``` Romance Carnival 1º Prêmio. TENHA CUIDADO COM A FÚRIA DE UMA MULHER PACIENTE. Rosalinda Lux morreu após descobrir a traição de seu marido e irmã. E justamente quando pensou que finalmente encontrou paz, ela acordou quarenta anos antes de sua morte. Com as memórias de sua vida passada intactas, Rosalinda jurou vingança. Seus planos rapidamente a levaram aos braços de um Duque cujo olhar tentador continha mistérios que ameaçavam não apenas seus planos, mas seu coração e corpo. …. TENHA CUIDADO COM O AMOR DE UM HOMEM AMALDIÇOADO. Punido pela Deusa por sua ganância, Lucas Benjamim Rothley vinha guardando o Norte pelo tempo que se lembrava. Durante centenas de anos, nenhuma mulher jamais agitou seu coração. Isso até a temível Rosalinda Lux tropeçar em sua vida. Logo, ele percebeu que Rosalinda não era bem a donzela que ela gostava que todos acreditassem. Ela está escondendo um segredo tão sombrio que poderia tanto acabar com sua maldição quanto lançar sua vida ao caos. Tags: Vingança, Protagonista feminina forte, sem estupro ou abuso, romance lento. Outros romances: O Pecado do Licano: COMPLETO A capa é minha. Instagram: @b.mitchylle Discord: MitchyMitch#3750 ```
Rosalind Lux-Sencler sempre pensou que seu pior pesadelo seria acordar em um mundo sozinha, sem seu marido, sem sua irmã.
Hoje, ela percebeu que era ingênua.
Oh, tão ingênua.
Desde que Rosalind perdeu a bênção hereditária da Deusa há dez anos, seu sono tinha sido inquieto, mas sem sonhos. Então, ela sabia melhor do que ninguém que isso não podia ser um sonho.
Ela olhou com incredulidade enquanto seu marido de quarenta anos, Barão Jeames Sencler, abraçava uma mulher que ela adorou a vida inteira — sua própria irmã mais velha, Dorothy Lux.
Sua Majestade a Rainha Dorothy Lux-Gosebourn.
Rosalind sentiu-se tremer enquanto Dorothy inclinava a cabeça para beijar Jeames.
"Shh…" Jeames colocou um dedo nos lábios de Dorothy, impedindo-a. "Não podemos fazer isso aqui. Sua irmã está no outro quarto." A tentativa de Jeames de ser a suave voz da razão falhou miseravelmente quando Dorothy estendeu a mão para acariciar sua virilha. O leve toque rapidamente se tornou algo mais intenso.
Essa Dorothy tinha o rosto, a voz, até o andar da Dorothy que Rosalind conhecia. Mas cada ação sua era a de uma estranha.
O peito de Rosalind subia e descia com suas respirações desiguais e rápidas.
Era como se seu corpo tivesse sido esmagado por um grande pedregulho.
Ela quase podia ouvir seu coração se estilhaçando, e ainda assim nenhum gemido de lamento, nenhum grito angustiado, nenhum protesto inútil saía de sua boca. Ela continuava a espiar pelo pequeno vão na porta em silêncio.
Por um momento, Rosalind não conseguiu entender por que sua mente inventaria algo tão… absurdo. Mas ela rapidamente se lembrou que isso não podia ser um mero fruto de sua imaginação. Quando a Deusa retirou a bênção, levou tudo, inclusive a capacidade de Rosalind de escapar para sonhos.
O favor da Deusa, uma vez perdido, era perdido para sempre. Ela não teria pena de Rosalind agora só porque ela estava morrendo, muito menos devolveria parte de seu dom.
"Eu senti sua falta." Dorothy fez bico com os lábios plenos e tentadores, coloridos para combinar com o escarlate de seu vestido. Seu cabelo loiro, preso frouxamente em um elegante coque, parecia quase branco sob o brilho intenso da lareira. Ela era, como os criados gostavam de dizer, tão clara quanto Rosalind era escura.
Rosalind se lembrou de Dorothy ajoelhada ao lado de sua cama contando como ela teve que implorar ao marido para deixá-la visitar a irmã moribunda. Ela havia trazido presentes para animar o ambiente, mas aparentava estar mais triste do que a própria Rosalind se sentia.
Rosalind ainda podia ouvir os soluços suaves de Dorothy enquanto ela segurava sua mão e a beijava, prometendo cuidar de seu marido depois que ela partisse deste mundo.
Rosalind não achou que Dorothy a entendesse dessa maneira.
As lembranças das ações e palavras de Dorothy fizeram Rosalind estremecer de medo. A bondade, a preocupação e o luto eram todos um fingimento elaborado para enganá-la. Tudo era uma mentira!
Rosalind segurou o peito enquanto seu corpo balançava. Ela se apoiou na parede — a mesma parede que a separava da transgressão de seu marido. Ela tinha acordado para encontrar Dorothy e Jeames desaparecidos. Ela então pensou em ir até o escritório de Jeames. Talvez a aparência de recuperação o confortasse.
Nunca lhe ocorreu que Jeames estaria com Dorothy.
Um suspiro alto escapou dos lábios de Jeames. "Eu te disse, não disse? Rosalind tem estado fraca desde que perdeu a bênção. Nós poderíamos ter acabado com ela quando—"
"Shhh!" Dorothy silenciou Jeames desta vez. "Apesar do fato de que ela se casou com o homem que eu amo, ela ainda é minha irmã. Como você espera que eu acabe com minha irmã?"
"Ela não te tratou como irmã quando me seduziu."
Os olhos de Rosalind se arregalaram. Seduzi-lo? Seu coração vacilou com o pensamento.
Desde a infância, ela só tinha olhos para Jeames. Dorothy era a única outra pessoa que sabia disso e era Dorothy quem a encorajou a correr atrás de Jeames. Quando os rumores começaram a circular que Rosalind seria casada com um duque estrangeiro para cimentar uma aliança política, foi também Dorothy quem planejou sua saída daquela armadilha.
Foi tudo Dorothy!
Rosalind nunca uma vez pensou que sua irmã mais velha mentiria assim! Dorothy nunca uma vez disse que tinha sentimentos por Jeames!
Lágrimas escorreram pelas bochechas de Rosalind.
Ela havia pensado em sua morte inúmeras vezes. Afinal, ela sabia que perder a bênção a mataria. Ela pensou em passar seus últimos dias com o marido amado e a irmã nesta mansão onde ela o tinha casado tantos anos atrás. Ela pensou em morrer junto à lareira, justo quando a neve começasse a cair lá fora. Ela pensou em ouvir a bela voz de sua irmã enquanto respirasse pela última vez.
Mas ela nunca pensou que morreria com o coração partido. Seu marido e irmã eram as duas pessoas mais importantes de sua vida, e mesmo assim não hesitaram em traí-la.
Rosalind podia sentir a morte pairando sobre ela. Ela não tinha muito tempo.
Alguns dias ou no máximo uma semana.
Ela segurou a velha chave que usava em volta do pescoço — um gesto reconfortante sempre que se sentia ansiosa. Mas desta vez, o que ela sentia não era ansiedade. Era como se uma grande faca cega fosse usada para esculpir seu coração.
A fraqueza estava lentamente a consumindo.
Mas ela se recusou a cair. Não. Ela não poderia cair.
Ainda não.
"Isso foi há quarenta anos! Por que você ainda está presa ao passado?" Dorothy implorou, com a voz embargada. Ela se virou e caminhou em direção à lareira, a única fonte de luz dentro do quarto. Os dois devem ter feito isso de propósito para evitar atrair a atenção dos criados. "Minha irmã já está no leito de morte. O mínimo que você pode fazer é perdoá-la antes que ela morra."
"Ela manipulou você por toda a vida e mesmo assim você ainda pode tratar dela com gentileza. O que eu fiz para merecer tal anjo?" Jeames abraçou Dorothy por trás. "Você entende que, quando ela morrer, eu ficarei sozinho. Mas não se preocupe... Eu já preparei tudo desde que você decidiu se casar com aquele homem. Como planejamos."
"Aquele homem" era o Imperador Lawrence Gosebourne. Todo esse tempo, Rosalind pensou que Dorothy se casou com o Imperador para salvá-la das maquinações da família real. Como a abençoada, ela era quem deveria casar com o Imperador. Mas Dorothy ocupou seu lugar fingindo receber a bênção, deixando-a livre para casar com o amado Jeames. Mas tudo tinha sido uma mentira. Uma doce, doce mentira.
"Aha!"
Rosalind congelou, o horror evidente em seus olhos quando ouviu a voz de sua mãe atrás dela. Ela lentamente se virou, uma explicação na ponta da língua, mas foi imediatamente interrompida com um forte tapa.
Ela sentiu seu corpo cair, mas antes que pudesse se recompor, sua mãe, Victoria Foster-Lux, havia agarrado seu cabelo e começado a arrastá-la para o escritório.
"Eu peguei um rato!" Victoria declarou ao casal. "Que tipo de mulher bisbilhota o próprio marido?"
Rosalind ergueu a cabeça grogue, imaginando se havia entendido errado. A raiva nos olhos de sua mãe era suficiente para lhe assegurar do contrário. A dor no peito se intensificou quando ela encontrou os olhares de Jeames e Dorothy. O desprezo era inconfundível.
Por alguns segundos, ela pensou em atirar insultos contra eles, mas a dor em seu peito havia drenado o pouco de força que lhe restava. Desta vez, não era apenas uma dor causada pela traição, mas pela raiva crua que tentava engoli-la.
"Mãe—"
"Não me chame de mãe!" Victoria soprou, com as sobrancelhas afiadas erguidas. "Você não é do meu sangue!"
"Mãe, pare de ser tão dura. Minha irmã já está sem condições de ouvir essas coisas." Dorothy disse enquanto se abaixava e tentava tocar os braços de Rosalind. "Deixe-me ajudá-la a voltar para o seu quarto."
Rosalind se retraiu instintivamente.
Dorothy fingiu não ver aquilo e continuou falando com sua voz calma e paciente, como se estivesse falando com uma criança difícil. "Rosalind... Deixe-me acompanhá-la ao seu quarto. Você precisa descansar."
"É verdade?" Rosalind finalmente conseguiu após forçar a passagem do sangue e da bile em sua garganta. Ela olhou diretamente nos olhos dourados de sua irmã, esperando obter a verdade pela primeira vez. "É verdade?"
"Do que você está falando, minha querida irmã?" Dorothy deu um sorriso gentil e tentou segurar o braço de Rosalind novamente.
"Tire suas mãos de mim!" Rosalind cuspiu.
"Rosalind, essa não é a forma de tratar sua irmã! Dorothy só quer levá-la de volta ao seu quarto," Jeames entrou na conversa, com a voz irritada. Era como se a visão de sua esposa tivesse arruinado sua noite. "Você tem sorte de—"
Rosalind queria se entregar à raiva, chorar e gritar e exigir uma explicação. Como eles podiam fazer isso com ela? Mas seu mundo começou a girar. Seu corpo já não estava sob seu comando.
Quando ela desabou no chão acarpetado com um baque surdo que deveria ter doído, pôde ouvir vozes abafadas ao seu redor. Ela não tinha mais forças para abrir os olhos, mas sabia.
Ela sabia... Mesmo sem olhar, ela sabia.
Eles sorriam enquanto se reuniam ao seu redor.
Ela não precisava olhar para saber o quão felizes estavam.
Ela não precisava olhar para saber que seu fim estava próximo.
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