O confronto com Darius deixou o grupo abalado, mas também mais determinado. Enquanto seguiam pela floresta, o ambiente ficava cada vez mais estranho. A luz do sol parecia desaparecer, e uma sensação constante de vigilância pairava no ar.
"Tem certeza de que não estamos no caminho certo?" — disse Freya, olhando para o mapa nas mãos de Eryk.
"Sim," ele respondeu, com firmeza. "A Cripta de Lumis deve estar além dessas colinas."
"Se conseguirmos sobreviver até lá", murmurou Liora, ajustando sua barreira de luz para iluminar o caminho.
Ao chegarem a uma área mais aberta, resgatamos um rio de águas negras que cortava a floresta. A corrente era forte, e a travessia parecia impossível.
"Não há ponte", disse Freya, olhando ao redor.
"E nadar está fora de questão", acrescentou Liora, apontando para algo que se move sob a superfície da água.
Eryk segurou o medalhão, tentando sentir algo que pudesse ajudá-los. O Ætheris pulsou levemente, como se estivesse tentando guiá-lo. "Talvez eu possa criar uma passagem", sugeriu ele.
Freya olhou para ele, desconfiada. "Você consegue controlar o Ætheris o suficiente para isso?"
"Só há uma maneira de descobrir", respondeu Eryk, concentrando-se.
Ele canalizou a energia do medalhão, e uma ponte dourada começou a se formar sobre o rio. O esforço era visível em seu rosto, mas ele conseguiu estabilizar a estrutura.
"Rápido, antes que desapareça," disse ele, com a voz tensa.
Freya foi a primeira a atravessar, seguida por Liora. Quando Eryk estava a cruzar, o rio começou a reagir. Criaturas feitas de água negra emergiram, atacando a ponte.
"Corram!" Freya, enquanto sacava suas lâminas para tentar deter as criaturas.
Eryk acelerou o passo, mas uma das criaturas alcançou a ponte, quebrando parte dela. Ele saltou no último momento, caindo do outro lado junto com Freya e Liora.
"Isso foi por pouco," disse Liora, ajudando Eryk a se levantar.
"Essas coisas não são naturais", disse Freya, olhando para o rio que agora estava calmo novamente. "É como se a floresta estivesse tentando nos impedir."
Depois de um breve descanso, o grupo contínuo. A floresta começou a se abrir, revelando um vale profundo. No centro, uma estrutura imponente se erguia: a Cripta de Lumis.
"Finalmente," disse Eryk, sentindo um misto de colapso e apreensão.
Mas o caminho até a Cripta não seria fácil. O vale estava cheio de pedras afiadas e desfiladeiros traiçoeiros. Além disso, uma energia estranha emanava da Cripta, tornando o ar mais pesado.
"Você sente isso?" – perguntou Liora, ajustando sua barreira.
"Sim", respondeu Freya. "É como se algo estivesse nos observando de dentro."
Eryk segurou o medalhão com força. "Não importa o que você está lá, precisamos entrar."
Enquanto desciam para o vale, o chão começou a tremer. Rochas caíram das encostas, forçando o grupo a se esquivar. Quando cheguei ao fundo, percebi que a entrada da Cripta estava bloqueada por uma enorme porta de pedra, coberta de runas antigas.
"E agora?" Indagou Freya, examinando as inscrições.
Eryk se mudou, sentindo o medalhão vibrar intensamente. "Acho que o Ætheris é a chave."
Ele colocou o medalhão contra a porta, e as runas começaram a brilhar. Uma luz dourada percorreu as inscrições, e a porta começou a se abrir lentamente, revelando uma escuridão profunda além dela.
"Isso parece convidativo", disse Freya, com sarcasmo.
"Fiquem atentos", alertou Liora. "Se a Cripta estiver protegida, o guardião pode ficar esperando por nós."
Ao entrarem, o ar ficou ainda mais pesado. A Cripta era uma série de corredores estreitos e câmaras amplas, todas iluminadas por uma luz tênue que parecia vir do próprio chão.
"Parece que ninguém esteve aqui há séculos", disse Freya, passando a mão por uma parede coberta de poeira.
"Ou talvez ninguém tenha saído", respondeu Liora, com um tom sombrio.
Eryk liderou o grupo, sentindo o medalhão guiando-o. Ele sabia que estava se aproximando do coração da Cripta, onde as respostas sobre o Ætheris provavelmente estavam escondidas.
De repente, uma voz ecoou pela câmara.
"Quem ousa entrar na Cripta de Lumis?"
O grupo parou, olhando ao redor. Do centro da sala, uma figura começou a se formar. Era alta, com uma armadura dourada que parecia feita de luz, e olhos estreitos que transmitiam poder.
"Eu sou Solis, o guardião desta Cripta," disse a figura. "Apenas aqueles dignos podem avançar."
"E o que precisamos fazer para provar que somos dignos?" — perguntou Eryk, dando um passo à frente.
Solis através de sua espada, que parecia feita de pura energia. "Você precisa me derrotar."
Sem aviso, Solis ardeu. Sua velocidade era impressionante, e o grupo mal teve tempo de reagir. Freya tentou interceptá-lo com suas lâminas, mas foi repelido por um golpe poderoso.
"Ele é rápido demais!" ela falou, enquanto se levantava.
Liora criou uma barreira de luz para proteger o grupo, mas Solis atravessou com facilidade, como se não fosse nada.
Eryk sabia que o Ætheris era a única chance que ele tinha. Ele canalizou o poder do medalhão, criando uma lança dourada, e avançou contra Solis.
A batalha foi intensa. Solis era um adversário formidável, mas Eryk começou a perceber um padrão em seus movimentos. Ele usou isso a seu favor, desviando de um golpe e atingindo Solis com a lança.
O guardião recuou, olhando para Eryk com uma mistura de surpresa e respeito.
"Você é mais forte do que parece", disse Solis. "Mas ainda não é suficiente."
Antes que pudessem atacar novamente, Liora e Freya uniram forças, combinando suas habilidades para criar uma explosão de luz que cegou Solis momentaneamente.
Eryk aprovou a abertura para canalizar todo o poder do Ætheris em um único ataque, atingindo Solis diretamente no peito.
Solis caiu de joelhos, sua armadura começando a se desintegrar. "Vocês provaram sua força," disse ele, com a voz enfraquecida. "Mas lembre-se: força sem propósito é inútil."
Com essas palavras, ele desapareceu, deixando para trás uma chave dourada que flutuava no ar.
"Isso deve abrir a próxima porta", disse Eryk, pegando a chave.
"Estamos cada vez mais perto", disse Liora, olhando para o corredor à frente.
"É cada vez mais vulnerável", acrescentou Freya.
Eryk olhou para a chave em sua mão, sentindo o peso da responsabilidade aumentar. "Vamos em frente. Não podemos parar agora."