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Domesticado

"Não me toque." Aries deu um tapa na mão que a alcançava fracamente. "Eu... Eu não estou me sentindo bem."

Desviou o olhar, respirando pesadamente enquanto agarrava o lençol mais perto do peito. Ela estava doente, muito doente. E esse homem... esse homem ousou invadir este quarto onde ele a estava aprisionando por um motivo que ela já sabia.

"E daí se você está doente?" saiu uma pergunta zombeteira, fazendo-a olhar para frente para encarar o homem. Seu quarto estava escuro, tendo apenas a lua brilhando da pequena janela como sua fonte de luz. Mas mesmo com a penumbra, ela podia ver claramente o sorriso dele.

"Aries, até quando você vai achar que é essa princesa pura e intocada? Hmm?" ele perguntou sarcasticamente, encarando-a com escárnio. "Quando, na verdade, você não é nada além de um brinquedo que eu uso quando e onde eu quiser."

Um riso escapou dos lábios dela, olhando para ele com olhos cheios de escárnio. "Isso era para me fazer chorar?" os olhos dela brilharam quando ele de repente agarrou seu queixo, cobrindo os lábios dela com a palma da mão.

E ainda assim, apesar da terrível condição de seu corpo ardente, seus olhos brilhavam com nada além de ódio. Dois anos. Ela vinha lutando contra esse homem por dois anos. Até a própria Aries não sabia por que ela continuava provocando os nervos dele quando já sabia que não poderia lutar contra ele. Mas... a submissão nunca lhe passou pela cabeça. Só por cima do seu cadáver.

O homem suspirou e soltou um riso curto. "Oh, Aries. Quando você vai aprender? Ou... é uma tática? Se opor a mim para manter minha atenção?"

"Só por cima do meu cadáver," saiu uma retaliação abafada, fazendo o aperto dele se intensificar. No segundo seguinte, ele a imobilizou e rastejou por cima dela. Como de costume, ela lançou os braços para lutar, mas sem sucesso. Ele simplesmente segurou seu pulso sobre a cabeça dela, colocando seu joelho na coxa dela enquanto mordia seu pescoço.

Aries cerrou os dentes, retorcendo o corpo em mais uma luta sem esperança. Mas nada. Não importava o que ela fizesse, não importava o quão alto ela gritasse, e não importava como ela amaldiçoasse esse homem... ninguém viria resgatá-la.

"Repugnante," ela sussurrou, desviando o olhar para esconder a lágrima que escorria de seu olho. "Você... me dá nojo."

*

"Repugnante..."

Abel inclinou a cabeça, piscando sem entender enquanto a observava sussurrar durante o sono. Ele estava sentado na cama ao lado dela com as pernas cruzadas à sua frente, cotovelos na coxa, apoiando a bochecha.

"Será que você está sonhando comigo?" ele perguntou à Aries adormecida, mas ela simplesmente resmungou. Ele franziu a testa enquanto o rosto dela se contraía, vivenciando um terrível pesadelo. Ela parecia estar com dor, agarrando a ponta do travesseiro.

Um suspiro baixo escapou de seus lábios, ponderando se deveria acordá-la ou deixá-la sofrer. Bem, não era como se acordar não significasse outro pesadelo. Além disso, Conan lhe disse para deixá-la descansar, a menos que ele realmente pretendesse que ela morresse. Então ele estava se comportando há horas.

"Mhm..." ela resmungou, ofegando enquanto começava a suar frio.

"Você deveria acordar se o seu pesadelo é tão ruim." Ele revirou os olhos, o cenho cada vez mais franzido. "Querida, vamos brincar. Vou ser gentil."

Ele estendeu o pé para frente, cutucando o braço dela com o dedo do pé levemente. Ele a cutucou mais algumas vezes, mas nada. Aries ainda resmungava, ofegava e tremia levemente.

Um suspiro profundo escapou pelas narinas dele, percebendo que essas ações sutis não a acordariam. Ele levantou as mãos, assumindo uma postura para empurrá-la da cama. No entanto, ele parou quando sua palma estava a um centímetro dela porque o aviso de Conan pairava sobre sua cabeça.

"Como eu castigo o Conan?" ele se perguntou, arqueando a sobrancelha quando o murmúrio dela ficou mais alto.

"Não... não, não, não... não eles... pare..."

Abel estalou a língua. Esse tipo de cena não o entretinha particularmente. Então ele levantou a mão para acordá-la, mas parou no meio do caminho quando os olhos dela de repente se abriram, ofegantes.

"Não sou eu," ele disse, mantendo a mão à frente dela. "Eu me comportei."

Aries estreitou os olhos para enxergar melhor no escuro. Quando ela ouviu suas palavras, de alguma forma soaram diferentes. Não era Abel quem ela ouvia, mas sim alguém próximo ao seu coração. Alguém que pronunciaria aquele tipo de palavra.

Um sorriso sutil apareceu em seu rosto, levantando a mão em direção à mão que estava sobre ela. Ela entrelaçou os dedos entre os espaços dos dedos dele, fazendo-o arquear as sobrancelhas.

"Você está aqui?" ela sussurrou, suspirando aliviada enquanto piscava fracamente.

Contente, Abel cuidadosamente envolveu os dedos ao redor da mão dela. "Sim. Eu estou aqui." Ele se inclinou, balançando as mãos de lado a lado.

"Eu voltei porque mudei de ideia a caminho do inferno." O canto dos lábios dele se esticou orgulhosamente. "Você sabe por quê? Eu estava pensando que era mais divertido brincar com você do que com eles."

Isso na verdade não era inteiramente verdade, mas ele estava pensando em Aries a caminho do lugar para onde estava indo. A aparência dela a noite passada não estava boa, afinal. E ele estava certo. Aries já estava com febre no segundo em que ele voltou.

Um riso suave escapou dos lábios dela enquanto ela fechava os olhos, deitando-se de lado. "Vem aqui." Ela deu um tapinha fraco no lado da cama, convidando-o a se deitar ao lado dela.

"Ah?" Abel smacking his lips and happily obliged. Para surpresa dele, assim que ele se deitou ao lado dela, Aries o abraçou. Ela se apertou contra ele, pegando-o de surpresa pela segunda vez em pouco tempo.

"Querida, você não é a mais doce? Eu não fazia ideia de que sentiu tanto a minha falta!" ele entoou, satisfeito, enquanto envolvia os braços ao redor dela. Ele já estava acostumado com mulheres o seduzindo até ele sentir vontade de vomitar. Mas as ações de Aries eram diferentes. Era mais como... um animal finalmente agindo como domesticado. Isso o colocou de bom humor, pois ele acreditava ser excepcional, até mesmo em treinar um animal sem tentar.

Ela respirou pesadamente, sorrindo aliviada. "Mhm. Eu realmente sinto muito a sua falta, você não faz ideia..." o sorriso dele se alargou, mas foi breve ao ouvir as próximas palavras dela.

"... Alaric."

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