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Doença do Par

César sentou-se na cadeira e pegou a taça de vinho que havia servido para si.

"Você sabe que pode entrar, certo? Não gosto nada de vocês dois bisbilhotando," ele murmurou, irritado.

A porta do quarto foi aberta, e uma figura masculina entrou. Seguindo-o estava Diana.

"Por que você está aqui, Yuri?" César questionou, inclinando a cabeça para olhar a silhueta atrás dele. "E por que trouxe ela com você?"

Yuri, vestido com um suéter azul casual e um par de jeans, levantou as mãos defensivamente. "Eu não a trouxe comigo. Ela me seguiu." Seus olhos cinzentos lançaram um olhar furioso para Diana, que ainda estava parada atrás dele.

César exalou pelo nariz, irritado. "Por que você está aqui, Diana?"

Diana deu um passo à frente lentamente, agarrando suas calças de couro preto. Seus grandes olhos de cachorrinho o encararam, e ela gemeu, "V-você, você se encontrou com ela... de novo."

"Sim, eu encontrei," César confirmou, girando ludicamente o vinho na taça segurada por seus dedos. "Tem algum problema?"

Diana balançou a cabeça, seus olhos se enchendo de lágrimas. "Você... a marcou. Por quê-"

"Espera, o quê?" Yuri o interrompeu, apressando-se para sentar na cadeira em frente a César. "Você não a marcou, marcou?" Seu rosto se contraiu em uma carranca horrível.

César engoliu um gole de vinho e balançou a cabeça.

"Não, eu não marquei."

"Então por que eu senti seu cheiro por todo lado nela? Ela cheirava a você, senhor!" Yuri expressou com as mãos, profundamente preocupado.

César arqueou uma sobrancelha, seu olhar se movendo de Diana para ele. "O que você acha que eu fiz?" ele perguntou.

Yuri pensativamente franzindo a testa à sua pergunta, e em poucos segundos, suas pupilas gradualmente se dilatavam. Ele rapidamente recuou com um suspiro pesado. "Você... a cheirou? Droga, você realmente a cheirou!"

"Por que você faria isso?"

"Eu tinha vontade de fazer isso e fiz por impulso," César respondeu. "Não pude evitar."

Yuri ainda estava achando difícil de acreditar. "Sério? Só porque você tinha vontade? Por que eu não acredito em você?" Ele balançou a cabeça, uma carranca se instalando em seu rosto. "Tem que haver outra razão. Você tem um bom controle sobre seus desejos, então sei que não faria isso só porque quis. O que é?"

César jogou a cabeça para trás, exalando pesadamente.

"Ela está doente. Doença do Par, para ser preciso," ele finalmente respondeu, jogando uma mão sobre o rosto.

Yuri piscou, inclinando a cabeça para o lado, não entendendo. "Doença do... par?"

"Sim. Isso também acontece com omegas." César se inclinou para a frente, servindo-se de outro copo de vinho. "Aparentemente, parece que estar casada com outro enquanto é companheira de um Supremo Alfa como eu está causando algum tipo de problema para ela. E a única maneira de parar isso completamente é marcá-la e vinculá-la a mim."

"Mas eu não posso fazer isso, ainda não." Ele balançou a cabeça. "A única coisa que posso fazer agora é cheirá-la sempre que tiver a chance para suprimir isso. Eu imaginei que ajudaria."

Yuri lentamente balançou a cabeça, mordendo o lábio. "Entendo. Não há outra maneira de parar isso totalmente sem marcá-la?" ele perguntou.

César levantou a cabeça, lançando-lhe um olhar angustiado.

Yuri ficou um pouco surpreso, sem saber por que ele lhe deu aquele olhar.

Havia um problema?

César esfregou a têmpora, suspirando exausto. "Há uma maneira, mas eu não aceitarei."

"Huh?" Yuri ergueu uma única sobrancelha. "Uma maneira? Que maneira?"

"Rejeição," César disse, seu lobo de repente ansioso ao ouvir essa palavra. "Se ela me rejeitar, ela estará livre disso."

"Oh." Yuri arregalou os olhos. "Isso é..."

"Você não permitiria isso, né? Parece que você não quer que ela te rejeite, e vice-versa. Ou... estou entendendo errado?"

As mãos de César se fecharam em um punho, e ele rosnou involuntariamente, engolindo o copo cheio de líquido alcoólico.

"Ela é minha companheira, e a rejeição não é uma opção. Se eu tiver que continuar cheirando ela, eu vou fazer isso até poder reivindicá-la completamente."

Yuri o olhou por alguns momentos pensativos e balançou a cabeça, cedendo.

Uma humana completa... uma companheira de um Supremo Alfa? Não apenas de um alfa padrão, mas de um Supremo Alfa? O que os alfas padrões pensarão quando descobrirem isso? Sobre o fato de que a companheira do único Supremo Alfa na alcateia deles era uma humana?

Sem mencionar o pai de César. Não havia como ele permitiria isso.

O pai de César pode ser um alfa que por sorte teve um filho especial, o único Supremo Alfa na Alcateia Noite Vermelha. Mas no fim, ele ainda era um alfa padrão, e seu próprio filho, infelizmente, estava acima dele.

Ser um Supremo Alfa era uma das razões pelas quais César era adorado em sua alcateia, ao ponto de obedecerem a ele mais do que ao seu pai. Ele era como um deus para eles, tanto que se ajoelhavam voluntariamente a seus pés.

Sem ele, a alcateia deles teria sido dominada por outras alcateias que viviam escondidas entre os humanos.

Mas é claro, isso ainda não estava bem para seu pai, o senhor Sergey Ivanovich Kuznetsov.

Como poderia um filho que ele trouxe ao mundo estar acima dele? Supremo Alfa, sim, mas César nunca teria existido em primeiro lugar sem ele. Portanto, ele sempre tinha que estar abaixo dele — era o que ele queria.

Entretanto, César era um homem por conta própria — alguém que não estava disposto a ser manipulado. Essa era uma das razões pelas quais ele não tinha um bom relacionamento com seu pai, o homem que o criou como se ele não fosse nada mais do que um recipiente que precisava ser controlado.

O senhor Sergey era um homem que invejava o próprio filho, e Yuri sabia que se algum dia descobrissem que a companheira de César era uma humana, ele faria de tudo para que a alcateia não a aceitasse.

Inspirando profundamente, Yuri pinçou entre as sobrancelhas. "Então, ela, er, ela é realmente sua companheira?"

"Aparentemente sim." César assentiu, sem deixar de notar a reação de Diana às suas palavras. Ele suspirou, um tanto irritado. "Diana, você entende agora por que deve manter suas mãos longe dela?"

Diana tremeu, mas não lhe deu uma resposta. Suas mãos estavam cerradas em punhos apertados, seus dentes rangiam e sua mandíbula estava cerrada. Ela estava se segurando para não ir atrás de Adeline e se livrar dela o mais rápido possível.

César pertencia a ela, e Adeline não era nada mais do que uma ameaça que precisava ser eliminada.

"Se você tocá-la, Diana..." César não elaborou mais, já que seu aviso estava claro como o dia. "Fique de olho nela, Yuri." Ele se levantou da cadeira e saiu do quarto para descer as escadas.

Diana correu para a mesa e empurrou tudo para o chão — o vinho, os copos e os pratos se quebrando em pedaços. Seu peito se movia para cima e para baixo, e ela rugiu, gritando das profundezas de sua alma.

"Você pertence a mim, César!!"

Yuri a agarrou pelo pulso, seus olhos frios a encarando. "Cale a boca! César não pertence a você, nem é seu!"

"Agora, ouça aqui." Ele segurou seu queixo, suas bochechas inchando dolorosamente. "Mantenha suas mãos longe de Adeline. A menos que César permita que você a machuque, não se aproxime dela. Se você falhar, eu mesmo me livrarei de você, Diana."

"Você sabe que ele ainda não te machucou apesar de sua presença irritante por causa de seu pai. Pare de se comportar mal perto dele e poupe-o de suas palhaçadas." Suas mãos caíram para os lados enquanto a soltava.

Ele caminhou até a porta para sair, mas parou. "Certifique-se de pagar por toda essa bagunça que você fez." Uma carranca se instalou em seu rosto, e ele saiu do quarto, deixando o cartão-chave para ela.

Diana olhou para o nada com uma expressão vazia. Seu corpo tremia, e seu rosto estava queimando vermelho de raiva.

"Você está errado. César é meu, e ele pertence a mim," ela murmurou para si mesma, um brilho malicioso piscando em seus olhos.

"Eu vou matá-la... se for necessário."

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