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29- Missões (1)

Dia seguinte

Sekiro estava em seu apartamento, se preparando para ir à última vez para a academia ninja.

Hoje seria um dia decisivo, pois ele seria designado a um time. No entanto, ele não conseguia se livrar da sensação de que, para alguém do seu calibre, depender de outros não era necessário.

Desde sua infância, sob os cuidados rigorosos de seu pai, Sekiro sempre foi ensinado a abraçar a solidão.

O Coruja, seu mentor e figura paterna, costumava dizer: "Somente os fracos andam em bando; os fortes andam sozinhos."

Embora Sekiro tivesse aprendido a trabalhar em equipe ao longo dos anos e participado de várias missões, ele sempre se esforçava para resolver sua parte dos problemas sozinho.

A verdade era que ele acreditava que, quando estava sozinho, tinha mais controle sobre o resultado. Ele se lembrava das vezes em que, em meio a uma missão em grupo, a falha outros criavam imprevistos que poderiam comprometer o sucesso da missão.

As missões em equipe geralmente eram designadas em momentos cruciais, quando uma única pessoa não teria tempo suficiente para completar tudo sozinha.

Alho que no momento, não está acontecendo.

Por isso, não importava qual grupo fosse formado; Sekiro já decidiu que recusaria qualquer equipe. Ele preferia enfrentar os desafios sozinho. Contudo, naquele momento, ele se deu conta de que havia outras coisas que exigiam sua atenção.

"Sistema, mostre aquela notificação novamente."

「Parabéns por se tornar oficialmente um ninja e progredir em sua missão de vida 'Sekiro'.」

「A recompensa da marca de 20% está sendo decidida.」

「Parabéns, você recuperou suas roupas.」

Sekiro sentiu um frio inesperado no momento em que viu a notificação. Ao olhar para baixo, percebeu que suas roupas tinham desaparecido, deixando-o completamente nu, exposto ao ar gélido. A surpresa foi breve, pois, no instante seguinte, novas roupas surgiram em seu corpo.

Elas eram velhas e desgastadas, com cortes profundos e manchas de sangue seco, sujeira e outros sinais de batalha e tempo. As marcas eram tantas que, para quem olhasse de relance, essas peças poderiam facilmente ser confundidas com farrapos inúteis.

Mas Sekiro conhecia a verdadeira natureza delas. Aquilo era muito mais do que apenas uma veste para esconder seu corpo. Era uma armadura discreta, desenhada cuidadosamente para auxiliar e proteger em combate.

A visão das roupas trazia lembranças de quando as tinha criado, trabalhando ao lado de seu pai, um homem rigoroso e prático que ensinou a Sekiro cada detalhe importante sobre sobrevivência e combate.

Sekiro recordava-se das longas horas passadas costurando bolsos ocultos e ajustando as proteções de maneira imperceptível, sempre visando o máximo de utilidade sem atrair atenção desnecessária.

Ele sabia que a aparência surrada daquelas roupas era uma escolha proposital. A ideia era fazer com que os inimigos mais inexperientes abaixassem a guarda, julgando-o fraco ou despreparado, apenas para perceber, tarde demais, que tinham subestimado um shinobi.

Sekiro e seu pai concordavam que as vestimentas rasgadas e o aspecto abandonado davam a ele uma vantagem psicológica valiosa, já que confundiam e desestabilizavam os oponentes.

Mas aqueles trapos não eram apenas disfarce. Pequenas placas protetoras estavam estrategicamente escondidas no tecido, cobrindo pontos vitais sem limitar seus movimentos. Cada um desses reforços era o resultado de uma análise cuidadosa das batalhas que ele já havia enfrentado.

Além disso, nos bolsos secretos que costurara cuidadosamente, ele guardava ferramentas essenciais: punhado de cinzas, pedaços de cerâmica, antídotos, pastilha medicinais e etc.

Para Sekiro, esses compartimentos ocultos não eram meros "extras"; eram essenciais para alguém qualquer shinobi que se preze.

"Elas parecem... novas."

[Eu tomei a liberdade de reparar todos os danos, desgastes, manchas e rasgos não intencionais, além de substituir o tecido por um de maior qualidade. A aparência continua a mesma, mas é melhor.]

"Uhm... obrigado."

[De nada.]

Com isso resolvido, Sekiro deu uma última olhada em sua casa, o olhar vagando por cada canto do espaço que guardava memórias de treino solitário e noites de determinação silenciosa. Ele respirou fundo, sentindo o peso das roupas reforçadas sobre os ombros, e partiu para a academia, pronto para mais um dia — mas sem imaginar o conflito que estava prestes a enfrentar.

...

"Como assim você recusa?!" Iruka-sensei grita, incrédulo com o que acabara de ouvir.

"Eu não preciso de um time." Sekiro mantém o rosto impassível, firme como uma rocha diante do grito de Iruka.

Iruka suspira, passando a mão pelo rosto como se tentasse absorver o choque. Ele observa Sekiro, buscando uma brecha naquele olhar distante e seguro demais para alguém tão jovem. "Sekiro, eu pensei que já tinha te ensinado o valor de um time." Ele hesita por um momento, tentando encontrar as palavras certas. "Uma célula de três pessoas é uma tradição passada por gerações desde a criação de Konoha. Trabalhar em equipe não é só uma regra, é uma forma de aprender a confiar, de apoiar uns aos outros."

"Uhm... eu não preciso." A voz de Sekiro soa fria, quase indiferente, como se o valor de um time fosse algo que ele jamais consideraria.

Iruka não desiste. "Eu não quero saber se você acha que não precisa! Você tem ideia da oportunidade que está recusando?!" A voz do sensei fica mais grave, quase um lamento. "Você está recusando a chance de ser ensinado por um jonin-sensei ao lado de seus amigos. Essa é uma honra, Sekiro. Você não quer isso?!"

Sekiro permanece em silêncio por um instante, apenas o bastante para deixar a tensão pesar no ar. "Não." A palavra escapa de sua boca com uma precisão calculada, sem emoção ou hesitação. Ele olha diretamente para Iruka, transmitindo a mesma firmeza que o sensei já começava a reconhecer em cada ação de Sekiro. Afinal, ele já estava acostumado com as reações exageradas de Iruka-sensei e sabia que ele o considerava teimoso.

Iruka respira fundo, controlando-se. "Você acha que vai conseguir sozinho, mas o mundo lá fora é cruel, Sekiro. Não importa o quanto você seja forte, haverá momentos em que precisará de outras pessoas. Mesmo o ninja mais talentoso não consegue enfrentar tudo sem apoio."

Sekiro não responde, mas algo em seu olhar revela uma ponta de relutância, um brilho quase imperceptível de dúvida. Ele se recorda de sua criação, dos ensinamentos que seu pai lhe passou sobre autossuficiência. "Nunca dependa dos outros quando puder fazer por si mesmo" — essas palavras ecoavam em sua mente, e ele as seguira como uma regra de vida. Mas, mesmo assim, o que Iruka dizia parecia tocar algo escondido em seu coração.

Iruka percebe o breve momento de hesitação e tenta aproveitar. "Sekiro, isso não é fraqueza. Trabalhar em equipe é saber que, quando o momento exigir, você pode contar com alguém. E, talvez, alguém possa contar com você. Isso é força."

Sekiro cruza os braços, desviando o olhar para uma janela ao lado. "Eu entendo o que o senhor está dizendo, Iruka-sensei... mas não vejo como isso se aplica a mim." Ele volta a encarar o sensei, sua expressão novamente firme. "Eu fui treinado para ser independente. Para enfrentar o que vier sozinho."

Iruka suspira, vendo a determinação quase impenetrável em Sekiro. Mas ele não o pressiona mais. "Eu só espero que você veja o que realmente significa força, Sekiro. Nem sempre é sobre lutar sozinho. Às vezes, é saber abrir espaço para os outros."

Sekiro, agora de volta ao seu silêncio habitual, assente levemente, sem compromisso. Ele dá as costas e caminha para fora da sala, deixando Iruka imerso em uma preocupação silenciosa. Afinal, ele sabia que Sekiro era capaz de grandes coisas, mas também sabia que, sem um time, ele corria o risco de perder algo ainda mais valioso do que a força: a verdadeira razão para lutar, seus amigos.

...

Após sair da sala, Sekiro não interage com nenhum de seus colegas. Com passos rápidos, apenas os cumprimenta com um leve aceno e segue seu caminho, sem olhar para trás. Ele não tinha tempo para conversas triviais ou celebrações pela graduação.

Enquanto caminhava pelas ruas de Konoha, Sekiro contemplava seus próximos passos. A vila estava agitada, cheia de vida e energia, mas ele não se deixava distrair.

Seus olhos estavam fixos adiante, sua mente já traçando um plano. O que ele deveria fazer a seguir? Qual seria o próximo movimento para fortalecer ainda mais suas habilidades?

Não demorou muito para encontrar sua resposta. Como shinobi, ele sabia que sua existência tinha um propósito simples: cumprir a missão.

Agora, ele precisava apenas de uma missão que lhe permitisse colocar suas habilidades em prática.

Conforme se aproximava do escritório do Hokage, Sekiro começou a considerar que tipo de missão deveria buscar.

Uma missão de combate seria ideal, algo que testasse suas habilidades e o colocasse em situações de risco real.

Mas ele sabia que, como um genin, era raro que lhe dessem uma missão com combates diretos contra algo além de bandidos ou animais selvagens.

"Algo mais volátil, algo com uma chance de imprevistos..." ele pensava, quase murmurando para si mesmo.

Com sua vasta experiência de vida passada, ele sabia exatamente o que buscar. Havia certas missões, como escoltas e operações em áreas desconhecidas, que tinham uma chance maior de dar errado. E era nesse tipo de cenário imprevisível que ele se destacava.

Coincidentemente, missões de escolta só estão disponíveis a partir do ranque C, e, para genins recém-formados como ele, o máximo permitido são as missões de ranque C.

Com um objetivo em mente, Sekiro entrou no Edifício do Hokage, seus passos ecoando pelo corredor até o balcão onde os ninjas recebem suas missões. Olhando ao redor, ele viu outros ninjas mais experientes esperando por suas tarefas, mas isso não o intimidou.

"Eu quero uma missão," disse Sekiro, sem rodeios, para o homem atrás do balcão, que parecia habituado a lidar com solicitações. O recepcionista, um homem de expressão cansada e sorriso sarcástico, ergueu os olhos e o avaliou com curiosidade.

"Você... é um recém-graduado, certo? Acho que me lembro de que os exames foram ontem," comentou o homem, tentando esconder uma risada.

"Sim."

"Bem, então aqui está! Esta é a missão perfeita para você." Com um sorriso brincalhão, ele entregou um papel a Sekiro.

Sekiro pegou o papel e examinou o conteúdo. Era apenas uma missão de ranque D, onde ele deveria capinar o mato no quintal de uma senhora.

"Não... eu quero uma missão de ranque C, como uma escolta," respondeu Sekiro, firme, devolvendo o papel.

O recepcionista soltou uma risada seca e balançou a cabeça. "Desculpe, garoto, mas você ainda não está qualificado para esse tipo de missão."

"O que eu preciso fazer?" Sekiro insistiu, sua determinação visível no olhar.

"Primeiro, você precisa completar 10 missões de ranque D antes de conseguir sua primeira missão de ranque C. Todos os genins passam por isso, você não é exceção," explicou o recepcionista, tentando encerrar o assunto.

Sekiro permaneceu inabalável. "Entendi... então eu quero 10 missões."

O recepcionista o encarou com uma sobrancelha arqueada, sem acreditar no que acabara de ouvir. "Desculpe, mas você não pode fazer todas de uma vez-"

"Quero 10 missões," insistiu Sekiro, sem desviar o olhar.

O recepcionista franziu o cenho, começando a perder a paciência. "Eu disse que isso não é-"

"Quero 10 missões," repetiu Sekiro, cada vez mais firme.

O recepcionista suspirou, claramente exasperado. Finalmente, ele entregou os dez papéis, empurrando-os com um ar irritado. "Aqui estão suas missões, pirralho! Agora saia da minha vista!"

Sekiro pegou os papéis sem um pingo de emoção, com a expressão focada de quem estava pronto para encarar o desafio. À medida que saía do prédio, ele examinou cada uma das missões, já traçando mentalmente os planos para completá-las.

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