"É tão sereno aqui. Estou maravilhada com a beleza e tranquilidade deste lugar apesar de ser lar de espécies tão perigosas," Eliana caminhou até a varanda.
Ela olhou para a grossa grade de concreto e sorriu.
Ainda não explorou o resto do palácio, mas estava segura de que a vista do terraço deste lugar, que provavelmente fica no 10-11º andar, era maravilhosa.
Bem, ela verificará a área mais tarde. Já que o príncipe vampiro quer que ela aja como um animal e esteja ciente de tudo ao seu redor, ela fará isso. No entanto, por enquanto, se resguardaria nesta varanda.
Eliana sorriu para as florestas.
Era estranho. Ela sempre sentiu essa atração pela mãe natureza. Como se estivesse destinada a viver nas florestas e não em palácios caros e artificiais. Estava certa de que se sentiria mais feliz entre animais que não a compreenderiam do que perto de pessoas que entendem o que ela fala. No fim, isso não faz diferença, né?
Eliana olhou para sua mão, o mesmo ponto dourado no meio dela, brilhando um pouco maior do que antes, e sentiu o vento ao seu redor aumentando seu ritmo.
Sempre foi assim. Esta conexão aumentou ainda mais depois que ela entrou na prisão e começou a meditar com 'G'.
G lhe ensinou algumas boas técnicas de meditação para acalmar a mente e manter-se em sua energia natural apesar das mudanças ao seu redor.
É por isso que ela permaneceu tão calma mesmo em um reino onde não conhece ninguém e sua vida está sob ameaça constante.
Eliana respirou fundo, desfrutando do vento enquanto se banhava no sol da manhã. Ela olhou para baixo e suspirou. Era uma grade de concreto. Não vai quebrar, certo?
Ela balançou a perna para o outro lado numa tentativa de se sentar na grade.
'Hmm, é alguma mágica ou algum tipo de droga? Eu te vejo, ou estou tentando te encontrar?' Eliana cantarolou em sua mente, lembrando-se de seu sonho sobre esse fogo novamente.
"Senhorita Eliana, o que você está fazendo?" Senhorita Zoya entrou em seu quarto e gritou horrorizada. Eliana, que estava aproveitando a brisa, virou-se com as sobrancelhas franzidas.
"Por que você está tão alta? Vocês vampiros não têm audição sensível?" Eliana suspirou, e estava prestes a se virar quando sentiu um sopro de vento, e antes que pudesse entender o que estava acontecendo, sentiu seu corpo levantando no ar.
"Aaaaaaa!!! O que o -" Eliana gritou horrorizada e fechou os olhos, fazendo Sebastião estremecer antes dele se apressar a entrar no quarto e colocá-la no meio com um olhar sombrio.
"O que o -? Isso é o que você chama de seu salvador? O que diabos você pensa que estava fazendo?" Sebastião rosnou, e Eliana recuou em choque com a raiva dele antes de olhar para Senhorita Zoya que tinha uma expressão similarmente preocupada.
Lucas também entrou no quarto e afastou Senhorita Zoya ligeiramente.
"Ela está bem?" Lucas olhou para a garota, que olhava para todos, confusa.
"O que aconteceu?" Eliana perguntou, confusa, sobre a reação exagerada de todos.
"O que há de errado com você? Quando diabos eu te tratei mal nessas 24 horas? Mesmo sendo filha do meu inimigo, nem uma vez eu coloquei minha mão em você. Te dei meu cartão quando você pediu dinheiro sem fazer mais perguntas. Deixei você comer o que quiser e até te dei um guarda-roupa pessoal. O que te levou a pular da varanda?" Sebastião rosnou novamente, e ela entendeu o cenário.
"Eu... Eu não estava tentando pular da varanda," Eliana mordeu os lábios como uma criança repreendida sem ter cometido um erro.
"Eu só queria curtir a sensação de minhas pernas balançando no ar enquanto eu curtia o vento. Bem, eu ainda não tive a chance de visitar o terraço, e eu amo a natureza," Eliana explicou, e Sebastião olhou para Lucas em dúvida, como se perguntasse a ele se o que ele ouviu era verdade ou não.
"Então você não estava tentando se matar porque se casou com um vampiro?" Lucas perguntou, e Eliana franziu as sobrancelhas inocentemente.
"Por que faria isso? Ele tem sido melhor comigo do que minha própria família. Sei que ele tem um gênio forte e se irrita com minha presença, mas agora eu sei o motivo também. Ele odeia meu pai," Eliana sorriu suavemente.
"Não se preocupe. Eu não sou algum tipo de criança mimada. Eu acredito fortemente em enfrentar minhas situações e problemas para viver do que fugir covardemente e cometer suicídio," Eliana sorriu para Sebastião, e este olhou para a garota.
Seu sorriso de fato era algo que poderia trazer luz para os quartos mais escuros. Vendo-a olhando de volta para ele tão confiante, Sebastião estava prestes a convidá-la para visitar o terraço agora quando uma das criadas bateu na porta.
"Senhor, o ex-rei está aqui," A criada anunciou, e Lucas olhou para Sebastião de forma peculiar.
'Ele não deveria chegar tarde da tarde?' Lucas perguntou pelo elo mental.
'Tenho certeza de que ele veio cedo de propósito para ver como as coisas estão indo. Ele teme que eu possa manipular a garota ou estar tentando algo contra a família,' Sebastião respondeu com desdém pelo elo mental antes de se virar e olhar para a garota vestida com um vestido cor de bege que mostrava sua elegância e natureza gentil.
Ela tinha trançado o cabelo em um rabo de cavalo à francesa com alguns fios caindo sobre seu pescoço de ambos os lados.
Ela estava parecendo bastante jovem, e bem, agradável aos olhos. Sebastião acenou para ela em afirmação.
"Você está apresentável. Vamos," Sebastião disse antes de estender a mão, e Eliana olhou para a mão, um pouco tímida.
"O que foi?" Sebastião perguntou.
"Não estou usando nenhum calçado,"
As palavras de Eliana fizeram Sebastião olhar para os pés dela descalços, e ele suspirou antes de caminhar até o armário dela e pegar um par de anabelas de cor nude.
Ele colocou as anabelas perto dos pés dela gentilmente, olhando para cima, para que ela levantasse a perna quando ele pegou a sandália do pé direito como se isso não fosse a coisa mais doce que ele fez em sua vida.
Lucas ficou chocado ao ver Sebastião se sentando e inclinando-se para a garota humana enquanto a ajudava a calçar suas anabelas. Isso não era exatamente inclinar-se, mas para um príncipe que nunca tratou ninguém bem, especialmente humanos, isso era um grande feito.
Talvez ele estivesse fazendo tudo isso porque pensava que ela iria cometer suicídio, e isso arruinaria seus planos de se tornar rei. Lucas se perguntava o que o príncipe mais novo faria quando realmente se apaixonasse por alguém.
"Já terminou? Vamos?" Sebastião olhou para Senhorita Zoya, que trouxe uma toalha úmida para o príncipe limpar as mãos, e ele assim fez.
"Obrigada por ser tão gentil comigo. Não vou te decepcionar," Eliana olhou para o príncipe sob uma nova luz e sentiu seu coração acelerar com seus gestos gentis.
Mesmo que ela ainda estivesse inconsciente de como ele realmente parecia, sua beleza interior era algo pelo qual ela poderia se apaixonar.
"Há uma biblioteca no palácio? Gostaria de visitá-la," Eliana sussurrou quando começaram a sair do quarto e Sebastião murmurou.
"Pedirei à Senhorita Zoya para mostrar-lhe tudo depois que o Vovô for embora. Além disso, estou providenciando uma protetora só para você. Embora este palácio me pertença e ninguém ousaria tocar na noiva do príncipe mais novo, não devemos correr riscos," disse Sebastião.
Ele queria garantir que teriam uma história para contar mais tarde, caso a garota percebesse o agente que estaria espionando-a.
Se esta garota é realmente tão inocente e ingênua, seria fácil rastreá-la e segui-la sempre que ela encontrar sua família ou qualquer pessoa, na verdade.
Talvez eles tenham usado esta garota como isca porque sabiam que ela era assim inocente. Eles podem estar tentando fazer com que o príncipe baixe a guarda para poderem atacar quando ele estiver menos preparado. Sebastião acenou com a cabeça para si mesmo.
Deve ser esse o caso.
"Filho de uma -" Sebastião praguejou baixinho, e Eliana olhou para o homem.
Ela seguiu o olhar dele e viu o homem olhando de volta para ele com um sorriso malicioso.
"O que aconteceu, irmão? Por que você encerrou minha chamada assim? Aconteceu algo com sua esposa?" Stephano sorriu para Sebastião enquanto descia as escadas.
Eliana sentiu o desconforto do príncipe através do aperto em sua mão e apertou seus dedos em torno dele confortavelmente, fazendo o príncipe olhar de volta para ela.
Ela sorriu deslumbrantemente para ele, e Sebastião pausou, enfeitiçado pelo sorriso inocente dela por um segundo antes de acenar para ela.
"Minha nossa, que peça de trabalho você é. Você é definitivamente o filho predileto de Deus, não é? Irmão, você conseguiu uma esposa tão bela mesmo com essa aparência -. Eu sou Stephano," Stephano rapidamente desviou sua frase e estendeu a mão para Eliana apertar, fazendo uma reverência a ela como um verdadeiro cavalheiro.
Eliana olhou para o homem com os raros olhos negros e cabelos pretos estilizados. Ele era alto, mas mais baixo que Sebastião por uma ou duas polegadas. Ela olhou para o sorriso confiante dele e sentiu novamente a inquietação de Sebastião.
"Desculpe, mas meus pais me ensinaram a cumprimentar os mais velhos primeiro," Eliana se virou e caminhou em direção ao avô de Sebastião.
Lucas -"..."
Senhorita Zoya -"..."
Sebastião -"..."
Ela estava flertando com a morte?
Todos assistiram horrorizados enquanto o sorriso de Stephano congelava no lugar, e ele olhava para a humana com incredulidade.
Ela apenas - Stephano se endireitou, virou-se e olhou para a garota, que irradiava confiança e força enquanto caminhava até o velho.
Embora ela fosse apenas uma humana, como poderia possuir tal presença na sala?
Sua confiança era realmente notável, mesmo sabendo que qualquer um aqui poderia quebrar seu pescoço em dois.
Sebastião, por outro lado, olhava a expressão desconfortável de Stephano e lutava para conter um sorriso.
"Ex-rei, Abramo. Eu sou Eliana Marino. É um prazer conhecê-lo. Por favor, cuide de mim. Desejo-lhe tudo de bom," Eliana fez uma reverência de 90°, e o velho olhou para a garota.
Para uma garota trazida para o Reino dos Vampiros da noite para o dia e que estava vivendo entre os mais fortes, ela era confiante e elegante. Agia como uma verdadeira princesa, mesmo não sendo.
"Apenas me chame de vovô, garotinha," Abramo sorriu para a garota, impressionado com sua saudação, e Eliana sorriu para ele, com os olhos se fechando em forma de lua crescente, tornando-a ainda mais fofa do que antes.
"Você pode soltar minha mão, Senhor Marino," Eliana sussurrou para Sebastião, e este ergueu as sobrancelhas.
Esta foi a primeira vez que ela disse o nome dele depois que ele disse para ela fazê-lo. Então, ele olhou para as mãos deles, onde ele tinha entrelaçado os dedos com os dela.
Abramo e Stephano congelaram quando ouviram o nome que Eliana usou. Sebastião permitiu que ela o chamasse assim?
"Como desejar, meu amor," Sebastião retirou sua mão da dela, fazendo o coração de Eliana pular uma batida.
A interação deles fez Abramo sorrir satisfeito.
"Esta é a primeira vez que vejo meu neto mais novo sendo tão gentil com alguém. Estou feliz por você, garoto. Tenho certeza que vocês ainda não tiveram a chance de comer algo. Que tal conversarmos na mesa de café da manhã?" O velho sugeriu, e todos concordaram com a cabeça enquanto Eliana se virava para o primeiro príncipe.
"É um prazer conhecê-lo também, Senhor -"
Eliana fez uma pausa.
"Stephano, o príncipe mais velho," Stephano forçou um sorriso no rosto, e Eliana sorriu.
"Senhor Stephano," Ela estendeu a mão e Stephano olhou para o avô.
Ele tinha uma vontade imensa de torcer a mão dela por tê-lo insultado daquela maneira antes, mas sabia que não poderia fazer nada assim e, portanto, estendeu a mão antes de pegar a dela.
Entretanto, assim que a pele macia dela entrou em contato com a dele, ele arqueou as sobrancelhas com a sensação de calor que sentiu viajando pelo seu corpo. Era como se banhar na luz do sol. As vibrações dela estavam cheias de positividade, e ele sentiu um pouco disso.
Que tipo de poder é esse?
Ele se viu perdido nos olhos dela, que se assemelhavam ao oceano, por alguns segundos.
"Espero não ter ofendido você," Eliana sorriu, e Stephano balançou a cabeça atordoado.
"De maneira alguma. Uma beleza como você merece governar o mundo na ponta dos dedos. É realmente um prazer conhecê-la. Já estou gostando de você," o olhar de Stephano piscou para Sebastião, cujas mandíbulas estavam apertadas, mas era difícil decifrar por causa da máscara.