faltando apenas três meses antes da dissolução do contrato, como eu ficaria?

— Esse casamento será somente por três meses?

Ele olha para mim enquanto eu encaro de cabeça erguida.

— Não exatamente! 

Tenho vontade de chorar, fui tão burra. Quando ele voltou, a atitude de resistência tem sido mais do que óbvia. E ainda assim, eu caí feito boba, 

— Depende quanto tempo levaremos para tirar o meu pai da direção.

— Por que fazer isso se um dia ela será sua?

— Meu pai nunca deixaria a empresa em minhas mãos. Ele sabe o que filho que tem. Porém tenho que tentar fazer ele acreditar em você, para você entrar na empresa e…

— Seu pai não parece tolo, como acha que vai ser fácil fraudar a empresa?

— Eu não sei, e por isso que tenho você, você vai ter que descobrir —  sorriso maléfico. — ou sua família que pagará a conta.

— Você …

Ele levanta o dedo indicador balançando a mão lentamente, me avisando para ficar calada.

São dez horas e pouco e chegamos em casa. O motorista abre a porta e Sérgio sai e me espera com o braço estendido. Não entendo essa menção quando levanto os olhos e vejo minha mãe com meu padrasto nos esperando no portão. 

— Mãe — Saio em sua direção em busca de um pequeno reconforto ela segura meus braços.

— O que houve com você?

Quando ia a responder com a verdade.

Sergio chega perto da gente e diz:

— Ela foi atacada por um cliente, mas graças a Deus que meu segurança chegou a tempo. — ele pega na mão dela.

— Prazer, senhora Márcia. — ele deixa um beijo nas costas da mão dela. — Pena nos conhecermos dessa forma, mas sua filha tem evitado esse encontro a muito tempo.

— Minha filha tem esse poder de persuadir as pessoas. — Eu fico de boca aberta. 

Eu poder de persuasão? Coitada de mim, se eu tivesse esse poder, ela não teria casado, Francisco não teria vendido a empresa do meu pai e eu não estaria nessa situação.  

— Eu estou bem, muito obrigada mãe! — corro para dentro e vou direto para o quarto do meu irmão.

— Ele não está em casa! — Minha mãe grita, eu viro o corpo para trás.

— Ele foi fazer o tratamento no hospital graças ao seu noivo. Por que não me contou querida que estava noiva e para casar?! — ela me abraça pelas minhas costas. — Senti traída que Francisco ficou sabendo primeiro.

— Você não estava achando que ele ia embora. Ele foi e planejar... — Sérgio me interrompe, me apertando a cintura. Um sinal para eu me calar.

— Não sinta senhora, ela queria fazer uma surpresa, Francisco só soube porque foi lá no meu clube exigir que cuidasse bem da filhinha, então eu não resisti de vim contar.

 Eu mordo o canto da boca de raiva com a ceninha. Minha mãe babando nele. 

— Onde pensa que vai? — Francisco pergunta para mim quando percebe que eu ia para meu quarto. 

— Vou tomar banho, ou não posso? — Sérgio vem até mim. 

— Claro que pode querida! — Ele abraça meus braços deixando um beijo no meu rosto.

Eu passo a minha mão saindo de perto dele indo para o meu quarto.

— Ahgrrrrrr! — Queria ter gritado, mas só me expressei. 

Fui até o porta retrato na minha cômoda, e abracei a foto do meu pai. Meu querido pai. 

Minutos mais tarde ainda embaixo do chuveiro ligado sobre minhas lágrimas a água escorria pelo meu corpo permitindo que ela me lavasse, e quem sabe a minha alma e no automático me lavando e caio sentada no chão, com os pensamentos longe como se minha alma tivesse fora de mim.

Sou despertada com a batida na porta e minha mãe me chamando.

— Cristal, filha! 

Desligo o chuveiro e me enrolo na toalha.