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Prólogo: 2° Capítulo | "Poder e Presente"

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Em uma ilha-laboratório secreta, longe da civilização, um garoto, que aparentava ter 5 ou 6 anos, treinava intensamente sob a vigilância de cientistas e pesquisadores.

Ele claramente não era uma criança comum, sob a aparência delicada da criança ficava escondida uma força quase monstruosa, dotado de habilidades de combate impressionantes, fruto de uma condição genética desconhecida até mesmo para seus supervisores.

Desde seu nascimento, foi submetido a um rigoroso programa de treinamento e supervisão, com sua capacidade de aprendizado e adaptação testada a cada momento. Aos 2 anos de idade, aparentava ter o triplo de sua idade real devido ao seu crescimento acelerado.

A ilha estava repleta de seres geneticamente modificados, criaturas poderosas e mortais que serviam como oponentes de treinamento para o jovem prodígio.

Dominando diversas técnicas de combate e enfrentando criaturas muito maiores do que ele, o garoto demonstrava habilidades extraordinárias para sua idade.

O cientista chefe Carl Thompson observava o progresso da criança com admiração e preocupação, lembrando-se do incidente que o nascimento dessa mesma criança causou e das consequências que ainda estavam sendo tratadas.

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Dois anos atrás, logo após o incidente.

As equipes de apoio chegaram rapidamente. Houveram três pesquisadores que ficaram à beira da morte, e não menos que o dobro gravemente feridos.

Assim que o ferido doutor Thompson acordou ele imediatamente se levantou, ignorando a dor e a persuasão dos demais. Correu imediatamente para o centro do incidente, onde as consequências estavam sendo tratadas.

Tomando o comando da equipe de apoio, ordenou a remoção dos destroços, resultantes da onda de choque e colapso anterior.

Como uma bênção disfarçada, devido a destruição do laboratório, surgiram falhas na estrutura que tornaram mais fácil a escavação.

Em menos de duas horas uma brecha foi feita e o doutor finalmente pode ver o epicentro do incidente.

Dormindo docemente mesmo que as vozes dos trabalhadores e barulhos das máquinas à sua volta. Algo como um pequeno dragão estava tranquilamente enrolado em torno de si mesmo, sem ser afetado pela movimentação.

O doutor ficou olhando para o pequeno ser por vários instantes, a outrora mente brilhante do laboratório estava em branco e sem reagir ou saber o que fazer.

Quando ele estava prestes a falar algo o criatura se moveu, deixando todos em alerta.

Com um bocejo suave, um som como grunhido infantil saiu se sua boca. Lentamente se esticando e até esfregando os olhos com naturalidade, finalmente voltou seus olhos para o doutor.

Os olhos dourados da criatura brilhavam com curiosidade e pureza, havia um toque de infantilidade em suas pupilas verticais.

O doutor inclinou sua cabeça com fascínio, tendo intenção de observar a criatura, e então, para sua surpresa, o pequeno dragão o imitou.

Olhando curiosamente para o doutor, ele copiou seus movimentos de forma quase instintiva, talvez uma brincadeira, como um espelho.

O doutor, como se estivesse inspirado ou intoxicado pela descoberta, fez movimentos aleatórios tentando ver os limites da criatura. Levantando os braços e fazendo movimentos diferentes em cada mão ou apontando para direções diferentes.

O pequeno o imitou, com afinco, parecia uma que gostou da brincadeira, mas encontrou dificuldade em movimentos complexos como a movimentação dos membros.

O doutor viu isso e riu um pouco, pensou que a criatura havia chegado no limite e estava prestes a parar suas tentativas.

No entanto sua risada e movimentos congelaram de repente quando se surpreendeu mais uma vez, ainda mais que antes.

Com um grunhido suave, o corpo da criatura mudou lentamente. As escamas ouro escuro em seu corpo encolheram e submergiram em sua pele, suas garras e cauda encolheram e se fundiram ao seu corpo, seus pequenos chifres mudaram para cabelos fofos de um tom cinza platinado.

Sua aparência geral era de uma criança humana, com cerca de 2 anos de idade. Depois de lutar para se equilibrar por um momento, ele rapidamente se ajustou ao andar bípede e imitou o doutor Thompson.

O doutor Thompson agora estava estupefato, seu rosto havia congelado e seu corpo tremia. Sua expressão mudava rapidamente entre confusão, susto, espanto e curiosidade.

A criança viu isso e começou a rir, sua voz em um vibrato infantil, talvez pela brincadeira ou por sentir as mudanças no estado emocional do doutor.

O doutor olhou pra isso e abandonou os sentimentos confusos e apenas riu junto com a criança, sem saber se pela descoberta ou apenas infectado pelo riso inocente do garoto.

Os demais presentes já estavam paralisados há muito tempo com a chegada de tantas informações repentinas e ficaram no lugar, balbuciando ou murmurando uns para os outros.

A movimentação logo atraiu o coronel Hill, que foi atrás do doutor. Ele congelou quando viu o garotinho rindo divertidamente com o doutor Thompson e passou algum tempo reformulando sua fala antes de dizer de forma intermitente.

"Doutor Thompson.. essa criança é..?"

"Hahah! Sim, Hill! Este é.. Zyex!" - Respondeu o doutor ainda entre risadas.

"Foi realmente um sucesso..?" - Murmurou o coronel enquanto observava a interação entre a criança e o ancião. Ele ficou um tempo desconhecido parado e só reagiu quando o doutor, agora segurando a criança no colo, pôs a mão em seu ombro.

"Ande logo Hill, temos trabalho a fazer! Preparem rapidamente algo para o garoto comer, tudo o que tivermos. E tragam algumas roupas, rápido!" O doutor não prestou mais tanta atenção ao coronel e começou a organizar a situação.

O coronel apenas suspirou e deu um sorriso irônico, deu uma última olhada na outrora sala de alta tecnologia, agora em ruínas, e na criança que supostamente causou tudo isso.

Balançando a cabeça e respirando fundo, o coronel tirou os pensamentos conflitantes da mente e seguiu o doutor em silêncio.

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De volta ao presente.

Enquanto o cientista chefe relembrava o passado observava o progresso da criança com admiração e preocupação.

"Zyex, você está se saindo muito bem, mas lembre-se de não exagerar. Ainda temos muito o que aprender sobre seus limites", disse o doutor, com um olhar gentil porém cauteloso.

"Hm!" - Zyex parou seus movimentos e assentiu com um sorriso simples e gentil, seus olhos dourados brilhando com inocência e curiosidade.

"Hoje… teremos um evento especial", anunciou o doutor após um momento de reflexão. "Haverá uma visita no laboratório hoje, então espero que você dê o seu melhor nos testes."

"Visita? ..o que é uma visita? É de comer?" perguntou Zyex com curiosidade, revelando sua falta de contato com o mundo exterior além das paredes do laboratório.

"Não, não… significa que alguém de fora virá ao laboratório", explicou o doutor.

Talvez querendo mudar de assunto, o doutor propôs um acordo, desviando facilmente a atenção de Zyex: "Que tal fazermos um trato? Eu vou te dar uma surpresa se você se sair bem nos testes de hoje. O que acha?"

"Sim! Eu quero! Uma nova comida, o que vai ser? O que eu tenho que fazer?" respondeu Zyex, animado com a perspectiva de uma recompensa.

"Será um teste de batalha. Apenas faça o mesmo e vença seu oponente. Quanto à comida, você vai descobrir depois. E dependendo de como for o seu teste, terei uma surpresa para você", explicou o doutor, demonstrando sua preocupação com o desempenho de Zyex

"Hm! Eu vou!" concordou Zyex, ansioso pela surpresa que aguardava. Depois de mais algumas palavras, o doutor saiu para preparar o ambiente enquanto Zyex era guiado pelos pesquisadores até a arena de testes.

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Após algum tempo, em uma ala do laboratório, agora reconstruído, uma grande tela exibia a situação da arena por vários ângulos. Na sala, uma dúzia de pesquisadores estava ocupada com suas tarefas, alguns operando câmeras e dispositivos de detecção no grande painel de controle. Três pessoas na sala, distinguíveis das demais, estavam envolvidas em uma discussão.

"Um lobo? Hehe... Com base nos relatórios e nos danos causados anos atrás, eu esperava um desafio maior para a 'arma viva'." Um oficial, identificado pela insígnia em seu ombro como sendo de alta patente, falou com desdém, questionando a autenticidade dos relatos que ouvira.

"Dr. Thompson, considerando a força de Zyex, não deveria haver dificuldade em vencer um oponente como um lobo, mesmo que geneticamente modificado. Por que, então, escolher um lobo como adversário?" O coronel Hill falou, buscando acalmar seu superior e demonstrar respeito pelo Cientista-Chefe e sua dedicação à pesquisa.

Ouvindo isso, o ancião, que estava um pouco ofendido pelo comentário do general, relaxou e lhe dirigiu um olhar agradecido antes de responder:

"Embora já tenhamos realizado testes de batalha semelhantes anteriormente, é crucial incutir nele o pensamento de obediência enquanto cresce. Afinal, seu processo de pensamento é semelhante ao de uma criança neste momento. O oponente é apenas uma demonstração para o general, então não há necessidade de se preocupar com a força de Zyex"

O doutor explicou o motivo de sua escolha, mas algo em sua fala deixou o general Miller com uma expressão ainda pior, e ele exclamou:

"Pensamento como uma criança!? Doutor, se bem me recordo, o motivo de iniciarmos tal projeto era porque os soldados humanos não estavam atendendo às demandas do serviço. Agora você me diz que o ser que deveria ser perfeito, uma arma para nosso uso durante a guerra, o soldado mais forte, tem a mente de uma criança!?"

"Ele ainda está em processo de aprendizagem; vai demorar para ser perfeito para a guerra. Ele precisa de tempo para crescer e aprender." - Dr. Thompson

"Tempo para aprender, você diz...? Hmph! Veremos como isso vai."

"Por que não começamos logo com o andamento dos testes, doutor? Talvez isso convença o General." - O coronel disse, com a intenção de mudar o foco e dar continuidade aos testes.

"Muito bem, vamos começar. Registre todo o experimento." - Respondeu o doutor, voltando-se para o assistente responsável pelo monitoramento para dar instruções.

"Senhor, tudo está pronto e os espécimes estão posicionados. Devemos começar agora?" - o encarregado do controle perguntou.

"Sim."

"Deixe-me ver como é esse 'ser superior'." - general Miller falou baixinho para si mesmo.

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As portas da arena foram abertas em ambos os lados. De uma delas, um "lobo" emergiu cautelosamente, explorando o novo ambiente com cautela. Com mais de um metro e meio de altura, suas densas cicatrizes revelavam a verdadeira natureza da arena.

Do lado oposto, Zyex emergiu sem pressa, na forma de um pequeno dragão. Com lâminas ósseas nos antebraços, garras afiadas e uma cauda em forma de machado, suas escamas douradas escuras formavam uma armadura. Ligeiramente menor que seu oponente, Zyex observou o lobo com curiosidade, enquanto o impasse se prolongava.

Repentinamente, o lobo atacou, mas Zyex esquivou-se ágilmente e se afastou. Enquanto isso, a luz ao redor de seu corpo parecia se dispersar, fundindo-se com o ambiente e desaparecendo da vista de todos.

"Onde está!? O que aconteceu?" Perguntou o general.

"O que acha, general? Zyex pode se camuflar e disfarçar sua temperatura corporal. Os sensores mal conseguem detectar sua existência agora." - comentou o doutor com um meio sorriso.

"Se esconder dos detectores? Então nem mesmo a tecnologia de visualização térmica avançada do laboratório consegue detectá-lo?" perguntou o general, demonstrando certo interesse.

"Isso mesmo, senhor. Isso nos dará uma grande vantagem tática, seja em assassinatos ou rastreamento," respondeu o coronel Fill.

Enquanto conversavam, a luta já havia começado. Embora parecesse uma luta séria, ficou claro depois de algum tempo que Zyex estava se divertindo, bastante interessado em brincar usando sua vantagem para provocar o lobo. Cada comportamento mostrando sua natureza lúdica.

Vendo que o resultado estava predefinido, o doutor ordenou que a exibição fosse interrompida e se virou para o general. "O resultado foi do agrado do senhor, general Miller?" perguntou ele.

O general Miller questionou sem responder diretamente: "Ele... do que ele é feito, doutor?"

"Bem..." , ponderou por um instante. "Foram usados os fatores do DNA de diversas espécies em seu desenvolvimento, porém... o DNA testado atualmente não corresponde a nenhuma delas. Zyex é um completo mistério, mesmo para mim," finalizou o doutor.

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Enquanto a conversa continuava na sala de observação, Zyex, que logo se cansou de sua brincadeira, deixou o lobo confuso na arena e voltou para sua sala de descanso sob supervisão dos pesquisadores.

"Ei, Andrew! Qual é a surpresa?" Zyex perguntou com expectativa assim que chegou à sala de descanso. O jovem chamado Andrew, aprendiz do Dr. Thompson, olhou para ele confuso.

"Surpresa?" Andrew ficou perplexo, sem entender do que o garoto estava falando.

"Comida! Um sabor novo! O doutor me prometeu uma surpresa!" Zyex insistiu, e Andrew começou a suar de nervosismo. Embora Zyex tenha se tornado algo como um mascote para os residentes do laboratório devido à sua aparência e personalidade, era inegável que se tratava de um ser com um enorme potencial destrutivo.

Devido a esse fator, Andrew sempre ficava nervoso ao falar com Zyex Como assistente principal de Carl Thompson, ele precisava estar por perto, especialmente quando o doutor estava ocupado com outras atividades.

Andrew ficou um pouco perdido e disse lentamente: "O professor disse qual seria a recompensa?"

"Uh... não..." Zyex congelou por um momento e disse desanimado.

"Então, por que você acha que é comida?" Andrew falou enquanto suspirava com um olhar cansado.

"O doutor disse que é uma surpresa, como vou saber o que é?" Zyex murmurou a contragosto, bochechas inchadas e testa levemente franzida.

Andrew engasgou um pouco com a resposta e tossiu, mudando de assunto. "Ah? *Cough* *Cough* Bem, que tal você ir falar com o professor? Tenho certeza de que ele pode te dar uma resposta adequada." Ele sugeriu antes de acelerar o passo, guiando rapidamente Zyex até onde estaria o Dr. Thompson.

A respeito da resposta descuidada de Andrew, Zyex apenas suspirou em um bufo infantil e o seguiu com as bochechas inchadas.

Com a liderança de Andrew, Zyex logo chegou ao seu destino, uma sala fortificada, semelhante ao antigo laboratório principal.

Em um ponto do laboratório, o Dr. Thompson parecia discutir algo com relação aos dados da pesquisa com outros pesquisadores quando a chegada de seu aluno e Zyex chamou sua atenção.

"Olá Andrew, estava te esperando. E parabéns, Zyex, você lutou ainda melhor que o esperado." Comentou o doutor com um sorriso.

"Hm! …" Zyex respondeu com certa distração enquanto olhava para uma área específica do laboratório.

O doutor estranhou a falta de interesse de Zyex na surpresa que haviam combinado, mas sua surpresa se transformou em riso quando seguiu o olhar de Zyex.

Na direção em que Zyex olhava havia uma sala de vidro onde duas crianças que aparentavam ter cerca de três anos estavam. Duas garotas com cabelos negros, os cabelos de uma delas cintilavam em carmesim e a segunda com turquesa.

Talvez por sentirem algo, as duas meninas ergueram os olhos e perceberam Zyex. As três crianças se entreolharam com curiosidade, como se entendessem.

"Essas são.. βone e βtwo. As novas integrantes do laboratório. Você deve ensiná-las o que sabe e cuidar delas, entendeu?" O doutor apresentou brevemente as duas a Zyex enquanto indicava para ele se aproximar.

Zyex assentiu e indicou que entendia. Dando um passo à frente, entrou na sala e se abaixou para olhar as duas garotas. Essas se aproximaram alegremente, com um pouco de curiosidade e cautela.

Enquanto interagiam, o doutor e Andrew observavam e conversavam sobre as crianças.

"Professor, tem certeza que é uma boa ideia deixar os três juntos?"

"Sabe qual a melhor forma de controlar Andrew? Laços, grilhões, não um meio físico, mas emocional. Com os três juntos será mais fácil para nós administrarmos a situação no futuro." - Comentou o doutor em um tom leve, havia uma ligeira frieza em seus olhos.

"... Tenho uma sensação ruim sobre isso.."

Andrew permaneceu em silêncio antes de suspirar. Embora soubesse que era a verdade, não concordava com seu professor.

O tempo se passou lentamente, no laboratório os únicos sons ouvidos eram risadas infantis e as conversas dos cientistas.

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