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Capítulo 9

Parte 1: O fardo do poder

— Para começar o treinamento, devemos entender como funciona os seus poderes, Soohyun. Seu poder vem do universo, a fonte de energia do nosso universo é a Matriz de Singularidade, também chamada de energia celestial. É uma fusão da matéria escura e antimatéria que surgiu com a criação do nosso universo. A Matriz de Singularidade permite que você faça coisas extraordinárias, como já percebeu: velocidade, força, cura acelerada, entre outras habilidades. Ela também te concede a energia necessária para criar barreiras e realizar o que irei te ensinar hoje — explicou Locart.

— Entendi. Uma dúvida que eu tenho, desde o momento em que você me concedeu esses poderes, é qual o limite deles. Qual o limite do que posso fazer? — questionou Soohyun.

— Seus poderes têm um limite, que é exercido quando você se fere demais em batalha. Se você se machucar gravemente, seus poderes começarão a enfraquecer — respondeu Locart.

— Entendo — confirmou Soohyun.

— Então, basicamente, se o Soohyun não se ferir nas batalhas, os poderes dele têm potencial infinito? — perguntou Akira.

— Exatamente — afirmou Locart.

— Acho que é melhor esclarecermos as coisas — disse Sayuri.

— Como assim, Sayuri? — indagou Maki.

— Até o presente momento, sabemos que nossos poderes se manifestaram de maneiras diferentes. O que consegui fazer até agora foi ouvir os pensamentos do Soohyun, e ele os meus — explicou Sayuri.

— Verdade. Pode ser que nossos poderes sejam diferentes dos do Soohyun — acrescentou Maki.

— Isso é verdade, Maki. E você, Akira? Informe-me sobre o que você conseguiu fazer até agora — indagou Locart.

— Até agora, o que eu fiz foi manifestar um portal na minha frente, e também tive visões que pareciam confusas para mim — respondeu Maki.

— Eu não sei o que posso fazer. Até agora, meus poderes só mostraram um brilho verde, e eu vim parar aqui, no Reino dos Celestiais — disse Akira.

— Locart, será que os poderes que se manifestam neles, por serem diferentes dos meus, eu não possa usar? — questionou Soohyun.

— Creio que sim. Até o presente momento, você não desenvolveu nenhum dos poderes que eles mencionaram. Pelo que entendi, Sayuri tem telepatia, e Maki pode abrir portais interdimensionais para outros lugares — explicou Locart.

— Eu não faço ideia do que posso fazer — disse Akira, frustrado.

— Fica tranquilo, Akira. Nós vamos descobrir isso juntos — tranquilizou Soohyun.

— Espero que sim. Quero muito saber o que posso fazer. Tomara que meus poderes sejam tão legais quanto os de vocês três — desejou Akira.

— Bom, darei um tempo a vocês quatro para que possam refletir sobre isso — finalizou Locart.

Parte 2: Decisões arriscadas

— Ah... Senhor Locart! — chamou Maki.

— Sim, senhorita Maki, o que houve? — respondeu Locart.

— Eu... Posso pedir que o senhor retire esses poderes de mim? — questionou Maki.

— Por que você quer que ele tire seus poderes, Maki? — perguntou Akira, surpreso.

— Akira, honestamente, entendo que você queira ajudar o Soohyun, mas isso é demais para mim. Eu vi o que parecia ser o meu próprio futuro, e eu estava morta, coberta de sangue — revelou Maki, a voz trêmula.

— Mas, senhorita Maki, aquilo podia ser qualquer coisa, tanto o seu futuro como você em outro universo. Não sabemos ao certo, até agora, como seus poderes funcionam — disse Locart.

— Não quero arriscar, Locart, mesmo que isso seja outro universo ou o meu futuro — insistiu Maki.

— Você está certa disso, Maki? — perguntou Sayuri.

— Sim, estou — respondeu Maki, firme.

— Eu posso tentar fazer uma reversão de energia para que seus poderes voltem ao corpo do Soohyun, mas não sei como isso pode te afetar. Você tem certeza disso? — indagou Locart.

— Tenho. Pode fazer — afirmou Maki.

— Então, tudo bem — concordou Locart.

Locart ergueu a mão, uma aura azulada envolvendo Maki e Soohyun. A energia mística parecia fluir de Maki para Soohyun, um processo que, aos olhos de todos, parecia simples, quase natural. No entanto, o que ninguém previa era a reação abrupta que se seguiria.

Quando o processo terminou, Maki deu um passo vacilante para trás. No início, ela parecia estar bem, mas de repente, seu corpo começou a tremer incontrolavelmente. Seu rosto perdeu a cor, e seus olhos ficaram turvos.

— Eu me sinto diferente, pareço ter uma sensação estranha — disse Soohyun, preocupado.

Antes que qualquer um pudesse reagir, Maki caiu de joelhos, seus olhos se revirando enquanto ela caía em uma convulsão severa. Akira, tomado pelo desespero, correu até ela, agarrando-a pelos braços.

— Locart, devolva os poderes dela! — gritou Akira.

— Mas ela pediu para que a reversão ocorresse. Ela sabia dos riscos — disse Locart.

— Sim, mas não podemos deixá-la assim! Ela não tem pulso, ela vai morrer! Faça alguma coisa logo! — implorou Akira, em desespero.

— Tudo bem. Soohyun, venha até aqui. Vou fazer o processo novamente, mas desta vez, vou pegar parte da energia pertencente a você e devolvê-la a ela, certo? — explicou Locart.

— Faça logo isso, Locart! — pediu Soohyun, ansioso.

Locart não hesitou. Com uma nova concentração de poder, ele começou o processo inverso, canalizando a energia de Soohyun de volta para Maki. A tensão era palpável, e cada segundo parecia uma eternidade.

Finalmente, após o que parecia uma eternidade, Maki soltou um suspiro profundo, seus olhos recobrando a vida. Sua pele, antes pálida, começou a recuperar a cor. Akira a segurou com firmeza, seu próprio alívio evidente.

— Akira... eu... — disse Maki, ainda fraca.

— Não fale nada. Está tudo bem agora — tranquilizou Akira.

— Maki, você está bem? — perguntou Sayuri, preocupada.

— Eu... me sinto... estranha, mas estou viva. Só... preciso de um tempo — respondeu Maki, tentando se recompor.

— Foi um risco, mas conseguimos estabilizar sua condição. No entanto, Maki, acredito que você deva considerar cuidadosamente o uso de seus poderes daqui para frente — alertou Locart.

— Eu... vou pensar nisso — disse Maki, ainda recuperando o fôlego.

— Maki, me desculpe. Isso foi por minha causa... — lamentou Soohyun.

— Não, Soohyun. Eu tomei a decisão. Só preciso de um tempo para me ajustar a tudo isso — respondeu Maki.

— Vamos dar a ela esse tempo. Todos nós precisamos processar o que aconteceu — sugeriu Akira.

— Concordo. Por hoje, vocês já passaram por muito. Vou deixar que descansem e reflitam sobre o que significa ter esses poderes — finalizou Locart.

Parte 3: Uma nova realidade

Enquanto o grupo se afastava para descansar, cada um perdido em seus próprios pensamentos, a tensão ainda pairava no ar. O peso do poder começava a mostrar seu verdadeiro fardo, e todos, especialmente Soohyun, começavam a entender que o caminho à frente seria cheio de desafios e sacrifícios.

Soohyun pensou: Como vamos continuar com isso? Como posso proteger todos eles sem causar mais dor? Eu preciso ficar mais forte... mais forte do que nunca.

— Vou teletransportar vocês de volta à Terra. Akira, cuide da Maki — disse Locart.

— Certo, Locart! — respondeu Akira.

— Onde preferem que eu deixe os quatro? — indagou Locart.

— Soohyun, tudo bem se eu for até onde você está? — perguntou Sayuri, hesitante.

— Por mim, tudo bem, Sayuri — respondeu Soohyun, tímido.

— Akira, posso ir junto com você? — perguntou Maki.

— Claro, eu prefiro assim também — confirmou Akira.

— Então está decidido, irei teletransportar os quatro. Assim que estiverem prontos, eu os trarei de volta para cá — finalizou Locart.

Num brilho resplandecente, Locart teletransportou os quatro de volta à Terra. No entanto, Soohyun não se deu conta de um detalhe importante. Quando ele foi teletransportado, ainda estava em seu quarto, o que significava que, ao levar Sayuri junto com ele, ela também foi parar no quarto dele.

Soohyun olhou ao redor, reconhecendo o ambiente familiar. Seu coração bateu acelerado quando percebeu que Sayuri estava ao seu lado, dentro do seu espaço pessoal, algo que ele nunca havia imaginado antes.

— Desculpa, Sayuri... Eu não tinha pensado nisso. Se quiser, posso pedir para Locart te levar de volta para sua casa — disse Soohyun, um pouco nervoso.

— Não se preocupe, Soohyun. Eu não me importo. Na verdade, estou feliz por estar aqui com você — respondeu Sayuri, rindo levemente.

Soohyun sentiu seu rosto esquentar. A proximidade de Sayuri e a tranquilidade com que ela lidava com a situação eram desconcertantes para ele, mas ao mesmo tempo, reconfortantes.

— Ainda assim, se você se sentir desconfortável... — começou Soohyun.

— Não estou. Se você não se importar, eu gostaria de ficar aqui por um tempo. Parece que todos nós passamos por muita coisa hoje, e... eu prefiro não ficar sozinha — interrompeu Sayuri.

— Claro, pode ficar — disse Soohyun, sorrindo aliviado.

Enquanto isso, na casa de Maki, ela e Akira foram teletransportados para a sala de estar. Maki estava exausta, mas aliviada por estar de volta à Terra. Akira a ajudou a se acomodar no sofá, preocupado com a condição dela após tudo o que haviam passado.

— Maki, como você está se sentindo? — perguntou Akira, preocupado.

— Estou cansada, mas tentando sorrir. Estou melhor agora. Obrigada por estar aqui comigo, Akira — respondeu Maki, tentando parecer forte.

— Sempre estarei aqui para você, Maki. Se precisar de qualquer coisa, é só dizer — assegurou Akira, com um sorriso caloroso.

Maki gentilmente segurou a mão de Akira.

— Eu sei. Obrigada.

De volta ao quarto de Soohyun, ele e Sayuri estavam sentados na cama, um silêncio confortável se instalando entre eles. Ambos estavam processando tudo o que haviam vivido no Reino dos Celestiais.

— Soohyun, você acha que estamos prontos para o que está por vir? Tudo parece tão incerto — perguntou Sayuri, com a voz suave.

— Eu não sei, Sayuri. Mas o que eu sei é que, juntos, temos uma chance. Vou proteger vocês, não importa o que aconteça — respondeu Soohyun, determinado.

Sayuri sorriu.

— Eu confio em você, Soohyun. Sei que você vai nos proteger.

Sayuri se aproximou um pouco mais, e Soohyun sentiu seu coração acelerar novamente. Ele não estava acostumado com tanta proximidade, mas, ao mesmo tempo, não queria que aquele momento acabasse. Eles haviam criado um vínculo especial, algo que era muito mais profundo do que apenas a amizade.

— Acho que precisamos descansar. Foi um dia muito longo — disse Sayuri, baixando a voz.

— Sim, você tem razão. Podemos pensar no que fazer a seguir amanhã — concordou Soohyun.

Com um suspiro de cansaço e um sorriso suave, Sayuri se deitou ao lado de Soohyun, sentindo-se segura e protegida. Soohyun hesitou por um momento, mas acabou relaxando, percebendo que naquele momento, eles estavam exatamente onde deveriam estar.

Enquanto Sayuri fechava os olhos e adormecia lentamente, Soohyun ficou acordado por mais um tempo, observando o teto de seu quarto e refletindo sobre tudo o que havia acontecido. Havia tantas perguntas sem resposta, tantos desafios à frente, mas ele sabia que, com seus amigos ao lado, poderia enfrentar qualquer coisa.

Finalmente, ele fechou os olhos, permitindo que o sono o levasse, sabendo que o próximo dia traria novos desafios, mas também novas oportunidades de crescer e fortalecer os laços que haviam formado.

E assim, a noite passou silenciosa e tranquila, preparando-os para as batalhas que estavam por vir.

Na manhã seguinte, a luz suave do sol entrou pelas frestas da cortina, banhando o quarto de Soohyun com um brilho dourado. Ele abriu os olhos lentamente, sentindo-se surpreendentemente descansado, apesar das intensas experiências do dia anterior. Ao se virar, viu Sayuri ainda adormecida ao seu lado, sua expressão serena e tranquila.

Por um momento, Soohyun apenas observou, o peito se aquecendo com um sentimento de proteção e afeição. Apesar das responsabilidades e perigos que agora carregava, esse pequeno instante de paz lhe dava forças para continuar. Ele sabia que precisava ser forte, não só por ele, mas por todos que dependiam dele.

— Bom dia, Soohyun — disse Sayuri, despertando lentamente.

— Bom dia, Sayuri. Dormiu bem? — perguntou Soohyun, tentando manter a calma.

— Sim, muito bem. Acho que foi a primeira vez em dias que consegui realmente descansar — respondeu Sayuri, com um sorriso.

— Eu também... Obrigado por ter ficado — disse Soohyun, hesitante.

— Não tem de quê. Eu... Eu me sinto segura quando estou com você, Soohyun — revelou Sayuri, olhando nos olhos dele.

Aquelas palavras fizeram o coração de Soohyun saltar, mas antes que ele pudesse responder, o celular de Sayuri vibrou sobre a mesa ao lado da cama. Ela pegou o aparelho, seus olhos se arregalando ao ler a mensagem.

— É da minha mãe. Ela está perguntando onde estou — disse Sayuri, preocupada.

— É melhor você responder e avisá-la. Ela deve estar preocupada — sugeriu Soohyun.

Sayuri rapidamente digitou uma resposta, explicando que estava segura e em boas mãos. Enquanto ela enviava a mensagem, Soohyun levantou-se da cama e foi até a janela, puxando a cortina para o lado e deixando a luz do sol invadir o quarto. Ele sabia que, eventualmente, precisariam enfrentar novamente os desafios que aguardavam, mas por enquanto, ele queria que esse momento durasse um pouco mais.

— Soohyun, você está pensando em algo? — perguntou Sayuri, se aproximando.

— Apenas observando a luz do dia. É um novo começo, não acha? — respondeu Soohyun, sorrindo.

— Sim, um novo começo — concordou Sayuri, e eles trocaram um olhar que dizia mais do que palavras poderiam expressar.

Ambos sabiam que o futuro era incerto, mas estavam determinados a enfrentá-lo juntos. E com essa determinação, partiram para o próximo capítulo de suas vidas.

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Fim do capítulo 9.

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