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Capítulo 14 - Doce Provocação

Ele se levanta afastando Richard enquanto toma uma boa distância, sua respiração ofegante estava voltando ao normal quando ele o fitou com irritação.

— Não posso deixar que me mate.

— Então o que vai fazer? — Inconscientemente o coração de Richard acelera um pouco com a expectativa.

— Te matar primeiro. — Ele diz com a voz trêmula de ódio, era óbvio que estava apenas blefando mas ou outro não pode deixar de sentir curiosidade.

Então ele decidiu fazer um pequeno jogo.

— E acha que que consegue?

— É claro que consigo.

Richard pega o estilete que guarda no bolso desde que era criança e joga em sua direção em um movimento simples.

Ele o segura assim que cai em suas mãos, e observa a lâmina por um tempo com um olhar contemplativo.

Richard se prepara para o que aconteceria no momento seguinte, mas vários minutos se passam e ele não faz nada.

— Então? — o tédio era óbvio na voz de Chard.

— Não deveria andar com isso por aí, vai estragar sua pose de modelo perfeito. — Ele diz apenas se virando de costas, dava pra ver que estava se contendo.

Mas que idiota.

— Apenas a doutora Felton sabe que estamos aqui, mas e ela é facilmente comprada com dinheiro. De qualquer forma não tem como haver ninguém aqui nesse prédio sem a minha permissão, porquê ele é meu.

Kolin ergue as sobrancelhas.

— E você quer dizer que?

— Ali tem gasolina, como seu quarto também foi incendiado não vão suspeitar de você se incendiar esse também, afinal vai parecer algo contra você também, ou me colocar no incinerador, aqui tem muitas opções, também não tem câmeras. — Richard explica se aproximando mais.

— Se quer tanto morrer, acho que pode fazer isso sozinho. — Ele diz voltando a se virar para Kolin e revirando os olhos.

— Não vai me impedir?

— Você quer que eu te impeça? — Agora era ele quem parecia entediado.

Richard senta na cama, e Kolin o olha irritado, era divertido fazê-lo perder a paciência, simplesmente rejuvenescedor.

Mas ainda era um pouco triste que as coisas só tenham ido até esse ponto.

— Não precisa deixar tão óbvio que está decepcionado. — Ele diz enojado.

Richard olha nos olhos verdes de Kolin, os punhos do moreno estavam fortemente fechados como se ainda se contesse.

Também haviam os brincos na sua orelha que Richard não entendia qual a graça de perfurar a própria pele para por um enfeite estranho, ele conclui que sua aparência mão seria tão ruim se ele se vestisse direito.

— É uma pena. — Richard suspira.

— Se quer tanto se matar não seja um covarde querendo que outros façam isso por você.

Richard quase ri, mas se contém.

— Foi você que matou meu irmão? — Ele pergunta embora já soubesse a resposta.

Kolin o olha surpreso e pisca algumas vezes com a boca aberta, parecendo finalmente entender algo.

— Foi por isso que incendiou meu quarto, ameaçou me matar e investigou minha família? Era um teste? — Ele praticamente grita puxando novamente a gola da camisa dele.

— Não é tão simples assim, mas pode-se dizer dessa maneira. — Ele da de ombros.

Na verdade Richard já havia transmitido grande parte do teste para a assembleia ver que Kolin não tinha intenção de o matar, sem som algum é claro.

— Você é doente, seu psicopata, fez tudo isso só por que suspeitava de mim, eu estava preso quando aconteceu, e todos dizem que foi suicídio, o que mais você quer provar? — Ele pergunta parecendo indignado.

— Não foi um suicídio, foi um assassinato.

— E como você sabe? — Kolin olha desconfiado.

— Por que fui eu quem encontrou o corpo.

Kolin o olhou indignado.

Richard era sempre assim, sempre fora de si, ele pensou consigo mesmo, as ações dele eram calculistas e manipuladoras.

Com o loiro era sempre no extremo, nunca havia meio termo, isso era meio assustador as vezes, e parece que havia se intensificado desde de a morte de seu irmão, ele nunca sabia quando parar porque simplesmente não havia um límite.

— Isso... não tem nada a ver comigo.

Isso explicava toda aquela provocação, na verdade Kolin sentiu um impulso de o matar, ou ao menos o espancaria até quase morrer.

Mas Richard era o tipo de pessoa que faria até a mais pura das ovelhas se corromper apenas para mata-lo.

Tudo isso explicava muita coisa, no momento em que Kolin pegou o pedaço de vidro Richard poderia muito bem ter pressionado ele com seu poder e isso o desmaiaria fácil de novo.

Sem contar que Kolin não mata pessoas simplesmente por que o irritaram, ou pelo menos nunca aconteceu antes.

— Você quer saber?

Kolin revirou os olhos.

— Não é a minha prioridade, mas você faz o quer de todos os modos.

— O que te faz pensar que eu vou te contar? — Ele pergunta erguendo as sobrancelhas loiras.

Kolin bufa perdendo a paciência, ele não queria saber droga nenhuma, ele que começou a contar.

— Eu vou embora, não sou obrigado a ficar escutando você falar besteira.

— Ei, lembre-se que ainda tenho as belas fotos do seu irmão.

— Você realmente quer morrer. – Kolin parou mexendo nervosamente nos cachos negros e respirando fundo.

Ele resiste ao impulso de lhe dar outro soco, violência nunca adiantava com Richard.

— Não me provoque. — Ele alerta.

Chard dá de ombros.

— Certo, acho que já foi o suficiente, e não precisa se preocupar, guardei as coisas mais importantes do seu quarto em outro lugar, e não planejo divulgar nada do que descobri se me garantir ficar quieto quanto a isso e colaborar. — Chard diz como se nada tivesse acontecido.

Para ele tudo o que acabou de acontecer fosse apenas um jogo de crianças.

— Só... Fala logo. — Kolin desiste.

— Bem, se quer tanto saber, eu te conto, por onde deveria começar? — Ele pondera — O que sabe sobre a morte do meu irmão?

— Só que ele foi encontrado semana passada em algum lugar do instituto, e que foi um suicídio. — Sua expressão muda quando Kolin diz a última palavra.

— O corpo dele foi achado no escritório dele, nesse dia o instituto foi revistado por que você perdeu o controle dias antes, e foram vistas bestas, ou mortos vivos, chame como quiser... Enfim, tinha um curto número de pessoas que ficou na instituição e vivos, esse dia, e você era meu suspeito número um. — Ele diz tirando um isqueiro do bolso, e o acendendo no ar algumas vezes,.

Kolin imagina quantas coisas mais ele tinha no bolso, e se foi esse isqueiro que ele usou pra incendiar sua ala.

— Mesmo que eu ainda estivesse sob custódia no instituto esse dia eu nem conhecia seu irmão, tudo o que eu sei é que ele era psicólogo e professor substituto as vezes, eu nem sei o primeiro nome dele. — Ele suspira cansado.

— Mas você admite que já foi nas sessões de terapia dele?

— Só umas três ou quatro vezes provavelmente, quando eu era mais novo.

Foi na época em que seu contentor começou a falhar, então Kolin passou a se meter em mais brigas e sua mãe o forçou a ir no psicólogo, não que tenha ajudado muita coisa.

— De qualquer forma por enquanto descartei o fato de que você é o assassino.

Era simplesmente ridículo mas seria bem mais estranho se ele não suspeitasse de Kolin.

— Você ainda não disse por que acha que foi assassinato.

— Nesse dia eu fui procurar meu irmão, um ataque tinha acontecido e eu precisava saber se ele estava bem, eu fui ao escritório dele, mas quando cheguei, o quarto inteiro estava repleto de sangue, ele estava cheio de marcas no corpo, como facadas.

De repente Kolin não entendia nada do que ele estava falando, eram informações demais de uma vez só, e por que ele dizia tudo com tanta calma? Com tanta frieza, era realmente irritante.

— Espera, espera, calma, onde você estava antes disso? — Após quase uma hora de explicação Kolin interrompe.

Ele suspira fundo.

— Você escutou algo do que eu disse?

Kolin fica uns minutos processando uns e tentando lembrar detalhes do que ele disse e por fim pergunta:

— Grande parte, mas então, com quem você estava antes disso?

— Se você ouvir uma coisa de cada vez do que eu digo, talvez eu possa te contar. — Ele diz com decepção — As únicas pessoas na instituição com capacidade de fazer isso são eu, você, Melanie, Daniel, Benjamin, Peter, e meu irmão em coma.

Penso nas possibilidades dessas pessoas matarem o irmão dele e imediatamente digo:

— Foi o Peter.

Já havia visto Chard fazer muitas expressões de desprezo e nojo na vida, mas essa com certeza era a pior.

— Isso não é uma das suas briguinhas, por favor pense em fatos, não sentimentos pessoais.

Kolin revirou os olhos.

— Espera, quem está em coma?

Richard o olha com um sorriso frio mas explica tudo de novo lentamente.

— Uau, sem família então? Que azarado, além de órfão sem irmãos, eu nem sabia que você tem irmãos gêmeos.

Kolin sentiu que tinha algo estranho em suas palavras.

— Quero dizer, tinha irmãos gêmeos, hoje não tem mais já que... Ah.

Ele havia dito a coisa errada de novo, Kolin sentiu o impulso de pedir desculpas mas recuou ao olhar frio de Richard.

Após alguns momentos de um silêncio desconfortável Kolin disse por fim:

— Não estou entendendo, por que desconfiou de mim e não do Peter.

— Eu desconfio de todos.

Obrigada por ler até aqui :)

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