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Capítulo 1

Myr, Essos (281 d.C.)

O sol nascia no horizonte, tingindo o céu de tons dourados e laranjas, enquanto uma brisa suave soprava do oeste, trazendo consigo o aroma salgado do mar. Foi uma manhã perfeita em Myr, uma cidade conhecida por sua beleza e comércio próspero. As ondas quebravam suavemente nas docas, criando uma melodia tranquila que contrastava com a metódica que se aproximava na vida de Shahadiin Dragas.

"Mestre, esta é a mansão ancestral da família Dragas. Ela existe desde a fundação de Myr. Vende-la terá um impacto significativo na confiança da família", declarou Xárras, o senescal, enquanto gesticulava em direção à imponente construção de pedra e madeira. O homem, leal à família por quase trinta anos, olhou para o jovem mestre com uma mistura de preocupação e desapontamento.

"Reputação?" Shahadiin retrucou, sua voz impregnada de desdém. "O que pode impactar mais a confiança da família do que as dívidas que meu pai faleceu, com toda a sua informação, deixada para mim? Que ele descanse em paz no fundo do mar; espero que os peixes deixem algo para trás." O sarcasmo nas palavras do garoto de apenas onze anos era claro, e sua frustração com a situação familiar transparente.

Xárras sentiu um peso no peito ao ouvir as palavras de Shahadiin. O jovem não sabia, mas havia uma dúvida de que consumir o senescal estava se dissipando rapidamente. Não foi mera coincidência que o antigo mestre tivesse sido emboscado pelos piratas dos Degraus logo após o jovem se interessar pelas rotas marítimas da família. Um aviso silencioso pairava no ar, mas Shahadiin estava traçando seu próprio destino.

Foi apenas uma semana desde que ele assumiu o comando da família Dragas. Em pouco tempo, o jovem se reunia com todos os credores para discutir as dívidas que se acumulavam como nuvens de tempestade. A pressão era palpável, mas sua determinação era ainda mais forte.

Na manhã seguinte à reunião, Xárras assistiu, impotente, enquanto todas as propriedades da família Dragas eram colocadas à venda: escravos, lojas, escritórios, navios e as terras férteis ao norte de Myr. Até mesmo a grandiosa mansão, que havia testemunhado gerações de sua linhagem, não foi perdoada. Para Shahadiin, o que importava era saldar as dívidas que cresciam mês a mês.

Apesar das perdas, o esforço de Shahadiin deu frutos. Ele conseguiu manter uma pequena mansão no norte de Myr e acumulou uma fortuna equivalente a mais de cem mil dragões dourados em moedas westeros. O peso das expectativas e a sombra do legado familiar pressionavam seus ombros jovens, mas ele tinha um plano.

Shahadiin guardava um segredo: em sua vida anterior, ele havia sido um americano, familiarizado com as intrincadas tramas do mundo das Crônicas de Gelo e Fogo. Com a rebelião de Robert prestes a eclodir em Westeros, ele via uma oportunidade de lucrar com a guerra que em breve consumiria o continente.

A estratégia era simples, mas eficaz. Ele planejou alugar armazéns em Myr para os comerciantes de Pentos e, em seguida, acumular mercadorias que geralmente se valorizavam em tempos de conflito: grãos, cervejas, aço, lã, couro, entre outros. O que hoje eram produtos de baixo valor se tornariam preciosos durante a guerra, gerando lucros magníficos.

Enquanto observava o movimento da cidade pela janela de sua pequena mansão, Shahadiin sentia a adrenalina percorrer suas veias. Ele estabeleceu a história da família Dragas, transformando a decadência em ascensão, mesmo que isso significasse sacrificar seu legado. O futuro se apresentou diante dele, repleto de desafios e oportunidades, e ele estava mais do que pronto para enfrentá-lo.

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