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Eu vou te ajudar

Dan pousou sua colher e olhou para Raydon. Quando percebeu que Raydon ainda não havia tocado em sua comida, Dan expressou tristeza.

'Peço desculpas por não termos muito, mas posso pelo menos prometer que tem um bom gosto.' Dan assumiu que Raydon se recusava a comer a comida porque não gostava. Afinal, ele era um Portador de Itens e tinha que estar comendo comidas que o restante da mesa nem sequer podia imaginar.

Raydon pegou uma colherada de sua comida e a saboreou sem responder.

Após a pergunta de Dan, todos na mesa ficaram em silêncio e observavam os convidados com interesse. As tias, em particular, pareciam estar antecipando os pensamentos de Raydon sobre a comida.

Eles estavam curiosos sobre a reação do convidado, a quem Dan tanto admirava e adorava.

Raydon comeu a primeira colherada, seguida pela segunda, terceira e quarta colheradas. Ele terminou a última colherada enquanto todos continuavam a observá-lo. E depois sorriu e disse.

'Sim, é realmente delicioso.'

As tias suspiraram de alívio depois de ouvirem isso, mesmo tendo visto que Raydon tinha acabado com tudo em sua tigela.

Outros continuavam alegremente a comer e conversar também.

Dan estava prestes a começar a comer sua refeição com tranquilidade quando ouviu Raydon falar com ele.

'Quanto tempo você acha que pode protegê-los?' Ele perguntou, solenemente.

Todos na mesa ficaram em silêncio mais uma vez. Dan olhou para Raydon, confuso, e disse. 'Não entendo o que você quer dizer.'

'Você quase morreu hoje só para proteger as pessoas ao seu redor. Agora vejo que você tem mais pessoas para proteger. Estou perguntando. Você realmente pode protegê-las?' Raydon fixou seu olhar em Dan, ignorando as outras pessoas na mesa.

'O quê? O chefe quase morreu hoje?'

'Isso é verdade o que ouvi, chefe?'

'Por que não nos contou? Já sabemos quão perigoso é este lugar, por que você ainda arrisca sua vida por nós?'

Na mesa, tanto os mais jovens quanto os mais velhos falaram em uníssono, expressando medo e tristeza. Karan e os outros que estavam lá na hora do incidente permaneceram em silêncio, com a cabeça baixa.

Dan ignorou as perguntas que os outros faziam a ele e murmurou, baixando a cabeça. 'Eu não sei.'

Ele cerrou os dentes enquanto falava, com os olhos cheios de lágrimas. Ele não esperava ser questionado de forma tão direta. Era como se, com essa pergunta, as preocupações que ele havia enterrado profundamente dentro de si e não podia compartilhar com ninguém tivessem vindo à tona.

O lugar onde eles viviam era perigoso. E o mundo em que estavam era ainda mais perigoso. Lutas entre gangues não eram o único problema.

Ninguém morreu hoje graças a Raydon, mas as coisas eram diferentes no passado e serão diferentes no futuro. Ele ergueu os olhos, que estavam avermelhados, lembrando-se de como este lugar costumava ser cheio de gente. Os rostos das pessoas que deveriam estar sentadas nas cadeiras vazias passaram diante de seus olhos.

A expressão de Dan trouxe um silêncio repentino entre aqueles que a testemunharam. Seu estado anterior de felicidade desapareceu como uma ilusão, e apenas a tristeza varreu o local.

Enquanto todos afundavam em silêncio e melancolia, a voz tranquilizadora de Raydon soou em seus ouvidos mais uma vez.

'Vocês são fracos. Então, tudo o que vocês sentirão é tristeza. E tudo o que podem fazer é forçar um sorriso falso para esconder suas dores e preocupações.'

As palavras de Raydon cortaram como uma faca no coração de todos. Algumas pessoas tentaram abrir a boca para protestar que o que ele estava dizendo era absurdo, mas não conseguiram.

Eles estavam cientes de que tudo o que ele disse era verdade. Eles eram fracos. Falharam na força para defender o que valorizavam e até mesmo eles próprios precisavam de proteção.

Raydon observava em silêncio. Ele também fora fraco, e não havia ninguém para lembrá-lo disso. Ele também usava uma máscara sobre seu rosto para ocultar suas preocupações. Mas nem mesmo essa máscara podia impedir Raydon de se sentir solitário. No fim, ele era quem tinha perdido tudo de novo.

Raydon notou algo que nunca havia visto em sua vida anterior ao observar a expressão deprimida de todos. Todos nesta sala estavam gratos uns pelos outros.

'Era isso que eu sempre estive procurando?' Ele pensou consigo mesmo. Ele procurou por suas emoções há muito mortas em algum lugar dentro de si.

Finalmente, tomando um fôlego profundo, ele falou novamente.

'Eu vou ajudar vocês.'

As pessoas na mesa não conseguiam entender a declaração de Raydon. Eles o ridicularizavam, imaginando o que uma única pessoa poderia realizar e o que ele poderia mudar.

Mas, separados de todos os outros, uma luz acendeu nos olhos de cinco pessoas na mesa que pareciam ter perdido a esperança. O rosto calmo e sorridente de Raydon chamou a atenção deles. A esperança há tanto tempo procurada foi reacendida por aqueles olhos seguros.

Eles estavam cientes do apocalipse iminente e sabiam que apenas a pessoa sentada à frente deles tinha o poder de impedi-lo.

Essas cinco pessoas olhavam para Raydon com olhos esperançosos quando ouviram uma voz irritada.

'Quem é você? Como pode nos ajudar sozinho? Como tem coragem de vir aqui e dizer essas coisas?' Não conseguindo se controlar, Pana se levantou, bateu as mãos na mesa e começou a gritar.

'PANA!!!'

Dan rugiu com toda a sua força. Ele gritou tão alto que Pana nunca o tinha visto tão irritado antes.

'M-Mas ele é…'

Dan gritou novamente enquanto Pana tentava falar.

'Não quero que você o desrespeite novamente.' Dan falou ameaçadoramente.

Ele olhou para os rostos das pessoas na mesa e começou a falar lentamente. 'Ele pode nos ajudar. Na verdade, ele é a única pessoa que pode nos ajudar.'

Enquanto observava os rostos surpresos de todos, ele se virou para Raydon e disse em voz trêmula enquanto via seu aceno.

'Ele com certeza pode nos ajudar. Porque, como o nosso inimigo, ele também é um Portador de Itens.'

As palavras de Dan ecoaram nos ouvidos de todos.

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